domingo, junho 25

O QUE É ESQUIZOFRENIA PARANOIDE? CAUSAS E SINTOMAS:

A mente humana funciona como um grande complexo de conexões que interfere diretamente em nossa personalidade e existência. Tanto que a menor das alterações pode iniciar mudanças significativas e afetar ou não nossa saúde mental. É o que vamos entender aprendendo o significado de esquizofrenia.

O que é esquizofrenia?

A esquizofrenia se mostra como um transtorno mental crônico que interfere no pensamento, sentidos e comportamento. É um problema grave, sendo uma barreira gigantesca que dificuldade a socialização pelas mudanças que provoca. Isso porque pode surgir uma indiferença afetiva, pensamentos confusos e mudanças em sua postura com os outros.

Usando palavras mais simples, os esquizofrênicos parecem ter perdido contato com a realidade. Nisso, o mundo em que se vive é trocado em favor das alucinações e delírios vivenciados pelo enfermo em questão. Ainda que não seja comum como outros problemas mentais, os sintomas do transtorno são muito impeditivos ao cotidiano comum.

Ao que parece a mente do paciente se divide por conta dos surtos catalisados por mudanças em sua percepção comum. Existem estimativas de que mais de 2 milhões de brasileiros vivam com isso, porém o conhecimento a respeito não é tão bem trabalhado. Tratando-se do restante do mundo, 1% da população se mostra portadora do problema.

Causas:

Até o momento não foram encontrados dados concretos sobre o que acontece na mente de quem possui esquizofrenia. Pesquisadores apontam pesquisas indicando mudanças na dopamina no cérebro que podem dizer algo sobre.

Indo a fundo, foi realizada uma pesquisa no DNA desses pacientes em busca de possíveis mutações, mas sem resultados. Ainda levantaram a ligação entre traumas no parto e infecções na gestação como algo que levasse ao transtorno. Porém, isso não indica claramente as origens do problema e nem abre portas para novas possibilidades.

Essa falta de informações precisas acaba dificultando um diagnóstico precoce do problema que leva, em média, sete anos para detecção. Ainda que uma certeza precoce ajudasse no tratamento efetivo, isso é difícil de acontecer e a observação constante se faz necessária. Por exemplo, se atentar a mudanças bruscas, como mania de perseguição ou perda de vontade sobre algo.

Sintomas:

A esquizofrenia atua sutilmente em sua construção e pode começar com uma apatia leve entre a adolescência e vida adulta. Entre os 18 aos 30 anos é notável como algumas pessoas deixam de lado sua rotina comum e se isolam. Sem contar a alteração em suas reações, como sentimentos simples que seriam comuns e ficam desajustados e estranhos.

Em seguida, pode vir a sensação de que algo está errado e que alguém está perseguindo ele. Daí esses pensamentos se transformam em loucuras sensoriais e pode vir a teoria da conspiração. De forma mais clara, alguns dos sintomas são:

  • Alucinações;
  • Reações distintas em situações felizes ou tristes;
  • Apatia;
  • Mania de acreditar que está sendo perseguido por alguém ou algo;
  • Problemas no aprendizado, algo vindo desde a infância;
  • Falta de estímulo para realizar seus afazeres comuns, como trabalhar ou socializar;
  • Mudanças em seus órgãos sensoriais, como a visão, audição ou até olfato.

Tipos:

Embora tenhamos uma visão geral do problema, a esquizofrenia possui subcategorias onde se encaixa devido as nuances. Claro, somente um profissional capacitado pode realizar um diagnóstico adequado para classificar corretamente o transtorno. Nisso, temos:

Esquizofrenia simples:

Trata-se do transtorno que exibe mudanças em sua personalidade. Nisso, o esquizofrênico vai preferir se isolar, não se importa com os acontecimentos cotidianos e se mostra mais insensível afetivamente.

Esquizofrenia paranoide:

O indivíduo busca se isolar da forma como pode aqui, mas a confusão está mais evidente. Isso se traduz através de falas confusas, crença de que é perseguido por alguém e ausência emotiva.

Esquizofrenia desorganizada:

Mostra-se com um comportamento infantilizado, pensamentos desconexos e respostas emotivas descontroladas. É também chamada de “hebefrênica”.

Esquizofrenia catatônica:

Existe aqui um grande muito evidente de apatia fazendo com que fique imóvel por horas e diminuindo ações motoras.

Esquizofrenia residual:

O seu comportamento, sociabilidade e emoções mudam, mas não tanto quanto os outros tipos.

Esquizofrenia indiferenciada:

Embora não se encaixem nos tipos acima com perfeição podem, sim, mostrar outras características citadas.

Diferença entre esquizofrenia e paranoia:

A paranoia, ou transtorno de personalidade paranoide, se identifica como medo irracional. Existe aqui uma crença de que outra pessoa está tramando para que consiga prejudicar o indivíduo. Nisso, o seu temor se eleva a tal ponto que a sua rotina muda por completo e interfere nos relacionamentos e trabalho.

Tal desconfiança se assemelha muito ao transtorno da esquizofrenia. Ambas carregam sintomas muito parecidos e são facilmente confundidas, como por exemplo gosto pelo isolamento ou afastamento das pessoas. Entretanto, quem possui paranoia não vivencia geralmente as alucinações, algo recorrente com o problema esquizofrênico.

Numa visão geral, os dois problemas demonstram com clareza delírios. Enquanto a paranoia vem com a ideia de ser perseguido e ideia de grandeza, o outro transtorno indica a quebra do ego. Nisso, o esquizofrênico acaba se afastando da realidade e perdendo a ligação com ela.

Psicose e esquizofrenia:

Quanto à psicose, ela é um quadro de mudança brusca ou do pensamento, da senso percepção ou representação do real. Com isso, o psicótico pode demonstrar delírios, paranoias, alucinações e outras alterações em sua percepção. Porém, em geral, os quadros costumam durar por pouco tempo e abaixo de 30 dias.

Mesmo pessoas sadias que estão se adaptando a experiências ruins e traumáticas podem manifestar o transtorno. Sem contar aquelas que já carregavam uma doença psiquiátrica que não foi tão cuidada quanto se pensa. A exemplo, pessoas depressivas, bipolares, ansiosas, dependentes químicos, autistas, entre outras.

A esquizofrenia é uma doença crônica grave que até o momento não possui cura tendo sintomas psicóticos ou não. O esquizofrênico, aliás, pode apresentar sintomas e sinais menos evidentes que são facilmente percebidos. Nesse caminho, pouco se movimentam ou falam, perdem a vontade de comer, são desanimados, etc.

Tratamento:

Como dito acima, até aqui não foi encontrada uma cura para sanar o problema da esquizofrenia. Ainda assim é possível ter uma vida ativa e produtiva com a reabilitação e medicação adequada. Dessa forma, o paciente em questão pode reaver a sua confiança e modelar as habilidades que precisa para ser mais independente.

Mesmo que o próprio paciente seja incapaz de fazer avaliações sobre si mesmo, as pessoas próximas devem buscar ajuda. De um profissional de saúde que  podem desenvolver um método terapêutico para reconduzir a sua postura. É um modo de controlar as suas pulsões e educar a sua mente para não atuar de maneira tão destrutiva.

Fora isso, temos a inclusão dos medicamentos como forma de aliviar os sintomas que a pessoa esquizofrênica sente. Além de reduzir os desequilíbrios químicos, evitam a recaída, mas devem ser administrados com cuidado. Os remédios utilizados atualmente não causam efeitos colaterais tão graves quanto os receitados antigamente.

Considerações finais sobre esquizofrenia:

Mesmo que não saibamos das origens da esquizofrenia, sabemos perfeitamente o teor destrutivo que possui. Infelizmente, existe um estigma muito grande a respeito do transtorno, o que impede uma educação adequada sobre ele. Esse tipo de conduta pode levar à criação de falsas imagens que acabam marginalizando uma conscientização a respeito do problema.

É preciso colocar em pauta a disponibilização de conhecimentos e recursos sobre para clarearmos possibilidades de mudança. Muitas pessoas sequer imaginam que se enquadram no transtorno. Assim, vivem suas vidas sem acesso para tratamento. Ainda que possa assustar alguns que convivem essa realidade, buscar ajuda é o melhor meio de garantir o direito à vida.

O QUE SIGNIFICA PRE-MILENISMO?

O pré-milenismo, ou pré-milenialismo, é a visão de que a segunda vinda de Cristo ocorrerá antes do Seu Reino Milenar e que esse reino será um período literal de 1000 anos. Para que possamos compreender e interpretar as passagens nas Escrituras que lidam com os eventos do fim dos tempos, há duas coisas que precisamos claramente entender: um método apropriado de interpretar as Escrituras e a distinção entre Israel (os judeus) e a Igreja (o corpo de todos os crentes em Jesus Cristo).

Primeiramente, um método apropriado de interpretação das Escrituras requer que estas sejam interpretadas de uma forma consistente com o seu contexto. Isto significa que a passagem deva ser interpretada de forma consistente com o público para a qual foi escrita, aqueles de quem se escreve, por quem foi escrita, etc. É de crítica importância conhecer o autor, o público alvo e o contexto histórico da passagem interpretada. O pano de fundo histórico e cultural frequentemente revela o significado real da passagem. É importante também lembrar-se de que as Escrituras interpretam as próprias Escrituras. Ou seja, frequentemente uma passagem cobrirá um tópico ou assunto que também é mencionado em outra parte da Bíblia. É importante interpretar todas estas passagens de forma consistente umas com as outras.

Finalmente, e mais importante, as passagens devem sempre ser interpretadas pelo seu significado normal, regular, simples e literal, a não ser que o contexto da passagem indique ser figurativa por natureza. Uma interpretação literal não elimina a possibilidade do uso de figuras de linguagem. Ao contrário, encoraja o intérprete a não ler uma linguagem figurativa no significado de uma passagem a não ser que seja apropriado para aquele contexto. É crucial que nunca se busque um significado “mais profundo, mais espiritual” do que o apresentado. Espiritualizar uma passagem é perigoso porque a base da interpretação exata é colocada na mente do leitor, ao invés de vir direto das próprias Escrituras. Neste caso, não haverá qualquer padrão objetivo de interpretação; pelo contrário, as Escrituras se tornam sujeitas à impressão própria de cada pessoa a respeito do que significam. ( II Pedro 1:20-21) nos lembra: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.”

Ao aplicar estes princípios de interpretação bíblica, deve-se ver que Israel (os descendentes físicos de Abraão) e a Igreja (todos os cristãos ) são dois grupos distintos. É crucial reconhecer e compreender que Israel e a Igreja sejam distintos porque, se isto for mal compreendido, a Escritura será mal interpretada. Especialmente propensas a erros de interpretação são passagens que lidam com as promessas feitas a Israel (tanto as cumpridas quanto as que ainda não foram cumpridas). Tais promessas não devem ser aplicadas à Igreja. Lembre-se de que o contexto da passagem determinará a quem se dirige e apontará à interpretação mais correta.

Tendo em mente tais conceitos, daremos uma olhada em várias passagens da Escritura que lidam com a visão pré-milenista. (Gênesis 12: 1-3 ) diz: “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.”

Aqui, Deus promete três coisas a Abraão: Abraão teria muitos descendentes, a sua nação teria posse e ocuparia uma certa terra, e uma bênção universal viria a toda a humanidade da linha de descendência de Abraão (os judeus). Em ( Gênesis 15:9-17 ) Deus confirma o Seu pacto com Abraão. Pela forma em que isto é feito, Deus toma sobre Si toda a responsabilidade pelo pacto. Ou seja, não há nada que Abraão pudesse ou não fazer que invalidaria o pacto feito por Deus. Também nesta passagem, as fronteiras são estabelecidas para a terra que os judeus um dia ocupariam. Para uma lista detalhada das fronteiras, veja  (Deuteronômio 34 ) Outras passagens que lidam com a promessa da terra: (Deuteronômio 30:3-5 e Ezequiel 20:42-44 )

Em ( II Samuel capítulo 7 ) vemos a promessa feita por Deus ao Rei Davi. Aqui Deus promete a Davi que ele teria descendentes e que destes descendentes Deus estabeleceria um reino eterno. Isto se refere ao reinado de Cristo durante o Milênio e para sempre. É importante ter em mente que esta promessa deve ser cumprida literalmente e que ainda não o foi. Alguns creem que o reinado de Salomão tenha sido o cumprimento literal desta profecia, mas há um problema com isto. O território sobre o qual Salomão reinou não pertence a Israel hoje e Salomão tampouco reina sobre Israel hoje! Lembre-se de que Deus prometeu a Abraão que sua descendência teria posse da terra para sempre. Além disso, ( II Samuel 7 ) diz que Deus estabeleceria um Rei que reinaria pela eternidade. Salomão não poderia ser um cumprimento da promessa feita a Davi. Sendo assim, esta é uma promessa que ainda não foi cumprida.

Agora, com tudo isso em mente, examine o que está registrado em (Apocalipse 20:1-7 ) O período de mil anos que é repetidamente mencionado nesta passagem corresponde ao reinado literal de 1000 anos de Cristo sobre a terra. Lembre-se de que a promessa feita a Davi a respeito de um governante tem que ser cumprida literalmente e ainda não o foi. O pré-milenismo vê esta passagem como descrevendo o cumprimento futuro dessa promessa com Cristo no trono. Deus fez pactos incondicionais com Abraão e Davi. Nenhum destes pactos foi ainda completamente ou permanentemente cumprido. Um reinado físico e literal de Cristo é a única maneira para que os pactos sejam compridos da forma em que Deus prometeu que seriam.

A aplicação de um método literal de interpretação da Escritura resulta nas peças do quebra-cabeça se juntando. Todas as profecias do Antigo Testamento que tratavam da primeira vinda de Jesus foram literalmente cumpridas. Sendo assim, devemos esperar que as profecias a respeito de Sua segunda vinda também serão cumpridas literalmente. O pré-milenismo é o único sistema que concorda com uma interpretação literal dos pactos de Deus e profecia do fim dos tempos! Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONSOLA, NOS ORIENTA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

sábado, junho 24

QUAL O SIGNIFICADO DO MÉTODO DE ASSOCIAÇÃO LIVRE PARA PSICANÁLISE?

O método da associação livre é uma técnica psicanalítica que foi criada e difundida por Sigmund Freud. Para Freud, seria a técnica psicanalítica por excelência, a técnica que o psicanalista mais usaria em clínica. Com a associação livre em psicanálise, aumentariam as chances de acessar as bases inconscientes do paciente na terapia clínica.

Não é possível definir uma data exata para a descoberta do método. Teria sido algo progressivo na obra de Freud, entre 1892 e 1898.

Trata-se do método principal da psicanálise. Na verdade, o único método da psicanálise. É tão importante que costuma-se dizer que:

  • a obra de Freud antes de focar no método da associação livre é a fase pré-psicanalítica,
  • enquanto que a partir da associação livre seria a fase psicanalítica propriamente dita.

A associação livre para substituir a hipnose:

O próprio Freud, em seus estudos e experiências de análise, passou a considerar que a hipnose não era efetiva.

Isso porque:

  • a hipnose não servia para todos os pacientes, uma vez que alguns pacientes não eram hipnotizáveis;
  • e, mesmo nos pacientes hipnotizáveis, as neuroses posteriormente voltavam a acometer os pacientes, sem efeitos duradouros.

Sendo assim, Freud criou a técnica da associação livre. Não foi em um passe de mágicas: cada vez mais Freud foi usando menos a hipnose e dando mais foco na palavra do paciente. A ideia seria permitir que o analisando pudesse atingir com maior facilidade os elementos responsáveis pela liberação dos afetos, das lembranças e das representações.

No início de seu trabalho com Josef Breuer, Freud chegou a utilizar a hipnose e técnicas derivadas da hipnose. Foi uma passagem relativamente curta, marcada na obra “Estudos sobre a histeria” (Breuer & Freud).

Nesta fase pré-associação livre, costumam-se denominar as técnicas freudianas como:

  • Sugestão hipnótica (Jean-Martin Charcot e Sigmund Freud) e
  • Método catártico (Josef Breuer e Sigmund Freud).

Nestas duas técnicas iniciais da prática de Freud, a tarefa do terapeuta seria colocar o paciente em estado hipnótico ou semi-hipnótico e sugerir ao paciente lembrar-se de eventos e superá-los.

Com o tempo, Freud passa a identificar que:

  • nem todo paciente é sugestionável ou hipnotizável;
  • muitas vezes a sugestão não tinha efeitos duradouros, regredindo aos sintomas de antes;
  • a fala em si do paciente já lhe trazia sensíveis melhoras, mesmo sem o paciente estar em estado hipnótico.

O conceito de associação livre em Psicanálise:

Gradativamente, Freud passa a permitir ao paciente falar mais em terrapia. Assim, a terapia psicanalítica passa a ter dois elementos essenciais, bastante interligados:

  • associação livre: o paciente livre-associa, trazendo de forma livre as ideias que lhe vêm à cabeça, reduzindo ao menos a parte consciente da repressão,
  • atenção flutante: o analista mantém uma atenção flutuante, propondo correlações e evitando se prender ao superficial ou literal das palavras, bem como evitando prender-se às crenças do próprio analista.

Importante ressaltar que a atenção flutuante não é um outro método da psicanálise diferente da associação livre. A atenção flutuante é, na verdade, um componente essencial dentro do método da associação livre. Enquanto a parte do analisando é livre-associar, a parte do psicanalista é manter sua atenção flutuante (para permitir a livre-associação e para captar conteúdos relevantes à interpretação).

Para Laplanche & Pontalis, a associação livre é o “método que consiste em exprimir indiscriminadamente todos os pensamentos que ocorrem ao espírito, quer a partir de um elemento dado (palavra, número, imagem de um sonho, qualquer representação), quer de forma espontânea”.

Na primeira sessão de psicanálise, o psicanalista apresenta uma regra ao analisando (paciente), que deverá guiar o processo terapêutico, como Freud anunciava aos seus próprios pacientes:

Diga, pois, tudo que lhe passa pela mente. Comporte-se como faria, por exemplo, um passageiro sentado no trem ao lado da janela que descreve para seu vizinho de passeio como cambia a paisagem em sua vista. Por último, nunca se esqueça que prometeu sinceridade absoluta, e nunca omita algo alegando que, por algum motivo, você ache desagradável comunicá-lo” (Freud, “Sobre o Início do Tratamento”, 1913, p.136).

Deve o paciente (ou analisando) relaxar e falar de modo livre, sem censuras e obstáculos, tudo o que lhe ocorre na mente. Isso deve ocorrer desde as entrevistas preliminares, também chamadas por freud de tratamento de ensaio, ou início do tratamento analista deve explicar ao analisando esta essência de como funciona o método da associação livre, para maior proveito da terapia.

Não significa que todas as censuras sejam derrubadas com a associação livre. Afinal, o inconsciente também tem seus mecanismos de censura e repressão de conteúdos. O que ocorre é, por meio da fala livre (e com várias sessões psicanalíticas seguidas), paciente e analista vão elaborando padrões mentais e comportamentais que ajudam a entender a psique do paciente.

A importância da escuta na Associação Livre:

Foi graças ao método da associação livre que a psicanálise ficou conhecida como uma “cura pela palavra“.

Não é exagero dizer que alguns pacientes de Freud ajudaram-lhe a moldar a Psicanálise. Freud estava atento a esses pacientes e ao que o processo clínico lhe revelava.

A paciente Emmy von N. disse a Freud que ele não deveria ficar sempre lhe perguntando “de onde vem isto ou aquilo, mas deixá-la contar o que tem para contar“.

Sobre essa paciente, Freud escreveu:

“As palavras que [Emmy] me dirige (…) não são tão inintencionais como parecem; reproduzem antes com fidelidade as recordações e as novas impressões que agiram sobre ela desde a nossa última conversa e emanam muitas vezes, de modo inteiramente inesperado, de reminiscências patogênicas de que ela se liberta espontaneamente pela palavra.”

Escutar o analisando importava, porque Freud considerava que:

  • a simples mecânica do falar já era parte de descarga da tensão psíquica; e,
  • em termos de conteúdo, aquilo que está associado (à primeira vista, conscientemente e “acordado”) dá indícios do que está oculto, ao que o “desejo” manifesta no inconsciente.

Essas representações se apresentam para o analista e cabe a ele interpretá-las e propor elaborações ao analisando, apontando que:

  • um conteúdo manifesto (o que o analisando falou) tem por base ou origem
  • um conteúdo latente (os sinais não ditos e potencialmente originários no inconsciente, que o analista interpretou).

Ideias inicialmente desconexas vão ganhando linearidade no discurso do paciente, com a intervenção do analista, como se o analista fisgasse algo incoerente e mostrasse que, na verdade, aquilo que foi dito:

  • pode ter importância na causa do mal-estar (sintomas expressos) e
  • pode ter conexão com a forma de ser, pensar e agir do paciente.

Aquilo que é trazido superficialmente pelo analisando seria, na verdade, um “deslocamento” de um conteúdo inconsciente. O analista entende no que é falado um disfarce ou substituto do que é realmente patogênico.

“Quando peço a um paciente que disponha toda reflexão e me conte tudo o que lhe passa pela cabeça, (…) me considero fundamentado para inferir que isso que ele me conta, de aparência mais inofensiva e arbitrária que seja, tem relação com seu estado patológico”. (Freud, “A interpretação dos sonhos”, 1900, p.525).

A paciente que fez Freud se deslocar de mestre a ouvinte:

Enquanto nas fases de “sugestão” da obra de Freud havia a procura insistente do elemento patogênico, na associação livre isso desaparece, em favor de uma expressão mais espontânea do paciente. De uma forma simplista, podemos dizer que Freud foi usando:

  • cada vez mais a conversa com o paciente e
  • cada vez menos a sugestão unilateral do analista para o paciente.

Da mesma forma que a sugestão deixa de ter relevância, o papel do psicanalista como um “conselheiro” também deve ser deixado de lado. A felicidade (ou ao menos a melhora) do paciente é específico de acordo com as vivências, as demandas e os desejos de cada paciente. Nenhum conselho ou dogma seria aplicável de forma universal a todos os pacientes.

Laplanche e Pontalis (p.38) entendem que, na obra " Estudo sobre a histérica ( Freud e Breuer 1895 ), os pacientes são colocados em evidência para desempenhar um maior espaço de fala, o que evoluíria nos anos seguintes para o método da associação livre propriamente dito.

Há até divergências a respeito de que seja o método catártico o principal usado por Freud nesta obra de 1895 (Estudos sobre a histeria), tamanha é a importância que Freud atribui às palavras dos pacientes em estado “desperto”. Em essencia, nesta obra  (especialmente pelos estudos de casos relatados nela) estamos vendo o início do método da associação livre.

Em relação a alguns casos importantes atendidos por Freud, podemos dizer que:

  • Enquanto o caso de Anna O. representa a fase freudiana da sugestão hipnótica e catártica,
  • o caso de Emmy von N.
  • marca a transição de Freud da fase hipnótica para a fase da associação livre.
  • Já o tratamento do caso de Elisabeth von R. representaria um marco ainda mais relevante para a associação livre, quando esta paciente solicitou a Freud que a deixasse falar livremente (o desejo do analisando em falar já havia sido identificado por Freud no casso Emmy Von N.), sem pressioná-la a buscar uma lembrança específica.

E assim se estabeleceu uma relação analista-paciente. Posição que não existia com o uso da hipnose, pois a investigação psicanalítica era norteada apenas pelas indagações do analista e, através da sugestão hipnótica, o paciente era ordenado que ao acordar o sintoma desaparecesse.

Sendo assim, durante suas análises, Freud passou a recomendar a seus pacientes a dizerem tudo o que lhes viesse à mente.

Com a associação livre, passa a ser colocada em destaque a relação analista e analisando (ou seja, psicanalista e paciente), que permitirão debates fundamentais à psicanálise, como:

  • o setting analítico;
  • a formação do par analítico (analista e analisando);
  • as resistências, transferências e contratransferências;
  • as representações e as demandas trazidas à análise;
  • o início, o desenvolvimento e o fim de um tratamento psicanalítico.

O que significa “livre” em Associação livre?

Não se deve adotar a ideia de liberdade no sentido de uma indeterminação absoluta. Não é qualquer acaso que é válido. Por exemplo, se o analisando começar a falar de algo absolutamente aleatório, o psicanalista poderá implicá-lo: “Mas o que isso significa para você? Por que você acha que isso lhe veio à mente agora?”.

A regra de associação livre tem por objetivo:

  • Em primeiro lugar, eliminar a seleção voluntária dos pensamentos: esta seleção voluntária ocorre por
  • exemplo quando discursamos para uma plateia e ficamos preocupados em medir cada palavra que vamos dizer. Na terapia psicanalítica, este controle há de ser evitado. Segundo Laplanche & Pontalis, nos termos da primeira tópica freudiana, isso significa “pôr fora de jogo a segunda censura (entre o consciente e o pré-consciente). Revela assim as defesas inconscientes, quer dizer, a ação da primeira censura (entre o pré-consciente e o inconsciente)” (p. 39).
  • Em segundo lugar, o método da associação livre busca colocar em destaque uma ordem ordem determinada do inconsciente. Isso quer dizer: abandonar as representações conscientes para permitir que surjam outras representações, que possam relacionar o que é dito com as causas das dores psíquicas. Freud acreditava que o método da associação livre daria espaço para que as representações testassem outras buscas, que resultariam em breves “flashes” do que está no inconsciente.

Explicando melhor o que Laplanche & Pontalis chamam de “segunda censura”:

  • primeira censura é o recalcamento no nível inconsciente; sobre este nível, a intenção do sujeito não tem controle e alcance.
  • Já a segunda censura pode ser inibida, e a terapia psicanalítica incentiva isso por meio da associação livre; isto é, aquilo que é “lembrável” e que está no pré-consciente pode (e deve) aparecer na fala do paciente ao analista, da forma a mais livre possível, sem censuras intencionais.

A interpretação dos sonhos é uma forma de associação livre:

Em “A interpretação dos sonhos ”, Freud reconhece que muitos sonhos desafiavam a compreensão simples e eram desprovidos de sentido lógico, mas tinham sua própria lógica.

Da mesma forma que, quando acordados, a associação livre é uma maneira de driblar as defesas do ego e acessar o inconsciente (ainda que de forma indireta), quando estamos dormindo os sonhos reportam medos e desejos inconscientes. O sonho o faz de uma maneira figurada, não literal.

Nas palavras de Freud:

“Sempre que nos mostram dois elementos muito próximos, isso garante que existe alguma ligação especialmente estreita entre o que corresponde a eles nos pensamentos do sonho. Da mesma forma, em nosso sistema de escrita, “ab”, significa que as duas letras devem ser pronunciadas numa única sílaba. Quando se deixa uma lacuna entre o “a” e o “b” isso significa que o “a” é a última letra de uma palavra e o “b”, a primeira da seguinte. Do mesmo modo, as colocações nos sonhos não consistem em partes fortuitas e desconexas do material onírico, mas em partes que são mais ou menos estreitamente ligadas também nos pensamentos do sonho” (p. 340). 

Costumeiramente se diz que as duas técnicas que a psicanálise utiliza duas técnicas: a associação livre e a interpretação dos sonhos. É verdade que Freud deu uma grande relevância à interpretação dos sonhos. Mas entendemos que, como técnica psicanalítica definitiva, exista somente a associação livre. Isso porque a interpretação do sonhos ocorre na terapia, isto é, no setting terapêutico, por meio da fala livre do paciente. Ou seja, os sonhos são trazidos para a análise também por meio da associação livre.

Explicando melhor: os sonhos são materiais a serem interpretados durante a terapia. Os sonhos não teriam relevância clínica se não existisse a relação do eu (sonhador) com o outro (analista), e isso se dá por meio da associação livre, em terapia.

Freud usa a associação livre em sua autoanálise, em especial na análise dos seus sonhos. Então, mesmo sendo analista-analisando a mesma pessoa (o que ocorre na autoanálise), a associação livre continua com seu papel central. Afinal, “é um elemento do sonho que serve de ponto de partida para a descoberta das cadeias associativas que levam aos pensamentos do sonho” (Laplanche e Pontalis, p.38).

Técnica ou Método de Associação Livre de Palavras:

A associação livre em psicanálise implica reduzir o rigor pela lógica. Qualquer ideia (qualquer uma mesmo!) pode e deve vir à tona, por mais absurda e inapropriada que seja.

Se você alguma vez já fez um brainstorm em grupos de estudos ou trabalho, já tem uma ideia do que é a associação livre. A diferença é que, em terapia psicanalítica, estão presentes apenas o terapeuta e o analisado / paciente.

Associação livre e atenção flutuante:

Nossa atenção é flutuante. Temos dificuldades de manter a atenção por muito tempo em um único objeto ou referente.

Agora, por que nossa atenção dispersa?

Para Freud, a dispersão se dá em direção ao desejo. Se uma tarefa é chata, dispersar é uma forma do inconsciente buscar a fuga desta tarefa. Observe que aquilo que nos dá prazer normalmente é o que melhor prende o nosso foco.

Se a atenção está em um objeto A e, de repente, mudamos de assunto para o objeto B, o psicanalista vai notar isso e perguntar ao paciente por que ele teve tal mudança de assunto. Vai perguntar se B interessa mais que A, ou qual a relação entre A e B.

Nas artes, a associação livre de ideias também foi um mecanismo muito produtivo. Poetas e pintores dadaístas, surrealistas ou nonsense, por exemplo, trabalham com a justaposição de ideias, sem obrigar a explicação dessa junção de símbolos. Neste sentido, obras como a do pintor surrealista Salvador Dalí.

Qualquer fluxo de pensamento é livre associação?

Na obra “Uma nota sobre a pré-história da técnica analítica” (1920), Freud, falando com o escritor Ludwig Bõrne, recomendava, para alguém “se tornar um escritor original em três dias”, escrever tudo o que ocorre à mente, e rejeitar os efeitos da autocensura sobre as produções intelectuais.

Esta seria uma inspiração para inúmeras artes: autores da técnica do fluxo de pensamento, surrealistas, beatniks etc.

Podemos chamar de associação livre qualquer forma de pensamento livre, de fluxo de pensamento ou de atenção flutuante? Mesmo não havendo o contato entre analista e paciente?

A nosso ver, não. Não é todo fluxo de pensamento que pode ser chamado de associação livre.

O cérebro humano trabalha na forma de “fluxo de pensamento”, em que aspectos aparentemente aleatórios podem aparecer. Isso pode acontecer em menor grau, em pessoas ditas “saudáveis”, ou em maior grau, em pessoas com algum tipo de transtorno.

As artes fizeram uso da técnica de fluxo de pensamento.

Entretanto, a denominação “Associação Livre”, em psicanálise, se aplica como método terapêutico, isto é, com o analista em terapia com o paciente, não para qualquer manifestação do fluxo de pensamento.

Freud foi astuto ao perceber que:

  • fluxo de pensamento é a dinâmica por natureza do cérebro;
  • quando nosso racional (consciente) tenta reduzir seu controle, este fluxo tende a aparecer mais;
  • este método, quase como o que modernamente se chama de brainstorm, pode revelar aspectos do inconsciente;
  • uma vez revelados no âmbito terapêutico, as partes desconexas podem ser remontadas pelo analista e paciente;
  • a partir desta remontagem, oferece-se uma nova significação, que, fazendo sentido ao paciente, propicia uma espécie de “cura pela palavra”, no dizer de Freud.

Teste de associação livre de palavras:

Este teste é muito usado em entrevistas de recursos humanos (RH) e em outras situações de testes psicológicos e comportamentais. O entrevistador diz uma palavra e o entrevistado tem de responder com outra.

Normalmente, os critérios avaliados são coisas do tipo: rapidez da resposta e criatividade ou não obviedade da resposta.

Por exemplo: Se o entrevistador diz “verde” e o entrevistado responde:

  • cor“: a resposta foi literal demais, o entrevistado perdeu pontos.
  • amarelo“: a resposta é um complemento das cores da bandeira, é uma resposta de baixa criatividade, mas já demonstra uma fuga do óbvio e uma busca por complementariedade de ideias.
  • Amazônia“: a resposta foi mais criativa, por sua relação metonímica (na Amazônia há muito verde). O candidato ganha pontos no teste de associação livre de palavras.

Lembrando que os exemplos acima servem para ilustrar a associação livre de palavras. O método psicanalítico que leva o mesmo nome engloba as associações dentro do setting analítico (o ambiente de atendimento), com o objetivo terapêutico e lidando com resistências, transferências, contratransferências e interpretações mais elaboradas.

A ordem e a repetição são reveladoras:

Freud concluiu que, assim como nos sonhos, a ordem em que o paciente diz o que está em sua mente pode revelar sua própria lógica escondida.

As associações dessa lógica peculiar seriam responsáveis por revelar os desejos, as ansiedade a memória e os conflitos psíquicos do paciente.

Além disso, a tendência à repetição também é importante. A repetição nem sempre é de uma mesma palavra ou frase (pode até ser), mas aplica-se também a significantes que reportam a significados semelhantes ou que possam ter uma relação.

O analista deve estar atento quando o analisando menciona palavras, frases e figuras que reportam a um mesmo campo semântico. Isto é, palavras relacionadas com um mesmo campo semântico. Ex.: o analisando diz sempre palavras relacionadas à morte, ou palavras relacionadas a julgamento em relação a outras pessoas, ou palavras de inferioridade e que criam incertezas e relativizam suas convicções.

O psicanalista desvendando os materiais do (in)consciente:

Tal método consiste em o analista escutar serenamente à uma chuva de ideias e pensamentos. Com sua experiência, o psicanalista possui uma ideia geral do que se esperar, podendo fazer uso do material trazido à luz pelo paciente de acordo com duas possibilidades.

Existindo uma resistência aos fatos narrados, sendo a mesma leve, o psicanalista será capaz, pelas alusões do paciente, de inferir o próprio material inconsciente.

Se a resistência for forte, ele será capaz de reconhecer seu caráter a partir das associações, quando parecerem tornar-se mais distantes do tópico abordado, e o analista explicará ao paciente.

A descoberta da resistência constitui o primeiro passo no sentido de superá-la:

A associação livre oferece várias vantagens: expõe o paciente à menor dose possível de fuga de seus pensamentos, jamais permitindo que ele perca contato com a situação corrente real; e garante que nenhum fator da estrutura da neurose seja desprezado e que nada seja introduzido pelas expectativas do analista.

Deixa-se ao paciente que determine o curso da análise e o arranjo da narrativa; qualquer manuseio sistemático de sintomas ou complexos específicos torna-se desse modo impossível. Seria a montagem de um grande quebra-cabeça, no qual sempre faltará uma peça.

Dando voz aos pacientes com a terapia de associação livre:

Em completo contraste com o que acontecia com o uso da hipnose, Sigmund Freud subverteu o posicionamento analista-paciente, e passou a dar voz aos que antes somente respondiam a perguntas.

Fez com que a potência da palavra viabilizasse a cura, e proporcionou ao paciente sair de um ponto de sua narrativa, sem ter que se preocupar em qual ponto essa fala chegaria. Não sendo assim a técnica de associação livre uma narrativa intencional.

Através da fala, é dada ao paciente a oportunidade de se conectar com ideias recalcadas que produzem as dificuldades atuais. Assim, ele passa a ter uma nova compreensão desta memória.

Ter consciência dos pensamentos é o caminho para a cura:

O paciente passa a ter consciência de seus pensamentos fazendo com que os sintomas deixem de existir.

Supõe-se que, na medida em que o paciente mantém ideias recalcadas de eventos ligados ao passado, este passado torna-se presente, uma vez que é constantemente atualizado através dos sintomas. Quando a reação é reprimida, o afeto permanece ligado à lembrança e produz o sintoma.

A associação livre é uma forma de método socrático?

Sócrates (470 – 399 a.C.) foi um filósofo ateniense do período clássico da filosofia grega. Considerado um dos precursores da filosofia, inspirou tanto Platão quanto Aristóteles.

Em pedagogia e filosofia, entende-se método socrático como sendo o método indutivo de ensino-aprendizado e reflexão. Por este método, o “mestre” realiza perguntas, muitas delas já de certa forma direcionadas, para que o aprendiz responda (usando o raciocínio lógico) e chegue às suas próprias conclusões. Supõe-se que Sócrates usava este método com seus discípulos, algumas dessas lições chegariam até nós pela escrita de Platão, que buscou reproduzir em partes os diálogos socráticos.

Do ponto de vista pedagógico, o método socrático (também chamado de maiêutica socrática ou método dialógico) é interessante por engajar o aprendiz no processo de ensino-aprendizado. Ademais, ao concluir, o aprendiz psicologicamente considera o aprendizado como sendo “seu”, potencializando a internalização desse conhecimento.

Então, em Pedagogia, podemos dizer que um professor que seja mais expositivo possivelmente não aplicará o método socrático. Já um professor que elabora perguntas para os alunos responderem e a partir disso vá criando uma elaboração indutiva de construção do conhecimento estará usando o método socrático.

Em comparação com o método socrático, podemos dizer que que há semelhanças e diferenças em relação ao método psicanalítico da associação livre.

Semelhanças entre associação livre e método socrático:

  • a associação livre é também um método indutivo,
  • na associação livre existem idas e vindas de perguntas e respostas
  • existe a elaboração psíquica-intelectual do “aprendiz” (no caso, o analisando),
  • há o suporte do “mestre” (no caso, o analista),
  • é fundamental o interesse do aprendiz (analisando),
  • valorizam-se as falas do analisando e a perlaboração (que é uma forma de internalizar o autoconhecimento).

Diferenças entre associação livre e método socrático:

  • o analista precisa evitar direcionar o pensamento do analisando,
  • não há um aprendizado final que seja igual para todos os analisandos,
  • não deve haver uma ideia de sugestão moral de “certo” ou “errado” pelo analista (apenas o analisando é medida de si),
  • não há mestre/aprendiz no setting analítico (embora o analisando atribua ao analista o lugar de sujeito suposto-saber ),
  • o setting terapêutico tem suas especificidades.

Então, há muitas semelhanças do método socrático com o método da associação livre.

Apesar disso, é importante reforçar que o diálogo terapêutico possui elementos diferentes a outras interações verbais, pois existem especificidades quanto ao setting analítico, à formação do par analítico e quanto às técnicas próprias de manejo da resistência, transferência e contratransferência.

Conclusão sobre o Método da Associação Livre:

Freud nos ensinou a escutarmos o paciente com o nosso inconsciente e, por isso, não devemos nos preocupar em memorizar o que ele diz.

O script, que antes era usado como que em um interrogatório, passa a não ser mais necessário. O acaso passa a ser bem-vindo à terapia, pois revelaria fatos do inconsciente. A hipnose e a sugestão também passam a ser dispensáveis.

O paciente, utiliza-se da associação livre como se naquele momento abrisse mão de um julgamento prévio e do controle total palavra por palavra de seu discurso. De forma similar, o analista deve buscar se esvair de temas rígidos, de ideias fixas e pré-julgamentos.

A escuta, assim como a fala, assume um lugar central na psicanálise. Assim como a fala se baseia na associação livre, a escuta do psicanalista também precisa estar atenta para realizar conexões não óbvias, por meio da atenção flutuante. Essas conexões podem trazer insights para o paciente compreender a sua condição.

O QUE É DISPENSACIONALISMO? O DISPENSACIONALISMO É BÍBLICO? VAMOS ENTENDER?

O Dispensacionalismo é um sistema teológico que apresenta duas distinções básicas: (1) Uma interpretação consistentemente literal das Escrituras, em particular da profecia bíblica. (2) A distinção entre Israel e a Igreja no programa de Deus.

(1) Os Dispensacionalistas afirmam que seu princípio hermenêutico é o da interpretação literal. “Interpretação Literal” significa dar a cada palavra o significado que corriqueiramente teria no uso cotidiano. Símbolos e figuras de linguagem, neste método, são todos interpretados de forma simples e óbvia, e de forma alguma se opõem à interpretação literal. Mesmo os simbolismos e falas figurativas possuem em sua base significados literais.

Há pelo menos três razões para ser esta a melhor maneira de ver as Escrituras. Primeiro, filosoficamente, o propósito da linguagem parece exigir que nós a interpretemos literalmente. A linguagem foi dada por Deus para o propósito da capacidade de comunicação com o homem. A segunda razão é bíblica. Toda a profecia sobre Jesus Cristo no Velho Testamento foi literalmente cumprida. O nascimento, ministério, morte e ressurreição de Jesus ocorreram todos exatamente e literalmente como preditos pelo Velho Testamento. Não há nenhum cumprimento não-literal destas profecias no Novo Testamento. Isto fortemente aponta para o método literal. Se a interpretação literal não for usada no estudo das Escrituras, não haverá um padrão objetivo pelo qual se possa compreender a Bíblia. Cada pessoa seria capaz de interpretar a Bíblia do jeito que quisesse. A interpretação bíblica se degeneraria em “o que essa passagem me diz...” ao invés de “a Bíblia diz...” Infelizmente, este já é um caso comum em muito do que chamam de interpretação bíblica nos dias de hoje.

(2) A Teologia Dispensacionalista acredita que há dois povos distintos de Deus: Israel e a Igreja. Os Dispensacionalistas acreditam que a salvação foi sempre pela fé (Em Deus no Velho Testamento; especificamente em Deus o Filho no Novo Testamento). Os Dispensacionalistas afirmam que a Igreja não substituiu Israel no programa de Deus e que as promessas do Velho Testamento a Israel não foram transferidas para a Igreja. Eles crêem que as promessas que Deus fez a Israel (por terra, muitos descendentes e bênçãos) no Velho Testamento serão cumpridas no período de 1000 anos de que fala Apocalipse 20. Eles crêem que da mesma forma que Deus concentra sua atenção na igreja nesta era, Ele novamente, no futuro, concentrará Sua atenção em Israel (Romanos 9-11).

Usando como base este sistema, os Dispensacionalistas entendem que a Bíblia seja organizada em sete dispensações: Inocência (Gênesis 1:1- 3-7), Consciência (Gênesis 3:8- 8:22), Governo Humano (Gênesis 9:1 – 11:32), Promessa (Gênesis 12:1 – Êxodo 19:25), Lei (Êxodo 20:1 – Atos 2:4), Graça (Atos 2:4 – Apocalipse 20:3) e o Reino Milenar (Apocalipse 20:4 – 20:6). Mais uma vez, estas dispensações não são caminhos para a salvação, mas maneiras pelas quais Deus interage com o homem. O Dispensacionalismo, como um sistema, resulta em uma interpretação pré-milenar da Segunda Vinda de Cristo, e geralmente uma interpretação pré-tribulacional do Arrebatamento! Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONSOLA, NOS ORIENTA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

quinta-feira, junho 22

CALVINISMO VERSOS ARMINIANISMOS QUAL DAS VISÕES ESTÁ CORRETA?

O Calvinismo e o Arminianismo são dois sistemas teológicos que tentam explicar a relação entre a soberania de Deus e a responsabilidade humana em relação à salvação. O Calvinismo recebeu este nome por causa de John Calvin (João Calvino), teólogo francês que viveu de 1509 a 1564. O Arminianismo recebeu este nome por causa de Jacobus Arminius, teólogo holandês que viveu de 1560 a 1609.

Ambos os sistemas podem ser resumidos com cinco pontos. O Calvinismo sustenta a depravação total do homem, enquanto que o Arminianismo sustenta a depravação parcial. A doutrina calvinista da depravação total afirma que cada aspecto da humanidade é corrompido pelo pecado. Sendo assim, os seres humanos são incapazes de se aproximarem de Deus por sua própria vontade. A depravação parcial afirma que todos os aspectos da humanidade são contaminados pelo pecado, mas não ao ponto de incapacitar os seres humanos de colocarem a fé em Deus por vontade própria. Nota: O Arminianismo clássico rejeita a "depravação parcial" e mantém uma visão muito próxima da "depravação total" calvinista (embora a extensão e o significado dessa depravação sejam debatidos nos círculos arminianos). Em geral, os arminianos acreditam que há um estado "intermediário" entre a depravação total e a salvação. Neste estado, tornado possível pela graça preveniente, o pecador está sendo atraído para Cristo e tem a habilidade dada por Deus de escolher a salvação.

O Calvinismo defende a “eleição incondicional”, enquanto que o Arminianismo defende a “eleição condicional”. A “eleição incondicional” afirma que Deus elege pessoas para a salvação baseado inteiramente em Sua vontade, e não em nada inerentemente digno na pessoa. A “eleição condicional” afirma que Deus elege pessoas para a salvação baseado em sua pré-ciência de quem crerá em Cristo para a salvação.

O Calvinismo defende a “expiação limitada”, e o Arminianismo defende a “expiação ilimitada”. Este, dos cinco pontos, é o mais polêmico. A “expiação limitada” é a crença de que Jesus morreu apenas pelos eleitos. A “expiação ilimitada” é a crença de que Jesus morreu por todos, mas que Sua morte não tem efeito enquanto a pessoa não crê.

O Calvinismo defende a “graça irresistível”, enquanto que o Arminianismo diz que um indivíduo pode resistir a graça de Deus. A “graça irresistível” defende que quando Deus chama alguém para a salvação, esta pessoa inevitavelmente virá para a salvação. A “graça resistível” afirma que Deus chama a todos para a salvação, mas muitas pessoas resistem e rejeitam este chamado.

O Calvinismo defende a “perseverança dos santos”, enquanto que o Arminianismo defende a “salvação condicional”. A “perseverança dos santos” se refere ao conceito de que a pessoa que é eleita por Deus irá perseverar em fé e nunca negará a Cristo ou se desviar Dele. A “salvação condicional” é a visão de que um crente em Cristo pode, por seu livre arbítrio, se desviar de Cristo e, assim, perder a salvação. Observação: Muitos arminianos negam a "salvação condicional" e, em vez disso, adotam a "segurança eterna".

Portanto, neste debate entre Calvinismo e Arminianismo, quem está correto? É interessante notar que na diversidade do Corpo de Cristo, há toda a sorte de mistura de Calvinismo e Arminianismo. Há quem apoie os cinco pontos do Calvinismo e cinco pontos do Arminianismo, e, ao mesmo tempo, há quem apoie apenas três pontos do Calvinismo e dois pontos do Arminianismo. Muitos crentes chegam a um tipo de mistura das duas visões. No final, é nossa visão que os dois sistemas falham por tentar explicar o inexplicável. Os seres humanos são incapazes de compreender totalmente um conceito como este. Sim, Deus é absolutamente soberano e de tudo sabe. Sim, os seres humanos são chamados a fazer uma decisão genuína a colocar sua fé em Cristo para a salvação. Estes dois fatos parecem contraditórios para nós, mas, na mente de Deus, fazem completo sentido! Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONSOLA, NOS ORIENTA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

PLANTAS MEDICINAIS COM COMPOSTOS BIOATIVOS ANT-CÂNCER COLORRETAL: POTENCIAIS DIVISORES DE ÁGUAS NO TRATAMENTO DO CÂNCER COLORRETAL:


O desenvolvimento e identificação de compostos moleculares capazes de matar ou inibir células transformadas promovendo a carcinogênese sem induzir efeitos tóxicos às células normais são de extrema importância. Uma revisão sistemática foi realizada na triagem de literatura importante foi extensivamente realizada pesquisando os bancos de dados. O Google Acadêmico também foi utilizado para complementar as informações. Biomoléculas farmacoterapêuticas ativas contra a carcinogênese do câncer de cólon em Musa acuminata e Musa balbisiana (banana), Punica granatum L (romã), Glycine max (Soja), Brassica oleracea L var. italica Plenck (Brócolis), e Hibiscus rosa-sinesis e Hibiscus sabdariffa (hibisco). Vias de sinalização como fosfatidilinositol 3-quinase (PI3K), proteína quinase ativada por mitógeno (MAPK), proteína quinase B (AKT) e fator nuclear kappa B (NFκB) correlacionam a mediação da expressão de COX-2. Níveis aumentados de COX-2 estão correlacionados com a ocorrência e progressão do câncer de cólon. Antioxidantes naturais em plantas herbáceas, incluindo polifenóis e carotenóides, inibem a oxidação de lipídios, proteínas e ácidos nucléicos, evitando assim o início de reações em cadeia oxidantes. Esses compostos bioativos devem ser considerados um importante suplemento dietético. Antioxidantes naturais em plantas herbáceas, incluindo polifenóis e carotenóides, inibem a oxidação de lipídios, proteínas e ácidos nucléicos, evitando assim o início de reações em cadeia oxidantes. Esses compostos bioativos devem ser considerados um importante suplemento dietético. 

Palavras-chave: Biomoléculas anticancerígenas; Carcinogênese de cólon; Câncer colorretal; Plantas medicinais; Fitoquímicos.

QUAL O PONTO DE VISTA CRISTÃ A RESPEITO DO MUNDO?

O ponto de vista se refere a uma concepção abrangente do mundo a partir de uma perspectiva específica. O ponto de vista cristão sobre o mundo, então, é uma concepção abrangente do mundo a partir de uma perspectiva cristã. O ponto de vista de uma pessoa sobre o mundo é sua “visão geral”, uma harmonia de todas as suas crenças sobre o mundo. É sua maneira de compreender a realidade. O ponto de vista é a base de decisões diárias e é, por isto, extremamente importante.

Várias pessoas vêem uma maçã sobre uma mesa. Um botânico a vê e a classifica. Um artista a vê como uma natureza morta e a retrata. Um comerciante de armazém a vê como algo de valor e a registra em seu inventário. Uma criança vê seu almoço e a come. A forma como olhamos para qualquer situação é influenciada pela forma como olhamos o mundo em sua totalidade. Cada ponto de vista do mundo, cristão ou não-cristão, lida com pelo menos estas três questões:

1) De onde viemos? (E por que estamos aqui?)
2) O que há de errado com o mundo?
3) Como podemos consertá-lo?

Um ponto de vista comum sobre o mundo hoje em dia é o Naturalismo, que responde a estas três perguntas desta forma: 1) Somos o produto de atos do acaso da natureza, sem um propósito real. 2) Não respeitamos a natureza como deveríamos. 3) Podemos salvar o mundo através da ecologia e preservação. Um ponto de vista naturalista gera muitas filosofias relacionadas tais como relativismo moral, existencialismo, pragmatismo e utopianismo.

O ponto de vista cristão do mundo, por outro lado, responde a estas três questões biblicamente: 1) Somos criação de Deus, feitos para governar o mundo e ter comunhão com Ele (Gênesis 1:27-28; 2-15). 2) Nós pecamos contra Deus e sujeitamos todo o mundo a uma maldição (Gênesis 3). 3) O próprio Deus já redimiu o mundo através do sacrifício de Seu Filho, Jesus Cristo (Gênesis 3-15; Lucas 19-10), e um dia irá restaurar a criação a seu estado anterior de perfeição (Isaías 65:17-25). O ponto de vista cristão do mundo nos leva a crer em uma moral única e absoluta, em milagres, na dignidade humana e na possibilidade de redenção.

É importante lembrar que o ponto de vista do mundo é abrangente. Afeta cada área da vida, desde o dinheiro à moralidade, da política à arte. O verdadeiro cristianismo é mais do que um conjunto de idéias para se usar na igreja. O cristianismo, como ensinado na Bíblia, já é em si mesmo um ponto de vista do mundo. A Bíblia nunca faz distinção entre uma vida “religiosa” e “secular”; a vida cristã é a única vida que há. Jesus proclamou a Si mesmo “o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6) e o fazendo, tornou-se nosso ponto de vista do mundo! Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONSOLA, NOS ORIENTA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?