sábado, setembro 10

AZADIRACHTA INDICA A.JUSS. ( NIN-INDIANO OU NEEM ) UMA PLANTA COM VÁRIAS PROPRIEDADES TERÁPEUTICAS:

Nome científico: 
Azadirachta indica A. Juss.
Família: 
Meliaceae
Sinonímia científica: 
Antelaea canescens Cels ex Heynh.
Partes usadas: 
Semente, folha, casca.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Isoprenoides diterpenoides e triterpenoides (protomeliacinas, limnoides, azadirona, vilasinina, csecomelicianinas: nimbina, salamina, azadiractina), não-isoprenoides.
Propriedade terapêutica: 
Fungicida, inseticida, bactericida, repelente, anti-inflamatório, antipirético, anti-histamínico, analgésico, vasodilatador, antimalárico.
Indicação terapêutica: 
Hanseníase, problema intestinal, desordem respiratória, constipação, reumatismo, sífilis crônica, úlcera, infecção de pele, escabiose.

Origem, distribuição:
Índia, onde é utilizada há centenas de anos sendo as folhas, frutos e a casca da árvore as principais fontes medicinais. Nim foi descrita no livro Sharaka-samhita, creditado ao médico da antiguidade Sharaka, praticante da Ayurveda; e sistema Unani, também conhecido por medicina árabe ou islâmica, tradicional sistema de saúde do Sul da Ásia cujas origens são as doutrinas dos médicos gregos Hipócrates e Galeno.

A planta foi introduzida no Brasil pelo Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) em 1986 com o objetivo de pesquisar a sua ação inseticida. Ocorre no Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste.

Descrição:
Árvore de grande porte, perene ou decídua, resistente, de rápido crescimento. Em situação favorável pode atingir até 30 m de altura e 2,5 m de diâmetro. Tronco com casca parda-acinzentada saliente, estreitamente fissurada transversa e longitudinalmente. Ramagem longa formando copa arredondada.

As folhas são compostas e imparipinadas aglomeradas nos extremos dos ramos, simples e sem estípulas. Inflorescências em panículas axilares mais curtas que as folhas, com flores branco-creme, pequenas e com odor de mel. Os frutos são drupas elipsoides lisas, amareladas, com polpa carnosa não comestível, produzidos normalmente uma vez ao ano. 

A semente consiste em um pericarpo carnudo que armazena em seu interior o conhecido óleo de nim.

Uso popular e medicinal:
óleo de nim é popularmente utilizado na agricultura no combate a lagartas e pragas como nematoides, fungos e bactérias. As propriedades medicinais e terapêuticas são encontradas nas sementes, folhas e casca da árvore. 

O principal produto é o óleo retirado das sementes, que contém inúmeros compostos ativos sendo a azadiractina o mais importante. Esta substância causa diversos efeitos nos insetos:

  • Ação deterrente (defesa contra predadores)
  • Regulador da alimentação: se a folha da planta é tratada com produto a base de nim, o inseto "regurgita" e passa a não mais se alimentar da folha;
  • Antiovopositora (inibe as fêmeas de depositar ovos) 
  • Regulador de crescimento: produtos a base de nim interferem no desenvolvimento larval e no processo de transformação de larvas em pupas 
  • Regulador de fecundidade: nim reduz a fecundidade dos ovos 
  • Redutor da aptidão física do inseto.

A Embrapa Amazônia lançou uma metodologia para controle alternativo da fusariose da pimenteira-do-reino (Piper nigrum), com folhas de nim-indiano incorporadas ao solo onde as mudas crescem, permitindo que sejam transplantadas para o campo totalmente livres da fusariose.

“O uso de folhas de nim indiano é 100% eficaz no controle da fusariose quando aplicadas na formação das mudas”, afirma os responsável pela pesquisa fitopatologista, estudiosos  baseia-se nos resultados dos experimentos.

Também revela que a vida útil de um pimental pode ser superior a 12 anos, mas em áreas de fusariose não tem passado de cinco ou seis anos. “Se as mudas forem transplantadas doentes, esse tempo diminui mais ainda: já no primeiro ou no máximo segundo ano o produtor perde metade do plantio”.


Na Ayurveda, nim tem diversas aplicações:

  • Folha: hanseníase, problemas de visão, sangramento nasal, vermes intestinais, anorexia, problemas na bílis, úlceras de pele.
  • Casca: analgésico alternativo, febre.
  • Flor: supressão da bílis, eliminação de vermes intestinais e secreções.
  • Fruto: hemorroidas, vermes intestinais, infecção urinária, sangramento nasal, secreções, problemas de visão, diabetes e hanseníase.
  • Ramo: alivio da asma, tosse, hemorroidas, vermes intestinais, espermatorreia, incontinência urinária, diabetes.
  • Resina: doenças de pele como escabiose e feridas.
  • Polpa e óleo da semente: hanseníase, vermes intestinais.

Outros usos:
Folhas, frutos, sementes, casca e madeira têm diversas aplicações tanto como fonte de materiais usados pela medicina, veterinária, cosmética (fabricação de xampu, óleo para cabelo, tônico capilar, óleo para a unha), como na produção de adubos e no controle biológico de pragas e doenças que atacam plantas e animais no campo.

Outros usos incluem caixotaria, construção civil, marcenaria e ornamental. São plantadas em calçadas para dar sombra.

" NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DA SAÚDE. 

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