Origem, distribuição:
Espécie endêmica em áreas de cerrado do Brasil central, ocorrendo nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. É encontrada em formações vegetais primárias e secundárias, sobre solos pobres e degradados.
Descrição:
Árvore atinge de 4 a 10 m de altura, perenifólia, casca grossa, caule retorcido e galhos que se quebram facilmente. Tem flores pequenas de cor amarelo-clara, polinizadas por abelhas e vespas.
Reconhecida pela inflorescência em candelabro. Floresce de novembro a abril, vagem ereta, demora meses para amadurecer.
O fruto é um legume achatado, verde e fino quando imaturo, vai encorpando e amarelando à medida que amadurece, tornando-se amarelo e por fim marrom-escuro a quase negro quando totalmente maduro. Os frutos têm odor forte e adocicado e contém em média 15 sementes.
No Brasil, o pantaneiro diz que a anta come a vagem, daí vem o nome vulgar. Frutos e sementes das favas são também consumidos por arara, tucano, veado, cotia, diversos outros roedores, mamíferos e insetos. As sementes são tóxicas para o gado bovino.
Uso popular e medicinal:
A fava d’anta é usada há muito tempo por extrativistas na medicina caseira e alimentação humana e animal. Os frutos são adocicados e nutritivos e são comumente oferecidos para alimentação do gado. Uma bebida conhecida como “suco de favela” - favas verdes colocadas de molho na água - é saborosa e tida como nutritiva e medicinal.
A infusão do fruto verde serve como anti-hemorrágico e para tratamento de hemorroidas, varizes e hematomas. Da entrecasca curtida em água fria produz-se um chá usado externamente como cicatrizante e outras finalidades.
Há tempo as propriedades das favas têm despertado interesse de empresas de produtos cosméticos e farmacêuticos devido a presença de bioflavonoides dos quais se destacam a rutina e a quercetina. A rutina desponta como uma das substâncias mais promissoras na produção de cosméticos e fármacos, que é também sintetizado por outras plantas, mas que na fava-d’anta ocorre em quantidade muito elevada.
Medicamentos a base de rutina atuam no tratamento de varizes, hemorroidas, problemas de circulação, acne; atuam como antioxidante no combate a radicais livres, envelhecimento e doenças degenerativas.
A fava d’anta também é utilizada na indústria alimentícia como aromatizante, espessante e estabilizante.
Os frutos de D. mollis apresentam alta concentração de rutina (8 g de rutina por 100 g de pericarpo). Esse glicosídeo tem importância terapêutica especialmente na normalização da resistência e permeabilidade das paredes dos vasos capilares, podendo atingir preços razoáveis no mercado internacional." NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DA SAÚDE OU UM FITOTERAPEUTA ".
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