Pela sua ação anti-espasmódica e expetorante, esta variedade botânica é um bom remédio para tratar problemas de expetoração, tosse, asma e bronquite. Quando utilizada para combater problemas respiratórios, é mais eficaz em xarope, sobretudo se este for feito a partir das suas flores, mas, se a tomar em forma de infusão ou tintura, obtida por um processo de extração alcoólica, também obterá bons resultados. 

As propriedades adstringentes das folhas desta trepadeira lenhosa, muito frequente nas regiões mediterrânicas, que enche o espaço que a rodeiam de uma fragrância inebriante são úteis em gargarejos para combater inflamações da boca e da garganta. Tanto as flores como as folhas são diuréticas e aconselhadas em casos de retenção de líquidos. Podem ainda ser um bom digestivo ou um laxativo suave. A madressilva, usada em fitoterapia desde tempos remotos, é, ainda, calmante do sistema nervoso, sobretudo em casos de ansiedade provocada por ataques de asma. Na homeopatia, o remédio da variedade Lonicera (L.periclymenum), obtido a partir das folhas da planta, é aconselhado em casos de irritabilidade e mau humor.

O L.xylosteum, por seu lado, obtido a partir das bagas tóxicas desta planta, é utilizado, por muitos especialistas, nacionais e internacionais, para tratar problemas de diarreia, de vómitos, de espasmos e de convulsões. As bagas desta planta são tóxicas e não devem, por isso, ser ingeridas. Na sua composição, a madressilva integra flavonoides, taninos, cerca de 1% de óleo essencial (linalol e jasmona), inusitol e luteolina, glúcidos e, ainda, derivados salicílicos.

A madressilva no jardim e na horta:

Faze umas bonitas e perfumadas sebes, atraindo insetos polinizadores. Esta planta, muito apreciada pelas suas cores, tem, contudo, uma desvantagem. Torna-se rapidamente invasora se não for controlada. Todas as variedades existentes têm um perfume muito agradável e doce e são bastante apreciadas pelas abelhas. Em Portugal, cresce de forma espontânea um pouco por todo o lado, sobretudo nas extremidades dos bosques e em solos de preferência argilosos.

As origens desta planta:

A madressilva Lonicera spp. pertence à família das caprifóliaceas, onde se inclui também o sabugueiro e o noveleiro. O nome Lonicera é uma homenagem a um botânico alemão que viveu no século XVI, Adam Lonicera. Já a variedade Caprifolia vem do latim cabra, devido à grande preferência que as cabras têm por esta planta, mas também talvez devido à sua natureza trepadora, tal como os caprinos. A L.caprifolium é oriunda da Europa Meridional e do Cáucaso.

A variedade L.japonica, por sua vez, é nativa da China e do Japão, mas cresce de uma forma subespontânea em diversos locais do território continental português e dos Açores. Ambas podem ser encontradas em muros, arbustos e sebes. Trata-se de uma planta vivaz que pode viver até aos 40 anos. Os seus ramos enrolam-se solidamente à volta dos suportes. A espécie mais comum em Portugal é, todavia, a L.etrusca, a L. periclimenum, a madressilva-das-boticas.

Tal como as outras, apresenta flores branco-amareladas, mas estas raiadas de vermelho. Esta planta é ainda conhecida como madressilva-dos-jardins ou como maia por estar em plena floração durante o mês de maio. A madressilva era já conhecida de Pedanius Dióscorides. Este reputado botanista, farmacêutico e físico grego, nascido em Anazarbus, na Turquia, que viveu no ano 100 da atual era já a menciona na conceituada obra que escreveu, "Matéria médica".

A fase em que a madressilva foi menosprezada:

Os gregos designavam-na por peryclemenon, palavra que significa literalmente "Eu agarro-me". Durante toda a antiguidade egípcia, grega e romana, a sua casca era muito utilizada. No entanto, com o decorrer dos séculos, o seu uso massificado foi perdendo importância. Na Idade Média, foi menosprezada. Acreditava-se que o seu perfume provocava sonhos eróticos e as adolescentes estavam, por isso, proibidas de apanhar e de levar para casa ramos desta flor.

À medida que os séculos foram avançando, esse mito foi perdendo força. Os chineses acreditam, ainda nos tempos que correm, que o uso prolongado de madressilva aumenta a longevidade, defendendo também a sua utilização na prevenção e até no tratamento de vários problemas de saúde. Na Rússia, outro dos países que defende a mesma teoria, fabrica-se um óleo a partir da casca da madressilva, que é utilizado para tratar tumores e também para aliviar dores crônicas. " NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DA SAÚDE OU UM FITOTERAPEUTA ".# MOVIMENTO HOLÍSTICO.