quinta-feira, agosto 31

KAEMPFERIA GALANGA L. " AVANÇOS EM FITOQUIMICA, FARMACOLOGIA, TOXICOLOGIA E USOS ETNOMEDICINAIS "

K. galanga é uma erva medicinal aromática. É localmente na Índia e distribuído na China, Mianmar, Indonésia, Malásia e Tailândia. K. galanga é uma erva medicinal tradicional chinesa (TCHM), que tem sido aplicada para tratar resfriados, tosse seca, dores de dente, reumatismo, hipertensão e assim por diante. Além disso, tem sido amplamente utilizado como tempero devido aos seus aromas intensos. O objetivo desta revisão é compilar e atualizar os avanços atuais dos usos etnomedicinais, fitoquímicos, farmacológicos e toxicológicos de K. galanga . Todos os dados sobre K. galanga foram baseados em diferentes obras literárias clássicas, múltiplas bases de dados eletrônicas incluindo PubMed, etc. Os resultados mostraram que noventa e sete compostos foram identificados a partir do rizoma de K. galanga , incluindo terpenóides, fenólicos, dipeptídeos cíclicos, flavonóides, diarilheptanoides, ácidos graxos e ésteres. Estudos farmacológicos modernos revelaram que extratos ou metabólitos secundários da erva possuíam efeitos ant- inflamatórios, antioxidantes, antitumorais, antibacterianos e antiangiogênese, que estavam intimamente relacionados aos seus abundantes usos etnomedicinais. Concluindo, embora trabalhos de pesquisa anteriores tenham fornecido diversas informações sobre K. galanga, ainda são necessários estudos mais aprofundados para avaliar sistemicamente a fitoquímica, atividades farmacológicas, toxicidade e controle de qualidade desta erva. " A FITOTERÁPIA TRATA A PESSOA COMO UM TODO NO CONTEXTO DE TODOS OS ASPECTOS DA VIDA INDIVIDUAL E INTELECTUAL: FISIOLOGIA, COMPORTAMENTO, MEIO AMBIENTE E CONSCIÊNCIA ".

domingo, agosto 27

O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE TRISTEZA?

Na Bíblia Deus diz que a tristeza é passageira, não dura para sempre (Salmos 30:5). Deus também sente tristeza (Jesus chorou) e se compadece de quem está triste. Haverá um tempo, quando formos morar no Céu, em que não haverá mais dor, choro nem tristeza.

A tristeza é um sentimento que faz parte da vida de toda a gente mas ninguém gosta de sentir. Na Bíblia encontramos muitos casos de pessoas contando suas tristezas a Deus (até há um livro inteiro chamado Lamentações). Eles não negavam os seus sentimentos mas eram honestos e pediam Sua ajudar para ultrapassar essas fases. Independentemente das causas, Deus está lá para nos consolar nos tempos tristes.

Em Eclesiastes 3:1-4 vemos que há um tempo para tudo, incluindo a tristeza. Isso também implica que a tristeza passa. Algumas vezes dura mais, outras menos, mas não é para sempre. Por isso, não é preciso se desesperar. Deus promete devolver a alegria a quem confia nele e espera com paciência (Salmos 40:1-3).

Todo cristão tem esta esperança: um dia vamos morar no Céu com Deus, onde não haverá mais tristeza nem choro (Apocalipse 21:4). E, enquanto estamos aqui na terra, temos de lembrar que Deus faz tudo, até os momentos de tristeza, resultar para nosso bem (Romanos 8:28).

Como posso deixar a tristeza?
Se sua tristeza dura há muito tempo, não é bom. Ficar sempre triste é uma doença chamada de depressão (Salmos 31:9). Daí você precisa de sair disso:

Peça ajuda a Deus para voltar a ter alegria (Salmos 51:12).
Procure o apoio de irmãos e líderes, familiares, não se isole (1 Tessalonicenses 5:14).
Não se desespere – acredite que vai passar (Salmos 42:11).
Agradeça a Deus pelas coisas boas, por mais pequenas que sejam (Colossenses 4:2).
Leia a Bíblia, ore e procure ouvir a Deus (Tiago 5:13), Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONSOLA, NOS CONDUZ E AINDA NOS ANIMA ".

sábado, agosto 26

POTENCIAL ANT-PARKINSON DA SILIMARINA: UMA VISÃO MECANICISTA E POSIÇÃO TERAPÊUTA:

sexta-feira, agosto 25

COLÁGENOS TIPO I E TIPO II, VERISOL E UC II:


Colágenos tipo I e tipo II - Verisol e UC II:

Aqui nesse artigo vou falar sobre uma proteína que pode auxiliar na estética e na saúde: o colágeno. E também vou falar qual a diferença entre o colágeno bom para a pele e o colágeno bom para as articulações.

Esse artigo e para quem busca produtos saudáveis e naturais por se preocupar com a saúde e a qualidade de vida? Muitas pessoas já fazem parte de uma onda de conscientização que tem levado à melhora dos hábitos alimentares, prevenção de doenças e cuidados com a estética de forma mais profunda. Entre os produtos mais procurados está o colágeno. Vamos entender melhor o que é essa proteína? 

O que é colágeno?

O colágeno é a proteína mais abundante em mamíferos: cerca de 30% de todas as proteínas do nosso organismo é colágeno. Sua função é ajudar a manter a estrutura dos tecidos do corpo, como cartilagens, tendões, ossos, pele, veias, dentes, músculos e a córnea dos olhos.

Existem cerca de 20 tipos diferentes de colágeno, sendo alguns mais abundantes que outros dependendo de cada parte do corpo. O mais abundante de todos é o colágeno tipo I, que constitui aproximadamente 80% de todo o colágeno do organismo.

Com o início da fase adulta, o corpo começa a diminuir a produção de colágeno e essa deficiência começa a ser notada. É nessa época que a pessoas começam a procurar suplementação.

Colágeno Tipo I: o colágeno para a pele:

O colágeno tipo I é o mais abundante e tem sido objeto de estudo para muitos pesquisadores. 

• Esse é o colágeno responsável pela manutenção da pele, tendões, ligamentos, ossos, artérias, útero e córnea.

• Com o avanço da idade, a síntese de colágeno tipo I diminui gradativamente e as fibras elásticas começam a ficar deformadas e inflexíveis.

• O suporte natural da derme vai se perdendo e a pele pode ficar mais fina e menos elástica o que leva, consequentemente, ao aparecimento de rugas.

• As mulheres sofrem um impacto maior, porque até 30% do colágeno é perdido durante os primeiros 5 anos de menopausa, o que acaba gerando um choque. A terapia de reposição hormonal pode ajudar, mas não são todas as mulheres que podem fazê-lo ou que se dão bem com o tratamento.

Como repor o colágeno da pele:

O mercado de suplementação de colágeno é recente, mas está cada vez mais sofisticado. Há algum tempo, só havia o colágeno hidrolisado, o qual não tem ação específica. Ele é um colágeno geral que pode ser distribuído por diversas partes do corpo, então seus efeitos não são muito perceptíveis.

Atualmente já é possível comprar tipos de colágenos isolados, como o colágeno Verisol que é o peptídeo isolado do colágeno tipo I.

Como o colágeno Verisol  funciona:

• O Verisol ajuda a repor o colágeno tipo I e também estimula sua produção natural.

• Os resultados ocorrem de dentro para fora e são perceptíveis principalmente na pele, a partir de um mês de uso com dosagem diária de 2,5 gramas.

• Não causa efeitos colaterais e é livre de gorduras, colesterol, carboidratos, lactose e glúten.

Além disso, quando se toma o Verisol associado à vitamina C, sua ação é potencializada. A Vitamina C, também chamada de ácido ascórbico, estimula a proliferação de fibroblastos, que são as células que produzem colágeno.

Com a idade, as reservas de vitamina C na pele também diminuem. Então associar o colágeno verisol com a Vitamina C ajuda os efeitos do Verisol a serem mais intensos e duradouros.

Colágeno Tipo II: o colágeno para as articulações:

O colágeno tipo II é a mais abundante proteína fibrilar encontrada na cartilagem articular, representando cerca de 85% de todo o colágeno do tecido. O resto dele é composto por outros tipos de colágenos, como os tipos III, VI, IX, X, XI e XIII. Além disso, o colágeno tipo II está presente em menor quantidade nos discos intervertebrais (na coluna) e no humor vítreo (no olho).

A cartilagem articular também é formada por proteoglicanos, proteínas que formam ligações entre o colágeno e a elastina, mantendo a hidratação do tecido devido a sua capacidade de ligação de água. Essa cartilagem é responsável por amortecer os impactos entre os ossos e impedir a fricção entre eles.

Com o envelhecimento, o colágeno tipo II e os proteoglicanos começam a degenerar, então a reparação do tecido começa a ficar diferente do tecido original. A cartilagem fica mais fibrosa, a rede de colágeno fica mais frágil, os proteoglicanos perdem o poder de ligação e a água começa a ficar acumulada no tecido.

Como consequência, a cartilagem articular pode aumentar de volume e perder resistência, elasticidade, hidratação e compressibilidade. Esse processo pode evoluir para artrose e artrite, causando inflamações, incômodos e dores.

Quando o desgaste da cartilagem é muito grande, é possível fazer cirurgia. Mas existem formas de complementar o tratamento com suplementação de colágeno tipo II antes de o desgaste tornar a cirurgia necessária." A FITOTERÁPIA TRATA A PESSOA COMO UM TODO NO CONTEXTO DE TODOS OS ASPECTOS DA VIDA INDIVIDUAL E INTELECTUAL: FISIOLOGIA, COMPORTAMENTO, MEIO AMBIENTE E CONSCIÊNCIA ".

quinta-feira, agosto 24

GINECOMASTIA: INTRODUÇÃO, DEFINIÇÃO E TRATAMENTO:

Ginecomastia é definida como o aumento do tecido mamário em homens. O critério para diagnóstico de Ginecomastia varia de acordo com o pesquisadores; alguns consideram um disco glandular maior que 0,5 cm, e outros, maior que 2 cm de diâmetro.

Trata-se de uma afecção comum que pode acometer homens em todas faixas etárias e é um achado relativamente comum.

ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DA GINECOMASTIA:
Estradiol e progesterona estimulam o crescimento mamário da mulher adulta. Enquanto o estradiol promove crescimento ductal, a progesterona atua sobre o desenvolvimento alveolar. Para que os efeitos estrogênico e progestagênico se manifestem por completo, são necessárias ações de outros hormônios, como prolactina, GH e IGF-1.

Em contrapartida, os andrógenos impedem o desenvolvimento mamário. Esse cenário torna-se mais complexo na medida em que os estrógenos podem advir da conversão periférica de andrógenos como a androstenediona e a testosterona pela enzima aromatase.

A Ginecomastia decorre de um desbalanço entre a ação estrogênica e androgênica sobre o tecido mamário masculino. No desenvolvimento normal, existem situações em que esse desbalanço é considerado fisiológico, como ocorre no período neonatal, na puberdade e na senilidade. Distinguir essas situações fisiológicas de condições patológicas (algumas graves, como as neoplasias) é o principal desafio do clínico diante de um caso de Ginecomastia. 

Ginecomastia fisiológica:

Ginecomastia do recém-nascido
Ginecomastia puberal
Ginecomastia do envelhecimento
Drogas relacionadas a Ginecomastia:

Hormônios (andrógenos, HCG, estrógenos, GH)
Antiandrógenos ou inibidores da síntese de andrógenos (ciproterona, flutamida)
Antibióticos (isoniazida, cetoconazol, metronidazol)
Antiulcerosos (cimetidina, omeprazol, ranitidina)
Quimioterápicos (agentes alquilantes)
Drogas cardiovasculares (amiodarona, IECAs, digitoxina, nifedipina, reserpina, espironolactona, metioldopa, verapamil);
Drogas psicoativas (diazepam, haloperidol, fenotiazinas, antidepressivos tricíclicos)
Outras drogas (álcool, anfetaminas, heroína, maconha)
Causas endócrinas:

Hipogonadismo primário (com lesão de células de Leydig)
Hiperprolactinemia
Tireotoxicose
Defeitos do receptor androgênico
Aumento de atividade de aromatase
Doenças sistêmicas:

Cirrose hepática:
Insuficiência renal crônica
Re-alimentação após período de inanição
Neoplasias:

Tumor testicular germinativo ou tumor de células de Leydig
Tumor adrenal feminilizante
Tumor não-trofobástico secretor de HCG.

Cerca de 25% dos pacientes com Ginecomastia não têm causa identificável para a patologia, sendo a Ginecomastia portanto considerada idiopática. Outros 25% têm Ginecomastia puberal; 10% a 20% dos casos estão relacionados ao uso de drogas. Cirrose, desnutrição e Hipogonadismo primário respondem cada uma por 8%; tumores testiculares, 3%; Hipogonadismo, 2%; hipertiroidismo, 1,5%; e insuficiência renal crônica, 1%.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA GINECOMASTIA:
Todo paciente que se apresenta com Ginecomastia deve ser submetido a história e exame físico com particular atenção ao uso de medicamentos, drogas e álcool. Sinais e sintomas das doenças sistêmicas, como hipertiroidismo, Hipogonadismo, insuficiência renal ou hepática, devem ser pesquisados ativamente.

A idade de instalação e a velocidade de progressão do quadro podem auxiliar no diagnóstico diferencial. Progressão rápida da Ginecomastia geralmente se associa a um excesso na produção hormonal. O exame físico deve ser feito com o paciente deitado em posição supina e palpação da periferia para o centro. O tecido mamário deve ser medido no seu diâmetro transverso.

A avaliação testicular é necessária à procura de atrofia testicular (sugere Hipogonadismo) ou massa testicular (sugere neoplasia).

Ginecomastia Fisiológica:
Como foi mencionado, a Ginecomastia é considerada fisiológica no período neonatal, na puberdade e na senilidade.

Ginecomastia Neonatal:
Decorre dos altos níveis de estradiol e progesterona transferidos da mãe ao recém-nascido pela placenta. Alguns neonatos apresentam uma descarga papilar discreta, o chamado “leite-de-bruxas”. A Ginecomastia neonatal é bilateral, pode acometer até mais de 90% dos recém-nascidos, e não implica tratamentos específicos, uma vez que é autolimitada e deve regredir até o sexto mês de vida.

Ginecomastia Puberal:
É o segundo período do desenvolvimento em que a Ginecomastia ocorre fisiologicamente. Tecido mamário maior que 0,5 cm pode ser palpado em até 50% dos meninos entre 10 e 16 anos. Ginecomastia mais pronunciada, passível de detecção em exame geral, é notado em menos de 10% dos meninos. A Ginecomastia puberal tem pico de incidência por volta dos 14 anos, e na maioria dos casos é bilateral. Entretanto, o acometimento glandular pode ser assincrônico ou assimétrico. Uma variante incomum da Ginecomastia puberal é a macroginecomastia. Nesse caso, o tecido mamário é maior que 5 cm em seu diâmetro, e dificilmente tem regressão espontânea. A fisiopatologia da Ginecomastia puberal parece residir na diminuição da relação andrógenos/estrógenos na puberdade, como evidenciado por alguns estudos.

Ginecomastia Senil:
A Ginecomastia que ocorre com o envelhecimento também é considerada fisiológica. Embora o exato mecanismo responsável pela Ginecomastia no homem adulto não esteja completamente elucidado, alguns elementos parecem participar, como a redução dos níveis séricos de testosterona e o aumento da aromatização periférica secundário ao do tecido adiposo e da atividade da aromatase, resultando em maior produção de estrógeno. Esses processos se acompanham de elevação dos níveis de proteína ligadora de hormônios sexuais (SHBG), a qual tem maior afinidade pela testosterona do que pelo estradiol, levando, em última análise, à redução da relação testosterona/estradiol. É difícil estimar a verdadeira prevalência de Ginecomastia nos adultos porque sua distinção de lipomastia é difícil, principalmente em obesos. Alguns estudos apontam para prevalência de até 40% em homens saudáveis, chegando a até 65% em homens hospitalizados.

Ginecomastia Patológica:
São inúmeras as causas de Ginecomastia patológica. Assim, ela deve ser considerada um sinal clínico comum a diversas doenças, algumas das quais com potencial de letalidade. O clínico deve estar atento para esse fato, e deve procurar outras características clínicas ou laboratoriais que sugiram alguma doença sistêmica que curse com Ginecomastia. As principais causas de Ginecomastia patológica serão abordadas a seguir.

Tumores Testiculares:
Podem causar Ginecomastia por produção de estrógeno, produção de andrógenos com posterior aromatização ou por secreção de gonadotropinas que estimulam as células de Leydig normais. Os tumores testiculares secretores de estrógeno são o tumor de células de Leydig, o tumor de células de Sertoli e o tumor de células da granulosa.

Os tumores de células germinativas, que compreendem os seminomas e os não-seminomas, são capazes de produzir ß-HCG, que tem ação análoga à do hormônio luteinizante (LH) sobre as células de Leydig, causando aumento da secreção de estrógeno por essas células.

Os tumores da célula de Leydig constituem 1% a 3% dos tumores testiculares. Ocorrem em homens com idade entre 20 e 60 anos e se caracterizam por massa testicular palpável. A Ginecomastia ocorre em aproximadamente 30% dos pacientes, e decorre de aumento de síntese de estrógenos pelo tumor.

Os tumores da célula de Sertoli constituem 1% dos tumores testiculares, ocorrendo em todas as idades, sendo um terço em menores de 13 anos, geralmente em menores de 6 meses de idade. Ginecomastia ocorre em um terço dos casos.

Tumores Extra-testiculares:
Tumores broncogênicos, hepáticos e carcinomas gástricos também podem produzir ß-HCG, causando estimulação das células de Leydig de maneira análoga ao que ocorre nos tumores testiculares de células germinativas.

Os tumores adrenais podem secretar DHEA, DHEAS e androstenediona, que são aromatizados perifericamente a estradiol. Em raros casos, adenocarcinomas adrenais secretam estradiol e estrona. Esses tumores são raros e altamente malignos, com prognóstico reservado.

Os carcinomas hepato-celulares podem causar Ginecomastia por aumento da aromatização dos andrógenos.

Hipogonadismo:

Quando ocorre na infância, apresenta-se com atraso da puberdade. Quando ocorre na idade adulta, as manifestações clínicas são redução da libido, disfunção erétil, fraqueza, cansaço, infertilidade, perda de pêlos corporais e de massa muscular. A redução da secreção de andrógenos e a maior produção de estrogênio (pela maior aromatização decorrente do aumento de tecido adiposo característico do Hipogonadismo) são as causas da Ginecomastia. As principais causas de Hipogonadismo primário (lesão testicular) são síndrome de Klinefelter (cariótipo XXY), anorquia congênita, orquite viral ou bacteriana, trauma, radiação testicular e lesão raquimedular. A Ginecomastia vista em 50% dos pacientes com insuficiência renal dialítica decorre do Hipogonadismo que eles apresentam.

Excesso de Aromatização:
Existem casos de Ginecomastia familiar cuja causa está relacionada ao aumento da atividade da aromatase extragonadal. Obesidade e hipertiroidismo também estão relacionados ao aumento da atividade da aromatase. Sabe-se que ocorre Ginecomastia na realimentação após períodos de inanição. A causa não está bem esclarecida, mas provavelmente se relaciona à redução da depuração hepática de andrógenos, com conseqüente aumento da aromatização periférica. O mesmo mecanismo está envolvido na Ginecomastia relacionada à hepatopatia.

A hiperplasia congênita de adrenal caracteriza-se pela deficiência na síntese adrenal de corticosteróides. A causa mais comum é a deficiência da enzima 21-hidroxilase. A falta de produção de cortisol leva ao aumento da liberação de ACTH, com conseqüente superprodução de andrógenos que posteriormente podem ser aromatizados, causando Ginecomastia.

Drogas:
Diversas drogas estão implicadas na patogênese da Ginecomastia pelos seguintes mecanismos: ação similar aos estrogênios; aumento da produção endógena de estrógeno, bem como dos precursores do estrógeno, que posteriormente são aromatizados; diminuição da produção ou ação dos andrógenos ou liberação do estrógeno da sua proteína transportadora. Ginecomastia pode ocorrer quando há contato incidental com produtos que contenham estrogênio, como creme para pele, cremes vaginais, por relação sexual, ingestão de leite ou carne de animais tratados com estrogênios.

Drogas que causam Ginecomastia por mecanismo conhecido:

Mecanismo:

Drogas:

Ligação aos receptores de estrógeno:

Cremes ou substâncias que contenham estrogênio:

Digitálicos;

Clomifeno;

 Cannabis;

 Isoniazida;

Estímulo à síntese de estrógeno:

Gonadotrofinas:

Hormônio de crescimento:

Precursores para aromatização:

Andrógenos exógenos:

Lesão testicular:

Busulfan;

Nitrosuréia;

Vincristina;

Etanol;

Bloqueio da síntese de testosterona:

Cetoconazol;

Espironolactona;

Metronidazol;

Etomidato;

Leuprolide;

Bloqueio da ação androgênica:

Flutamida;
Finasterida;
Ciproterona;
Cimetidina;
Espironolactona;

Liberação do estrógeno da SHBG:

Espironolactona;

Etanol;

Drogas anti-hipertensivas ou com ação cardíaca:

Bloqueadores de canal de cálcio:

Inibidores da ECA:

Betabloqueadores:

Amiodarona:

Metildopa:

Nitratos:

Drogas psicotrópicas:
Neurolépticos:
Diazepam:
Fenitoína:

Antidepressivos tricíclicos:

Haloperidol:

Drogas contra doenças infecciosas:

Medicamentos para terapia anti-HIV

Outras

Anfetaminas

Teofilina

 Omeprazol

 Domperidona

 Heparina

EXAMES COMPLEMENTARES
Após detalhada história e exame físico, todo paciente deve ser submetido a dosagem de testosterona, estradiol, LH e ß-HCG. Demais testes devem ser requisitados com base na história e no exame físico.

A presença de elevados níveis de ß-HCG sugere Tumor testicular, que deve ser investigado inicialmente com ultra-sonografia. Na ausência de tumores testiculares, as neoplasias extratesticulares secretoras do ß-HCG devem ser descartadas.
                                                  Baixos níveis de testosterona com LH elevado e estradiol normal ou alto indicam Hipogonadismo hipergonadotrófico (primário). Baixos níveis de testosterona e LH indicam Hipogonadismo hipogonadotrófico (secundário). A concomitância de testosterona, LH e estradiol elevados sugere resistência a andrógenos.

Hiperestrogenismo com bloqueio do LH está presente nas neoplasias secretoras de estradiol (tumores de células de Leydig ou Sertoli e alguns tumores adrenais). No caso dos tumores adrenais, níveis de DHEA e DHEAS ajudam a fazer o diagnóstico.

Pacientes com insuficiência renal crônica apresentam níveis elevados de LH, FSH e prolactina, além de testosterona baixa.

Neoplasia de mama deve ser suspeitada na presença de uma massa firme, irregular, imóvel, unilateral e com localização excêntrica. Podemos encontrar também retração do mamilo, descarga papilar e linfonodomegalia axilar. A mamografia é o melhor exame para avaliar malignidade, enquanto a ultra-sonografia diferencia entre tecido mamário e adiposo. Ambos os exames devem ser considerados complementares no diagnóstico da Ginecomastia. Como a Ginecomastia do adulto geralmente é bilateral, os pacientes com mais de 35 anos com Ginecomastia unilateral devem ser submetidos à mamografia para excluir a hipótese de neoplasia mamária.

TRATAMENTO DA GINECOMASTIA:
Como foi mencionado, a maior importância da Ginecomastia está na possibilidade de que ela seja um sinal de uma doença grave. A Ginecomastia per se não necessita de tratamento, a menos que seja causa de constrangimento ao paciente. A terapêutica nos pacientes com Ginecomastia é dividida no tratamento etiológico, clínico e cirúrgico.

Tratamento Etiológico da Ginecomastia
Quando a Ginecomastia está presente por mais de um ano, dificilmente regride espontaneamente, mesmo após cura ou controle da doença de base, o que decorre do desenvolvimento de fibrose do tecido mamário.

Medicações que causam Ginecomastia devem, sempre que possível, ser suspensas ou trocadas por outras que não apresentam esse efeito.

quarta-feira, agosto 23

CAVIDADE ORAL UM RESUMO DE: LÁBIOS, GENGIVAS, LÍNGUA, PALATO:

A região oral compreende a cavidade oral, os dentes, a gengiva, a língua, o palato e a região das tonsilas palatinas. 

A cavidade oral consiste num local onde o alimento é ingerido e preparado para a digestão no estômago e no intestino delgado. Aos dentes, cabe a função de triturar o alimento que juntamente com a saliva proveniente das glândulas salivares, formará um bolo alimentar macio. 

A deglutição é iniciada voluntariamente na cavidade oral, através da qual, o bolo alimentar é empurrado para a faringe através da atividade sincronizada da língua e do palato mole, onde ocorre a fase involuntária,ou seja, automática da deglutição.

Cavidade oral:
A cavidade oral é o local que o sabor dos alimentos e das bebidas é percebido, onde o alimento é mastigado e manipulado pela língua para iniciar a deglutição.

Ela possui duas partes principais: o vestíbulo da boca e a cavidade própria da boca.

 vestíbulo da boca:  é uma região semelhante a uma fenda, localizada entre os dentes/gengiva e os lábios/bochechas. Comunica-se com o meio externo através da rima da boca, que é controlada pelos músculos periorais (orbicular da boca, bucinador, risório e os depressores e elevadores dos lábios).
Cavidade própria da boca:  consiste no espaço entre as arcadas dentárias superior e inferior. O  teto é formado pelo palato duro e posteriormente é limitada pela parte oral da faringe. Quando a boca está fechada e em repouso, esta cavidade é totalmente preenchida pela língua
Lábios:
Os lábios são considerados pregas musculofibrosas móveis que circundam a boca. Estendem-se dos sulcos nasolabiais lateral e superiormente até o sulco mentolabial inferiormente. 

São formados pelo músculo orbicular da boca. Externamente são revestidos por pele e internamente por túnica mucosa. Atuam como válvulas da rima da boca, contendo o esfíncter muscular que controla a entrada e a saída do sistema digestório superior.

Os principais objetivos dos lábios são: apreender o alimento, sugar líquidos, manter o alimento fora do vestíbulo da boca, atuar na modulação da fala e na osculação (beijo).

Bochechas:
As bochechas têm estrutura muito parecida com a dos lábios. São as paredes móveis da cavidade oral. Os principais músculos das bochechas são os bucinadores. Superficialmente a eles existem coleções de gordura encapsuladas, chamados de corpos adiposos da bochecha.  Em lactentes, são proporcionalmente maiores para reforçar a estrutura das bochechas e evitar o seu colapso durante a sucção na amamentação. Alguns adultos recorrem à retirada desses corpos adiposos, por questões estéticas, no procedimento conhecido como bichectomia.

Gengivas:
São formadas por tecido fibroso recoberto por túnica mucosa. A gengiva propriamente dita está firmemente presa aos processos alveolares da mandíbula, da maxila e aos colos dentários. Normalmente, é vermelho-brilhante e não queratinizada.

Dentes:
As principais funções dos dentes são:

Cortar, triturar, reduzir e misturar o alimento à saliva durante a mastigação;
Ajudar na sustentação dos alvéolos dentários e na proteção dos tecidos que os sustentam;
Participar da articulação e modulação da fala.
O dente fica inserido no alvéolo dental e é descrito como decíduo (primário) ou permanente (secundário). Crianças têm 20 dentes decíduos e os adultos normalmente têm 32 dentes secundários. 

Podem ser:

Incisivos:  margens cortantes finas = cortam
Caninos: cones proeminentes únicos = perfuram
Pré-molares: possuem duas cúspides
Molares: possuem três cúspides
Os dentes são vascularizados pelas artérias alveolares superior e inferior, ramos da artéria maxilar, suprem os dentes maxilares e mandibulares, respectivamente. São inervados por ramos do nervo trigêmeo (quinto par de nervo craniano).

Palato:
O palato forma o teto curvo da boca e o assoalho da cavidade nasal.  Em sua porção oral, é coberta por túnica mucosa e densamente povoada por glândulas. Divide-se em:

Palato duro:
Possui um formato côncavo, espaço onde a língua fica em repouso. É formado por um esqueleto ósseo, resultado dos processos palatinos da maxila e as lâminas horizontais do palatino. 

Palato mole:
É o terço posterior e móvel do palato. Fica suspenso posteriormente ao palato duro. Recebe esse nome por não possuir nenhum esqueleto ósseo, mas ter um reforço dado pela aponeurose palatina, que o  fixa no palato duro. 

Em sua porção posteroinferior possui uma margem livre curva da qual pende um processo cônico, a úvula. 

Durante a deglutição, o palato mole é tensionado para permitir que a língua seja pressionada sobre ele,  o que leva o bolo alimentar para a parte posterior da boca. Em seguida, o palato mole se eleva para trás e para cima (posterior e superiormente) contra a parede da faringe,  impedindo assim a entrada de alimentos na cavidade nasal. 

Tonsilas Palatinas:
São massas de tecido linfoide, localizadas uma de cada lado na parte oral da faringe, mais precisamente nas fossas tonsilares. Tem papel importante  como primeira linha de defesa do sistema imune no trato gastrointestinal.

Cavidade Oral: Língua
Consiste em um órgão muscular móvel recoberto por túnica mucosa que pode assumir vários formatos e posições. As principais funções da língua são articulação das palavras durante a fala, compressão do alimento para parte oral da faringe iniciando a deglutição,  mobilidade alimentar durante a mastigação, paladar e limpeza da boca.

A língua é dividida em:

Raiz: parte posterior e fixa, localizada na parte oral da faringe
Corpo: corresponde aos dois terços anteriores da língua
Ápice: é a ponta da língua, ou seja, a extremidade anterior do corpo da língua que se apoia nos dentes incisivos. 
Este órgão tão importante possui duas faces: 

Dorso da língua: face mais extensa, superior e posterior. Possui um sulco em formato de V, o sulco terminal da língua, cujo ângulo aponta para o forame cego. Um sulco mediano divide esta face em metade direita e esquerda. A túnica mucosa que reveste o dorso é relativamente fina, bem fixada ao músculo subjacente  imposto em textura áspera por conta das inúmeras e pequenas papilas linguais.
Face inferior da língua: é coberta por túnica mucosa fina e transparente que se une ao assoalho da boca por uma prega mediana denominada frênulo da língua. Este frênulo permite o movimento livre da parte anterior.
As papilas linguais distribuem-se por toda face dorsal, contém receptores gustativos e podem se dividir em: 

Papilas circunvaladas: grandes e com topo plano, localizando-se anteriormente ao sulco terminal, dispostas em fileira num formato de V. São circundadas por depressões circulares profundas, repletas de potencial gustatório.
Papilas folhadas: pouco desenvolvidas em humanos, consistindo em pregas laterais na túnica mucosa
Papilas filiformes: longas e numerosas, com terminações nervosas sensitivas ao toque.
Papilas fungiformes: são mais numerosas no ápice e nas margens da língua
Com relação à musculatura da língua, ela pode se dividir em: 

Músculos extrínsecos: (responsáveis por modificar a posição da língua): originam-se fora da língua e fixam-se a ela. São eles, o músculo genioglosso, hioglosso, estiloglosso e palatoglosso.
Músculos intrínsecos (responsáveis por modificar o formato da língua): São eles, o músculo longitudinal superior, longitudinal inferior, transverso e vertical.
Cavidade Oral: Glândulas Salivares:
A saliva (líquido viscoso transparente, insípido e inodoro) secretado por essas glândulas têm como função: manter a túnica mucosa da cavidade oral hidratada, lubrificar o alimento durante a mastigação, iniciar a digestão do amido, atuar como colutório intrínseco, prevenir cáries e auxiliar melhor percepção do paladar. 

São elas: 

Parótidas
Submandibulares
Sublinguais.

terça-feira, agosto 22

COFFEA ARÁBICA L. ( CAFÉ ) O CAFÉ É BOM PARA SAÚDE: O QUE DIZEM OS ESTUDOS CIENTÍFICOS?


           O café pertence à família botânica Rubiaceae, que tem cerca de 500 gêneros e mais de 6000 espécies. Duas espécies do gênero Coffea apresentam grande importância comercial: Coffea arabica (ou 'café arábica', a mais popular e mais produzida no mundo) e Coffea canephora (ou 'café robusta'). A qualidade do café está relacionada ao grau de torra e aos diversos constituintes químicos dos grãos, incluindo proteínas, lipídios, carboidratos e outros compostos voláteis ou não. Aqui no Brasil, o consumo de café faz mais do que parte da nossa cultura e cotidiano, sendo um hábito diário e quase obrigatório para muitos. Na verdade, não só aqui, mas no mundo inteiro o café é uma paixão e o seu consumo como bebida só perde para a água, sendo a mercadoria mais comercializada depois do petróleo. Seu comércio movimenta em torno de US $10 bilhões anualmente e seu preço é reavaliado todos os dias.

          Por causa dessa imensa popularidade, e seu alto conteúdo de cafeína - uma das substâncias mais controversas das últimas décadas -, diversos estudos já foram conduzidos para avaliar os possíveis efeitos benéficos ou maléficos para a saúde associados ao consumo de café. Através dos inúmeros trabalhos científicos já publicados, as recomendações de órgãos de saúde foram sempre sendo modificadas ao longo dos anos, especialmente no que se refere ao limite diário de cafeína por dia. Mas nos últimos anos, vários estudos de grande impacto vêm sugerindo que o potencial benéfico do consumo de café, de moderado à relativamente alto, pode prevalecer sobre quaisquer efeitos adversos. Nesse caminho, estudos de grande porte estão reforçando os benefícios do café, ligando um maior consumo da sua bebida a uma redução significativa no risco de morte por todas as causas, e o mais importante: independentemente se é cafeinado ou descafeinado em boa parte das análises.

ATENÇÃO: À medida que novos estudos forem sendo publicados relativos ao assunto, eles serão atualizados aqui ou através do SaberAtualizadoNews. Neste artigo, são explorados em específico quatro estudos de grande impacto publicados nos anos de 2012, 2017 e em 2020 investigando a relação entre café e saúde.

ATUALIZAÇÃO (27/08/17): Mais um grande estudo reforça os benefícios do consumo de café à saúde. Para saber mais, acesse a matéria: Redução de 64% nos riscos de morte por todas as causas com o consumo de quatro copos diários de café

ATUALIZAÇÃO (17/11/17): Dois estudos  trazendo mais pontos positivos para o café: Consumo de café associado com redução no risco de derrame, insuficiência cardíaca e doenças hepáticas

ATUALIZAÇÃO (23/11/17): Mais um estudo de grande impacto - dessa vez um Umbrella - mostra que o consumo de café traz bem mais benefícios do que qualquer prejuízo à saúde.

ATUALIZAÇÃO (17/04/18): Estudo encontra que o café pode ser benéfico para o coração

ATUALIZAÇÃO (04/07/18): Um estudo observacional, envolvendo quase 503 mil participantes - excluindo-se as grávidas - do Reino Unido (baseado no estudo populacional UK Biobank), uma idade média de 57 anos e um tempo de acompanhamento de 10 anos (2006-2016), mostrou que o consumo baixo, moderado e até mesmo alto de café é inversamente proporcional às mortes por todas as causas, incluindo entre pessoas com polimorfismos genéticos comuns afetando o metabolismo de cafeína (AHR, CYP1A2, CYP2A6 e POR) e entre aquelas consumindo a bebida descafeinada - o que indica e reforça que outros componentes na bebida é que parecem ter o papel ligado aos benefícios à saúde. Os resultados foram publicados no periódico JAMA (Ref.16).

ATUALIZAÇÃO (26/11/22): Uma série de estudos publicados este ano ligaram o consumo moderado de café com mais longa longevidade/menor risco de morte, menor risco de doença cardiovascular, menor risco de lesão renal aguda, melhora nos processos digestivos e movimentos intestinais, menor risco de certas doenças hepáticas, menor risco de cálculos biliares e melhora no perfil do microbioma intestinal (Ref.19-22).

     CAFÉ: RISCOS E BENEFÍCIOS

            Controvérsias ligadas aos benefícios e riscos do consumo de café pela população ao redor do mundo é um tópico de permanente debate, e mesmo com muitas evidências de benefícios, outras evidências já chegaram a sugerir uma associação desse consumo com complicações cardiovasculares e fomento de cânceres.

          Primeiro, é preciso deixar claro que a bebida do café é uma complexa mistura composta de centenas de substâncias, com a cafeína sendo apenas uma delas. Além disso, a composição quantitativa e qualitativa da mistura final dependerá de múltiplos fatores, desde a colheita até o tipo de preparação. No geral, essa diversividade de compostos moleculares incluem aminoácidos, polifenóis, ácidos, diterpenos, melanoidinas, lipídios e carboidratos. Não menos do que 1000 compostos voláteis são gerados durante o processo de torra, e entre 25 e 35 são responsáveis pelo aroma do café. Mas, no geral, certos compostos sempre estarão presentes.

          As propriedades benéficas do café são frequentemente atribuídas ao rico complexo fitoquímico dos seus grãos. Vários estudos epidemiológicos, meta-análises e revisões sistemáticas apontam uma forte uma correlação inversa entre o consumo de café e a diabetes tipo 2, cânceres, Mal de Parkison e doença de Alzheimer. Além disso, a bioquímica do café parece reduzir o estresse oxidativo no organismo por diferentes mecanismos. Somando-se a isso, a cafeína e os seus metabólitos podem ajudar a otimizar a funcionalidade cognitiva, incluindo a memória. Já sua fração lipídica contém cafestol e kahweol, os quais podem agir como protetores contra algumas células malignas, ao modularem enzimas de desintoxicação.

           Por outro lado, altos níveis de consumo de café estão ligados a um aumento na concentração de colesterol no sangue, podendo também causar insônia e complicações cardiovasculares diversas. A cafeína afeta receptores de adenosina e sua retirada é acompanhada por fatiga muscular e outros problemas naqueles viciados à bebida. Além disso, mulheres grávidas ou aquelas com problemas na menopausa deveriam evitar um consumo excessivo por causa da interferência do café com contraceptivos orais ou hormônios liberados após a idade de menopausa. 

             O café parece agir também no sistema endocanabinoide - reduzindo os metabólitos sanguíneos produzidos nesse sistema - e interfere com alguns metabólitos do sistema androesteroide - sugerindo nesse último caso que o café pode facilitar a excreção ou eliminação de esteroides, algo que pode afetar doenças como o câncer (Ref.15). Os sistema endocanabinoide ajuda a regular o estresse, a cognição, a pressão sanguínea, imunidade, vício, sono, apetite, energia e o metabolismo de glicose.

             Entre os principais componentes comumente encontrados em uma bebida do café, podemos listar:

CAFEÍNA: A cafeína é a droga psicoativa mais consumida no mundo devido ao grande consumo de café e crescente consumo de bebidas energéticas, e alguns dos seus efeitos no comportamento de um indivíduo (como um maior ânimo) podem lembrar aqueles produzidos pela cocaína, anfetaminas e outros estimulantes.

          A cafeína é absorvida no estômago e no intestino fino, e, então, distribuída através do corpo. A quantidade máxima circulando no organismo é alcançada após 30-45 minutos depois de ingerida e somente pequenas quantidades ficam em circulação entre 8 e 10 horas depois. A concentração da substância diminui à medida que ela é metabolizada pelo fígado, e outros compostos podem interferir na velocidade de metabolismo, como a marijuana (acelera) e contraceptivos orais (desaceleram). A taxa de metabolismo também varia de pessoa para pessoa, o que explica as diferentes sensibilidades individuais frente aos efeitos da cafeína.

         No cérebro, a cafeína parece ter múltiplos alvos, mas o principal provavelmente são os receptores de adenosina. Ali, a substância dispara uma cadeia de eventos que afeta a atividade da dopamina, um importante mediador cerebral, e de áreas do cérebro envolvidas com a estimulação, prazer e pensamento.

           Nesse sentido, a cafeína pode ajudar a diminuir o progresso de doenças, como o Parkison, ao agir em diferentes regiões do cérebro, mas também pode desencadear problemas de hipertensão, enrijecimento de artérias, e aumento no nível de colesterol e insulina, ao agir em outras partes do corpo a partir de um excesso.

           O conteúdo de cafeína varia bastante nas bebidas de café, dependendo da matéria-prima e forma de preparo, com 240 ml podendo possuir de 60 a 200 mg desse composto. Em geral, assume-se que 240 ml fornece cerca de 100 mg de cafeína na média - incluindo o FDA (Agência de Drogas e Alimentos dos EUA) -, mas é preciso ficar atento com os tipos de café sendo consumidos.

          Nesse quesito, as recomendações relativas ao consumo diário de cafeína pelas agências de saúde variaram bastante ao longo das décadas. Estudos mais recentes sugerem que 400 mg diários é um limite seguro, enquanto alguns alertas internacionais tradicionais colocam um máximo entre 200 e 300 mg diários. A dose letal de cafeína no corpo humano situa-se entre 150 e 200 mg/kg, o que em um adulto de 75 kg equivale a algo entre 11,25 e 15 g.

CAFESTOL E KAHWEOL: Quando a bebida é filtrada - como geralmente acontece - muito pouco desses dois lipídios (da classe dos diterpenos) chegam ao preparado final, fazendo com que possíveis efeitos no aumento na concentração de colesterol no sangue alegadamente promovidas por essas substâncias deixem, virtualmente, de existir. Porém, por outro lado, alguns estudos também mostram que essas substâncias têm função anticâncer e são benéficas para o fígado. O balanço de benefícios, portanto, é incerto.

ÁCIDO CLOROGÊNICO E OUTROS ANTIOXIDANTES: Embora certos estudos apontem para complicações cardíacas decorrentes de um alto consumo de café, outras evidências científicas também encontram um efeito cardíaco protetor, e até mesmo de prevenção/controle à diabetes, associados ao ácido clorogênico e outras substâncias com propriedades de antioxidantes (O que são os radicais livres?). Porém, alguns trabalhos também trazem evidência desse ácido estando indiretamente associado com a formação de placas ligadas à aterosclerose.

POLIFENÓIS: Ainda é incerto se os polifenóis promovem algum real benefício para a saúde, apesar de evidências científicas favoráveis. Esses compostos são representados por moléculas contendo vários grupos fenóis ligados entre si, e podem ser encontrados em alimentos de origem vegetal, como vinho vermelho, óleo de oliva, coco, café e chás. Nas plantas, atuam em vários papeis vitais. Já para funções benéficas no corpo humano, as apostas são colocadas em uma redução no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, através de mecanismos envolvendo propriedades antioxidantes, vasodilatadoras e imunomoduladoras, especialmente a primeira. Abaixo, alguns compostos de polifenóis que podem ser encontrados em chás e cafés.

VITAMINAS E MINERAIS: O café não é uma boa fonte desses micronutrientes, mas alguns deles podem ser citados por potencialmente contribuírem de forma tímida para as nossas necessidades diárias. Entre os sais minerais, podemos encontrar significativa quantidade de magnésio e potássio. Já vitaminas, podemos citar a niacina e a colina.

     ESTUDO DE 2012:

           O primeiro estudo (Ref.4) em anos recentes de grande importância sobre os benefícios do consumo de café surgiu em 2012, realizado por um time de pesquisadores do NIH´s National Cancer Institute (NCI) liderado pelo Dr. Neal Freedman. Analisando mais de 400 mil homens e mulheres nos EUA, com idades entre 50 e 71 anos, os pesquisadores concluíram que o consumo de café estava associado com um menor risco de morte. E o resultado levou em cuidadosa consideração outros fatores importantes de risco, como fumo e bebidas alcoólicas.

         Em 17 de Maio de 2012, o time reportou o achado na edição do periódico New England Journal of Medicine. Comparando homens e mulheres que não bebiam café, aqueles que consumiam três copos ou mais (cada copo, cerca de 240 ml) por dia tinham aproximadamente 10% menos risco de morte. Consumidores de café tinham menor probabilidade de morrer de doenças cardíacas, respiratórias, isquemias, feridas/acidentes, diabetes e infecções.

          E o mais interessante desse estudo é que a cafeína, tão odiada e amada, não interferiu com os resultados da pesquisa, mostrando, mais uma vez, que não podemos subestimar os mais de 1000 compostos existentes na bebida.

    ESTUDOS DE 2017

           E, recentemente, dois novos estudos de grande escala vieram para reforçar os resultados a favor do café publicados em 2012. O primeiro estudo comparou consumidores e não-consumidores habituais de café em 10 países europeus. O segundo estudo comparou os benefícios do consumo de café relativo à etnia, em populações brancas e não-brancas. Em ambos os estudos, a menor incidência de morte surgiu bem clara entre aqueles que consumiam uma maior quantidade de café, e outra: também não encontraram diferença entre a versão cafeinada e a descafeinada, e entre as formas de preparo!

1° ESTUDO (Conhort prospectivo): Foram analisadas 521330 pessoas dentro do EPIC (European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition). Os pesquisadores encontraram que os participantes consumindo aproximadamente 700 ml ou mais de café por dia parecem receber os maiores benefícios em termos de diminuir os riscos de morte. Isso foi particularmente verdade para doenças no trato digestivo e no sistema circulatório. O estudo foi conduzido por cientistas da International Agency for Research on Cancer l e da Imperial College London.

2° ESTUDO (Cohort Multiétnico - MEC): Foram analisados 185855 Americanos descendentes de Africanos, Hawaiianos Nativos, Americanos descendentes de Japoneses, Latinos e Brancos, entre idades entre 45 e 75 anos e residentes no Hawaii, Los Angeles e Califórnia. Por 16 anos, investigadores da Keck School of Medicine of the University of Southern California analisaram esses participantes, e encontraram que o consumo de café estava associado com um menor risco de morte tanto nos Brancos quanto nos Não-Brancos. Esse estudo foi extremamente importante por analisar a questão das diferenças fisiológicas em termos de saúde entre os diferentes grupos humanos, algo antes feito de forma ínfima por outros trabalhos científicos do tipo.

            Juntando os resultados dos dois estudos - ambos publicados no Annals of Internal Medicine (Ref.5-6) -, fica evidente que o papel de proteção biológica já sugerido por outras investigações cientificas recentes não parece ser uma mera especulação. E enquanto a cafeína não parece fazer diferença, compostos bioativos como os polifenóis e outros antioxidantes estão claramente associados com uma redução na resistência à insulina, inflamações e biomarcadores de função hepática. Porém, ainda não se sabem quais os componentes específicos no café são os responsável por essa provável proteção. Estudos futuros mais sofisticados ainda precisam ser planejados e executados.

   ESTUDO GENÉTICO:

          Para tentar contornar os co-fatores que potencialmente podem ser ignorados em estudos observacionais, pesquisadores da Universidade do Sul da Austrália resolveram analisar os dados genéticos de mais de 300 mil participantes do banco de dados UK Biobank, através de um estudo mendeliano. O objetivo era estabelecer os verdadeiros efeitos do consumo de café reportado pelos participantes contra 1117 condições clínicas.

          O estudo - publicado em 2020 no periódico Clinical Nutrition Journal (Ref.17) -  encontrou que um consumo moderado de café é em geral seguro, mas que o consumo habitual dessa bebida está também associado com um aumento de risco para três doenças: osteoartrite, artropatia e obesidade, dependendo dos fatores genéticos. Nesse sentido, é um alerta para quem possui predisposição ou histórico dessas doenças na família. No geral, os pesquisadores não encontraram evidência de notável benefício ou malefício em relação a um consumo de café maior do que o habitual. Mas o número de evidências sugerindo efeitos benéficos à saúde - incluindo particularmente redução em sangramentos pós-menopausa - mostrou-se bem maior do que aquelas sugerindo efeitos adversos.

          Em estudo prévio, os pesquisadores também tinham sugerido que um consumo acima de 6 copos por dia (~1,5 litro) pode ser prejudicial.

   CAFÉ FRIO OU CAFÉ QUENTE?

          Nos últimos anos, algumas companhias de café e blogs de bem-estar vêm promovendo o consumo dessa bebida preparada a partir de um processo mais lento envolvendo a extração aquosa a baixa temperatura. De acordo com essas fontes, o café feito a partir de água aquecida (em ponto de ebulição) - como normalmente é feito - é mais ácido do que a bebida feito a frio e, portanto, seria um fator a mais de risco para problemas gastrointestinais e azia (1). Somando-se a isso, existem alegações de que o gosto do 'café frio' é melhor, que possui menos cafeína e que possui um maior conteúdo de antioxidantes. Isso fez com que as vendas de café frio aumentassem 580% de 2011 a 2016 só nos EUA.

          Porém, um estudo publicado em 2018 na Scientific Reports (Ref. 17), encontrou que os níveis de pH tanto da bebida feito à quente quanto daquela feito a frio são similares, variando na faixa de 4,85-5,13. Além disso, os níveis de atividade antioxidante na bebida feito à quente mensurados pelos pesquisadores - e associados com uma maior concentração total de ácidos titratáveis - eram bem maiores do que na versão fria. As amostras de café analisadas foram variadas, com origem de países como Etiópia, Colômbia, Mianmar, México e o próprio Brasil.

          Como os benefícios à saúde do café estão fortemente associados aos seus antioxidantes, não parece ser uma boa ideia trocar a versão quente pela fria, especialmente considerando que o perfil ácido das duas é praticamente o mesmo. Aliás, as evidências científicas de benefícios à saúde do café são baseadas no consumo da bebida preparada com água quente.

(1) É importante lembrar que não existem evidências científicas conclusivas de que o consumo de café está associado com qualquer aumento de risco para problemas no sistema digestório, incluindo a cavidade gástrica.


   CAFÉ ANTES DAS COMPRAS?

          Um estudo publicado no periódico Journal of Marketing (Ref.18) trouxe uma interessante conclusão. Os pesquisadores encontraram que a cafeína impacta o que você compra e o quanto você gasta em lojas. Em específico, eles mostraram que os consumidores que bebem um copo de café cafeinado antes de ir ao shopping gastam cerca de 50% mais dinheiro e compram quase 30% mais itens do que consumidores que bebem café descafeinado ou água. 

          Segundo os autores do estudo, o forte efeito estimulante da cafeína libera dopamina no cérebro, o que excita a mente e o corpo. Esse cenário leva a um estado de mais energético, o qual por sua vez eleva a impulsividade e reduz o autocontrole. Como resultado, o consumo de cafeína promove impulsividade nas compras em termos de maior número de itens comprados e maior gasto. Além disso, os pesquisadores encontraram que o consumo de cafeína influenciava nos tipos de itens comprados; aqueles consumindo café cafeinado tendiam a comprar mais itens não-essenciais.

          Nesse sentido, para consumidores tentando controlar gasto impulsivo, é recomendado evitar consumir bebidas cafeinadas antes das compras.


     CONCLUSÃO:

         Apesar das incertezas quanto ao consumo de café e seus riscos e benefícios à saúde, estudos de grande porte nos últimos anos vêm construindo um perfil de benfeitor para essa bebida. Mesmo que os estudos até o momento sejam observacionais - ou seja, não indicando necessariamente uma relação direta de causa e consequência entre o consumo de café e benefícios à saúde -, no mínimo podemos inferir que o café pode fazer parte de uma dieta saudável, especialmente considerando que os componentes dessa bebida não estão comprovadamente ligados a problemas de saúde caso o consumo não seja excessivo (1). E, pelo que tudo indica, a cafeína não parece influir positivamente ou negativamente dentro do espectro nutricional da bebida, sendo a função delegada a outros compostos misteriosos, figurando possivelmente os polifenóis entre eles. E isso é uma ótima notícia, já que a cafeína é o agente de maior controvérsia e alertas de saúde, apesar da substância possuir também potencial benéfico e ser bem tolerada entre grande parte da população.

(1) A verdade sobre os supostos efeitos benéficos oriundos do consumo alcoólico

        Mas é preciso tomar cuidado. O ideal seria consumir a bebida pura, assim como os Orientais fazem com os chás. Muitos gostam de abusar do açúcar de cozinha (sacarose) na sua feitura, o que aumenta o consumo calórico e eleva bastante o pico de insulina em circulação - sacarose, quando absorvida e digerida, libera frutose e glicose, com esse último carboidrato levando ao aumento na produção de insulina pelo pâncreas. Caso goste de um café adoçado, prefira os adoçantes.

        No final, o que podemos tirar de tudo isso é que quantidades diárias entre 480 e 960 ml de café (bebida) por dia não parecem fazer mal à saúde e podem ainda promover significativos ganhos de saúde para o corpo, independentemente se estão cafeinadas ou descafeinadas. Se você é um amante do café, essas são notícias de muita comemoração.

OBS.: No caso de grávidas, pessoas que sofrem com insônia e pacientes com problemas cardiovasculares, o ideal seria consultar um profissional de saúde para uma avaliação do impacto do consumo de café, especialmente os cafeinados. De qualquer forma, um consumo moderado dificilmente irá causar danos para o corpo de adultos em geral, mas é preciso lembrar que a meia vida do café dobra no organismo das grávidas e que essa substância atravessa a placenta." A FITOTERÁPIA TRATA A PESSOA COMO UM TODO NO CONTEXTO DE TODOS OS ASPECTOS DA VIDA INDIVIDUAL E INTELECTUAL: FISIOLOGIA, COMPORTAMENTO, MEIO AMBIENTE E CONSCIÊNCIA ".

segunda-feira, agosto 21

VAMOS CONHECER AS VITAMINAS DO COMPLEXO B E SUAS FUNÇÕES:

Quando falamos sobre alimentação saudável e temas relacionados, um dos tópicos mais frequentes é a importância das vitaminas. No entanto, esse é um tema relativamente complexo e muito extenso, o que faz com que boa parte do conhecimento seja parte do senso comum.

É hora de aprofundar o  aprendizado e entender o que são as vitaminas do complexo B. Saber o porquê de sua importância para a saúde lhe ajudará a se cuidar cada vez melhor e ter mais atenção aos sinais do próprio organismo.

Sendo assim, veja quais são as principais vitaminas do complexo B, a importância de cada uma, os sinais de carência e quais são as fontes mais abundantes desses compostos.

O que são vitaminas?

As vitaminas são substâncias essenciais para a vida. Elas participam de uma grande variedade de reações em nosso organismo e, sem esses nutrientes, muitas delas simplesmente não funcionam. Pense nas vitaminas como chaves essenciais para ligar as ações que acontecem em nosso corpo.

Elas são classificadas em 2 grupos, levando em consideração a solubilidade: lipossolúveis (solúveis em gorduras) e as hidrossolúveis (solúveis em água). As do primeiro grupo são as vitaminas A, D, E e K. E como exemplo de vitaminas hidrossolúveis temos a vitamina C e as vitaminas do complexo B.

É importante ter esse conhecimento por um detalhe: a toxicidade das vitaminas. Afinal, o excesso também pode ser prejudicial! Quando falamos sobre compostos lipossolúveis, nos referimos a um risco maior de hipervitaminose. As que são solúveis em água são mais facilmente eliminadas pela urina e, portanto, representam um risco menor para a saúde.

Quais são os sintomas da deficiência e carência de vitaminas do complexo B?

Deficiência e carência são termos diversos para um mesmo problema: a presença de níveis abaixo do esperado de certas substâncias em nosso organismo. A diferença está na forma de diagnóstico.

A deficiência é detectada apenas a partir de exames, enquanto a carência faz com que o paciente apresente sinais físicos do problema. No caso das vitaminas do complexo B, os sintomas são:

  • Nervosismo;
  • Dificuldade para dormir;
  • Inquietação;
  • Agressividade;
  • Irritação;
  • Mudanças de humor;
  • Falta de energia;
  • Depressão;
  • Problemas com o foco e a memorização;
  • Fraqueza muscular;
  • Inchaço nos membros (braços e pernas);
  • Redução do apetite;
  • Emagrecimento;
  • Palidez;
  • Lesões nas mucosas (boca, por exemplo);
  • Confusão mental;
  • Problemas oculares;
  • Formigamento nas mãos e pés;
  • Ardência nas mãos e pés;
  • Náuseas;
  • Cãibras;
  • Alterações na pele, entre outros.

Como podemos ver, boa parte dos sintomas associados à ausência de vitaminas do complexo B no organismo está relacionada a alterações neurológicas ou do sistema nervoso como um todo. 

Quais são as vitaminas do complexo B?

É hora de conhecermos as vitaminas do complexo B e compreendermos a sua importância para a nossa saúde. 

B1 (tiamina)

A vitamina B1 está diretamente relacionada com o nosso metabolismo. Ela favorece o apetite (estimulando as pessoas a se alimentarem e, consequentemente, terem mais nutrientes à disposição) e ajuda a controlar o gasto energético das células, a partir da organização do uso de carboidratos pelo organismo.

B2 (riboflavina)

Enquanto a vitamina B1 está relacionada com o metabolismo dos carboidratos, a B2 é responsável pelo controle do uso das gorduras do nosso corpo. Além disso, participa da produção sanguínea e ajuda na imunidade.

B3 (niacina)

Está sentindo um pouco de desânimo? Pode ser deficiência de vitamina B3! Ela tem ação voltada para o sistema nervoso, nos deixando mais alertas e focados. Também tem importante participação na circulação sanguínea e em vários outros aspectos do organismo.

B5 (ácido pantotênico)

A vitamina B5 é uma verdadeira “faz tudo” do nosso organismo. Ela está relacionada com a saúde óssea (a partir da produção de vitamina D), cardíaca (com o controle dos níveis de colesterol no sangue) e com a produção de energia para o corpo.

B6 (piridoxina)

Essa é uma vitamina mais voltada para o bom funcionamento do sistema nervoso, atuando diretamente na produção de neurotransmissores (substâncias que enviam mensagens para os neurônios) e proteção dessas células cerebrais.

B7 (biotina)

É provável que você já tenha ouvido falar da biotina, muito utilizada em dermocosméticos e produtos capilares. Isso acontece porque uma das suas principais funções é a melhora dos aspectos desses anexos da pele, mas ela também participa da saúde do sistema nervoso.

B9 (ácido fólico)

O ácido fólico, também chamado de folato, é uma substância essencial para as gestantes. Na gravidez, participa do desenvolvimento do sistema nervoso do feto e deve ser suplementada. Além disso, participa da manutenção da saúde de vasos sanguíneos e outras estruturas do corpo.

B12 (cobalamina)

Por fim, existe a vitamina B12. Ela está relacionada com a produção (síntese) de neurônios (células do cérebro). Sua deficiência pode trazer sintomas bem graves, prejudicando a fala, a memória e até a movimentação dos pacientes afetados.

Quais são as principais fontes de vitaminas do complexo B?

Uma boa alimentação é o principal caminho para que possamos ter acesso a todas as vitaminas necessárias para o funcionamento do nosso corpo. Isso não é diferente quando o assunto envolve as vitaminas do complexo B.

Veja, a seguir, algumas das principais fontes alimentares dessas substâncias:

  • Carnes vermelhas em geral;
  • Bife de fígado;
  • Leite;
  • Ovos;
  • Gérmen de trigo;
  • Peixes;
  • Cogumelos;
  • Abacate;
  • Tomate;
  • Cereais integrais;
  • Levedura de cerveja;
  • Aves
  • Vegetais folhosos verde-escuro.

Lembrando que alimentação e imunidade energia e disposição têm tudo a ver. Por isso, uma dieta equilibrada e rica em alimentos que são fontes de vitaminas do complexo B também será benéfica para a sua saúde em outros aspectos! Em alguns casos, é possível que as pessoas tenham dificuldades de absorção.

Nessas situações, não se preocupe. A suplementação é um caminho possível para quem precisa de doses extras de vitamina, mas deve sempre ser feita em parceria com um profissional de saúde experiente, que possa acompanhar seus exames.

Agora, é hora de prestar atenção aos sintomas relacionados com a sua carência e, claro, incluir alimentos ricos nesses compostos em sua alimentação no cotidiano. Fique de olho nos sinais do seu corpo! " DEIXAS QUE O TEU ALIMENTO SEJA TUA MEDICINA ".

sábado, agosto 12

CONHECENDO AS CINCOS FASES DO SONO:

Neste artigo, quero tirar algumas dúvidas sobre as cinco fases do sono. Aqui estão informações que podem apontar na direção certa e ajudá-lo a encontrar o tratamento que pode vir a dar certo para você. Afinal, dormir com qualidade faz bem para o corpo e a alma. 

Continue lendo para saber qual estágio ajuda seu cérebro, qual restaura seu corpo e se você está alcançando um bom equilíbrio entre as fases todas as noites.

As fases do sono ideal:

Existem cinco fases do sono durante o ciclo do sono.

Os cientistas categorizaram os estágios do sono com base nas características do cérebro e do corpo durante o sono. Sendo assim, os estágios 1, 2, 3 e 4 são categorizados como sono não REM e o quinto estágio é o sono REM.

Cada uma das fases desempenha um papel essencial na manutenção da sua saúde mental e física, portanto cada fase do sono desempenha um papel diferente na preparação do seu corpo para o dia seguinte.

A quantidade de cada fase do sono pode variar significativamente entre noites e indivíduos. Durante uma noite de sono ideal, seu corpo tem tempo suficiente para passar por quatro a cinco ciclos de 90 minutos que mostram diferentes fases do sono à medida que a noite avança. Em geral, cada fase se move sequencialmente assim:

  • vigília;
  • sono leve;
  • Sono profundo;
  • REM;
  • e repetição.

Padrões de sono NREM:

O sono NREM é composto por três fases diferentes. Quanto maior o estágio do sono NREM, mais difícil é acordar uma pessoa de seu sono.

 Estágio 1:

Essa fase é comparável a quando você tira um cochilo: normalmente dura de um a cinco minutos. É caracterizado pela interrupção do movimento muscular e pelo movimento lento dos olhos atrás da pálpebra. 

Por isso, chamamos essa fase de “crepúsculo do sono”, em que você possivelmente continua ciente de algumas das coisas que acontecem ao seu redor. Já que esse estágio é uma fase mais leve do sono, geralmente é fácil acordar alguém durante esse período.

 Estágio 2:

A fase 2, por outro lado, é o momento em que o indivíduo está realmente adormecido e não está ciente do seu entorno. Assim, durante essa fase, a frequência cardíaca e a respiração se regulam, a atividade cerebral e temperatura do corpo diminuem, os movimentos dos olhos também reduzem ou param completamente. 

Ela costuma durar de 10 a 25 minutos durante o primeiro ciclo do sono, sendo que cada estágio pode ir ficando mais longo durante a noite. Normalmente as pessoas passam cerca de metade do tempo de sono na fase 2.

 Estágio 3:

As ondas cerebrais desaceleram no estágio com apenas algumas rajadas de atividade. Aqui estamos falando de um sono profundo em que os músculos relaxam e a respiração diminui ainda mais. É difícil acordar dessa fase, assim a pessoa pode se sentir desorientada se um alarme ou alteração a tirar desse estágio.

 Estágio 4:

É um sono ainda mais profundo, em que as ondas cerebrais ficam mais lentas e os adormecidos são muito difíceis de acordar. Acredita-se que o reparo tecidual ocorra durante essa fase do sono e que os hormônios também sejam liberados para ajudar no crescimento. 

Os estágios 3 e 4 costumam se configurar numa única fase, já que são os estágios mais profundos do sono. Além disso, são conhecidos como Sono de Ondas Lentas. São as fases mais profundas do sono NREM.

Padrões de sono REM

 Estágio 5:

A fase final do sono: é neste ciclo em que sonhamos. Os olhos se movem rapidamente atrás das pálpebras e a respiração torna-se superficial e rápida. Do mesmo modo, a pressão arterial e a frequência cardíaca também aumentam durante o sono REM e os braços e as pernas ficam paralisados ​​para que o adormecido não traga o seu sonho à realidade. Acredita-se que o objetivo dessa fase (e dos sonhos) é estimular as seções do cérebro que são necessárias para a memória e o aprendizado, sendo assim uma maneira de o cérebro armazenar e classificar informações. O sono REM ocorre aproximadamente durante 90 minutos no ciclo do sono.

A duração de cada ciclo muda ao longo da noite, mas em geral se percorre os estágios várias vezes antes de acordar. Para aqueles com distúrbios do sono, como apneia obstrutiva do sono, os níveis mais profundos de sono podem não ser alcançados com a frequência normal porque estão sendo constantemente acordados. Isso pode levar à incapacidade do corpo de reparar danos, poucos sonhos e aumento da fadiga ao acordar e ao longo do dia.

Em qual parte do sono descansamos mais?

As pessoas adultas precisam de 7 a 9 horas de sono por noite, mas é necessário entender que a importância também está na qualidade do sono que você tem.

Como vimos, os estágios 1 e 2 são sonos leves e pouco fazem para reparar nossos corpos e mentes. No entanto, as fases 3 e 4 são as responsáveis pelo poderoso hormônio de crescimento (HGH), enviando uma onda de trabalho celular rejuvenescedor por todo o corpo. Porém, tudo isso seria em vão se o próprio cérebro fosse psicologicamente danificado pela falta do estágio 5: o sono REM.

Existe uma ligação muito próxima entre as fases 3 e 4 do sono profundo e o a 5 do sono REM. O sono profundo difere do sono REM: o sono profundo é voltado para a manutenção física, enquanto o sono REM cuida da manutenção mental.

Assim, os três últimos estágios do sono são essenciais para nossa saúde física e mental. Afinal, de que adiantaria um corpo humano fisicamente perfeito se seu cérebro fosse enlouquecido pela falta de sono REM?

Durante o sono profundo, uma variedade de funções ocorrem na mente e no corpo:

  • consolidam-se memórias
  • o sistema imunológico é energizado
  • ocorre o processo de aprendizagem
  • ocorre a recuperação física
  • os níveis de açúcar no sangue e o metabolismo se equilibram
  • o cérebro se desintoxica

Por isso que, Sem Sono profundo, essas funções não podem ocorrer e os sintomas da privação do sono aparecem. Especialistas da área afirmam que, para se ter um sono reparador, é fundamental que as fases 3, 4 e 5 estejam em perfeita harmonia.

Quanto de sono REM você precisa ter: o sono profundo ideal:

Como já dito, especialistas da área recomendam que os adultos durmam cerca de 7 a 9 horas por noite. Mas as pesquisas sobre sono identificaram ser essencial compreender que a qualidade do sono está intrinsecamente relacionada, também, com o quanto de cada estágio do sono você precisa.

Nosso primeiro ciclo de sono REM começa cerca de 90 minutos após adormecer e se repete a cada 90 minutos. Assim, nossos olhos se movem rapidamente atrás das pálpebras e as ondas cerebrais são semelhantes às de alguém que está acordado. A respiração, a frequência cardíaca e a pressão arterial aumentam para níveis quase de vigília.

Embora não se tenha um consenso oficial sobre quanto de sono REM devemos ter, sonhar é mais comum durante essa fase. Os pesquisadores acreditam que sonhar ajuda a processar emoções e solidificar certas memórias.

Enfim, para a maioria dos adultos, o REM ocupa cerca de 20% a 25% do sono, e isso parece ser saudável durante os ciclos médios de sono.

Ciclo do sono e o tempo ideal para cada idade:

Apesar de existir um padrão específico para os estágios do sono, pode haver uma diferença substancial com base em vários fatores. O tempo em cada fase muda drasticamente ao longo da vida de uma pessoa.

Bebês e crianças precisam de mais sono do que os adultos: os bebês passam dormindo cerca de 16h a cada 24 horas, sendo que aproximadamente 50% de seu sono é gasto na fase REM, enquanto os outros 50% são divididos entre os estágios 1 a 4, o sono NREM, que alterna entre leve e profundo.

À medida que as crianças crescem, a quantidade de sono de que precisam varia:

  • crianças: 11 a 14 horas
  • pré-escolares: 10 a 13 horas
  • crianças em idade escolar: 9 a 12 horas
  • adolescentes: 8 a 10 horas
  • adultos: 7 a 9 horas

Com sono suficiente que parece ser repousante, é provável que a proporção leve, profunda e REM esteja exatamente onde deveria estar nos jovens.

Se eles estão tendo problemas para adormecer, permanecer dormindo ou dormir bem, ou se estão dormindo demais para a idade, as crianças podem ficar irritadas, podem ter problemas de aprendizado e memória ou podem ser mais suscetíveis a doenças.

Por que o sono é tão importante?

Se você dorme 8 horas, mas se revira a noite toda, pode não estar dormindo o suficiente. É impossível forçar seu cérebro a entrar em sono profundo.

Existem estratégias que se mostraram promissoras para aumentar sua porcentagem de sono profundo. Esses incluem:

  1. reduzir o estresse;
  2. estabelecer rituais e rotinas de sono;
  3. usar uma máscara de olho para bloquear a luz;
  4. dormir em um quarto fresco;
  5. fazer exercícios físicos;
  6. ter uma dieta saudável;
  7. fazer meditação. 

Segundo a Associação Americana de Apneia do Sono, você deve se sentir bem e confortável ao acordar, entretanto muitas pessoas não se sentem assim.

Vamos fazer um exercício matemático: caso você durma de 7 a 9 horas por noite, mas apenas 10% disso é sono profundo, você não está conseguindo os tais 90 minutos de que precisa e ainda pode acordar super cansado diariamente. Um estudo do sono pode ajudá-lo a descobrir o que está acontecendo.

Existem várias causas possíveis que você pode querer discutir com o profissional de saúde, o especialista incluindo:

  • distúrbio geral do sono;
  • apneia obstrutiva do sono;
  • não dormir o suficiente;
  • dormi demais;
  • outras condições de saúde que causam fadiga.

Os cientistas concordam sobre a importância do sono para a saúde e, embora as fases 1 a 4 e o sono REM sejam importantes, o sono profundo é o mais essencial de todos para se sentir descansado e saudável.

O adulto saudável médio recebe cerca de 1 a 2 horas de sono profundo por 8 horas de sono noturno. Existem várias maneiras de avaliar se você está, desde rastreadores pessoais até um estudo do sono.

sexta-feira, agosto 11

SISTEMA ENDOCANABINOIDE: O QUE É? PORQUE PRECISAMOS CONHECER?


O uso da Cannabis para fins medicinais tem origem milenar. Mas, até o século passado, pouco se compreendia cientificamente a esse respeito.

Foi somente no início dos anos 1990 que pesquisadores começaram a desvendar porque essa planta apresenta tão amplo potencial terapêutico. A resposta está no Sistema Endocanabinoide.

Sistema Endocanabinoide é um sistema regulatório vital, presente nos seres humanos e em todos os animais vertebrados, envolvido em praticamente todos os nossos processos fisiológicos e patológicos.

A interação dos receptores endocanabinoides com seus principais ligantes regula e modula o estresse, as emoções, a digestão, a dor, a função cardiovascular, o sistema imunológico e processos inflamatórios, o desenvolvimento do sistema nervoso, a plasticidade sináptica, os processos de aprendizagem e memória, a coordenação dos movimentos, o metabolismo e gasto energético, a regulação do apetite, o ciclo sono-vigília e até a regulação da temperatura corporal.

Essa interação pode ser estimulada e modulada por compostos químicos presentes na planta da Cannabis. Os fitocanabinoides e os terpenos da Cannabis ajudam a equilibrar o Sistema Endocanabinoide, trazendo mais qualidade de vida e bem-estar para pacientes em diversos contextos patológicos.

Neste artigo detalharemos  o funcionamento do Sistema Endocanabinoide e as potencialidades da Cannabis como um agente de estabilidade e modulação desse sistema.

O que é o Sistema Endocanabinoide?

O Sistema Endocanabinoide é um conjunto de receptores, ligantes e enzimas que atuam como sinalizadores entre as células, contribuindo para as mais diversas funções do organismo.

Os receptores endocanabinoides e as substâncias endocanabinoides estão distribuídos  todos os órgãos e sistemas do corpo, executando diferentes tarefas, sempre com o objetivo de manter e restaurar a estabilidade das nossas funções fisiológicas, ou seja, estabelecer a homeostase do nosso organismo.

O equilíbrio dos sistemas corporais é imprescindível para a saúde. Qualquer desbalanço nas funções fisiológicas pode ser determinante para o desenvolvimento de doenças.

Como funciona o Sistema Endocanabinoide:

Estudos apontam que as deficiências de funcionamento do sistema endocanabinoide interferem significativamente no desenvolvimento e progressão de diversas doenças, como enxaqueca, fibromialgia, Parkinson, Alzheimer, distúrbios gastrointestinais, síndrome metabólica, psoríase, dentre várias outras.

Os  principais  receptores endocanabinoides estudados até o momento, foram chamados de CB1 e CB2.

CB1 e CB2:

O receptor CB1 está densamente presente no Sistema Nervoso Central, principalmente, córtex, cerebelo, hipocampo e núcleos da base. Mas, também, estão presentes no Sistema Nervoso Entérico (SNE), nas células adiposas, células endoteliais, fígado e trato gastrointestinal.

Os receptores CB2 estão amplamente presentes nas células e tecidos do sistema imunológico, evidenciando o potencial anti-inflamatório e imunomodulador desses receptores.

Endocanabinoides:

O organismo humano é capaz de produzir seus próprios canabinoides. Os endocanabinoides têm a função de ligante dos receptores endocanabinoides e exercem efeitos específicos de acordo com cada ligação.

N-araquidonoil-etanolamina (AEA) foi a primeira substância endocanabinoide descoberta. A ligação da AEA nos receptores CB1 exerce importante papel na modulação da dor, do humor, do apetite e da memória.

Um segundo endocanabinoide descoberto, muito abundante no Sistema Nervoso Central , o 2-Araquidonoil-Glicerol (2AG) apresenta atuação tanto nos receptores CB1 quanto CB2, e suas ações modulam a plasticidade sináptica dos processos de aprendizagem e memória.

No próximo tópico, abordamos algumas potencialidades da Cannabis no processo de homeostase do Sistema Endocanabinoide.

A Cannabis como agente de equilíbrio do Sistema Endocanabinoide:

Como vimos, o Sistema Endocanabinoide permite uma adequada comunicação e coordenação nas interseções de variados sistemas do organismo.

Quando os receptores endocanabinoides são estimulados, desencadeiam-se mecanismos fisiológicos que, regulam uma série de funções, a exemplo de processos inflamatórios e de sinalização neuronal.

Os principais elementos químicos da Cannabis, os fitocanabinoides e os terpenos, são capazes de estimular os receptores endocanabinodes e interagir com as substâncias endocanabinoides, interferindo em aspectos como a regulação do apetite, o gasto metabólico, a qualidade do sono, os processos de aprendizagem e memória.

A seguir, listamos alguns transtornos, que vêm apresentando resultados positivos com a terapêutica canabinoide.

Transtornos de ansiedade:

Diversas pesquisas científicas demonstram que a administração de Canabidiol (CBD) e Tetrahidrocanabinol (THC) é capaz de reduzir consideravelmente a manifestação de comportamentos relacionados aos transtornos de ansiedade e estresse, produzindo um efeito ansiolítico que atenua de forma prolongada a expressão dessas respostas defensivas.

Doença de Parkinson:

Estudos evidenciam os efeitos benéficos das quimiovariantes da Cannabis para pessoas portadoras da Doença de Parkinson. O principal resultado é a melhora na qualidade de vida e no bem-estar dos pacientes avaliados, principalmente na redução de sintomas motores e não-motores, como dor, transtornos do sono e do humor.

Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

Pesquisas recentes mostram que os fitocanabinoides podem ser eficazes também no tratamento adjuvante de sintomas comuns aos portadores de TEA, como distúrbios do sono, ansiedade, agitação psicomotora e crises convulsivas.

Compreender o funcionamento do Sistema Endocanabinoide em toda a sua complexidade é o primeiro passo para quem deseja incorporar medicamentos derivados de canabinoides em sua prática clínica e oferecer aos pacientes alternativas terapêuticas seguras e eficazes, sempre baseadas em evidências científicas. 

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?