terça-feira, fevereiro 27

MIGRÂNIA: COMO A VITAMINA D PODE AJUDAR NO TRATAMENTO:

A migrânea é uma doença crônica, paroxística e neurovascular comum que afeta aproximadamente 14% da população mundial. É causada por uma hiperexcitabilidade neuronal com alteração da percepção da dor e pode afetar significativamente a qualidade de vida, o funcionamento social e a produtividade dos indivíduos.

FISIOPATOLOGIA DA MIGRÂNIA:

A fisiopatologia da migrânea envolve uma vasta gama de mecanismos que incluem: 
depressão cortical, ativação das vias trigeminovasculares e disfunção vascular sistêmica. Existe também a ação de diferentes neuropeptídeos, tais como:  peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) e o peptídeo ativador da adenilato ciclase pituitária (PACAP) apresentam propriedades vasoativas e são liberados durante os ataques de migrânea. Esses neuropeptídeos ativam o sistema trigeminovascular e subsequente pode induzir a liberação de mediadores inflamatórios, vasodilatação e extravasamento plasmático. Todos esses fatores contribuem para o início dos ataques de migrânea.


TRATAMENTO COM VITAMINA  D3:

A deficiência de vitamina D tem sido associada a um grande número de desordens dolorosas, incluindo as dores de cabeça. Em geral, a insuficiência dessa vitamina pode ocorrer devido aos seguintes fatores: inadequada exposição solar ou ingestão não suficiente e variações genéticas no metabolismo da vitamina D. A suplementação de vitamina D3 pode reduzir o número de ataques de dor de cabeça, diminuir a necessidade de consumo de analgésicos e atenuar a intensidade e a duração das dores de cabeça. Também observa-se que essa vitamina pode suprimir a neuroinflamação na migrânea, diminuindo os níveis de óxido nítrico sintase indutível (iNOS) e provavelmente interleucina (IL-6). 

RESULTADOS:

Através de um estudo conduzidos por pesquisadores em (2020) investigou o uso de vitamina D3 em pacientes com migrânea. Foi obtido os seguintes resultados:

A média de idade no grupo tratado com vitamina D foi de 37 anos e no grupo 2 de 38 anos

A suplementação com vitamina D resultou em significativa melhora nos escores do MIDAS após 12 semanas de intervenção (21,49) comparado com o placebo (31,16) – p=0,016

Os níveis do CGRP apresentaram diminuição significativa no grupo tratado com a vitamina D (153,26 ng/l) quando comparado com os pacientes tratados com placebo (188,35 ng/l) – p=0,022.

CONCLUSÃO:

A suplementação de vitamina D em indivíduos com migrânea, particularmente aqueles com aura, pode potencialmente melhor os episódios de dores de cabeça e também de outras desabilidades. A suplementação também pode atenuar os níveis do CGRP. A vitamina D com base nos resultados pode ser usada potencialmente em pacientes com  migrânea. 

quinta-feira, fevereiro 22

A COR DA URINA PODE NOS REVELAR DOENÇAS RENAIS OU NO FÍGADO:

Quando a cor da urina estiver Laranja e marrom são tons que merecem alerta:

A cor do xixi pode falar muito sobre sua saúde e é bom estar atento a algumas alterações que podemos reconhecer só de olhar para ele, especialmente se o vaso sanitário for branco.
Uma urina que se aproxima da água pode significar que bebeu muito líquido ou que seus rins perderam a capacidade de concentrar o xixi, como ocorre na doença renal crônica. Amarelo claro, por sua vez, é a cor da urina normal.

AMARELO FORTE:

A coloração amarela forte ou alaranjada pode ser apenas porque está faltando líquidos no organismo, mas pode significar que outras coisas estejam acontecendo. Por exemplo, em caso de infecção da urina há uma grande quantidade de células chamadas leucócitos que deixam a urina mais forte e frequentemente má cheirosa devido à presença especialmente de bactérias. Podem existir outros sintomas associados como dor ou ardor para urinar, a pessoa acometida pode fazer xixi diversas vezes em pequenas quantidades e mediante esforço, dor na região inferior da barriga, enfim, características de cistite (infecção na bexiga) ou uretrite (infecção na uretra, que é o canal que liga a bexiga ao meio externo).

VERMELHO, MARROM OU MAIS ESCURO:

A urina de cor avermelhada ou alaranjada "como suco de laranja", ou ainda cor de "chá mate", ou cor de "refrigerante de cola" é geralmente sinal de perda de sangue pela urina. Este sangue pode estar vindo dos rins (glomérulos) ou das vias urinárias. Por exemplo, pedras que andam pelos canais que levam o xixi podem machucá-los e o sangue sair, geralmente acompanhado de dor na região lombar de forte intensidade. Mas pode ser mais preocupante até do que isso, como é o caso de tumores, nefrites, tuberculose, enfim, apenas o profissional de saúde poderá por meio de um exame simples, saber exatamente o que ocorre.
Quando o fígado está doente o paciente pode produzir excesso de bilirrubinas, que podem ser eliminadas pelos rins e colorir a urina de cor acastanhada ou mesmo marrom.

OUTRAS CORES:

Não podemos nos esquecer que alguns corantes naturais como o da beterraba, amora e mirtilo podem colorir a urina, sem qualquer significado de doença. O mesmo em relação aos corantes artificiais que podem tornar a urina de cores inimagináveis e estão contidos principalmente em remédios.
Além disso, algumas bactérias não tão habituais na urina, geralmente infecções adquiridas em ambiente hospitalar ou na presença de entupimentos da via urinária, são capazes de produzir um pigmento azul ou verde. São as pseudomonas, conhecidas como bacilos piociânicos (ciano=azul).

NA DÚVIDA BUSQUE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE:

Enfim, prestar atenção na cor da urina deve ser um hábito simples que pode prevenir que doenças evoluam sem diagnóstico. E os nefrologistas recomendam que, sempre que possível, o vaso sanitário seja claro, de forma a permitir que pequenas alterações possam ser notadas. Beber bastante líquido também é uma recomendação universal, a menos que o indivíduo esteja em tratamento de insuficiência renal. O certo é que urinemos cerca de 2,0 a 2,5 litros de xixi ao dia, de cor amarelo clara, sem cheiro forte e sem dor. Fique de olho!
A qualquer dúvida, procure um médico. Um exame de urina simples pode trazer muitas informações importantes a um custo baixo e sem qualquer incômodo.

sábado, fevereiro 17

SISTEMA TEGUMENTAR: A PELE, FUNÇÃO, ESTRUTURA, FISIOLOGIA, EMBRIOLOGIA

A pele é um órgão vital no corpo de um ser vivo. Se apresenta com boa influência sobre o índice de massa corpórea, envolve o organismo de modo semelhante à uma capa, impõe limites entre os espaços, proteção contra agressões exógenas e endógenas e fornece uma ponte de comunicação com o ambiente. A moldabilidade é uma particularide marcante, em prol da alta flexibilidade e resistência propicia o estiramento e retorno á posição normal da pele, acompanhada de potencial reciclagem, restauração e baixo nível de permeabilidade. 

A origem embrionária é oriunda dos folhetos dos tipos mesodérmicos que formam a derme e a hipoderme, ectodérmicos que originam arranjos epiteliais como a epiderme, glândulas, pêlos, unhas e neurais a qual fundam os melanócitos e nervos.

O sistema tegumentar pode em termos de função, ser classificado como multifuncional, em decorrência de no ser humano garantir a engrenagem harmônica dos vários sistemas; a qual se destaca a síntese e metabolização de hormônios, dentre eles a testosterona, di-hidrotestosterona e vitamina D, a correta eliminação de produtos do metabolismo através do processo de excreção, em que são liberados para o meio externo através de glândulas écrinas o suor, ureia e glicose, a secreção de caráter interno, ou seja a expulsão dentro do corpo dos resíduos das glândulas internas, ênfase para citoquerarina, melanina, suor e sebo. A manutenção da temperatura corporal dentro dos limites, reagindo através de constrições, desvio da circulação para a rede capilar, absorção de calor através do suor, vasodilatações e vasoconstrição às oscilações  do ambiente. A percepção tátil, provinda de altas terminações nervosas possibilita as sensações, gerando respostas aos estímulos nocivos. No reino animalia, a contribuição também é relevante, a qual vale destacar o papel dos feromônios, a troca gasosa e a integridade física.

A cútis é subdividida em camadas interdependentes que possuem seus próprios estratos. A epiderme é a que mais está em contato com o ambiente, composta de tecido epitelial estratificado ceratinizado, avascularizado, espessura e textura dependente do local do corpo, sendo mais delgada na palma das mãos e mais espessa na planta dos pés, constituída de células epiteliais chamadas queratinócitos, mas também conhecidos por ceratinócito as quais são abundantes na epiderme, fundam as cinco camadas desta, a camada basal que contém numerosos ribossomos livres, filamentos intermediários, pequeno aparelho de golgi ,mitocôndrias e reticulo endoplasmático rugoso contando com pequenas células, de cúbicas a colunares, com núcleos ovais e citoplasma basófilo, ancoradas na membrana basal, a camada espinhosa com células maiores em comparação ao estrato basal, contando com muitos prolongamentos citoplasmáticos, a camada  granulosa composta de numerosos grânulos de querato-hialina, a camada lúcida de aspecto claro e a depender da região analisada, especialmente em termos de baixa espessura quase não é visível  e a camada  córnea têm células anucleadas e preenchidas com filamentos de queratina e por último a camada germinativa. Logo, a principal função dos queratinócitos é produzir queratina, uma proteína fibrosa, a qual apesar de serem células mortas, envolvem às  células epidérmicas evitando desperdício de água, proteção do ambiente externo através de uma película protetora. Constituem a pele e seus anexos (pelos, unhas e glândulas) e além da importância estrutural atuam em processos inflamatórios e imunológicos, como células alvo em quadros de LES, líquen plano, psoríase, secretores de citocina, peptídeos, neuropeptídios e outros mediadores e a síntese de endógenos (autocrinos, parácrinas e endócrinas). Os melanócitos derivados da crista neural (melanoblastos) localizados na camada basal, na conformidade de 1 melanócito para 10 queratinócitos basais, estas células dendríticas relacionam cada melanócito em média com 36 queratinócitos, as quais emitem o seu pigmento, estabelecendo o elemento  epidermomelanica, são sintetizadoras da pigmentação da pele, a denominada melanina que absorve e distribue a ação dos RUV, a abundância é variada na anatomia e a fração é quase a mesma em todas as raças. Mas, o que diferencia é a questão de os melanossomas em negros serem maiores e mais maturos do que nos brancos se organizando em unidades e não em grupos. As células de Langerhans são essenciais do sistema imune, oriundos da medula óssea, sendo APC com efetiva reação imunológica e mediante patologias se reduzem, a citar sarcoidose e dermatite de contato. As células de Merkel de origem neural é um mecanorreceptor de regiões de sensibilidade tátil, estimuladas por agressões. Os anexos da epiderme são os folículos pilossebáceos presentes em toda a pele, de menos na regiões palmoplantares e genitália, os folículos pilosos com uma glândula sebácea anexa, recebem essa designação, com função sensorial, termorreguladora, protetora, papel estético e reparação tecidual, arcando ciclicamente por três processos; a anagena (crescimento ativo), a catagena (morte do fio) e a telogena (fio morto é substituído por um novo). A glândula sebácea, holocrina, libera sebo, que forma o manto lipídico com ação antimicrobiana e  protetora. O músculo eretor do pelo é liso, que emerge da porção superior da derme, inferior à epiderme e se insere obliquamente no folículo piloso. As glândulas sudoríparas podem ser classificadas em apocrinas, oleosas, inodoras, cheias de material orgânico que sob ação bacteriana origina o odor característico, presentes nas axilas, genital e areolar a citar as mamas e as pálpebras. Às ecrinas estão  presentes nas porções palmoplantares, são termorreguladoras devido a perda evaporativa de calor que sob controle hipotalâmico é liberado a substância acetilcolina quê estimula secreção de suor e contração mioepitelial, promovendo a sudorese. As apoecrinas de caráter misto e exclusiva de adultos. As unhas são placas de citoqueratina (CK) proteínas estruturais dos epitélios, de origem ungueal contendo lúnula, eponiquio, lâmina ungueal, leito ungueal e hiponiquio.

A Derme é uma capa de tecido conjuntivo, fibrosa e amorfa, situada abaixo da epiderme, altamente vascularizada pelo seu papel de manutenção da pressão arterial e da temperatura, reparação de cicatrizes e no sistema imune. Detém como células residentes os mastócitos que são grandes e redondos, localização abundante em partes mais expostas à invasões, sendo que no tecido conjuntivo são ricos em histamina (vasodilatadora) e heparina (anticoagulante) e na mucosa contêm, em seus grânulos, sulfato de condriotina (constituinte de cartilagem) e pouca histamina, as células dendríticas, fibroblastos e histiocitos enquanto que de forma escassa e temporária: linfócitos, plasmócitos e outros constituintes hemodinâmicos. Sua comunicação com a epiderme é essencial para o equilíbrio de ambos, por estes atuarem na junção dermoepidérmica, nos anexos e em processos de reparação. Esta camada se divide em: superficial com muitas células e delgados feixes fibrilares de colágeno; profunda tem leves ondulações e feixes mais espessos de colágeno e a adventicial disposta em torno dos anexos e vasos composta de finos feixes de colágeno. O colágeno é a estrutura protéica mais abundante no corpo, ampla distribuição nos tecidos conjuntivos, alta influência percentual sobre o peso da derme e confere resistência e elasticidade ao tecido, todas as formas de colágeno são compostas por três cadeias polipeptídicas entrelaçadas com prolina e hidroxiprolina dando um aspecto helicoidal e alta resistência à tração. Este é liberado para o meio extracelular como pró-colágeno, que sob ação de proteases, leva à formação de fibras que se arranjam em feixes, a harmonia entre a produção e eliminação de colágeno, varia de acordo com o tecido e em situações normais e de reparação. Em um indivíduo são conhecidos vinte e oito tipos de colágeno, mas na derme só onze, o tipo um abrange mais a derme no adulto, o tipo três predomina na vida embrionária, o tipo quatro constituem as membranas basais, o tipo cinco e seis são ubíquos e o tipo sete é o mais importante das fibrilas de junção dermoepidérmica. As fibras elásticas são longos fios da proteína elastina, que propiciam elasticidade ao tecido, completando a resistência das fibras colágenas, compostas de três tipos de fibras: oxitalanicas que são feixes sem elasticidade, à elaunica proveniente do acúmulo de elastina e na medida em que vai se agregando a fibrilina até ocupar todo o espaço disponível. A substância fundamental é uma mistura incolor, viscosa e altamente hidratada, composta por GAG, proteoglicanos e glicoproteínas, encarregada de preencher os espaços entre as células e fibras do tecido conjuntivo, além de atuar como lubrificante e barreira contra a penetração de microorganismos.

A hipoderme é a parte mais funda de todas, composta de lóbulos de adipócitos separados por septos de colágeno juntos aos vasos hemodinâmicos. As células adiposas provém do mesênquima, em quê funcionam como acúmulo de gordura, isolante, modelação do corpo e proteção contra impactos.

As células tronco são unidades especiais de material encontrado em embriões, fetos e no adulto com particularidade de se dividir e produzir cópias de si próprias por um tempo indefinido de tempo e mediante situações ou impulsos se diferenciar em variações celulares especializadas dos tecidos. Estas se dividem em células-tronco embrionárias em que são pluripotentes, potencialidade de gerar os três tipos de células germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma), as células tronco-adultas são menos comuns, indiferenciadas, localizadas em tecidos do organismo que sofrem renovação, com certa limitação e se diferenciam em todas as células especializadas do tecido em que foi originada, ou seja são multipotentes. Estas células indiferenciadas têm um ciclo celular lento, a cisão destas é um ocorrido incomum e bem organizado. As células tronco por suas características, podem ser utilizadas em aplicações como restauração tecidual, através de restituição de seus componentes, que para este fim enfrentam o obstáculo de não serem diretamente introduzidas, devem estar alteradas e o preparo correto do sistema imune a fim de evitar estranhamento ao enxerto, em pesquisas científicas por ajudar no raciocínio da formação embrionária e na detecção e prevenção de defeitos congênitos e na indústria farmacêutica por oferecer resultados com mais certeza, confiança e ser mais acessível. Porém, apesar de estas serem multifuncionais e propiciarem vantagens estas não podem ser feitas, manuseadas e utilizadas de qualquer jeito, em razão de serem conteúdos embrionários, a qual são alvo de discussões de ordem moral, social, religiosa e filosófica. Logo, de acordo com o imposto é necessário que os embriões sejam excedentes, sem capacidade de virar um feto e que estejam congelados há mais de 3 anos em local apropriado, a obtenção pode se dar por doações e com a concordância dos pais, estando vedado a comercialização e sua fabricação, manuseio genético e a clonagem terapêutica.

No interior da célula ocorrem muitos eventos, a apoptose também conhecida por “morte celular programada” ou “suicídio celular é uma reação fisiológica rápida e não exibe resposta inflamatória de difícil análise histológica diante de danos no material genético ou em estruturas protéicas, que terminam em decomposição do núcleo e cisão celular, analisando que as aderências constituintes não ficam destruídas, mas menos úteis e logo são eliminadas sem transbordar, sendo estas cruciais na embriologia, manutenção, equilíbrio e correto descarte de materiais desnecessários. Em ocasiões onde há aumento ou redução alta deste são acompanhadas de patologias, falhas neste evento são relacionados com modificações da base cutânea  A necrose é um quadro patológico, oriundo de elevado impacto das membranas, com extravasamento, digestão celular e notável excreção. 

domingo, fevereiro 11

UVEITE: O QUE É? SINTOMAS E COMO TRATAR?


A uveíte é a inflamação da úvea, a camada média do globo ocular (inflamação intra-ocular). Para melhor perceber o que é uveíte ocular, é necessário entender antes de mais, o que é a úvea.

A úvea é constituída pela íris, coróide e corpo ciliar. Estes dois últimos ficam situados entre a retina e a esclera (parte branca do olho), sendo responsáveis pelo fornecimento do fluxo de sangue às camadas mais profundas da retina. Quando existe inflamação da úvea e de acordo com a região afetada, podemos classificar anatomicamente a inflamação em três categorias: anterior, posterior e intermédia.

Dependendo do tempo de evolução da doença, a uveíte pode ser classificada em três tipos: aguda, sub-aguda e crónica. A uveíte aguda tem um início rápido, súbito ou insidioso. A uveíte crónica é caracterizada por uma recaída, inflamação persistente, pelo menos 3 meses após a interrupção do tratamento.

A uveíte ocular pode afetar apenas um ou os dois olhos. Quando afeta os dois olhos designamo-la por uveíte bilateral.

A uveíte é uma doença nos olhos que pode ser grave, levando, em situações extremas, à perda permanente da visão (cegueira). O diagnóstico e tratamento precoces são, por isso, importantes para evitar complicações graves.

Sinais e sintomas na uveíte
Na uveíte, os sintomas são habitualmente os seguintes:

Olhos vermelhos;
Fotofobia (sensibilidade à luz);
Visão turva;
Pupila irregular ou miose;
Dor ocular;
Cefaleias;
Manchas escuras a flutuarem no campo visual “moscas volantes”;
Nódulos inflamatórios de Busacca na superfície anterior da íris, nas uveítes anteriores granulomatosas;
Sinéquias posteriores.
Embora os sintomas sejam muito semelhantes nos diferentes tipos, há pequenas diferenças que, geralmente, são associadas apenas à uveíte anterior, posterior e intermédia. Veja mais informação sobre os sintomas em cada um dos casos.

Causas da uveíte:

As causas podem ser de origem infeciosa (bactérias, fungos, vírus e protozoários), auto-imunes ou idiopática (causa desconhecida).

A uveíte é uma doença ocular geralmente isolada, mas que pode estar relacionada com outras doenças sistémicas. 

Causas não infeciosas ou auto-imunes:

Há várias doenças auto-imunes, geralmente, relacionadas com a inflamação da úvea:

Doença de Behçet;
Iridociclite heterocrómica de Fuchs;
Granulomatose com poliangeíte;
HLA-B27 uveíte relacionado;
Artrite idiopática juvenil;
Sarcoidose;
Espondilo-artrite;
Oftalmia simpática;
Nefrite túbulo-intersticial e síndrome de uveíte.

Causas infeciosas:

A uveíte pode ser uma resposta imune ao combate de infeções no interior do olho.

Embora represente uma minoria dos doentes com uveíte, estas infeções podem incluir:

Brucelose; 
Leptospirose;
Doença de Lyme;
Síndrome de histoplasmose ocular presumida;
Sífilis;
Toxocaríase;
Toxoplasmose;
Tuberculose.

Os fatores de risco para contrair uveíte são os seguintes:

Predisposição genética- os indivíduos com alterações em determinados genes podem ser mais propensos a desenvolver a doença;
Contrair uma infeção. Uma série de infeções, como a toxoplasmose, tuberculose, herpes, sífilis, entre outras podem aumentar o risco de contrair uveíte;

Existência de doença auto-imune ou inflamatória. Este tipo de doenças, como por exemplo: doença de Behcet, espondilite anquilosante, sarcoidose, artrite psoriática, doença de Crohn, entre outras;

História de lesão ocular. Trauma ocular também é um dos fatores que pode causar uveíte. É inclusive possível desenvolver uveíte no olho que não foi traumatizado.

Na uveíte anterior, em cerca de metade dos casos, não se encontra qualquer patologia sistémica associada. No entanto, muitas vezes, a uveíte anterior está relacionada com a espondilite anquilosante (HLA-B27+). A presença deste tipo de alelo HLA no sangue apresenta o risco de evolução para esta doença em aproximadamente 50% das vezes.

A forma mais frequente é a uveíte anterior aguda. Cerca de 50% das vezes, está associada ao HLA-B27. O HLA-B27 pode ser associado com inflamação ocular isoladamente ou em associação com doença sistémica. HLA-B27 possui características clínicas, incluindo a predominância do sexo masculino, unilateral alternada início agudo, uma aparência não-granulomatosa, e repetições frequentes.

Por seu turno, com HLA-B27 negativo, o aparecimento é mais frequente no sexo feminino, existe evolução crónica bilateral e aparência granulomatosa mais frequente.

A artrite reumatóide é comum em países asiáticos com associação significativa de uveíte.

Uveíte tem cura?

A uveíte tem cura, sendo que em primeiro lugar deve ser efetuado o diagnóstico etiológico (causa) e consequentemente a medicação correspondente (tratamento).

Tratamento da uveíte:

O tratamento da uveíte faz-se, na maioria dos casos, através de corticóides, cicloplégicos, imunossupressores e anti-inflamatórios não esteróides.

Classificação das uveítes:

As uveítes podem ser classificadas anatomicamente em três categorias: anterior, posterior e intermédia, conforme a região do olho que está afetada.

Habitualmente, as uveítes apresentam-se do seguinte modo:

Uveíte anterior (irite, iridociclite);
Uveíte posterior (coriorretinite, retinite e coroidite);
Uveíte intermédia (pars planite);
Designamos por pan-uveíte quando a inflamação afeta todas as estruturas da úvea.

Uveíte anterior:

A uveíte anterior pode apresentar-se sob a forma de irite ou iridociclite. A irite caracteriza-se pela inflamação da íris e da câmara anterior. Por sua vez, a iridociclite é a inflamação que afeta a íris e o corpo ciliar. A irite (uveíte anterior) é a forma mais frequente de uveíte.

A iridociclite apresenta os mesmos sintomas que a irite, todavia, compreende também inflamação na cavidade vítrea.

Esta condição pode ocorrer como um único episódio de resolução com tratamento adequado, ou pode assumir carácter recorrente ou crónico.

A forma mais frequente da uveíte anterior bilateral é a iridociclite:

A uveíte anterior aguda é a inflamação do segmento anterior do olho, de início súbito, caracterizada por aparecimento de certos sinais e sintomas como: diminuição da acuidade visual, dor ocular, olho vermelho, fotofobia, miose, depósitos ceráticos ou até hipópio.

A uveíte anterior não granulomatosa é aquela que é caracterizada por um infiltrado celular de linfócitos e células plasmáticas que tendem a formar hipopions e finos precipitados no endotélio corneano, conhecidos por precipitados ceráticos. Estas uveítes não estão relacionadas com a sarcoidoe, tuberculose, sífilis, toxoplasmose, doença de Lyme ou esclerose múltipla.

Na uveíte anterior, as causas podem ser: víricas, ricketsias, bactérias, parasitas, protozoários, fungos, auto-antigénicas, etc. 

Na uveíte anterior, os sintomas podem ser vários, tais como: diminuição da acuidade visual, dor ocular, fotofobia (sensibilidade à luz) e alteração da visão das cores. Podem ocorrer depósitos endoteliais, células no humor aquoso, células no vítreo e até turvação do mesmo. Os sinais e sintomas da uveíte anterior incluem também vasos dilatados ciliares e miose. Na inflamação aguda pode haver evidência de hipópio. Episódios antigos de uveíte são identificados por depósitos de pigmento no cristalino.

A uveíte anterior tem cura. O tratamento deve ser sempre efetuado em função do agente causal. No entanto, em virtude do diagnóstico da etiologia nem sempre ser rápido, o tratamento passa sempre pela utilização de anti-inflamatórios, nomeadamente, os esteróides.

Uveíte posterior:

A uveíte posterior ou coriorretinite é a inflamação da retina e da coróide.

Na uveíte posterior, as causas são diferentes das da uveíte anterior. As causas da uveíte posterior são, habitualmente: histoplasmose, toxoplasmose, sarcoidose, sífilis, toxocaríase e de origem desconhecida. Veja mais em causas da uveíte.

Na uveíte posterior, os sintomas são diferentes dos da uveíte anterior. Os sintomas neste tipo têm um início mais insidioso, apresentando pouca ou nenhuma dor, fotofobia mínima e turvação da visão e perceção de corpos flutuantes (“moscas volantes”). 

Uveíte intermédia:

A uveíte intermédia (ou uveíte intermediária) também conhecida por pars planitis.  A vitrite é caracterizada por células inflamatórias na cavidade vítrea ("bola de neve"), por vezes, com snowbanking ou deposição de material inflamatório na pars plana.

Na uveíte intermédia, os sintomas mais comuns são a perceção de “moscas volantes” e visão turva. Menos comum é a presença de dor e fotofobia (sensibilidade à luz).

Na uveíte intermédia
normalmente, apenas é afetado um dos olhos. Este tipo de uveíte tem cura com tratamento adequado. 

Uveíte por toxoplasmose
A toxoplasmose pode originar uveíte posterior e intermédia. Nos doentes idosos, as formas mais comuns de uveíte são a toxoplasmose e herpes zoster.

Uveíte hipertensiva

A uveíte hipertensiva provoca hipertensão ocular, através de vários mecanismos, nomeadamente, obstrução do trabéculo e ou aumento da produção de humor aquoso.

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?