sexta-feira, maio 24

MARCADORES DO ANTICORPOS ESPECÍFICOS


1 ) TOXOPLASMOSE:

DEFINIÇÃO:

A toxoplasmose é uma zoonose que adquire especial relevância para a saúde pública quando a mulher se infecta, pela primeira vez, durante a gestação pelo risco elevado de transmissão vertical e acometimento fetal.

A presença de anticorpos IgG indica imunidade ou exposição prévia ao Toxoplasma gondii. A presença de anticorpos da classe IgM é útil no diagnóstico da toxoplasmose aguda ou recente. Para diferenciar entre infecções adquiridas recentes e infecções passadas, as amostras positivas para anticorpos IgG e IgM devem ser testadas para avidez de IgG. Um alto índice de avidez para anticorpos IgG é um forte indicador de que a infecção ocorreu há mais de 4 meses.

Em gestantes, há o risco de infecção fetal, pois, na fase aguda, os parasitas permanecem três semanas em circulação, aproximadamente, o que facilita a transmissão transplacentária. O teste sorológico é útil para o diagnóstico da toxoplasmose ou, então, para saber se o indivíduo já teve a infecção provocada pelo toxoplasma no passado. Sinônimo são Anticorpos anti-toxoplasma gondii.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

ANTICORPOS ANTI-TOXOPLASMOSE GONGII- IGM:

Exame de triagem para a Toxoplasmose de pessoas assintomáticas, sendo de indicação formal na rotina laboratorial da gestante juntamente com a IgG. É usado também para o diagnóstico de infecção aguda e congênita pelo Toxoplasma gondii.

ANTICORPOS ANTI-TOXOPLASMOSE GONDII-IGM:

Exame aplicado no diagnóstico de infecção pelo Toxoplasma gondii; na triagem de pessoas assintomáticas, e como marcador epidemiológico de contato prévio com o agente infeccioso da Toxoplasmose.

AVIDEZ- IgG

Exame aplicado quando IgG e IgM são reagentes realiza-se o teste de avidez, que avalia o tempo de infecção.

PREPARO DO PACIENTE:

Necessário jejum mínimo de 4 horas.

INTERPRETAÇÃO E CONDUTA:

Deve realizar anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual.

VALOR DE REFERÊNCIA:

TOXOPLASMOSE IgM:

Não reagente: índice inferior a 0,50

Indeterminado: índice de 0,50 a 0,59

Reagente: índice superior a 0,59

• Toxoplasmose IgG:

Não reagente.

• AVIDEZ IgG:

Fraca avidez: Índice menor que 0,200

Inconclusivo: Índice entre 0,200 e 0,300

Forte avidez: Índice maior que 0,300

Observações 

Todo recém-nascido cuja mãe teve diagnóstico de certeza ou suspeita de toxoplasmose adquirida na gestação deve ser submetido à investigação completa para o diagnóstico da toxoplasmose congênita, incluindo exame clínico e neurológico, exame oftalmológico completo com fundoscopia, exame de imagem cerebral (ecografia ou tomografia computadorizada), exames hematológicos e de função hepática.

Na presença de alta avidez, deve-se considerar como diagnóstico de infecção antiga, não havendo necessidade de tratamento nem de testes adicionais. Se a avidez for baixa, deve-se iniciar imediatamente o uso de espiramicina, pois pode ser uma infecção recente.

A infecção fetal pelo T. gondii pode provocar abortamento, crescimento intrauterino restrito (CIUR), morte fetal, prematuridade e a síndrome da toxoplasmose congênita: retardo mental, calcificações cerebrais, microcefalia, hidrocefalia, retinocoroidite, hepatoesplenomegalia.

Quanto mais precoce a idade gestacional, na qual a mulher apresenta a primoinfecção, mais grave será o acometimento fetal, entretanto o risco da transmissão para o feto é maior nas idades gestacionais mais avançadas.

A IgG anti- T. gondii surge ao final da segunda semana de infecção (aproximadamente 7 a 10 dias após o surgimento da IgM); apresenta um pico dos títulos entre seis e oito semanas seguido de decréscimo gradual e manutenção de níveis séricos baixos e detectáveis por toda a vida.

Se no primeiro exame solicitado na primeira consulta detecta-se anticorpos IgM, caso a gestação tenha menos de 16 semanas, deve ser feito imediatamente o teste de avidez de IgG, na mesma amostra de soro.

Noticiar à Vigilância Epidemiológica os casos de toxoplasmose aguda na gestação.

2 ) RUBÉOLA:

DEFINIÇÃO:

A rubéola é uma doença aguda, de alta contagiosidade, que é transmitida pelo vírus do gênero Rubivirus, da família Togaviridae.

A infecção por rubéola na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe, como aborto e natimorto (feto expulso morto) e para os recém-nascidos, como malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e outras). Para o diagnóstico da rubéola são feitos exames laboratoriais, disponíveis na rede pública em todos os estados, para confirmação ou descarte de casos, como titulação de anticorpos IgM e IgG para rubéola. Sinônimo: Anti-Rubéola – IgM, sorologia para Rubéola.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

ANTICORPOS ANTI- RUBÉOLA IgG:

Exame de triagem para a Rubéola de pessoas assintomáticas, sendo de indicação formal na rotina laboratorial da gestante juntamente com a IgG.

É usado também para o diagnóstico de infecção aguda e da Rubéola congênita.

ANTICORPOS ANTI-RUBÉOLA IgG:

Exame aplicado no diagnóstico de infecção pelo Toxoplasma gondii; na triagem de pessoas assintomáticas, e como marcador epidemiológico de contato prévio com o vírus da rubéola.

AVIDEZ IgG:

Este exame pode confirmar se a IgM detectada no teste sorológico é indicativa de doença aguda ou não.

PREPARO DO PACIENTE:

Jejum mínimo de 4 horas

Interpretação e condutas

Deve realizar anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual.

VALOR DE REFERÊNCIA:

RUBÉOLA IgM:

Não reagente: índice inferior a 0,80

Indeterminado: índice de 0,80 a 1,19

Reagente: índice superior ou igual a 1,20

Rubéola IgG:

Não reagente.

Avidez IgG:

Baixa avidez: inferior a 30% -infecção aguda

Indeterminado: 30 a 60% - não permite definir o provável período

Alta avidez: superior a 60% - infecção pregressa. 

A gestante com IgG antivírus da rubéola positivo significa contato prévio com esse vírus. Nessa situação, o risco de transmissão vertical é mínimo. A gestante com IgG antivírus da rubéola não reagente ou negativo indica que ela é suscetível, ou seja, não entrou em contato com o vírus da rubéola. Portanto a mesma deverá ser vacinada contra a rubéola (tríplice ou dupla viral) logo após o parto, preferencialmente ainda na maternidade.

Um resultado positivo de anticorpo IgM indica infecção congênita ou recente.

A dosagem de anticorpos da classe IgM para determinação de infecção na fase aguda é recomendada para todas as faixas etárias.

A determinação de anticorpos IgM contra rubéola geralmente não é recomendada quando o cliente tem mais de 6 meses de idade.

A gestante com IgG antivírus da rubéola positivo, significa contato prévio com esse vírus. Nessa situação, o risco de transmissão vertical é mínimo.

OBSERVAÇÕES:

A rubéola adquirida nas primeiras 12 semanas de gestação está associada com risco de 95% de más-formações no bebê. A presença de IgM no soro de um neonato é considerada como a confirmação da rubéola congênita 3.

A presença de IgM no soro da gestante sugere infecção aguda ou recente. Entretanto, estes anticorpos podem estar presentes por vários meses após infecção natural, vacinação ou reinfecção assintomática, situações onde a transmissão fetal é menos provável.

A IgG anti-Rubéola surge ao final da terceira semana de infecção (aproximadamente 7 a 10 dias após o surgimento da IgM); apresenta um pico dos títulos entre seis e oito semanas seguido de decréscimo gradual e manutenção de níveis séricos baixos e detectáveis por toda a vida

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