sábado, julho 6

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?

Entre os micronutrientes mais importante para à vida é o ferro,  se destaca como um dos mais relevantes, estando envolvido na estrutura de diversos componentes orgânicos. Praticamente todos os seres vivos dependem de ferro para as boas reações metabólicas.

O metabolismo do ferro envolve a absorção, transporte, armazenamento e uso do ferro no organismo, mas é controlado principalmente através da absorção e não pela excreção do íon. O ferro é perdido apenas através de hemorragias ou da eliminação de células velhas e/ou defeituosas.

Mulheres (que não menstruam) e homens perdem cerca de 1 mg de ferro por dia, quantidade que deve ser reposta por meio da alimentação ou da suplementação medicamentosa da substância.

QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DO FERRO NO ORGANISMO?

Nas partes biológicas que contêm ferro, ele se encontra inserido em estruturas conhecidas como grupo heme e centros ferro-enxofre, para citar só as de maior importância. O ferro é essencial para a formação de hemoglobina, uma proteína presente nos glóbulos vermelhos, responsável por transportar oxigênio pelos vasos sanguíneos e pela distribuição dele por todo o organismo. A presença do ferro também é importante nos grupos heme das mioglobinas (proteínas musculares), propiciando um armazenamento de oxigênio nos músculos. Entretanto, a atividade biológica de maior importância do ferro está relacionada à sua alta efetivada em reações de oxirredução que ocorrem na cadeia respiratória mitocondrial.

O corpo humano tem mecanismos para regular a absorção de ferro, a fim de evitar a acumulação excessiva e para garantir que haja quantidade suficiente disponível para as necessidades do corpo.

O consumo de ferro é essencial para que as células mantenham um aporte energético adequado à vida. No entanto, muitos seres vivos não conseguem aproveitar diretamente a abundância do ferro existente na Terra, pois a atmosfera terrestre é muito oxidante e a maior parte do ferro está na forma de óxidos de ferro, que não são absorvidos pelas células, e os íons de ferro estão frequentemente na forma oxidada Fe3+, que necessitam de tratamento enzimático para serem utilizados, sendo também menos solúveis devido ao equilíbrio químico que estabelecem com a hidroxila da água, formando-se hidróxido de ferro.

Então, deve-se considerar apenas o ferro biodisponível, o qual está comumente associado a moléculas orgânicas ingeridas na alimentação, como as mioglobinas da carne e as proteínas da cadeia respiratória mitocondrial, dentre outras.

COMO O ORGANISMO OBTÉM FERRO?

O ferro utilizado pelo organismo é obtido de duas fontes principais: (1) da dieta e (2) da reciclagem de hemácias senescentes. Quanto à dieta, os principais alimentos ricos em ferro são as carnes (carnes vermelhas, frango, peixes e crustáceos), gema de ovo, feijão e outras leguminosas e os vegetais verde-escuros. No que se refere às frutas, as mais ricas em ferro são, em ordem decrescente, o damasco seco, a uva-passa e o coco seco. Ele também pode ser encontrado em pistaches, nozes, amendoins, amêndoas, castanhas do Pará, ameixas e outros alimentos.

As hemácias são destruídas pelo baço a cada 90 dias (sendo substituídas pelo sistema hematopoiético), liberando o seu conteúdo em ferro.

No que diz respeito aos remédios, existem várias medicações contendo ferro, alguns exemplos dos quais incluem sulfato ferroso, fumaratos ferrosos, gluconato ferroso e polimaltose ferroso. A absorção do ferro ingerido se dá principalmente pelo epitélio duodenal e no jejuno.

Uma vez introduzido no organismo humano, o transporte e o armazenamento do ferro são feitos principalmente pela transferrina e ferritina. A função da transferrina é transportar os átomos de ferro ao longo das vias circulatórias e entregá-los aos tecidos, sobretudo à medula óssea. Certa quantidade de ferro é armazenada como ferritina e hemossiderina, mas em quantidades muito variáveis, conforme a situação das reservas desse elemento no organismo humano.

A ferritina é um complexo proteico hidrossolúvel, contendo cerca de 20% da sua massa em ferro. A hemossiderina é um complexo proteico insolúvel de ferro, contendo até 37% em massa de ferro. Esse elemento químico também está presente na musculatura do organismo humano, sob a forma de mioglobina. 

QUAIS SÃO AS REPERCUSSÕES ORGÂNICAS DA FALTA OU EXCESSO FERRO?

A quantidade diária necessária de ferro varia com a idade e o sexo e é sensivelmente maior na gravidez. Os níveis normais de ferro no sangue de um homem adulto geralmente ficam entre 60 a 160 mcg/dL (microgramas por decilitro) e entre 40 a 150 mcg/dL para mulheres. A deficiência de ferro é uma condição comum que pode levar à anemia.

Como quase todo o ferro do organismo está localizado na hemoglobina dos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias), os sangramentos crônicos e reiterados tornam-se a causa principal das deficiências de ferro. Em adultos, a deficiência de ferro geralmente resulta da perda de sangue (incluindo sangramento da menstruação), mas em crianças e gestantes pode resultar de uma dieta inadequada.

Com a deficiência de ferro, desenvolve-se a anemia, uma condição em que o corpo não tem glóbulos vermelhos saudáveis suficientes para transportar oxigênio para os tecidos, fazendo com que a pessoa se sinta fraca e cansada. Os sintomas da deficiência de ferro, incluindo a anemia, são:

fadiga;
fraqueza;
palidez;
dificuldade de concentração;
dificuldade de respiração;
dor de cabeça;
tontura;
sensação de formigamento ou dor nos braços e pernas;
dor no peito;
batimento cardíaco rápido;
unhas quebradiças;
e infecções frequentes.

Já o excesso de ferro no organismo pode causar danos aos órgãos e aumentar o risco de doenças crônicas. Sua forma mais conhecida é chamada hiperferritinemia, que pode ser causada por várias condições, incluindo doenças genéticas como a síndrome de hemocromatose, ou por outras condições, como o uso prolongado de suplementos de ferro. Os sintomas de excesso de ferro podem incluir:

dor abdominal;
náusea;
vômitos;
diarreia;
perda de apetite;
cansaço;
fraqueza;
dores de cabeça;
pele amarelada (icterícia);
e alterações na cor da urina.
A hiperferritinemia pode levar a complicações graves, incluindo danos no fígado, cérebro e coração. O tratamento envolve a redução da ingestão de ferro e, em casos graves, a remoção do ferro do corpo.

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?