sexta-feira, dezembro 23

RESUMO E ORGANIZAÇÃO SOBRE A EPÍSTOLA AOS HEBREUS:

A Epístola aos Hebreus é uma leitura fundamental para todos os cristãos. Nela o autor faz uma rica exposição acerca da superioridade de Cristo. Certamente todos aqueles que almejam crescer cada vez mais no conhecimento da Palavra de Deus deve ler essa carta.

Neste estudo faremos um panorama completo da Epístola aos Hebreus. Falaremos sobre as discussões acerca de sua autoria e conheceremos quem foram seus destinatários. Também entenderemos suas características e propósito.

Quem escreveu a Epístola aos Hebreus?

Um dos principais debates sobre a Epístola aos Hebreus se dá por conta da identidade de seu autor. Desde os primeiros séculos da história da Igreja, teólogos tentam estabelecer quem teria sido o autor da Epístola aos Hebreus.

Sendo bem direto, tudo o que podemos afirmar é que o autor da Epístola aos Hebreus é desconhecido. Apesar disto, sabemos algumas coisas importantes sobre ele:

  • O autor foi um homem. Ele usou a forma masculina de um verbo grego ao escrever sobre si mesmo no capítulo 11 e versículo 32.
  • Era alguém que dominava o grego. Ele era instruído no estilo literário helenístico.
  • Era um profundo conhecedor do Antigo Testamento. Ele usava especialmente da Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento.
  • Ele conhecia pessoalmente seus leitores originais (Hb 13:22-23) e tinha um cuidado pastoral por eles.
  • Ele foi convertido à fé em Cristo por meio do ministério instituído pelos apóstolos. Isso significa que ele não teve contato direto com Jesus (Hb 2:3-4).
  • Ele também conhecia Timóteo pessoalmente (Hb 13:23).

É claro que tentativas para determinar o autor da Epístola aos Hebreus não faltaram. As principais sugestões são:

  • Paulo: a igreja oriental no tempo de Clemente de Alexandria (150-215 d.C.) e Orígenes (185-253 d.C.) já atribuía a autoria da Epístola aos Hebreus à Paulo. A partir do século 16, essa sugestão foi aceita tanto na igreja oriental como na ocidental. Embora pela tradição antiga essa sugestão seja a mais forte, a Epístola aos Hebreus possui grandes diferenças em sua composição quando comparada as Epístolas Paulinas. João Calvino, em seu Comentário sobre a Epístola aos Hebreus, observou corretamente estas diferenças que englobam o estilo literário, o método de ensino e, principalmente, o fato do próprio autor se incluir entre os discípulos do ministério apostólico. Quando comparamos Hebreus 2:3 com Gálatas 1:1-12, vemos que parece não haver a mínima possibilidade de que o autor tenha sido o apóstolo Paulo. Obviamente a Epístola aos Hebreus possui algumas semelhanças teológicas com os escritos de Paulo. Mas também é verdade que ela possuí muitas afinidades com os escritos de João e os Evangelhos Sinóticos.
  • Apolo: Lutero, no período da Reforma, sugeriu que Apolo poderia ter sido o autor da Epístola aos Hebreus. Apolo era o judeu alexandrino que foi instruído por Áquila e Priscila.
  • Barnabé: na Igreja Ocidental Tertuliano (155-215 d.C.) sugeriu que a autoria de Barnabé. Barnabé foi um grande companheiro do apóstolo Paulo (At 4:36).
  • Priscila: alguns estudiosos modernos começaram a propor a autoria da epístola a Priscila. No entanto, em Hebreus 11:32 fica claro que essa possibilidade não existe.
  • Outros: outros autores foram sugeridos. Entre as sugestões, destacam-se: Lucas, Clemente de Roma (95 d.C), Epafras (Cl 1:7) e Silas (At 15:22-40; 1Pe 5:12).

A verdade é que é bem difícil fazer uma defesa convincente em favor de qualquer um destes nomes. Mas na verdade isso não importa. A identidade do autor de Hebreus pouco acrescentaria ao entendimento da epístola.

Data em que a Epístola aos Hebreus foi Escrita:

Devido ao mistério sobre a identidade do autor dessa epístola, automaticamente existe alguma dificuldade em se determinar uma data exata para sua composição. Mas algumas características presentes em seu texto indicam uma data aproximada.

Aparentemente quando a Epístola aos Hebreus foi escrita, o Templo ainda existia e os rituais eram regularmente realizados (Hb 10:1-11). Sabemos que o Templo foi destruído por volta de 70 d.C. na queda de Jerusalém. Então a data mais provável para a composição dessa epístola é antes desse período.

Isso significa que a Epístola aos Hebreus pode ter sido escrita durante o período de perseguição de Nero aos cristãos (64 d.C.). Se isso for verdade, então o sofrimento mencionado em Hebreus 10:32-34 pode ter sido causado por Cláudio ao dar uma ordem para expulsar os judeus de Roma em 49 d.C. (At 18:2).

Quem foram os destinatários da Epístola aos Hebreus:

Embora o próprio título da epístola já esclareça esse ponto, algumas informações importantes apresentadas na epístola nos ajudam a conhecermos um pouco mais do público para qual ela foi escrita.

Sabemos que os destinatários originais da Epístola aos Hebreus falavam a língua grega e usavam a Septuaginta. Isso fica claro quando percebemos que eles eram capazes de compreender os argumentos construídos com base no Antigo Testamento. Eles também estavam interessados no Templo, no sistema sacrifical e no sacerdócio do Antigo Testamento. Eles tinham ouvido o Evangelho por meio dos apóstolos (Hb 2:3), e não diretamente de Jesus.

Outra característica marcante é que os destinatários de Hebreus haviam passado por muitas dificuldades. No momento em que carta foi escrita eles estavam sofrendo perseguições (Hb 10:32-34; 13:3). Para eles, o martírio pela causa de Cristo era uma possibilidade real (Hb 12:4). Também é possível que eles tenham sido expulsos das instituições judaicas por confessarem Jesus (Hb 13:12-13). Eles também podem ter sidos tentados a retroceder para a incredulidade e para o judaísmo, desistindo de prosseguir rumo ao descanso de Deus (Hb 4:1-11; 10:38-39; 11:10-16; 13:14).

Finalmente, em Hebreus 13:24, temos uma informação muito importante. Os destinatários são saudados por intermédio do autor pelos “da Itália”, numa espécie de saudação enviada para “casa” pelos exilados. Considerando tudo isto, podemos concluir que os destinatários originais eram principalmente os cristãos judeus da dispersão. Esses judeus provavelmente viviam na Itália.

Propósito e características da Epístola aos Hebreus:

Embora a composição de Hebreus se mostre altamente elevada no tocante aos seus interesses teológicos, podemos afirmar, de forma resumida, que o propósito principal da Epístola aos Hebreus é incentivar a fidelidade a Cristo e à sua nova aliança. Nessa epístola Cristo é apresentado como sendo o novo, último e superior Sumo Sacerdote.

O autor da epístola faz uma construção argumentativa minuciosa indicando que Jesus é o cumprimento do Templo, dos sacrifícios e do sacerdócio que haviam sido estabelecidos na Lei. Isso também revela de maneira clara que todo esse sistema era temporário.

A Epístola aos Hebreus é uma obra primorosa. Podemos se referir a ela como um sermão expositivo na forma escrita. Não sabemos quem foi o autor dessa epístola, mas certamente sabemos que ele foi um exímio expositor das Escrituras.

Pelas características da epístola, podemos perceber que ele era um grande pregador do Evangelho. Particularmente, arrisco-me a dizer que o autor da Epístola Hebreus foi um dos maiores pregadores da história da Igreja. A construção de seu sermão revela alguém que possuía muita habilidade. Ele mesmo, o autor, refere-se ao seu trabalho como uma “palavra de exortação” (Hb 13:22), e isso fica evidente, pois a exortação e o encorajamento estão no centro do propósito da carta (Hb 3:13; 6:17-20; 10:25; 12:5-6).

Em resumo, pode-se dizer que a Epístola aos Hebreus ressalta que Cristo é superior aos anjos, a Moisés, a casa de Arão e ao sacerdócio do Antigo Testamento. Também mostra que o próprio Antigo Testamento admite o caráter temporário dessas estruturas, de modo que a Nova Aliança não é de maneira alguma contrária à Antiga Aliança. Isso significa que recuar ao sistema temporário é voltar para algo inferior, desprezando a concretização da promessa já revelada em Cristo. Por fim, o autor faz um convite à perseverança até o fim em fidelidade a Cristo.

Esboço da Epístola aos Hebreus:

  1. Cristo é superior aos anjos (1:1-2:18)
  2. Cristo é superior a Moisés (3:1-4:13)
  3. Cristo é superior a Arão (4:14-7:28)
  4. Cristo é superior ao ministério sacerdotal (8:1-10:18)
  5. Chamado a perseverar na fé (10:19-12:29)
  6. Conclusão (13:1-25) Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS ORIENTA, NOS CONSOLA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

quinta-feira, dezembro 22

ESTUDO SOBRE A PLANTA MEDICINAL " ECLIPTA PRÓSTRATA ( L.) L. " UMA PLANTA COM VÁRIAS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS:

Nome científico: 
Eclipta prostrata (L.) L.
Família: 
Compositae
Sinonímia científica: 
Acmella lanceolata Link ex Spreng.
Partes usadas: 
A planta toda.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Flavonoides, isoflavonoides (wedelolactone, demetilwedelolactona), esteroides (sitosterol, estigmasterol), cumarinas, taninos.
Propriedade terapêutica: 
Tônica, hepatoprotetora, adstringente, emética, depurativa, febrífuga, anti-inflamatória,
Indicação terapêutica: 
Aumento do fígado e baço, asma, doença respiratória, inflamação dos olhos e articulações, tosse, dor de cabeça, hepatite, doenças da pele, feridas, furúnculo, picadas de cobra etc.

Nome em outros idiomas:

  • Inglês: eclipta, false daisy, white eclipta, white heads, swamp daisy
  • Espanhol: yerba de tago.

Origem, distribuição:
Distribuição pantropical. Região biogeográfica: Amazonia, Planície Caribenha, Valle del Cauca,  Valle del Magdalena (Colômbia). 

Descrição:

Espécie herbácea anual, desenvolve-se em todo o Brasil vegetando em áreas olerícolas e fruticultura. Pode hospedar nematoides como Meloidogyne incognita (uma lagarta parasita) e ácaros Brevipalpus.

Apresenta caule ereto ou pouco decumbente, cilíndrico, coloração avermelhada e recoberto por indumento de pelos brancos. Folhas simples, desprovidas de pecíolos, opostas cruzadas, limbo ovado-lanceolado, margens levemente onduladas ou serradas.

Inflorescência axilar e terminal constituída por 2 a 3 capítulos longo-pedunculados, avermelhados e com pilosidade branca. Flores do centro do capítulo são hermafroditas e as da margem femininas. Fruto do tipo aquênio. Propaga-se por meio de sementes e formação de raízes adventícias.

Uso popular e medicinal:

Promove vitalidade, saúde e circulação, estimula o crescimento do cabelo. Indicada em doenças respiratórias e inflamação dos olhos e em outras partes do corpo. 

A planta toda é indicada para asma. O suco é tônico em medicamentos para tosse, dores de cabeça, hepatite e inflamação das articulações. Na forma de cataplasma serve para doenças da pele, feridas e tintura preta de cabelo. Misturado ao mel, o suco é dado às crianças para tosses e resfriados. O pó da folha serve para tratar dores de cabeça, calvície frontal, furúnculos, cistos e doenças venéreas. Fervidos com açúcar mascavo e adicionado à água, são reduzidos a um terço do volume inicial e tomados para regular os períodos menstruais. 

Uma mistura de folhas em pó e suco de Vitex trifolia promove a cicatrização de queimaduras, previne a formação de novas cicatrizes e elimina as antigas. Adicionadas ao leite, são consumidas diariamente para melhorar a visão, firmar dentes moles e dizem "permitir que as pessoas mudas ganhem voz e que os surdos ouçam". Misturadas ao leite materno, são administradas para vermes intestinais, diarreia, varíola, varicela e sarampo. Uma mistura de folhas com sementes de gergelim preto pulverizadas serve como um tônico para proteger contra doenças, promover a longevidade e escurecer os cabelos. As folhas esmagadas juntamente com as de Acalypha indica e Gardenia resinifera são aplicadas na cabeça de crianças para aliviar a congestão.

Utilizada na medicina popular como hepatoprotetora, em picadas de serpentes e externamente em machucados e doenças de pele.

Seu uso na tradicional medicina chinesa abrange efeitos adstringente, emética, depurativa, febrífuga, tônica. O suco da planta juntamente com óleo aromático é usado no tratamento de problemas catarrais e icterícia. Na Índia o suco de suas folhas tem sido usado para tratamento de vitiligo, pé de atleta, micoses e algumas doenças crônicas de pele. 

Uso unânime da Eclipta prostrata inclui tratamento de hepatomegalia (aumento do fígado), esplenomegalia (aumento do baço) e edema. Externamente são usadas em machucados, principalmente em rebanhos. No Brasil existe pouco relato do seu emprego através do costume popular. No litoral norte do Estado de São Paulo é indicada no campo veterinário em casos de picadas de serpentes em animais de pequeno ou grande porte. No nordeste brasileiro ela é usada para tratamento respiratório.

Um estudo demonstrou a atividade anti-inflamatória do extrato bruto hidroalcoolico das partes aéreas da planta através de modelos experimentais in vivo, indicando a presença do isoflavonoide wedelolactone. Os pesquisadores concluiram que o extrato possui compostos capazes de inibir ou inativar toxinas presentes no veneno da Bothrops moojeni (jararaca) reduzindo significativamente o processo inflamatório, podendo servir como tratamento ou coadjuvante nos acidentes ofídicos causados por esta espécie de serpente. Outros constituintes químicos apontados no estudo são demetilwedelolactona (isoflavonoide), sitosterol e estigmasterol (esteroides), cumarinas, flavonoides e taninos." NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA " ( DEIXAS QUE O TEU ALIMENTO SEJA TUA MEDICINA ).

RESUMO E ORGANIZAÇÃO SOBRE O LIVRO DE SALMO 139:

O Salmo 139 é um dos mais belos do Saltério. Um estudo bíblico do Salmo 139 revela a forma com que o salmista reflete acerca de quem é Deus. Esse salmo é uma oração pessoal em forma de poesia na qual o salmista medita nos atributos de Deus. Ele traz uma preciosa exposição que contrasta a grandiosidade do Senhor e a pequenez do homem.

Alguns estudiosos tentam datar esse salmo no período após o exílio babilônico, até mesmo atribuindo sua autoria a Zacarias. Mas é amplamente aceito que Davi é o autor do Salmo 139. O próprio título do salmo aponta para a autoria de Davi, mas a ocasião exata de sua vida em que ele foi escrito é desconhecida.

Esboço do Salmo 139

O Salmo 139 é organizado em quatro partes que destacam de forma central certos atributos de Deus. 

  • Na primeira parte o salmista fala sobre a onisciência de Deus (Salmo 139:1-6).
  • Na segunda parte o salmista fala sobre a onipresença de Deus (Salmo 139:7-12).
  • Na terceira parte o salmista fala sobre a onipotência de Deus (Salmo 139:13-18).
  • Na quarta parte o salmista fala sobre a santidade de Deus e destaca o resultado prático e experiencial que esse atributo moral de Deus ocasiona em sua vida.

Onisciência, onipresença e onipotência são atributos incomunicáveis. Isso significa que somente Deus é quem os possui. Já a santidade é um atributo comunicável. Deus compartilha dessa santidade conosco e por isto Ele exige que sejamos santos. Ele diz: “Sede santos, porque Eu sou Santo” (Levítico 19:2).

O Salmo 139 traz uma mensagem aterrorizante para o pecador ao revelar a soberania de Deus sobre todas as coisas. Mas ao mesmo tempo ele também traz uma mensagem extremamente confortante ao revelar que o Deus soberano governa todas as coisas de acordo com sua infinita sabedoria, santidade e justiça. Ao mesmo tempo em que o Salmo 139 fala de um Deus soberano e transcendente, ele também fala de um Deus intimamente pessoal e imanente.

O Deus onisciente (Salmo 139:1-6)

Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe percebes os meus pensamentos. Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso; todos os meus caminhos te são bem conhecidos. Antes mesmo que a palavra me chegue à língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor. Tu me cercas, por trás e pela frente, e pões a tua mão sobre mim. Tal conhecimento é maravilhoso demais e está além do meu alcance, é tão elevado que não o posso atingir.

Nos seis primeiros versículos o salmista nos apresenta o Deus onisciente. Ele começa sua oração dizendo que o Senhor é Aquele que o sonda e o conhece. Sondar nesse texto transmite a ideia de “cavar”, “penetrar” ou “alcançar o mais profundo”.

Ao dizer: “Senhor, tu me sondas e me conheces”; o salmista declara que Deus sabe mais sobre sua vida do que ele próprio. Ele reconhece que o conhecimento de Deus vai ao mais profundo de seu ser, onde nem mesmo ele é capaz de ir.

A partir do verso 2, o salmista fala sobre como Deus conhece cada momento do seu cotidiano. Mas o salmista vai ainda mais além. Ele declara que Deus percebe de longe os seus pensamentos.

Na antiguidade os povos tinham um entendimento territorial de suas divindades. Cada cidade possuía o seu deus; eles pensavam que dentro dos limites daquele território tal divindade reinava, conhecia e protegia seus fieis.

Mas no Salmo 139 o salmista rompe e desconsidera esse conceito pobre e falido. Ele apresenta um Deus que não está preso a limites territoriais. Esse Deus não conhece apenas aquilo que está dentro das fronteiras de um determinado reino. O salmista fala de um Deus que de longe percebe cada pensamento do homem.

O pai não conhece o pensamento do filho; o filho não conhece o pensamento do pai. O marido não conhece o pensamento da esposa, e nem a esposa o pensamento do marido, por mais que se amem. Mas Deus conhece os nossos pensamentos.

Acredita-se que cerca de dez mil pensamentos são formulados diariamente em nossa mente. Muitos desses pensamentos ocorrem num grau que nem mesmo nós percebemos conscientemente. Isso significa que Deus conhece os pensamentos que nem mesmo nós conhecemos. Por isto o salmista diz que Deus também conhece cada uma de nossas palavras, antes de elas chegarem à nossa língua.

O Deus onipresente (Salmo 139:7-12)

Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença? Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás. Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a tua mão direita me guiará e me susterá. Mesmo que eu dissesse que as trevas me encobrirão, e que a luz se tornará noite ao meu redor, verei que nem as trevas são escuras para ti. A noite brilhará como o dia, pois para ti as trevas são luz.

A primeira reação do pecador diante da grandeza e da santidade do Deus onisciente é tentar escapar. Esse sentimento de fuga pode ser percebido desde a Queda do homem no Éden (Gênesis 3).

Mas no Salmo 139 o escritor entende o quanto isto é inútil. Jamais poderemos fugir do Deus onipresente. O salmista diz que os olhos de Deus o encontram onde quer que ele vá, seja no mais alto céu, ou no mais profundo abismo. Nem mesmo a morte pode esconder o homem dos olhos de Deus!

O salmista também diz que se ele subisse com as asas da alvorada e habitasse nos confins dos mares, a mão de Deus o guiaria e o sustentaria. A ideia nessa expressão é a de que mesmo que o homem pudesse alcançar as bordas do planeta com a velocidade da luz, ainda assim ele não estaria além do poder de Deus.

Caso o homem tente recorrer às trevas para se esconder de Deus, o salmista também diz que isto é impossível. Jamais alguém poderia se esconder nas trevas daquele que no princípio disse: “Que haja luz!” (Gênesis 1:2). Através do profeta Isaías Deus diz: “Eu formo a luz e crio as trevas” (Isaías 45:7).

O Deus onipotente (Salmo 139:13-18)

Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena certeza. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir. Como são preciosos para mim os teus pensamentos, ó Deus! Como é grande a soma deles! Se eu os contasse seriam mais do que os grãos de areia. Se terminasse de contá-los, eu ainda estaria contigo.

Na sequência do Salmo 139 o salmista fala sobre como o Deus onisciente e onipresente mostra sua onipotência na criação do homem. Ele mostra Deus como um artesão perfeito que constrói sua obra de arte no lugar mais improvável. Deus forma o homem secretamente na escuridão do ventre materno, e ali o enxerga com clareza e perfeição.

O salmista diz que Deus o teceu no ventre de sua mãe. Como um tecelão perfeccionista que cuida detalhadamente de cada fio que é entrelaçado, assim Deus forma o homem. Depois de três mil anos que o salmo 139 foi escrito, a ciência descobriu que o corpo humano é tecido com bilhões e bilhões de células.

Alguns cientistas falam em algo superior a trinta trilhões de células. O valor é estimado porque nunca ninguém conseguiu contar! O núcleo de cada célula possui cerca de dois metros de código genético organizado como uma fita que assombrosamente consegue caber num espaço que é tão pequeno que precisa ser medido em milionésimos de metros. Mas ainda assim, nenhum milímetro dessa fita genética se embaraça!

A ciência não sabe responder exatamente como isso pode ser possível, mas a Bíblia responde. O Salmo 139 declara que isso é possível porque o próprio Deus é quem entretece o homem!

No verso 16 os intérpretes tem se dividido quanto à sua interpretação. Basicamente há duas possibilidades. A primeira diz que o salmista afirma que os seus membros foram escritos no livro de Deus antes que qualquer um deles existisse. A ideia seria algo como um arquiteto que planeja, registra e executa cada detalhe do seu projeto. Nesse sentido, cada detalhe de cada membro de nossos corpos foi planejado e conhecido de acordo com o propósito soberano de Deus antes de seu desenvolvimento.

A outra possibilidade defende que são os nossos dias que foram registrados no livro de Deus antes que qualquer um deles existisse. A ideia é a de que o Deus que nos formou minuciosamente também planejou nossos dias até o fim, desde o começo. O contexto favorece as duas interpretações, e biblicamente as duas hipóteses são verdadeiras. Refletindo sobre a vida humana, certa vez JÓ  declarou: “Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número dos seus meses; e tu lhe puseste limites, e não passará além deles” (Jó 14:5).

Diante de algo tão maravilhoso, o salmista não fica ofendido, mas se rende à grandeza de Deus. Se por um lado Deus conhece exaustivamente todos os seus pensamentos, por outro lado o salmista declara não ser capaz de enumerar os preciosos pensamentos de Deus. Tentar contá-los seria um delírio!

Mais tarde o apóstolo Paulo ficou tão extasiado quanto Davi diante dos decretos eternos de Deus. Por isto ele concluiu: “Porque dele, e por Ele, e para Ele são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém!” (Romanos 11:33-36).

O santíssimo Deus e a submissão do homem a Ele (Salmo 139:19-24)

Quem dera matasses os ímpios, ó Deus! Afastem-se de mim os assassinos! Porque falam de ti com maldade; em vão rebelam-se contra ti. Acaso não odeio os que te odeiam, Senhor? E não detesto os que se revoltam contra ti? Tenho por eles ódio implacável! Considero-os inimigos meus! Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno.

Algumas pessoas não conseguem entender a última parte do Salmo 139. Alguns pensam que essa última parte não se harmoniza com o restante do salmo. Mas é fácil perceber que essa última parte é a única conclusão possível depois de o salmista refletir sobre a grandeza de Deus.

Em primeiro lugar, ele demonstra sua indignação contra aqueles que ousam fazer pouco caso de um Deus tão grande e maravilhoso. Por isto ele declara odiar os ímpios. Aqui é importante entender que não há contradição alguma com o ensinamento de Jesus no Novo Testamento de que temos que amar nossos inimigos. O salmista não está declarando sua ira contra seus próprios inimigos, mas contra os inimigos de Deus.

O ódio que o salmista sente e registra no final do Salmo 139 não está sob a base do egoísmo. Essa santa ira é a reação esperada daqueles que conhecem o verdadeiro Deus e não aceitam que alguém blasfeme dele. No Salmo 139 o escritor bíblico não está preocupado com sua própria honra, mas com a honra de Deus. Aqui a cabe o conselho do apóstolo Paulo: “Ireis e não pequeis” (XX).

Mas o salmista também demonstra não ser um hipócrita. Ele não aponta sua indignação apenas contra os ímpios, mas também contra ele mesmo. Ele sabe que no fundo, por sua própria natureza, ele não é melhor do que eles. Por isso ele sente temor diante da santidade de Deus. Então naturalmente ele encerra sua oração com um sincero pedido para que Deus o sonde, o prove, o esquadrinhe, e veja se há nele algo de errado.

O salmista reconhece que nem mesmo ele próprio é capaz de discernir completamente seu coração. O profeta Jeremia escreve que o coração do homem é enganoso (Jeremias 17:9). O salmista temia que algum mal oculto pudesse estar dentro dele. A palavra hebraica traduzida como “mal” é bastante ampla. Ela transmite, inclusive, um sentido de idolatria. Nesse sentido é como se o salmista estivesse dizendo: “Deus, sonda-me e veja se há algo escondido em mim que pecaminosamente possa querer tentar rivalizar com sua grandeza e ofender sua presença”. No final, ele pede: “Dirija-me pelo caminho eterno”.

Aplicações do estudo do Salmo 139:

Obviamente são muitas as lições que aprendemos com o estudo do Salmo 139. Aqui citaremos quatro aplicações centrais desse salmo.

Em primeiro lugar, o Salmo 139 nos ensina que não é impossível enganar ou passar despercebido pelo Deus onisciente. Ele conheçe cada detalhe e momento de nossa vida; conheçe exaustivamente os nossos pensamentos. Ele sabe mais sobre nós que nós mesmos.

Aqui podemos lembrar o episódio em que o profeta Samuel foi à casa de Jessé para ungir o novo rei de Israel. Ele ficou impressionado com a aparência de Eliabe, o irmão mais velho de Davi, mas Deus lhe disse: “Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1 Samuel 16:7).

Em segundo lugar, o Salmo 139 nos ensina que é impossível escapar do Deus onipresente. O profeta Jonas foi alguém que pensou poder fugir de Deus. Talvez ele tenha pensado que seguindo no sentido contrário ao que lhe foi ordenado, ele conseguiria escapar do Senhor. Ele não poderia estar mais enganado.

Em terceiro lugar, o Salmo 139 nos ensina que é impossível se esconder do Deus onipotente. Ainda no exemplo de Jonas, o profeta não apenas tentou fugir de Deus, mas também tentou se esconder dele. Ele se deitou no porão de um navio no meio do mar, mas o Deus onipresente o encontrou ali. Como alguém poderia se esconder em pleno mar justamente daquele que criou o mar e a terra seca? Quão inútil e sem sentido era o plano de Jonas (Jonas 1:9).

Em quarto lugar, o Salmo 139 nos ensina que é impossível permanecer o mesmo após conhecer o grandioso e verdadeiro Deus; o Santíssimo criador e sustentador de todas as coisas. Se dizemos que conhecemos a Deus, mas não nos indignamos com a rebelião do pecador contra Ele; se aceitamos como algo normal a transgressão de sua Lei; e se vivemos nossas vidas flertando com o pecado, então há algo de muito errado conosco.

Que a oração do salmista no Salmo 139 seja também a nossa mais sincera oração em todos os dias de nossas vidas: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno” (Salmo 139:23,24) Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONSOLA, NOS ORIENTA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

segunda-feira, dezembro 19

ESTUDO SOBRE A PLANTA MEDICINAL " BROSIMUM GAUDICHAUDÍÍ TRÉCUL " UMA PLANTA COM VÁRIAS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS:

Nome científico: 
Brosimum gaudichaudii Trécul
Família: 
Moraceae
Sinonímia científica: 
Alicastrum gaudichaudii (Trécul) Kuntze
Partes usadas: 
Folha, casca, raiz.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Derivados de furanocumarina (bergapteno, psoraleno, xantiletina, luvangetina, gaudichaudina), saponina, tanino, protoantocianidina, alcaloides.
Propriedade terapêutica: 
Fotossensibilizante.
Indicação terapêutica: 
Discromia, vitiligo, psoríase, hanseníase, leucodermia, micose, dermatite, dermatose, eczema, gripe, resfriado, bronquite, depurativo do sangue, doença reumática, intoxicação etc.

Origem, distribuição:
Nativa do Cerrado brasileiro, distribui-se amplamente em várias regiões do país.

Descrição:
Mama-cadela é espécie arbustiva, caducifólia, tem porte de aproximadamente 3 a 4 m. Caracteriza-se pela produção abundante de látex.

A casca é cinzenta, grossa, folhas alternas, sem pelos na face superior e pilosa na face inferior. Flores carnosas com hastes, sem pétalas, agrupadas como globo. O fruto é carnoso, amarelo, origina-se de diversas flores, não se abre quando maduro. São mastigados como goma de mascar devido ao sabor e ao látex que contêm. Frutifica e floresce durante todo ano. 

A raiz é pivotante. A semente é recalcitrante (não sobrevive ao armazenamento em ambientes relativamente secos).

Uso popular e medicinal:
Espécie comum no cerrado brasileiro, mama-cadela tem grande valor na medicina tradicional e na indústria de medicamentos. Folha, casca e raiz são usadas pelas populações da região do Brasil Central principalmente para o tratamento do vitiligo.

A constituição química de B. gaudichaudii revela a presença nas raízes e frutos de duas furanocumarinas: bergapteno e psoraleno. As furanocumarinas (ver quadro), uma subdivisão das cumarinas, pertencem ao grupo dos compostos fenólicos. 

Bergapteno e psoraleno são substâncias fotossensibilizantes sobre a pele, por isso são utilizadas nas discromias (alterações na cor da pele).

As furanocumarinas são utilizadas desde épocas remotas para o tratamento de psoríase, hanseníase, vitiligo, leucodermia, micoses, dermatite e eczemas.


A espécie já foi bem estudada sob diversos aspectos químicos, permitindo comprovar sua atividade fotossensibilizante. Além do uso tradicional da mama-cadela, derivados psoralênicos são encontrados em produtos industrializados elaborados a partir de cascas da porção inferior do caule e das raízes desta espécie. Essas partes são preparadas para uso interno como comprimidos; e externo, como pomada e loção.

A composição química dos extratos metanólicos do vegetal apresentam diferenças, de forma que a parte que contém as maiores concentrações das cumarinas é o córtex das raízes. Fitoquimicamente foram isolados os derivados furocumarínicos, todos possuindo capacidade fotossensibilizante e que já encontram congêneres sintéticos no mercado farmacêutico na formulação de medicamentos magistrais para tratamento de doenças despigmentantes da pele.

Compostos furocumarínicos podem ser obtidos por síntese química, no entanto esse processo é oneroso. É mais barato extrair de plantas como B. gaudichaudii.

A planta contém outros constituintes químicos além dos já citados: furocumarinas (bergapteno, psoraleno, xantiletina, luvangetina, gaudichaudina), saponinas, taninos, protoantocianidinas e alcaloides.

 Dosagem indicada:

Tratamento de vitiligo e manchas da pele. Uso tópico do extrato das raizes, folhas e casca do caule. Espremer 1 xícara (chá) destes materiais diluído em 1 litro de água, em decocção. Após repouso de 24 horas, passar 2 vezes por dia nas partes afetadas.

Em uso interno, é também indicado o decocto das raízes e folhas contra moléstias que requerem um depurativo do sangue, como doenças reumáticas, intoxicações crônicas, dermatoses em geral, má circulação sanguínea, etc.. A planta inteira na forma de infusão é também empregada contra gripe, resfriado e bronquite

 Contraindicação:
Possível fotoenvelhecimento e câncer de pele, por isso deve ser usado com acompanhamento de um profissional de saúde por   precaução. Contraindicado para gestantes e lactantes.

Outros usos:
Fornece madeira de média qualidade, empregada em marcenaria e construções rurais. Comercialmente explorada pela indústria de papel, borracha e na produção indireta da seda.

O pó obtido por raspagem das raízes é utilizado como aromatizante." NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA " ( DEIXAS QUE O TEU ALIMENTO SEJA TUA MEDICINA ).

ESTUDO SOBRE A PLANTA MEDICINAL " SONCHUS OLERACEUS ( L. ) L. " UMA PLANTA COM VÁRIAS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS:

Nome científico: 
Sonchus oleraceus (L.) L.
Família: 
Compositae
Sinonímia científica: 
Sonchus angustissimus Hook.f.
Partes usadas: 
Folha
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Óleos essenciais, esteroides, resinas, glicídios, fitosterina, taninos, derivados terpênicos, pigmentos flavonoides, sais minerais.
Propriedade terapêutica: 
Diurética, antidisentérico, antidiarreico.
Indicação terapêutica: 
Vitiligo, anemia, astenia, auxiliar no tratamento de problemas hepáticos, tersol.

Nome em outros idiomas:

  • Inglês: common sow-thistle, sowthistle
  • Espanhol: cerrajilla, nilhue caballuno, soncho, kanapaco, chicoria (Paraguai).  

Origem, distribuição:
Originária do norte da África, Ásia Menor e Europa. Naturalizada no Brasil, disseminou-se por regiões de temperatura amena (centro e sul do país), onde vegeta de setembro a março.

Descrição:

Espécie herbácea, anual ou bianual, desenvolve-se espontaneamente em todo o País em locais de cultivo de grandes culturas e áreas hortícolas.

Caule cilíndrico, canaliculado, lactescente, verde e ceríceo, pouco ramificado. Folhas alternadas, limbo das folhas basais altamente recortado, margens onduladas, serreadas ou denteadas irregularmente. Inflorescência terminal em cacho de capítulos. Fruto seco do tipo aquênio, coroado por pelos brancos, longos e sedosos. Propaga-se por meio de sementes.

Uso popular e medicinal:

Serralha e mais 4 outras plantas (Ammi majus, erva-do-bispo; Ammi visnaga, khella, erva-palito; Brosimum gaudichaudii, mama-cadela; Citrus bergamia, bergamota; Dorstenia brasiliensis), são reconhecidas para o tratamento de vitiligo.

Estas plantas apresentam substâncias fotossensibilizantes derivadas dos psoralenos pertencentes à classe de compostos das furanocumarinas, absorvem fortemente energia na radiação ultravioleta e por isso são altamente reativas sob incidência de luz, apresentando assim efeito de repigmentação da pele.

No tratamento do vitiligo o uso tópico ou oral dessas substâncias acompanhado de exposição controlada da radiação UVA (luz solar) é utilizado como forma de induzir a repigmentação.

S. oleraceus é utilizada na medicina popular em várias regiões do Brasil, sendo considerada diurética e empregada contra anemia, astenia e auxiliar no tratamento de problemas hepáticos. O decocto das folhas é antidesintérico e antidiarreico. O seu látex, em uso externo, cura terçóis. Na última década a serralha tem sido usada no combate ao vitiligo, sendo bastante difundida na região sudeste (Brasil). Na sua composição destacam-se óleos essenciais, esteroides, resinas, glicídios, fitosterina, taninos, derivados terpênicos, pigmentos flavonoides e sais minerais.

Um trabalho realizou a prospecção fitoquímica dessa espécie com extratos em etanol, água e diclorometano, e testes de toxicidade sobre o microcrustáceo Artemia salina. O extrato aquoso apresentou em sua composição açúcares redutores, compostos fenólicos, taninos, flavonoides e cumarinas. No extrato etanólico foram observados os mesmos compostos qualificados no extrato aquoso, com exceção de cumarinas. Em diclorometano, verificou-se a presença de saponinas, derivados triterpênicos e esteroides. No teste de toxicidade sobre Artemia salina, os dados convergiram para frações de extrato aquoso de 5.117,2 ppm, indicando ser um extrato de baixa toxicidade.

 Culinária:

Consome-se toda a parte aérea de plantas jovens (folha, talo, flor). Flores e botões podem ser feitos à milanesa ou dorê. O caule pode ser feito para conserva (picles) tipo aspargo.

Receita - Serralha cozida no arroz:

Selecione folhas e talos tenros (brotos). Lave e corte fininho, similar a couve. Cozinhe o arroz de forma usual. Quando a água começar a secar, acrescente as folhas picadas. Misture, deixe terminar de cozinhar e secar em fogo baixo. Sirva quente.

A serralha pode também ser refogada, usada para bolinho, cozida com massa ou angu, suflê, omeletes e suco verde." NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA "    ( DEIXAS QUE O TEU ALIMENTO SEJA TUA MEDICINA ).

RESUMO E ORGANIZAÇÃO SOBRE A EPÍSTOLA A FILEMOM:

A Epístola a Filemom é a mais curta de todas as cartas escritas pelo Apóstolo Paulo, apenas 335 palavras no grego original. Nas listas mais antigas sobre o conjunto da obra paulina, a Carta a Filemom está presente. No século 4 d.C., infelizmente surgiram algumas objeções a essa epístola, não no que diz respeito a sua autenticidade, mas a uma alegada trivialidade de seu conteúdo. Entretanto, a maior parte dos cristãos tem conseguido avaliar corretamente essa carta, reconhecendo nela a grande importância que possui, sua autoridade como divinamente inspirada, bem como as lições práticas que podemos tirar dela.

Nesse estudo, você aprenderá:

  • Quem foi o autor da Epístola a Filemom
  • Qual a data e ocasião em que a carta foi escrita
  • Destinatários e público original da carta
  • Propósito e características
  • Esboço da Epístola a Filemom.

Quem escreveu a Epístola a Filemom?

A Carta a Filemom foi escrita pelo Apóstolo Paulo. Não existe nenhum tipo de contestação relevante sobre isso por parte dos estudiosos. A própria epístola no versículo 1 responde satisfatoriamente essa questão, quando o próprio Paulo identifica a si mesmo como autor, com a colaboração de Timóteo. 

Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, nosso companheiro de trabalho.
(Filemom 1:1)

Outro versículo que também ressalta esse ponto é o versículo 19, onde Paulo usa a expressão “de próprio punho o escrevo”.

Data e ocasião: Quando e onde a Epístola a Filemom foi escrita?

Sobre a ocasião em que a Carta a Filemom foi escrita, sabemos que Paulo, quando a escreveu, estava preso. Isso fica claro no versículo nos versículos 1, 9, 10, 13 e 23. Ele usa as seguintes expressões: “prisioneiro de Cristo Jesus” (vers. 1 e 9), “Onésimo, que gerei entre algemas” (vers. 10), “me servir nas algemas que carrego por causa do Evangelho” (vers. 13) e “Epafras, prisioneiro comigo, em Cristo Jesus”.

Sabemos também que a Epístola a Filemom foi escrita provavelmente na mesma época em que a Epístola aos Colossenses foi escrita, de forma que também existe a possibilidade da carta ter sido entregue junto com a Epístola aos Colossenses. Isso fica praticamente evidente quando lemos que Onésimo haveria de acompanhar Tiquico, o portador da Epístola aos Colossenses (Cl 4:9) e também da Epístola aos Efésios (Ef 6:21,22), além de que, o grupo que estava com Paulo quanto ele escreveu a Filemom é o mesmo que o cercava quando a Carta aos Colossenses foi escrita, com a exceção de Jesus Justo (talvez se trate de uma omissão de cópia).

Saúda-te Epafras, meu companheiro de prisão em Cristo Jesus,
assim como Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores.
(Filemom 1:23,24)

Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter convosco, recebei-o;
E Jesus, chamado Justo; os quais são da circuncisão; são estes unicamente os meus cooperadores no reino de Deus; e para mim têm sido consolação.
Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo, combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a vontade de Deus.
Saúda-vos Lucas, o médico amado, e Demas.
(Colossenses 4:10-12,14)

Definida então a realidade da prisão de Paulo quando escreveu a Carta a Filemom, duas possibilidades são levantadas sobre o local e a data dessa prisão: Roma em 62 d.C. ou Éfeso em 55 d.C.

A possibilidade mais provável (e também mais aceita) é que Paulo tenha escrito essa carta quando estava preso na cidade de Roma, portanto por volta de 62 d.C. Devemos ressaltar que essa teria sido sua primeira prisão na cidade de Roma. Grandes evidências apontam que essa prisão foi de regime domiciliar, portanto, a mesma mencionada no final do livro de Atos dos Apóstolos (At 28:30), onde Paulo estava sob custódia romana aguardando julgamento. Durante o período de dois anos em que Paulo ficou preso na cidade, ele teria escrito as Epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Um dos fatores mais fortes para ser Roma a cidade em questão é o fato de Roma ser a cidade preferida por pessoas fugitivas, devido ao seu tamanho que facilitava a fuga e o desaparecimento de qualquer pessoa, logo, a escolha mais provável tomada por Onésimo. A viajem de Roma até Colossos tinham cerca de quase 2000 km de distância, dependendo da rota.

Quanto a Éfeso, sabemos que essa cidade ficava mais próxima de Colossos (possível cidade de Filemom) e o versículo 22 pode ser considerado o mais favorável à hipótese de ser essa a cidade, porém Paulo pode ter abandonado ou até adiado seu plano de ir de Roma para a Espanha em favor de um rápido regresso ao Oriente. Seja como for, Paulo deixa clara sua expectativa de rápida soltura e sua intenção de viajar até a região de Filemom em um futuro próximo. Tal expectativa favorece ainda mais a interpretação de a cidade discutida ter sido realmente Roma (Fp 1:19,20; 2:23,24; Fm 22). Também sabemos que Filemom não era o único dono de escravos entre os cristãos de Colossos.

Destinatários da Epístola de Paulo a Filemom:

Logo nos dois primeiros versículos da carta já fica claro a quem ela foi endereçada. O destinatário principal é Filemom, sendo também citada na Epístola a sua família (Áfia e Arquipo), além da “igreja que está em sua casa”. A forma plural “vós” presente no versículo 3 demonstra que além do destinatário principal, outras pessoas deveriam tomar conhecimento do conteúdo da carta. Talvez o Apóstolo Paulo tivesse a intenção de fazer com que a igreja soubesse do assunto tratado na carta, na esperança de que eles considerassem Filemom responsável por atender ao pedido que ele estava fazendo.

Propósito, tema e características da Epístola a Filemom:

Paulo ao escrever a Filemom, tinha o propósito de interceder em favor de Onésimo, o escravo que tinha fugido de seu senhor, Filemom. Parece que Onésimo havia furtado e causado prejuízos a Filemom.

Paulo então faz uma suplica para que Filemom recebesse Onésimo de volta como um irmão em Cristo (vers. 12-16). Para fazer esse apelo, Paulo recorre ao relacionamento estreito e fraterno que ele e Filemom compartilhavam em Cristo. O versículo 10 mostra claramente esse propósito:

Sim, rogo-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões.
(Filemom 1:10)

Nos versículos 15, 16 e 17, Paulo pede que Filemom receba Onésimo não mais como escravo, mas como um irmão amado, tanto humanamente quanto em Cristo, como se estivera recebendo o próprio Apóstolo. A expectativa de Paulo era que Filemom recebesse Onésimo de bom grado (vers. 17), perdoando-o (vers. 18,19) e talvez até o libertando (vers. 21).

Certamente o tema que se destaca nessa carta é o perdão. Nela, podemos ver a tamanha sabedoria do Apóstolo Paulo, sua ternura e sensibilidade. Essa epístola nos mostra como devemos aplicar o ensino do Evangelho aos nossos problemas cotidianos. Paulo seguiu o exemplo de Cristo, e agiu como um mediador por amor a Onésimo, a ponto de se colocar em lugar dele, assumindo a sua divida. Com isso Paulo também apontou para a necessidade da unidade entre os irmãos em Cristo, e da prática fundamental do perdão e do amor. Aqueles que foram libertos pelo sangue de Cristo, sendo perdoados por Deus e provando de Seu amor, devem também prover a liberdade, demonstrando perdão e sendo canais da graça para que o amor de Deus seja revelado através de seu novo modo de viver.

A Epístola a Filemom destaca o poder e a igualdade do Evangelho para a salvação de todo aquele que crê, alcançando senhores e escravos. Também enfatiza a ação providencial do Evangelho que transforma aquilo que parecia não ter mais solução em um meio pela qual o pecador se encontra com Deus.

Esboço da Epístola de Paulo a Filemom:

  1. Saudações Iniciais (1-3): Paulo se identifica como o autor da carta e aponta Filemom como o destinatário principal.
  2. Ação de Graças (4-7): Paulo agradece a Filemom pelo amor aos cristãos que ele já havia demonstrado no passado.
  3. Intercessão de Paulo por Onésimo (8-21): Paulo intercede por Onésimo, pedindo que Filemom o perdoe pelo crime cometido, e o receba de volta como um irmão em Cristo.
  4. Pedidos finais e conclusão (22-25): Paulo pede a Filemom que ele prepare uma pousada, na confiança de que poderia ser libertado da prisão em breve, e com a intenção de visitar a região em que Filemom residia! Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONDUZ, NOS ORIENTA, NOS CONSOLA, E AINDA NOS ANIMA ".

domingo, dezembro 18

ESTUDO SOBRE A PLANTA MEDICINAL " BACCHARIS DRACUNCULIFOLIA DC. " UMA PLANTA COM VÁRIAS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS:

Nome científico: 
Baccharis dracunculifolia DC.
Família: 
Compositae
Sinonímia científica: 
Baccharis bracteata Hook. & Arn.
Partes usadas: 
Folhas, ramos
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Germacreno-D, biciclogermacreno, derivados prenilados do ácido cumarínico, artepilina C e derivados do ácido cinâmico.
Propriedade terapêutica: 
Anti-inflamatória.
Indicação terapêutica: 
Febre, problemas hepáticos, disfunção estomacal e feridas.

Origem, distribuição:
Nativa da América do Sul.

Descrição:
Planta daninha mais conhecida pelo nome “alecrim-do-campo”, dióica com as inflorescências masculinas e femininas. É um arbusto perene que pode atingir até 3 m de altura e cresce espontaneamente em áreas de pastagens (por isso é também considerada planta invasora) no Estado de São Paulo e em todo o Brasil.

Sua resina é coletada e processada por abelhas, especialmente abelhas da espécie Scaptotrigona conflita, que produzem a conhecida própolis verde, assim denominada pelo excesso de clorofila, tão cobiçada pelo mercado internacional, sobretudo o japonês, por conter propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas, antioxidante e antitumoral. Quase não existem substâncias naturais descobertas recentemente que se tornaram populares e foco de pesquisa científica do que a própolis verde e a vermelha.  

Uma característica dos compostos fenólicos das própolis analisadas e da espécie vegetal B. dracunculifolia foi a alta proporção de artepilina C e outros derivados do ácido cinâmico. Com base nas evidências fitoquímicas, B. dracunculifolia foi identificada como a principal fonte vegetal das própolis produzidas nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Essa é possivelmente a razão de muitas indústrias terem sido construídas em torno da própolis.

As principais áreas de aplicação de própolis na medicina são as doenças respiratórias e câncer, além de outras doenças e enfermidades causadas por radicais livres. 

Uso popular e medicinal:
A infusão das folhas é amplamente utilizada na medicina caseira para problemas hepáticos, disfunção estomacal e como anti-inflamatório. Seus componentes químicos estão sendo estudados para combate ao câncer. Alguns estudos indicam que a planta tem potencial como fitoterápico para tratamento de úlcera gástrica.

Estudos de literatura relatam o uso medicinal e religioso do “alecrim-do-campo” comercializado em mercados e feiras livres de todo país  assim como a utilização das folhas para feridas e o uso dos ramos, em decocto, como antifebril.

Seus óleos essenciais são comprovadamente eficazes contra algumas bactérias.

Matérias publicadas na Globo Rural destacam a perspectiva de se extrair a própolis verde diretamente do alecrim-do-campo ao invés de coletar a produção das abelhas. Segundo estudos, o controle de qualidade da própolis é complicado quando a produção é feita pelas abelhas, uma vez que a composição química desse produto está sujeita a diversas variações sazonais como a coleta de matéria-prima pelos insetos ao longo das estações do ano. Além disso, a saliva da abelha que é misturada durante o preparo da resina também interfere na produção. Já isso não ocorre no cultivo da planta, o que poderia padronizar a fabricação de remédios.

Conseguiu-se comprovar em testes preliminares in vitro que os extratos do alecrim-do-campo tiveram a mesma atividade que a própolis verde ao impedir a proliferação do Streptococcus mutans, o principal agente causador da cárie. Um outro estudo descobriu que o alecrim-do-campo também tem propriedade antioxidante sobre os neutrófilos, um tipo de célula que protege o organismo contra infecções. A planta consegue sequestrar radicais livres responsáveis pelo processo de envelhecimento e doenças como artrite e o mal de Alzheimer.

Outros usos:
A madeira serve para lenha. É uma planta pioneira, rústica, indicada para regenerar áreas degradadas. Fornece sombreamento para plântulas de árvores mais sensíveis. Produz grande quantidade de sementes." NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA " ( DEIXAS QUE O TEU ALIMENTO SEJA TUA MEDICINA ).

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?