sexta-feira, fevereiro 24

COMO É QUE O JOVEM PURIFICARÁ O SEU CAMINHO?

“Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra” (Salmo 119.9)

Na primeira parte do texto o salmista falou que a palavra de Deus aponta o único e verdadeiro caminho para a felicidade. Agora, a principal coisa que a palavra opera é a santidade. Este é o caminho que devemos tomar, se pretendemos chegar ao fim da nossa jornada. Isto Davi aplicou ao jovem no texto, “Com que purificará o jovem,” 
Nas palavras há:
Uma pergunta,

Uma resposta dada.
Na pergunta há uma pessoa em foco – um jovem. Qual é o seu trabalho, com o qual ele deve limpar o seu caminho? Nesta pergunta, há várias coisas supostas.

1. Que somos desde o nascimento poluídos pelo pecado, pois temos que ser purificados. Não é, “dirigir o seu caminho”, mas “limpar o seu caminho”.
2. Que devemos ser sensatos muito cedo e no tempo apropriado, desse mal, pois a pergunta é proposta em relação ao jovem.
3. Que devemos sinceramente buscar um remédio para secar este fluxo do pecado que corre em nós. Tudo isso pode ser suposto.

O que se deve indagar depois é: qual remédio é contra isso? Que curso deve ser seguido? De modo que a soma da questão é esta: como o homem que é impuro, e naturalmente contaminado com o pecado, será feito capaz, tão logo que ele chegue ao uso da razão, para purgar a corrupção natural e viver uma vida santa e pura para Deus? A resposta é: “Observando-o segundo a tua palavra.” Quando duas coisas devem ser observadas:
(1) O remédio,

(2) A maneira como ele é aplicado e usado.
1. O remédio é a palavra – por meio do endereçamento de Deus, chamado a tua palavra, porque se Deus não tivesse dado direção sobre isso, estaríamos totalmente perdidos.
2. A maneira como ela é aplicada e usada, observando-o, etc, estudando e procurando um acordo sagrado com a vontade de Deus.

[1] Começo com a pergunta; porque, o modo negligente como o mundo aborda o assunto, parece muito impertinente e ridículo. Eles dizem: O que tem a juventude e a infância a ver com um trabalho tão sério? Quando a velhice tiver nevado sobre as suas cabeças, e a experiência inteligente de mais anos no mundo tiver lhes amadurecido para tão severa disciplina, então é a hora de pensar em limpar o seu caminho, ou de entrar num curso de arrependimento e submissão a Deus.

Para o presente – o jovem deve ser um pouco indulgente, pois eles crescerão mais sábios à medida em que crescerem mais em anos. Oh! Não; Deus demanda a sua justiça, logo que sejamos capazes de compreendê-lo. E isto concerne a cada um, tão logo chegue ao uso da razão, e tenha em mente o seu dever, tanto no que diz respeito a Deus e a si mesmo.
(1) No que diz respeito a Deus – que não pode ser mantido fora da sua justiça por muito tempo: Ec 12.1, “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade.” Ele é o nosso criador, não temos nada, mas o que ele nos deu, e que é para seu próprio uso e serviço. E, portanto, o vaso deve ser limpo tanto quanto possa ser, para que esteja “apto para o uso do Senhor.”

Isto é um tipo de restituição espiritual para as negligências da infância e o esquecimento da infância, quando não tínhamos capacidade de conhecer o nosso criador, muito menos para servi-lo. E, portanto, tão logo cheguemos ao uso da razão, devemos restaurar a sua justiça, com proveito.

(2) No que diz respeito a si mesmo. O primeiro preparo do vaso é muito considerável: Prov 22.6, “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.” Quando se é bem preparado na juventude, a palavra será absorvida por eles, antes que o pecado e as concupiscências mundanas tenham obtido um enraizamento mais profundo. Se a observação de Salomão é verdadeira, a infância e a juventude de um homem são um notável presságio do que ele evidenciará mais tarde: Prov 20.11, “Até uma criança é conhecida pelas suas ações, se a sua obra é pura e reta.” Muito pode ser conhecido por nossas inclinações juvenis.

Mas, infelizmente! isto não encerra por completo o caso. O vaso já está preparado, mas “com que o jovem purificará o seu caminho?” o que pressupõe uma contaminação. Na criança é como um vaso recém saído da loja do oleiro, indiferente a boas ou más infusões. O vaso já está contaminado, e tem a natureza do velho homem e as corrupções da carne: Sl 51.5, “Eis que eu nasci em iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” Chegamos poluídos no mundo, o nosso trabalho é parar o crescimento do pecado. Como a criança chafurdava na sua imundície, assim chafurdamos também espiritualmente em nosso sangue: Ez 16.4,5, “Quanto ao teu nascimento, no dia em que nasceste, não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água para te limpar, nem esfregada com sal, nem envolta em faixas. Não se apiedou de ti olho algum, para te fazer alguma destas coisas, compadecido de ti; antes, foste lançada em pleno campo, no dia em que nasceste, porque tiveram nojo de ti.”

Portanto, a questão é muito pertinente, “Com que o jovem purificará,” etc
Mas por que somente o jovem é especificado?
Eu respondo – Todos os homens estão envolvidos neste trabalho. Velhos não são deixados a si mesmos, nem totalmente entregues à desesperança; mas os jovens precisam mais disto, sendo inclinados a libertinagens e a prazeres carnais, e mais aptos a serem conduzidos para além da maneira correta pelas concupiscências da carne e, sendo teimosos em suas paixões e vontade própria, precisam ter seus fervores abatidos pelas doutrinas do arrependimento e conversão a Deus. E, por isso, embora outros não sejam excluídos, o jovem é expressamente referido: potros indomáveis necessitam de freios mais fortes. A palavra é de uso para todos, mas especialmente para os jovens, para refreá-los e reduzi-los à razão.

[2] A resposta – “Observando-o segundo a tua palavra.” A palavra, como um remédio contra a impureza natural é considerada de duas maneiras, como uma regra, e como um instrumento.
(1) Como a única regra daquela santidade que Deus aceitará. Todas as outras formas são apenas atalhos.
Nada é a santidade na conta de Deus, a não ser a que está de acordo com a palavra. A palavra mostra o único caminho de reconciliação com Deus, ou para ser purificado da culpa do pecado, e a única maneira de santificação sólida e verdadeira e submissão a Deus, que é a nossa purificação da imundícia do pecado.
Não há paz verdadeira sem a palavra, nem há verdadeira santidade. O primeiro é assinalado em Jer 6.16 “Assim diz o SENHOR: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele e achareis descanso para as vossas almas.” O segundo está indicado em João 17.17, “Santifica-os na tua verdade, a tua palavra é a verdade.”

(1) Ela é a única regra para nos ensinar como obter a verdadeira paz de consciência. O mundo inteiro está se tornando desagradável a Deus, e mantido sob o temor da justiça divina. Esta escravidão é natural, e a grande pergunta é como a sua ira será aplacada: Miqueias 6.6,7, “Com que me apresentarei diante do Senhor, e me prostrarei perante o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano? Será que o Senhor ficará satisfeito com milhares de carneiros, ou com dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo pelo pecado da minha alma?” Agora, aqui não é citada a satisfação oferecida, nem o remédio para as feridas da consciência, nem o modo de remover a controvérsia entre nós e Deus; mas é pela propiciação do evangelho que é pregado, que tudo isso é efetuado.
Oh! então, o jovem para limpar sua consciência e acalmar o seu próprio espírito, tem necessidade de se apegar à palavra.

(2) A palavra é considerada com um instrumento que Deus faz uso para purificar o coração do homem. Não será errado nos estendermos pouco para mostrar a instrumentalidade da palavra para este propósito abençoado. É o espelho que revela o pecado, e a água que lava e o remove. A palavra é tanto o espelho quanto a água.
(1) É o espelho onde vemos a nossa corrupção. O primeiro passo para a cura é o conhecimento da doença, isto é um espelho onde aparecerá a nossa cara natural: Tg 1.23, “Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante a um homem que contempla seu rosto natural em um espelho,” etc. Na palavra vemos a imagem de Deus e a nossa própria. É a cópia da santidade de Deus, e a representação de nossos rostos naturais, Rom 7.9.

Que bons conceitos temos da nossa própria beleza espiritual! mas não podemos ver as manchas leprosas que estão sobre nós.
(2) Isto nos coloca num trabalho para vê-las removidas; isto é a água para lavá-las. A palavra de ordem forceja o dever, que é indispensavelmente requerido. O que é comandado em nossos ouvidos, senão “Lave-se, torne-se limpo.”? Isto é indispensavelmente necessário: 1 João 3.3: “E todo aquele que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro”, e Heb 12.14, “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” Algumas coisas Deus pode dispensar, mas isso nunca é dispensado.

Muitas coisas são ornamentais que não são absolutamente necessárias, como a riqueza: “Sabedoria com uma herança é bom,”. Muitos têm ido para o céu, que nunca têm aprendido, mas nunca sem qualquer santidade.
(3) A palavra da promessa encoraja isto: 2 Coríntios 7.1, “Amados, tendo pois, tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus”, e 2 Pedro 1.4, “Pelas quais nos têm sido doadas suas mui grandes e preciosas promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção que há no mundo pela concupiscência que nele há.”

Deus poderia ter exigido isto nas bases da sua soberania, mas Deus não nos governaria com mão de ferro, mas lida com criaturas racionais de forma racional, por promessas e ameaças. Por um lado, ele nos falou de um poço sem fundo; por outro lado, das bem-aventuradas e gloriosas promessas, coisas “que o olho não viu, e o ouvido não ouviu falar, nem penetrou no coração do homem para conceber.” Portanto, a palavra tem uma instrumentalidade notável dessa forma.

(3.) A doutrina da escritura tem o remédio e o meio de limpeza – o sangue Cristo, que não é apenas um argumento ou motivo para nos mover a isto. Portanto, é instado em 1 Pedro 1.8, “quem, não havendo visto, amais; no qual, sem agora ver, mas crendo, exultais com alegria indizível”, etc. Isto impele à santidade sobre este argumento. Por quê? Tem sido um grande custo para Deus realizá-lo, por isso não devemos nos contentar com alguma moralidade superficial. Mais uma vez, a palavra propõe como uma compra, na qual a graça é adquirido por nós, por isso se diz, em 1 João 1.7, ele tem derramado o seu Espírito para nos abençoar e nos resgatar de nossos pecados. E isso excita a fé para aplicar este remédio, e assim experimentar o poder de Deus na alma: Atos 15.9, “purificando os seus corações pela fé.”

2. A maneira como a palavra é aplicada e feito uso dela: “Se ele tomar cuidado para isso, segundo a tua palavra.” Isto implica um estudo da palavra, e a tendência e importância disto, o que é necessário, se o jovem deve ser beneficiado por isto. Davi aplicou os estatutos de Deus aos homens do seu conselho. Os jovens que são encontrados com outros livros, se eles negligenciam a palavra de Deus, o livro que deve fazer a cura do seu coração e mente, eles são, com todo o seu conhecimento, miseráveis: Sl 1.2, “o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.” Se os homens quiserem crescer sábios para a salvação, e obter qualquer habilidade na prática da piedade, eles devem estar muito ocupados com este livro abençoado por Deus, que nos é dado para nos dirigir: 1 João 2.14, “Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o maligno.”

Não será uma ligeira familiaridade com a palavra que fará um jovem ser bem sucedido em derrotar as tentações de Satanás, e será muito difícil vencer a sua própria concupiscência; não será por um pouco de irradiação nocional, mas por ter a palavra habitando em você, e permanecendo em você abundantemente. O caminho para destruir as ervas daninhas é plantar boas ervas que lhes sejam antagônicas. Nós sugamos princípios carnais como sendo nosso leite e, portanto, é dito que “falam mentiras desde o ventre.” Isto é um tipo de mistério; antes de sermos capazes de falar, falamos mentiras, ou seja, somos propensos a erros e toda sorte de fantasias carnais pelo temperamento natural e estrutura dos nossos corações, Isa 58.2, e, portanto, desde a nossa mais tenra idade, devemos estar familiarizados com a palavra de Deus: 2 Tim 3.15:

“E que desde a infância sabes as Sagradas Escrituras.” Mesmo que não se ganhe nada, quando crianças, através da leitura da palavra, senão um pouco de conhecimento memorizado, mas ainda é bom plantar na lavoura da memória, com o tempo a memorização penetrará na razão e na consciência, e daí para o coração e os afetos.
3. Isto implica um cuidado e vigilância sobre nossos corações e comportamento, para que a nossa vontade e as ações sejam conformadas à palavra. Esta deve ser a oração diária do jovem e cuidado, que haja um acordo entre sua vontade e a palavra, que ele possa ser uma Bíblia caminhante, uma carta viva de Cristo, uma cópia da palavra em sua vida, para que as verdades possam fluir claramente em sua conversação.
Tudo o que eu tenho dito pode ser dividido em três pontos:
1. Que o grande dever da juventude, é inquirir e estudar como eles podem limpar seus corações e seus caminhos para o pecado.
2. Que a palavra de Deus é a única regra suficiente e eficaz para realizar este trabalho.

3. Se queremos ter essa eficácia, é requerido muito cuidado e vigilância, para que cheguemos à direção da palavra em cada til, não uma reflexão solta e desatenta com a palavra, desconsideração negligente, mas tendo cuidado para isso.
Agora, por que na juventude, e assim que chegamos ao uso da razão, devemos mentalizar o trabalho de limpeza do nosso caminho?
1. Pense em como isso é razoável. Está claro que Deus deve ter o nosso primeiro e nosso melhor. Está claro que ele deve ter o nosso primeiro, porque ele nos viu antes mesmo de nascermos. Seu amor por nós é eterno; e deveríamos deixar Deus do lado de fora de nossas vidas até a velhice? vamos empurrá-lo para um canto? Certamente Deus, que nos amou tão cedo, isto é motivo para que ele tenha o nosso primeiro, e também o nosso melhor, pois todos nós somos dele.

Sob a lei das primícias que eram de Deus, ele nos ensina que o primeiro e o melhor são a Sua porção. Todos os sacrifícios que foram oferecidos a ele, estavam em sua força e juventude – eram novilhos, sem doença ou defeito, e o mesmo princípio se aplicava a todas as demais ofertas: Lev 2.14: “Se trouxeres ao SENHOR oferta de manjares das primícias, farás a oferta de manjares das tuas primícias de espigas verdes, tostadas ao fogo, isto é, os grãos esmagados de espigas verdes.” Deus não iria ficar esperando por muito tempo até que amadurecessem. Deus não será mantido por muito tempo sem a Sua porção. A juventude é o nosso melhor momento. Mal 1.13, quando eles trouxeram uma oferta fraca e doente, “Devo aceitar isso de tua mão? diz o Senhor.” A saúde, força, rapidez de espírito e vigor estão na juventude. Será a nossa saúde, e força para o uso do diabo, e vamos nos apresentar a Deus com a escória do tempo? Satanás deve se banquetear com a flor de nossa juventude, e Deus tem somente os restos e fragmentos da mesa do diabo? Quando a inteligência está entorpecida, os ouvidos, o corpo fraco, e os afetos gastos, isso é um presente adequado para Deus?
2. Considere a necessidade disto.

(1) Por causa do calor da juventude, as paixões e concupiscências são muito fortes: 2 Tim 2.22, “Fuja também das paixões da mocidade”. Os homens estão mais inclinados nesta idade de orgulho e vaidade, a paixões fortes, desordenada e excessivo amor à libertinagem: 1 Tim 3.6 “não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo.” Um homem pode domesticar criaturas selvagens, os leões e tigres, e a fúria da juventude precisa ser temperada e freada pela palavra. Há muita glória para a graça de Cristo que o calor e a violência sejam quebrados quando a pessoa é muito menos disposta e preparada.

(2) Porque ninguém é tentado tanto quanto eles. As crianças não podem ser de serventia ao diabo, e os velhos estão senis e têm escolhido e definido os seus caminhos, mas os jovens, que têm uma fraqueza de entendimento, e os espíritos mais intrépidos e mais agitação, o diabo ama fazer uso deles: 1 João 2.13 : ‘Eu vos escrevi, jovens, porque tendes vencido o maligno.” Eles são mais agredidos, mas é para a honra da graça quando saem vencedores, quando é empregado o seu fervor e força, não para satisfazer concupiscências, mas no serviço de Deus e luta contra Satanás. Portanto, é muito necessário que sejam temperados com a palavra desde cedo.
3. Considere os muitos inconvenientes que se seguirão, se atualmente não se importarem com este trabalho.
(1) A morte é incerta, e, portanto, um negócio tão importante como este não admite atraso. Deus nem sempre dará o aviso. Nadabe e Abiú, dois jovens irreverentes, foram levados em seus pecados, e os ursos da floresta devoraram as crianças que zombaram do profeta Eliseu. O perigo é tão grande, que assim que estejamos conscientes disto, devemos fugir dele. Quando as crianças chegam à plenitude da razão, elas ficam em sua própria conta; antes, elas estavam sob a conta de seus pais. Oh, ai de você se você morrer em seus pecados! Certamente, assim que um homem está sobre a sua própria conta pessoal, ele deveria olhar por si mesmo, para que Deus o quebre, para que ele faça a sua paz com ele.

Aplicação 1. É para se lamentar que tão poucos jovens trilhem nos caminhos de Deus. É uma coisa rara encontrar um José, ou um Samuel, ou um Josias, que buscam a Deus desde cedo. Vá às universidades, e você vai descobrir que aqueles que deveriam ser tão nazireus consagrados a Deus, vivem como aqueles que se consagraram a Satanás: Amós 2.11, “Dentre os vossos filhos, suscitei profetas e, dentre os vossos jovens, nazireus.” Os filhos dos profetas em sua juventude criados para uma disciplina mais rigorosa na sua santa vocação, separados de prazeres mundanos, para serem um estoque de um ministério bem sucedido. Mas, infelizmente eles gastaram seu tempo na vaidade, nada trazendo senão apenas os pecados do lugar, e seguiram os costumes pecaminosa do seus país. Quão poucos consideram a educação de sua juventude em conhecimento ou prática religiosa! Famílias são sociedades para serem santificadas por Deus, bem como igrejas. Os seus governantes têm verdadeiramente um encargo para com as almas assim como os pastores em relação às igrejas. Eles oferecem seus filhos a Deus no batismo, mas educam-nos para o mundo e para a carne. Eles lamentam qualquer defeito físico neles, mas não a falta da graça.
Aplicação 2.

Uma exortação para os jovens. Você que está começando a sua jornada, comece com Deus, você não tem experiência, mas você tem uma regra; você tem concupiscências poderosas, mas um espírito forte. Nenhuma faixa etária está excluída da promessa do Espírito: Joel 2.28,29, “E será que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões, e também sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias.”

De João Batista é dito em Lucas 1.15: “Ele será cheio do Espírito Santo já desde o ventre de sua mãe”, e lemos em Marcos 10.14 “Deixai vir a mim os pequeninos, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus.” Há poder para iluminá-lo, apesar de todos os seus preconceitos, para subjugar suas paixões, apesar do poder da nossa natureza corrompida pelo pecado: 1 João 2.13,14: “Eu vos escrevi, jovens, porque tendes vencido o maligno. Eu vos escrevo, filhinhos, porque conheceis o Pai.”, etc, e veja Gên 39.9. Será um grande conforto para você, quando você morrer, que seu grande trabalho foi concluído. Oh, que coisa triste é que, quando o corpo vai para a sepultura, e a alma não tem ainda aprendido a conversar com Deus! Oseias 8.12, “Embora eu lhe escreva a minha lei em dez mil preceitos, estes seriam tidos como coisa estranha.”. Deus tem escrito uma carta para nós, e nós não iremos lê-la, nem meditá-la? Seremos então estranhos inteiramente a ela. Mas agora, quando conhecerem a Deus, não será tão cansativo ir ter com ele! Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONSOLA, NOS ORIENTA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

quinta-feira, fevereiro 23

ESTUDO SOBRE A PLANTA MEDICINAL " HAMAMELIS VIRGINIANA L " UMA PLANTA COM VÁRIAS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS:

Nome científico: 
Hamamelis virginiana L.
Família: 
Hamamelidaceae
Sinonímia científica: 
Hamamelis androgyna Walter
Partes usadas: 
Folha, casca.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
As folhas e cascas contêm diversos tipos de taninos (hamamelitaninos), flavonóides, saponinas, óleos essenciais.
Propriedade terapêutica: 
Tônica das veias, hemostática, cicatrizante, adstringente, vasoconstritora, antimicrobiana.
Indicação terapêutica: 
Varizes, flebite, pernas pesadas, hemorroidas, menopausa e hemorragia uterina, ativa a circulação da pele, dermatite, eczema, pele seca, rugas, sedativo ocular.

Origem, distribuição:
Nativa dos EUA.

Nome em outros idiomas:

  • Inglês: witch-hazel, American witch-hazel
  • Alemão: Virginische Zaubernuss, Virginia-Zaubernuss, Zaubernuss
  • Francês: hamamélis
  • Italiano: amamelide

Descrição:
Hamamelis é um arbusto nativo da América do Norte, empregada pelos índios a qual atribuiam propriedades misteriosas, possivelmente devido aos frutos (semelhante às avelãs) se estalarem de forma ruidosa quando maduros.

Foi introduzida na Europa no final do século XIX. Pode atingir 7 m de altura se as condições de solo permitirem.

Suas folhas, pouco pecioladas, são alternas, inteiras, ovais, assimétricas na base e dentadas ou sinuoso-dentadas. As flores têm quatro pétalas amarelas brilhantes. Os frutos são pequenas cápsulas cercados na base pelo cálice. A floração ocorre entre o outono e inverno, quando já está despida de folhas.

Uso popular e medicinal:
Considerada uma das plantas mais eficazes para combater as afecções circulatórias.

A parte relevante para fins medicinais são as folhas, mas às vezes a casca também é usada. As folhas são colhidas durante o verão e a dessecação deve ocorrer à sombra, tão rapidamente quanto possível.

As folhas contêm elevada percentagem de taninos, além de ácidos gálico, cafeico e vários glicosídeos flavonoides como miricetina, quercetina e kaempferol. É particularmente rica em óleos essenciais.

As folhas de hamamelis têm propriedades adstringente, vasoconstritora, hemostática, antimicrobiana, vitamínica e tônica.

Como tônica para as veias, contrai a paredes das veias, ativando a circulação sanguínea no seu interior. Por isso é muito útil no caso de varizes, flebites, pernas pesadas e hemorroidas. 

Como hemostática, fortalece as paredes das veias e vasos capilares sanguíneos, efeito este semelhante ao da vitamina. Utiliza-se nos transtornos da menopausa e nas hemorragias uterinas.

Ativa a circulação da pele por isso é utilizada em dermatites, eczemas, pele seca e rugas. Faz parte de numerosos produtos de beleza.

Como sedativo ocular, a infusão ou água destilada de hamamelis (preparação farmacêutica) serve como colírio para lavar e relaxar os olhos. Combate a conjuntivite produzida pelo pó, o fumo, a contaminação e a ação irritante da água do mar ou das piscinas.

Útil para aliviar o cansaço dos olhos provocado por um trabalho que requeira muita atenção visual, como por exemplo a condução de automóveis ou uso de computador.

 Dosagem indicada:

Uso interno:
Extrato seco: a dose normal é 1-2 g, tomar 3 vezes ao dia.

Infusão: 30-40 g de folhas e/ou casca por litro de água. Tomar 2 chícaras diárias.

Uso externo:
Lavagens oculares. Emprega-se a mesma infusão do uso interno, deixando-a ferver alguns minutos, filtrar muito bem para que não fique nenhuma impureza. Ou então usar a água destilada de hamamelis.

Compressas com a infusão. Aplicar sobre a área da pele afetada. " NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA " ( O USO DA FITOTERÁPIA PERMITE QUE O PACIENTE SE RECONECTE COM O MUNDO NATURAL E RESTABELEÇA OS RITMOS NATURAIS ).

O RETORNO DA LEI ANTIGA JUDAICA; OS SACRIFÍCIOS DE ANIMAIS E A OFERTA DE MANJARES:

As profecias bíblicas indicam que os sacrifícios de animais e as ofertas de manjares retornarão em Jerusalém e que serão celebrados na era atual e no reino messiânico.
Em breve, o Terceiro Templo de Jerusalém estará erguido.
O santo concerto judaico será a celebração na atualidade da lei, dos sacrifícios de animais e das ofertas de manjares.
O santo concerto será celebrado durante a aliança dos sete anos ou dos 2300 dias.
Livro de Daniel, capitulo 8, versículo 13-14.

A besta irá interromper a aliança dos 2300 dias e o santo concerto.
Livro de Daniel capitulo 9, versículo 27.

O santo concerto possuirá a duração de 1010 dias, então, a partir daí, a besta estabelecerá seus rituais profanos no Templo de Jerusalém.

Jesus Cristo destruirá a besta e estabelecerá seu reino messiânico ou milenar.

O livro de Ezequiel traz informações, profecias, sobre a celebração da lei do Sinai, sobre a celebração dos sacrifícios de animais e das ofertas de manjares no reino messiânico ou milenar de Cristo.
Os capítulos 40 ao 48 do livro de Ezequiel revelam profecias sobre o Terceiro Templo de Jerusalém e seus rituais no reino messiânico.

O príncipe de Israel, interpretado como sendo o próprio messias, celebrará os rituais da lei do Sinai no Templo de Jerusalém.

O príncipe de Israel celebrará a Páscoa judaica e seus sacrifícios e ofertas.

No primeiro mês, no dia catorze do mês, tereis a Páscoa, uma festa de sete dias; pão asmo se comerá.
E o príncipe no mesmo dia, por si e por todo o povo da terra, preparará um bezerro de expiação pelo pecado.
E, nos sete dias da festa, preparará um holocausto ao Senhor, de sete bezerros e sete carneiros sem mancha, cada dia durante os sete dias; e o sacrifício de expiação de um bode cada dia.
Também preparará uma oferta de manjares: um efa para cada bezerro, e um efa para cada carneiro, e um him de azeite para cada efa.
Livro de Ezequiel capitulo 45, versículo 21 ao 24.

O príncipe de Israel oferecerá holocausto e ofertas de manjares no dia de sábado.

E o holocausto, que o príncipe oferecer ao Senhor, serão, no dia de sábado, seis cordeiros sem mancha e um carneiro sem mancha.
E a oferta de manjares será um efa pelo carneiro; e pelo cordeiro, a oferta de manjares será o que puder dar; e de azeite um him para cada efa.
Livro de Ezequiel, capítulo 46, versículos 4; 5.

O príncipe de Israel oferecerá sacrifícios e ofertas de manjares na Festa da Lua Nova.

Mas, no dia da lua nova, será um bezerro sem mancha, e seis cordeiros, e um carneiro; eles serão sem mancha.
E preparará por oferta de manjares um efa pelo bezerro e um efa pelo carneiro, mas pelos cordeiros, conforme o que alcançar sua mão; e um him de azeite para um efa.
Livro de Ezequiel, capítulo 46, versículos 6; 7.

O livro de Zacarias revela uma profecia sobre o retorno dos sacrifícios de animais no reino messiânico.
Após a destruição das nações inimigas de Deus, a lei do Senhor será estabelecida.

E todas as panelas em Jerusalém e Judá serão consagradas ao Senhor dos Exércitos, e todos os que sacrificarem virão, e delas tomarão, e nelas cozerão; e não haverá mais cananeu na Casa do Senhor dos Exércitos, naquele dia! Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONSOLA, NOS ORIENTA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

quarta-feira, fevereiro 22

ESTUDO SOBRE A PLANTA MEDICINAL " ACHYROCHINE SATUREIOIDES ( LAM. ) DC. " UMA PLANTA COM VÁRIAS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS:

Nome científico: Achyrocline satureioides (Lam.) DC.
Família: Asteraceae
Conhecida popularmente como: Macela, marcela, macela-do-campo.
Grau de ameaça: NE
Biomas em que ocorre: cerrado, mata atlântica e pampa.
Floração: Nos meses de outono, principalmente em março e abril.
Frutificação: Nos meses de outono, principalmente em março e abril.
Sobre essa espécie: É uma planta herbácea com aproximadamente 1 m de altura, com flores de coloração amarelada-clara. Muito comum de ser encontrada em campos, terrenos baldios e beira de estrada. É tradicionalmente coletada em grande escala na sexta-feira santa, durante sua floração, o que pode prejudicar o seu ciclo e comprometer a sua manutenção. As propriedades medicinais dessa espécie se destacam como um dos principais motivos da sua tradicional extração, sendo a infusão de suas flores empregada no tratamento de cólicas intestinais, má digestão, como sedativo leve e anti-inflamatório. Também ocorre o registro do seu uso como enchimento de travesseiros, almofadas e em aromaterapia." NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA " ( A FITOTERÁPIA TRATA A PESSOA COMO UM TODO NO CONTEXTO DE TODOS OS ASPECTOS DA VIDA INDIVIDUAL: FISIOLOGIA, COMPORTAMENTO, MEIO AMBIENTE E CONSCIÊNCIA )

PREFÁCIO DA EPÍSTOLA AOS ROMANOS POR LUTERO:

Esta Epístola é realmente a parte principal do Novo Testamento e o mais puro Evangelho, sendo digna não apenas que todo cristão a conheça, de coração, palavra por palavra, mas que se ocupem diariamente com ela, como o puro pão diário da alma. Seu conteúdo jamais pode ser esgotado, e quanto mais nos dedicamos ao seu estudo, mais preciosa se torna, e mais saborosa fica.

E assim, na medida em que Deus me der o seu poder para abrir caminho com este prefácio, eu farei o melhor que posso a fim de ser compreendido por todos. Pois, até então, esta Epístola tem sido maldosamente obscurecida com comentários sem utilidade, mas ela é, em si mesma, uma luz brilhante quase suficiente para iluminar toda a Escritura.
Primeiramente devemos ter conhecimento de sua linguagem e saber o que Paulo pretendia dizer com palavras como lei, pecado, graça, fé, justiça, carne, espírito e etc., pois, do contrário, a leitura não terá o menor valor.

Pelo simples termo “lei”, você não deve ter em mente aqui o seu entendimento comum, como o que deve ou não ser feito, pois este seria o padrão humano da lei, ou seja, aquilo que deve ser cumprido, mesmo que o coração não esteja envolvido no processo.
Porém Deus julga de acordo com o que está no profundo do coração, e por essa razão sua lei estabelece exigências sobre o mais íntimo do coração, as quais não podem ser satisfeitas com obras.

Por outro lado, Sua lei pune as obras que não são realizadas do mais profundo do coração, como a hipocrisia e a mentira. Em razão disso, todos os homens são chamados mentirosos (Salmo 116) pela fato de que ninguém guarda ou não pode guardar a lei de Deus do fundo do coração, pois todos encontram em si mesmos desgosto por aquilo que é bom e prazer naquilo que é mau. Logo, se não há disposição prazerosa naquilo que é bom, então, interiormente, não há cumprimento da lei de Deus, pois ali certamente há pecado, e a ira de Deus é merecida mesmo que externamente seja apresentada uma vida honrada e com boas obras.

Desta forma, no capítulo 2, Paulo conclui que todos os judeus são pecadores, e diz que os que cumprem a lei são justos diante de Deus. Isso significa que ninguém por suas obras é um cumpridor da lei; mas contrariamente lhes diz: “Ensinas a não cometer adultério, mas tu o cometes,” e “No que julgas o outro, a ti mesmo te condenas, pois praticas as próprias coisas que condenas”; como se diz, “Externamente vives bem a lei, e julgas aqueles que não a vivem, e sabes como ensinar a cada um; tu vês o cisco no olho dos outros, mas não vês a trave no teu.”

Pois mesmo que com tuas obras cumpras a lei motivado por medo da punição ou amor à recompensa, contudo, farás tudo isso sem disposição e prazer, sem amor para com a lei, mas sim de má vontade, sob compulsão; se a lei não estivesse lá, você preferiria fazer outra coisa. A conclusão é que no fundo do seu coração odeias a lei. O que importa, então, se você ensina os outros a não roubar se você é um ladrão no coração, que gostaria de ser também um externamente caso pudesse? Embora, com certeza, a obra externa não está muito atrás de tais hipócritas! Assim ensinas os outros, mas não ensinas a ti mesmo; e tu mesmo não sabes o que ensinar, e nunca tiveste um entendimento correto da lei. Não, a lei aumenta o pecado, como diz o capítulo 5, pelo fato que quanto mais a lei exige o que o homem não pode fazer, mas eles a odeiam.

Por essa razão ele diz no capítulo 7: “A lei é espiritual.” O que é isso? Se a lei fosse para o corpo, ela poderia ser satisfeita com obras; mas desde que ela é espiritual, ninguém pode satisfazê-la dessa forma, a menos que tudo o que se faz seja feito do fundo do coração. No entanto, somente o Espírito de Deus pode dar um novo coração capaz de fazer o homem andar de conformidade com a lei, levando-o a desejá-la no seu coração, e assim levando-o a não fazer mais nada por medo ou constrangimento, e sem a devida disposição de coração. É assim que a lei é espiritual, a qual será amada e cumprida por um coração espiritual habitado pelo Espírito. Se o Espírito não está no coração, ali o pecado permanece, juntamente com a inimizade e o desprazer para com a lei; apesar de ser a lei boa, justa e santa.

Habitue-se, então, com esta linguagem e você perceberá que fazer o trabalho da lei e cumprir a lei são duas coisas muito diferentes. A obra da lei é tudo o que se faz ou que pode ser feito voluntariamente para com as próprias forças guardar a lei. Porém, uma vez que todas essas obras são realizadas sem o devido prazer ou não provém de correta compulsão para guardar a lei, todas elas são perdidas e não possuem valor. Isso é o que Paulo quer dizer no capítulo 3, quando diz: “Por obras da lei ninguém será justificado diante de Deus.” Nisso você pode ver que os argumentadores e sofistas são enganadores quando ensinam que os homens devem se preparar para a graça por meio das obras. Como pode um homem se preparar para o bem por meio das obras, se ele não faz boas obras sem desgosto e indisposição de coração? Como poderá agradar a Deus com um coração relutante e resistente?

Para cumprir a lei, no entanto, é preciso viver com prazer, amor e, sem a obrigatoriedade da lei, ser livremente piedoso. É o Espírito Santo quem põe este prazer e amor pela lei no coração, como ele diz no capítulo 5: Mas o Espírito Santo não é dado, exceto em, com e pela fé em Jesus Cristo, como ele diz na introdução; e fé não vem, senão somente pela Palavra de Deus ou pelo Evangelho que prega a Cristo como homem e Filho de Deus, que morreu e ressuscitou por nossa causa, como ele diz nos capítulos 3, 4 e 10.
Daí vem que somente a fé aplica a justiça e completa a lei; o que jamais ocorreria fora dos méritos de Cristo, os quais são trazidos pelo Espírito que faz com que o coração se alegre livremente como deseja a lei. Dessa forma, as boas obras provêm da fé. Isto é o que ele quer dizer no capítulo 3, após ter rejeitado as obras da lei, de modo que soa como se fosse abolir a lei pela fé; “Não”, ele diz, “nós estabelecemos a lei pela fé”, isto é, nós a cumprimos pela fé.

Pecado, na Escritura, não se relaciona apenas com obras externas do corpo, mas com toda a atividade interna, do íntimo do coração, que leva o homem com todas as suas forças a praticar essas obras. Assim, o breve termo “fazer” deve significar que um homem cai no pecado e anda no pecado. A princípio, isso não tem a ver apenas com obras pecaminosas externas, a menos que um homem se entregue de corpo e alma ao pecado. As Escrituras olham especialmente para o coração e tem em conta a raiz e a fonte de todo pecado que é a incredulidade no intimo do coração. Como, portanto, somente pela fé alguém se torna justo através da obra do Espírito, o qual gera prazer para com as coisas boas e eternas, assim também a incredulidade proporciona tal pecado, que trazido à carne, produz prazer em más obras tal como aconteceu com Adão e Eva no Paraíso.
Assim Cristo chama a incredulidade de único pecado quando diz em João 16: “O Espírito repreenderá o mundo por pecar, porque eles não creem em mim.” Por esta razão, também, antes das obras boas ou más serem feitas, ou seja, dos frutos, primeiramente existe no coração a fé ou a incredulidade, que é a raiz, a seiva proveniente do chefe do poder de todos os pecados. E este é nas Escrituras conhecido como o cabeça da Serpente e o velho dragão que pela semente da mulher, Cristo, será pisado como foi prometido a Adão em Gênesis 3.

Entre graça e dom há uma diferença. Graça significa propriamente o favor de Deus ou a boa vontade de Deus para conosco, no qual Ele se dispõe a nos dar Cristo e a derramar seu Espírito Santo e seus dons sobre nós. Isto fica claro no capítulo 5 que fala da “graça e dádiva em Cristo.” Os dons e o Espírito aumentam em nós diariamente, embora ainda não sejam perfeitos, e ainda que em nós permaneça a presença do mal e do pecado que guerreia contra o Espírito, como Paulo menciona em Romanos 7 e Gálatas 5, e na disputa entre a semente da mulher e a semente da serpente conforme predito em Gênesis 3. Contudo, a graça faz muito mais a ponto de sermos achados completamente justos diante de Deus. Pois sua graça não está dividida ou fragmentada, como acontece com os dons, mas por causa de Cristo nosso intercessor e mediador e daquelas dádivas que já foram iniciadas em nós, a graça nos toma inteiramente no seu favor.

Neste sentido, então, você pode entender porque Paulo, no capítulo 7, refere-se a si mesmo como um pecador, apesar da falta de completude dos dons e do Espírito, ele diz ainda, no capítulo 8, que nenhuma condenação há para os que estão em Cristo. Por não estar a carne definitivamente morta, nós ainda somos pecadores; porém por crermos e termos as primícias do Espírito, Deus nos é tão favorável e gracioso que não nos imputa pecado, nem nos julga por isso, mas, até a destruição final do pecado, lida conosco segundo a fé que temos em Cristo.

Fé não tem a ver com uma noção humana puramente imaginativa como alguns sustentam, pois isto não é seguido por aperfeiçoamento de vida e boas obras. E ainda que possam ouvir muitas coisas sobre a fé, contudo caem no erro quando dizem: “A fé não é suficiente, é preciso fazer obras, a fim de ser justificado e salvo”. Esta é a razão porque ao ouvirem o Evangelho criam para si mesmos uma compreensão que lhes faz dizer: “Eu creio”. Apesar de terem isso por fé verdadeira, todavia não passa de mera imaginação que jamais alcança o coração e nunca produz bem algum.

No entanto, fé é uma obra divina operada pelo Espírito em nós. Ela nos transforma e nos faz nascer de novo (João 1); ela mata o velho Adão e nos faz homens completamente diferentes de coração, no espírito, na mente e nas forças. Essa vida na fé é completa, ativa e poderosa; e por isso é impossível não estar completamente envolvido com boas obras. Ela não questiona se há boas obras para serem feitas, mas antes que se pense nisso, já as fez e está sempre a fazer. Aquele que não faz estas obras é um homem sem fé. Ele tateia e olha, porém nunca sabe o que é fé e boas obras, embora fale muito sobre isso.
Fé é uma confiança tão viva na graça de Deus que de modo certo e seguro o homem seria capaz de arriscar sua vida mil vezes nisso. Esta confiança na graça e no conhecimento de Deus gera homens felizes e confiantes no que concerne as coisas de Deus e de toda a criação; este é o trabalho do Espírito Santo através da fé. Assim um homem está pronto e feliz, não precisando ser pressionado para servir ou fazer o bem a alguém, ou para sofrer todas as coisas por amor e louvor ao Deus que tem lhe mostrado a sua graça. Assim, é impossível separar as obras da fé, tanto quanto é impossível separar o calor das chamas. Cuidado, portanto, com suas noções falsas e com os faladores inativos que se consideram sábios o suficiente para definirem o que querem em termos de fé e boas obras. Estes são os maiores tolos. Ore a Deus para produzir fé em você, pois, do contrário, sempre permanecerá sem fé em seus pensamentos e obras.

A “Justiça de Deus” ou “a justiça que provém de Deus” é dada ao pecador que pode contá-la como sua por causa de Cristo, nosso Mediador. Por meio da fé o homem se torna sem pecado, passando a ter prazer nos mandamentos de Deus; assim, ele dá a Deus a honra que lhe é devida e lhe tributa o que deve, inclusive servindo de boa vontade o seu próximo. Dessa forma, ele não deve nada a ninguém. Essa justiça, a natureza, nossa vontade e todas as nossas forças não podem produzir nada. Ninguém pode por força própria produzir fé ou arrancar a sua própria incredulidade; como, então, alguém poderia expiar um único pecado, mesmo o menor? É assim que tudo o que é feito sem fé é falso; é hipocrisia e pecado, não importando quão bom tenham sido os seus feitos (Romanos 14).

Então, você não deve achar que a carne tem a ver apenas com as coisas impuras e o espírito apenas com as coisas interiores do coração. Tanto Paulo quanto Cristo em João 3 chamam a “carne” de coisas nascidas da carne, pois referem-se ao homem como um todo com corpo e alma, mente e sentidos, pois todo o seu ser anseia pela carne. Assim vocês devem tratar como carnal quem pensa, ensina e fala sobre grandes assuntos espirituais sem possuir a graça de Deus. Sobre as obras da carne de Gálatas 5, você pode observar que Paulo chama de heresia e odeia as obras da carne; e em Romanos 8 ele diz que a lei se tornou enferma pela carne, e isto não se refere à falta de castidade, mas a todos os pecados, sobretudo a incredulidade, que é o mais espiritual de todos os vícios. Por outro lado, ele chama de espiritual alguém ocupado com os trabalhos mais externos da vida como Cristo que lavou os pés dos discípulos e Pedro que conduziu seu barco para uma pescaria. Assim o termo “carne” pode se referir a um homem que vive e trabalha, interna ou externamente, no serviço temporal; e o termo “espírito” ao homem que, interna ou externamente, vive e trabalha a serviço do Espírito e da vida futura.

Sem a compreensão destas palavras, você não entenderá esta carta de Paulo e nenhum livro das Sagradas Escrituras. Portanto, cuidado com todos os mestres que usam estas palavras num sentido diferente, não importando se esses professores sejam até mesmo Jerônimo, Agostinho, Ambrósio, Orígenes ou quaisquer outros como ou maiores que esses. Agora já podemos abrir a Epístola.

Primeiramente, é justo que um pregador do Evangelho, por uma revelação da lei e do pecado, reprove e mostre que o pecado não é o fruto vivo do Espírito e da fé em Cristo a fim de que os homens sejam levados a conhecerem a si mesmos, percebendo as suas próprias misérias e tornando-se humildes a ponto de clamarem por socorro. Isto é o que Paulo faz! Logo no início, no Capítulo 1, ele reprova os graves pecados e a incredulidade que foram e ainda são, claramente, evidenciados como os pecados dos pagãos que vivem sem a graça de Deus.

Ele diz: “A ira de Deus é revelada do céu pelo Evangelho, sobre todos os homens por causa de suas impiedades e injustiças. Porque ainda que saibam e diariamente reconheçam que há um Deus, no entanto, a própria natureza, sem a graça de Deus, é tão má que não são capazes de lhe agradecer e nem honrá-lo. É assim que indo de mal a pior caem numa idolatria cega que os leva a cometerem os pecados mais vergonhosos, com todos os vícios, e nem mesmo se envergonham disso, mas, pelo contrário, ainda incentivam outros a fazerem coisas tão vis e repreensíveis quanto as suas.

No capítulo 2, Paulo estende esta repreensão ainda mais longe, direciona-a para aqueles que exteriormente parecem ser justos, mas pecam em secreto. Tais eram os judeus e tais são todos os hipócritas que, sem o desejo ou amor pela lei de Deus, levam uma boa vida, mas odeiam a lei de Deus em seus corações, e ainda são propensos a julgarem outras pessoas. É esta a natureza de todos os hipócritas que apesar de se julgarem puros, estão cheios de cobiça, ódio, orgulho e toda imundícia (Mateus 23). Estes são os que desprezam a bondade de Deus e pela sua dureza acumulam para si mesmos ira. Assim, Paulo, como um fiel intérprete da lei, não permite que ninguém se considere sem pecado, mas proclama a ira de Deus sobre todos os que vivem pela sua própria natureza e vontade, fazendo-os se perceberem como pecadores. Na verdade, Paulo os reputa como endurecidos e impenitentes.

No capítulo 3, ele põe todos juntos e diz que um é como o outro. Todos são pecadores perante Deus, exceto que os judeus tiveram a Palavra de Deus. Com certeza, muitos não creram nela, mas isso não significa que a fé e a verdade de Deus perderam seu valor. Paulo ainda cita uma parte do Salmo 51 que diz que Deus permanece justo em suas palavras. Depois disso, Paulo volta novamente ao tema para provar pelas Escrituras que todos são pecadores e que por obras da lei ninguém é justificado, pois a lei foi somente dada para que o pecado pudesse ser conhecido.

Então, Paulo começa a ensinar a maneira correta pela qual os homens devem ser justificados e salvos. Ele diz que todos são pecadores e sem louvor algum da parte de Deus, mas que devem ser justificados, sem méritos, mediante a fé em Cristo, que, pelo seu sangue, comprou isso para nós, sendo oferecido como propiciação a Deus por todos os nossos pecados, provando assim que fomos ajudados somente por sua justiça, que nos concede a fé revelada no Evangelho “anteriormente testemunhado pela lei e pelos profetas”. Assim, a lei é estabelecida pela fé, embora, por isso, as obras da lei tenham caído juntamente com toda a reputação que concediam.

Após os primeiros três capítulos, no qual o pecado é revelado e o caminho da fé para a justificação é ensinado, no capítulo 4, Paulo começa a levantar algumas objeções. Primeiro, ele aponta o que todos os homens normalmente fazem quando ouvem falar de uma fé que justifica sem obras. Eles dizem: “Então os homens não fazem boas obras?” Dessa forma, ele toma o caso de Abraão e pergunta: “Então, o que alcançou Abraão com as suas boas obras? Foram todas em vão? Ele conclui que Abraão foi justificado pela fé, sem obras, e mais que isso, as próprias Escrituras, em Gênesis 15, declaram que ele foi justificado pela fé somente, mesmo antes da circuncisão. Mas se o trabalho da circuncisão em nada contribuiu para a sua justiça, embora tenha sido ordenada por Deus, sendo uma boa obra de obediência, então, certamente, nada mais poderá contribuir para a justiça. Por outro lado, se a circuncisão de Abraão foi um sinal externo pela qual ele mostrou a justiça que já era sua pela fé, então todas as boas obras são apenas sinais externos que por seus frutos mostram que o homem já foi interiormente justificado diante de Deus.

Com esta poderosa ilustração das Escrituras, Paulo estabelece a doutrina da fé que ele já havia ensinado no capítulo 3. Ele também apresenta outra testemunha, Davi, que no Salmo 32 diz que o homem é justificado sem obras, embora ele não permaneça sem obras após ter sido justificado. Assim ele dá uma ilustração mais ampla e conclui que os judeus não podem ser herdeiros de Abraão somente por questões de sangue, nem ainda por cumprirem a lei, mas, caso sejam verdadeiros herdeiros, o serão pela fé. Porque antes da lei – a de Moisés ou a da circuncisão – Abraão foi justificado pela fé e chamado o pai dos que creem; além disso, a lei opera ira em vez de graça, pois ninguém a guarda com prazer e amor, de modo que o que vem pelas obras da lei é desgraça ao invés de graça. Por isso, somente pela fé se obtém a graça prometida a Abraão, pois estes exemplos foram registrados por nossa causa a fim de que também viéssemos a crer.

No capítulo 5, Paulo trata dos frutos e das obras da fé, tais como paz, alegria, amor a Deus e a todos os homens, confiança, ousadia, coragem, esperança na tribulação e sofrimento. Porque quando há fé verdadeira todas estas coisas acompanham o crente, devido a superabundante bondade que Deus nos mostra em Cristo, de modo que ele o entregou à morte por nós antes que pudéssemos lhe pedir isso, ou melhor, quando ainda éramos seus inimigos. Assim, temos uma fé que justifica sem obras, e isso não significa que estamos isentos da prática de boas obras, mas sim que elas nos acompanharão. Destas justas obras dos santos não sabemos nada, mas, certamente, nos seguirão paz, alegria, confiança, amor, esperança, ousadia e as qualidades da verdadeira fé e obra cristã.

Depois disso, Paulo faz um agradável passeio e comenta sobre a procedência do pecado e da injustiça, da morte e da vida, fazendo uma comparação entre Adão e Cristo. Ele diz que Cristo tinha que vir como segundo Adão para nos legar sua justiça através do novo nascimento mediante a fé, tal como o primeiro Adão nos legou o pecado através do antigo nascimento carnal. Assim, ele declara, e confirma isso, que o primeiro por suas próprias obras poderia ajudar a sair do pecado apenas se impedisse o nascimento do seu próprio corpo. Isso é provado pelo fato de que a lei divina que deveria contribuir para a justiça, se alguma coisa pode, não só não ajudou como também aumentou o pecado, pois quanto mais a lei proíbe, mais nossa natureza má a odeia, e mais quer dar asas à sua própria concupiscência. Assim, a lei de Cristo faz-se ainda mais necessária e mais a graça é indispensável para ajudar a nossa natureza.

No capítulo 6, Paulo retoma o assunto da obra especial da fé, do conflito entre a carne e o espírito, visando ao completo assassinato do pecado e da luxúria que ainda permanecem mesmo depois de sermos justificados. Ele nos ensina que pela fé nós não somos tão livres do pecado que podemos viver ociosa e descuidadamente como se o pecado não residisse em nós. Há pecado, mas esse já não é mais contado para a condenação por causa da fé que está em oposição. Portanto, temos o suficiente para ao longo de nossa vida domesticarmos o corpo, aniquilarmos suas concupiscências e compelirmos os seus membros à obediência ao espírito, e não à luxúria, de forma que nossa vida se torne como a morte e ressurreição de Cristo, completando o nosso batismo que significa a morte para o pecado e a vida nova na graça até que sejamos completamente livres do pecado, e até que os nossos corpos sejam ressuscitados com Cristo e vivam eternamente.

É o que podemos fazer, diz Paulo, porque estamos na graça e não na lei. Ele mesmo explica que ficar sem a lei não é a mesma coisa que não ter lei e ser capaz de fazer aquilo que agrada; mas nós estamos debaixo da lei quando, sem a graça, nos ocupamos no trabalho da lei. Então o pecado certamente governa pela lei, pois ninguém ama a lei por natureza, o que é grande pecado. A graça, porém, torna a lei querida para nós, e assim não há mais pecado, pois a lei passa a estar do nosso lado, e não contra nós.

Esta é a verdadeira liberdade do pecado e da lei, da qual ele escreve, até o final deste capítulo, que é apenas uma liberdade para viver e cumprir prazerosamente a lei, e não mais sendo compelido por ela. Por isso, esta liberdade é espiritual, que não abole a lei, mas cumpre o que a lei exige, ou seja, prazer e amor. Assim, a lei se aquieta e não mais pressiona com suas exigências. É como se você tivesse uma dívida para com seu credor e não pudesse pagá-la. Há duas maneiras pela qual você poderia se livrar da dívida: ou ele não tomaria nada de você e rasgasse a nota promissória; ou algum homem bom pagasse sua dívida. É esta última alternativa que Cristo nos forneceu para nos tornar livres da lei. Nossa liberdade, portanto, não é carnal, como se estivéssemos desobrigados a cumprir a lei, mas uma liberdade que realiza muitas obras de todos os tipos, mas que não é impulsionada pelas demandas e dívidas da lei.

No capítulo 7, Paulo ilustra isso com uma parábola da vida matrimonial. Quando um homem morre, sua esposa fica livre para casar novamente; o ponto não é que ela pode ou não fazer isso, mas que agora está realmente livre para isso, algo que era inconcebível enquanto vivia seu marido. Assim, nossa consciência está ligada à lei pelo velho marido, porém, pelo Espírito, ao morrer o marido, sendo liberto um do outro, nossa consciência torna-se livre. Não significa que a consciência não faz mais nada, mas que agora está realmente livre para se unir a Cristo, o segundo marido, e produzir fruto de vida.
Então Paulo traz um quadro geral sobre a natureza do pecado e da lei, mostrando como, através da lei, o pecado agora age poderosamente. O velho homem odeia a lei porque ele não pode cumprir o que ela exige, pois sua natureza é pecaminosa e por si mesmo não pode fazer nada além de pecar; por isso a lei é morte e tormento para ele. Não que a lei é má, mas sua natureza má não pode suportar o bem, e a lei exige o bem dele. Tal como uma pessoa doente não pode suportar quando lhe exigem que corra, pule e faça coisas como alguém saudável.

Por isso Paulo conclui aqui que a lei, corretamente entendida e devidamente aplicada, não faz nada mais do que lembrar-nos de nossos pecados e nos levar a morte, fazendo-nos susceptíveis a ira eterna. Tudo isso é ensinado e vivenciado pela nossa consciência, quando está realmente presa à lei. Por isso um homem deve ter algo mais do que a lei para torná-lo justo e salvá-lo. Mas os que não entendem corretamente a lei são cegos. Eles, presunçosamente, vão à frente e acham que podem satisfazer a lei com suas obras, não sabendo o que a lei exige, ou seja, um coração disposto e feliz. Por isso, eles não veem claramente a Moisés, pois há um véu colocado entre eles, que os cobre e os impede de ver Moisés.

Depois disso, Paulo mostra como ocorre a luta do espírito contra a carne no homem. Ele mesmo se coloca como um exemplo a fim de podermos compreender como funciona o trabalho da escravidão do pecado dentro de nós. Ele chama ambos, o espírito e a carne, de “leis”, pois assim como é a natureza da lei divina para conduzir os homens e fazer exigências a eles, assim também a carne conduz os homens e de seu próprio modo faz exigências a eles, enfurecendo-se contra o espírito que igualmente faz suas exigências. Este embate dura por toda a vida, embora para alguns o calor da batalha possa ser maior ou menor dependendo da forca ou fraqueza da carne. No entanto, o todo do ser do homem é espírito e carne, os quais lutam com ele até torná-lo completamente espiritual.
No capítulo 8, Paulo encoraja estes lutadores, dizendo-lhes que esta carne não pode lhes trazer condenação. Ele mostra ainda como é a natureza da carne e do espírito e como o espírito procede de Cristo, o qual nos tem dado o seu Espírito Santo para nos tornar espirituais e subjugar a carne.

Ele nos assegura ainda que somos filhos de Deus, no entanto a dureza do pecado pode se enraivecer dentro de nós, sendo guiados pelo Espírito, a lhe resistimos e o matamos. No entanto, nada é tão bom para a mortificação da carne como a cruz e o sofrimento, pois ele nos conforta nesses momentos através da provisão do Espírito de amor e de toda a criação. Pois tanto os gemidos do Espírito dentro de nós quanto o anseio da criação clamam para que sejamos livrados da carne e do pecado. Assim, vemos que estes três capítulos (6 a 8) abordam o tema do trabalho da fé que tem por finalidade matar o velho Adão e subjugar a carne.

Nos capítulos 9, 10 e 11, Paulo ensina sobre a predestinação que Deus estabeleceu desde a eternidade, à qual originalmente relaciona-se com o seu livramento ou não do pecado. Dessa forma é acentuado que a capacidade de tornar-se justo está totalmente fora do alcance humano, pois procede inteiramente das mãos de Deus. E isso é o mais altamente necessário, pois somos tão fracos e incertos que, caso estivesse isso em nosso poder, certamente nenhum homem poderia ser salvo, pois, fatalmente, o diabo nos dominaria. Porém, uma vez que em Deus isso é certo, sua predestinação não pode falhar e ninguém pode lhe resistir, temos, assim, esperança contra o pecado.

E aqui temos que estabelecer um limite para os espíritos audazes e de alta escala que trazem o seu próprio pensamento para essa questão. Eles estão no topo procurando o abismo da predestinação divina e preocupam-se em vão com sua predestinação. Eles cairão ou entrarão em desespero, pois estão se arriscando demais.
Mas, você tem seguido a ordem desta epístola? Preocupe-se primeiro com Cristo e o Evangelho, pois poderá reconhecer o seu pecado e a graça de Cristo. Então, lute contra seus pecados como tem ensinado os primeiros capítulos. Assim, quando alcançar os primeiros oito capítulos e estiver sob a cruz e o sofrimento, será confortado com o aprendizado da correta doutrina da predestinação nos capítulos nono, décimo e décimo primeiro. Pois sem sofrimento, cruz e perigo de morte não é possível falar sobre predestinação sem acarretar danos e ira divina. O velho Adão deve morrer antes que possa suportar este assunto e beber o seu forte vinho. Por isso, esteja consciente de que enquanto se está no aleitamento deve ser evitado o beber vinho. Há um limite, um tempo e uma idade para cada doutrina.

No capítulo 12, Paulo ensina, e faz todos os sacerdotes cristãos saberem, que a verdadeira adoração tem a ver não com a oferta de dinheiro ou gado, como nos termos da lei, mas com a oferta de seus próprios corpos como uma legítima mortificação da luxúria. Em seguida, ele passa a descrever a conduta externa dos cristãos, sob o governo espiritual, dizendo como eles devem ensinar, pregar, governar, servir, doar, sofrer, amar, viver e assistir os amigos, inimigos e todos os homens. Estas são as obras que fazem os cristãos, pois, como já foi dito, a fé não tira férias.

No capítulo 13, Paulo ensina honra e obediência aos governantes do mundo, que realizam muito, embora incapazes de fazerem seu povo justo diante de Deus. Eles foram instituídos a fim de que os bons possam se sentir em paz externa e em proteção, e que os maus não possam se sentir sem medo, ou em paz e tranquilidade ao fazerem o mal.
Portanto, o justo é honrado por isso, embora não necessite disso. No fim, ele compreende todas as coisas no amor, e está incluído no exemplo de Cristo, o qual tem feito por nós o que também devemos fazer ao seguir seus passos.

No capítulo 14, Paulo ensina que as consciências fracas devem ser poupadas e levadas suavemente na fé, por isso os cristãos não deveriam usar a sua liberdade para fazerem o mal, mas para apoiarem os fracos. E se isso não fosse feito, então a discórdia e o desprezo ao Evangelho se seguiriam, porém o mais importante é o Evangelho. Assim, é melhor fornecer as condições para que o fraco na fé cresça mais forte, do que ver a doutrina do Evangelho resultando em nada. Este é um trabalho peculiar de amor, no qual ainda hoje há uma grande necessidade, pois no que se refere a estas questões de liberdade, muitos, agindo grosseiramente, estão sacudindo consciências fracas que ainda não conhecem a verdade. No capítulo 15, ele apresenta o exemplo de Cristo para mostrar que devemos sofrer por aqueles que são fracos de outras maneiras, tais como aqueles cuja fraqueza reside em pecados públicos ou mesmo em hábitos desagradáveis. Estes homens não devem ser abandonados, mas cuidados até que atinjam uma estatura. Por isso Cristo fez tudo, e ainda faz todos os dias. Ele nos suporta constantemente apesar das muitas faltas, maus hábitos e todas as nossas imperfeições.

Finalmente, então, Paulo ora por eles, os louva e os recomenda a Deus. Ele fala de sua missão e dos desafios da pregação do Evangelho, e pede que os romanos gentilmente ajudem e ofertem aos pobres de Jerusalém. E assim, tudo, seja por palavras ou obras, deveria ser conduzido com puro amor.
O último capítulo é dedicado aos cumprimentos finais, mas junto dele há também uma importante advertência contra as doutrinas de homens, que se tornam ofensivas quando postas ao lado da doutrina do Evangelho. É como se tivesse previsto que de Roma e pelos romanos viriam os sedutores e ofensivos cânones e decretos que enredando toda a massa das leis humanas e mandamentos acabariam por afogar o mundo inteiro, anulando esta epístola e todos os santos das Escrituras, juntamente com o Espírito e a fé, não permitindo que nada permanecesse, exceto a adoração do próprio ventre, cujos agentes são por Paulo aqui repreendidos. Amém.

Assim, nesta epístola encontramos mais ricamente as coisas que um cristão deve saber, ou seja, o que é lei, Evangelho, pecado, castigo, graça, fé, justiça, Cristo, Deus, boas obras, amor, esperança, a cruz, e também como devemos nos comportar para com todos, quer justos ou pecadores, fracos ou fortes, amigos ou inimigos. Tudo isso é habilmente fundamentado pelas Sagradas Escrituras e provado pelo seu próprio exemplo e o dos profetas. Dessa forma, parece que Paulo queria incluir sinteticamente nesta epístola o Cristianismo completo e a doutrina evangélica preparando-nos uma introdução para todo o Antigo Testamento; pois, sem dúvida, aquele que tem esta epístola bem firmada no seu coração, tem com ele a luz e o poder do Antigo Testamento. Portanto, permita que cada cristão se exercite continuamente nessa epístola a fim de que Deus possa derramar a Sua graça. Amém! Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONSOLA, NOS ORIENTA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

terça-feira, fevereiro 21

A CARTA MAGNA INSPIRADA POR DEUS ESQUECIDA PELOS HOMENS:

Introdução:
Como introdução a este tema quero convida-lo a lermos o  capitulo 9 do livro de Eclesiastes e refletirmos em cada verso aqui apresentado:
                                                           
1: Deveras a tudo isto apliquei o meu coração, para claramente entender tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras, estão nas mãos de Deus; se é amor ou se é ódio, não o sabe o homem; tudo passa perante a sua face.

2: Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao mau, ao puro e ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.

3: Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo. Também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; há desvarios no seu coração durante a sua vida, e depois se vão aos mortos.

4: Ora, para aquele que está na companhia dos vivos há esperança; porque melhor é o cão vivo do que o leão morto.

5: Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento.
(Vejo claro a afirmação que tudo que tivermos que fazer tem que ser em quanto estamos em vida e com amor pois não teremos a chance de refazer ou reviver nada)

6: Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.

7: Vai, pois, come com alegria o teu pão .e bebe o teu vinho com coração contente; pois há muito que Deus se agrada das tuas obras.
(Deus nos Chama a total liberdade e alegrias porem tudo deve ser com ordem e decência)

8: Sejam sempre alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.                                    
(Aqui vejo que temos que ter um caráter e espirito revestido pelo poder do Senhor Jesus afim de não nos corrompermos pelo apelo do mundo e de seu dominador)

9: Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vida vã; porque este é o teu quinhão nesta vida, e do teu trabalho, que tu fazes debaixo do sol.

10: Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Seol, para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.

11: Observei ainda e vi que debaixo do sol não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a peleja, nem tampouco dos sábios o pão, nem ainda dos prudentes a riqueza, nem dos entendidos o favor; mas que a ocasião e a sorte ocorrem a todos.
(As Bênçãos de Deus é pra todos me lembro aqui de que em Mateus 6:25 está escrito.               
‘’Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?’’)

12: Pois o homem não conhece a sua hora. Como os peixes que se apanham com a rede maligna, e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enlaçam também os filhos dos homens no mau tempo, quando este lhes sobrevém de repente. (Esta rede maligna também é lançada em nossas vidas pelo inimigo de nossas almas por muitas vezes tentando nos apartar dos caminhos de Deus)

13: Também vi este exemplo de sabedoria debaixo do sol, que me pareceu grande:

14: Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; e veio contra ela um grande rei, e a cercou e levantou contra ela grandes tranqueiras.

15: Ora, achou-se nela um sábio pobre, que livrou a cidade pela sua sabedoria; contudo ninguém se lembrou mais daquele homem pobre.
16: Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força; todavia a sabedoria do pobre é desprezada, e as suas palavras não são ouvidas. .( Mesmo que não dem. a devida atenção não devemos retroceder pois aquele pobre sábio homem não retrocedeu)

17: As palavras dos sábios ouvidas em silêncio valem mais do que o clamor de quem governa entre os tolos.( aqui me lembrei de Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo ao qual escolheu para sua herança. Salmos 33:12
Bem-aventurado o povo ao qual assim acontece; bem-aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor. Salmos 144:15)

18: Melhor é a sabedoria do que as armas de guerra; mas um só pecador faz grande dano ao bem.
Ao ler este capitulo eu fique meditando e resolvi pesquisar e procurar discernir estas palavras. Pois muitas vezes lemos versículos isolados mas o importante é ler o capitulo e buscar ajuda do espirito Santo para entender de que se trata realmente , aqui pude compreender que o ensino é que tudo que acontece em nossas vidas é o reflexo de como nós a conduzimos, Pois o Deus Criador o verdadeiro Deus de todos os povos Criou nos para sermos livres e felizes , e nos capacitou com o dom de discernir entre o Bem e o Mau .Criou todas as coisas existentes como podemos ver em Gêneses do capitulo -1 ao 20, E nos deixou um manual de instruções de como usar este lindo planeta o qual ele nos ofertou porem o inimigo de nossas almas tem nos impedido por muitas vezes de compreender a vontade de Deus para nosso ser e com isso nos leva a desobedecer regaras básicas contidas neste manual (a Biblia) este é o maior código de Constituição: A Carta magna Inspirada por Deus Esquecida pelas Nações. 

Tema- 1 o que é carta magna? Pois o que é: A constituição (também chamada de constituição federal (CF) no caso de uma Federação, constituição da república no caso de uma República, lei fundamental, lei suprema, lei das leis, lei maior, magna carta, carta magna, carta mãe, carta da república, carta política, texto magno ou texto constitucional) é um conjunto de normas do governo, que pode ser ou não codificada como um documento escrito, que enumera e limita os poderes e funções de uma entidade política. Essas regras formam, ou seja, constituem, o que a entidade é.

No caso dos  países (denominação coloquial de Estado soberano) e das regiões autônomas dos países, o termo refere-se especificamente a uma Constituição que define a política fundamental, princípios políticos, e estabelece a estrutura, procedimentos, poderes e direitos, de um governo. Ao limitar o alcance do próprio governo, a maioria das constituições garantem certos direitos para as pessoas. O termo Constituição pode ser aplicado a qualquer sistema global de leis que definem o funcionamento de um governo, incluindo várias constituições históricas não-codificadas que existiam antes do desenvolvimento de modernas constituições.                                   
Porem na bíblia tem a maior delas como vemos em:

2 Timóteo 3:16-17 Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;
Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.                      (Vemos nos mandamentos tanto no Antigo como no Novo testamento leis que nos servem de base moral, comercial , direitos Humanos, ambientais e todo tipo de ordens ate no que abrange a saúde física mas o grande Problema aqui é ter desprezado este grande manual.    
Tema: 2- Morte “sheol”
E o que quer dizer a palavra “sheol” o lugar para onde vais.”
A palavra “hades” (=submundo) substituiu “sheol” quando – por decreto – a escrituras hebraicas foram vertidas para o grego ( ver Septuaginta) na antiga Alexandria por volta do ano 200 A.C.

No Cristianismo Sheol é a destinação comum tanto dos homens corretos quando os incorretos, como apresentado no livro de Eclesiastes e no Livro de Jó. O Novo Testamento (escrito em grego) também usa “hades” para se referir ao mundo dos mortos. A crença de que aqueles no “sheol” esperavam a ressurreição tanto em conforto quanto em tormentos é refletida na história do Novo Testamento de Lázaro. Traduções inglesas das escrituras hebraicas traduziram de formas variadas o termo “sheol” e no Livro de Jó 7:9 “Assim como uma nuvem esvanece e some, aqueles que descem ao Sheol não voltarão.”  (Vemos aqui que a morte física é certa e que igualmente todos passarão por ela mas há uma diferença entre a morte física e a Espiritual Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá. Ezequiel 18:4)

Como podemos ver o Homem andando nos princípios morais estabelecidos desde sua Criação não passaria por tristezas nem por dores e percas mas a violência e corrupção toma conta do ser humano a cada dia como esta escrito em : 2 Timóteo 3:13-15 Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.
Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido,
E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
Tema:3- Salvação:

Esta salvação esta prestes a acontecer pois os sinais estão visíveis como Jesus esclarece no livro de Mateus 24,e 2- Timóteo 3 sinais na natureza e no mundo religioso como esta acontecendo Falsos profetas motivados por avareza enganam e atraem milhares com sinais e prodígios Esquecendo se que a uma promessa Em: Atos 1:10-11E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco.

Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. Como vemos É preciso reformar nossa consciência como cidadão e como Cristão para mostrar a todos os que servem e os que ainda não servem a Deus o quão próximo esta a volta de Cristo o que nos tem reservado no dia de nossa morte afim de que ninguém fique enganado precisamos rever conceitos e crédulos religiosos que nos aprisionam ao invés de nos libertar pois fomos feitos por Jesus herdeiros do reino de Deus e ele nos chama a levar as boas novas e fazer novos irmãos e herdeiros seus! Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONSOLA NOS ORIENTA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ". 

segunda-feira, fevereiro 20

ESTUDO SOBRE A PLANTA MEDICINAL " ACHILLEA MILLEFOLIUM L. " UMA PLANTA COM VÁRIAS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS:

Nome científico: 
Achillea millefolium L.
Família: 
Compositae
Sinonímia científica: 
Achillea albida Willd.
Partes usadas: 
Folha, inflorescência, parte aérea, sumidades floridas.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Azulina, apigenina, ácido salicílico, betonicina, flavonoides.
Propriedade terapêutica: 
Antiespasmódica, estomáquica, expectorante, cicatrizante, anti-inflamatória, antirreumática.
Indicação terapêutica: 
Dispepsia, úlceras internas, varizes, cólicas menstruais, amenorreia, celulite, hemorragias, diarreia, ferimentos, queimaduras, hemorroidas.

Nome em outros idiomas:

  • Inglês: common yarrow, milfoil
  • Espanhol: hierba de las cortaduras
  • Francês: herbe à dindes, achillée millefeuille, persil à dinde

Origem, distribuição:
Europa e Ásia.

Descrição:
Planta perene, herbácea (0,50 – 0,80 m), rizomatosa, com inúmeras raízes fibrosas e finas. Rizoma fino e longo, pardo-claro, rebrotando na extremidade. Hastes erétas, finas, com extremidade pilosa, sulcada e poligonal, de coloração arroxeada.

Folhas alternas, simples mas profundamente fendidas parecendo uma folha composta. Pecíolo com bainha achatada, listrado e piloso nas laterais. Lacínias do limbo verde-escuras e brilhantes, aroma agradável e gosto amargo.

Flores reunidas em capítulos dimorfos com as flores do raio liguladas, brancas ou levemente rosadas, unissexuadas-femininas (pistiladas) e as do centro tubulosas e hermafroditas, brancas, com estigma bifurcado e papiloso na sua extremidade. Antera unidas rodeando o longo estilete. Inflorescências terminais formada de capítulos com poucas flores sobre um receptáculo cônico, constituindo o conjunto dos capítulos um corimbo composto. As folhas têm aroma agradável lembrando o mel. O florescimento é longo iniciando em setembro indo até abril.

Frutos pequenos, secos e duros (aquênios), de sabor amargo, contendo apenas uma semente.

Sementes inseridas nos aquênios que são frutos indeiscentes.

Uso popular e medicinal:
Antiespasmódico, estomáquico e expectorante. Contra distúrbios digestivos (dispepsia) e úlceras internas, varizes, cólicas menstruais, amenorreia, celulite e hemorroidas. Cicatrizante, anti-inflamatório e antirreumático (uso externo).

Além das já citadas, esta planta tem muitas outras propriedades e utilizações medicinais, como tratamento do resfriado comum, anorexia e artrite.

Outros usos incluem enfeite de jardins e paisagens, pois é uma planta muito bonita. Seres humanos e insetos polinizadores são atraídos pela fragrância de mel que exala de umbelas brancas de maio a outubro. Também intensifica os aromas e fragrâncias de outras plantas e ervas que crescem perto dela.

 Preparo e dosagem:

  • Infusão: 1 a 2 colheres de sopa da planta seca em 1 xícara de água, tomar 1 a 2 xícaras de chá ao dia (uso interno). 
  • Decocção: uso externo para lavar feridas, ulcerações e hemorroidas, sob a forma de compressas. 
  • Sumo: preparado com a planta fresca previamente lavada, colocado sobre ferimentos e ulcerações.

 Toxicologia:
Existem referências que tratam de sua possível ação tóxica nos animais domésticos.

Ocorrência:
Vegeta espontaneamente e assilvestrada no norte e leste da Ásia, norte da África, América do Norte e sul da Austrália. Cultivada em vários países de zonas temperadas.

Cultivo:
Propagação. Por divisão de touceiras, por rizomas e sementes. Estas devem ser importadas, o Brasil não produz sementes.

Época de plantio. Pode ser feita no outono (março a junho) ou na primavera ( setembro-outubro).

Espaçamento. 0,50 m a 0,70 m entre as linhas e 0,30 m a 0,40 m entre as plantas na linha. Em solos pobres os espaçamentos são menores.

Clima. Temperado-brando a temperado-frio. Exige pouca chuva e muita luz. Climas úmidos bem como chuvas excessivas prejudicam o seu teor em óleos essenciais.

Solos. Não é exigente quanto à textura do solo. Nos arenosos e secos seu porte é menor, mas seu teor em óleo é maior. A produção é máxima nos solos férteis em minerais, matéria orgânica e levemente úmidos. Tem restrições aos solos excessivamente úmidos mas apresenta-se resistente a um pH (acidez) desfavorável.

Tratos culturais. Arrancamento dos inços (quando nova é sensível a invasoras, mas quando adulta é dominante no solo). Irrigações nos verões muito secos. Adubações complementares no outono pois é planta esgotante do solo se plantada por longo tempo sem adubações de reposição.

Pragas e doenças. Não foi observado até o momento a incidência de pragas e doenças nesta cultura. Nos frios intensos, conjugados com ventos frios, ocorre um avermelhamento e mesmo morte de muitas folhas.

Colheita. As partes colhidas são as folhas, sumidades floridas, inflorescências ou toda a planta.

Rendimento. Para folhas e sumidades floridas cita-se como médio um rendimento de 2.500 a 3.000 kg de planta seca por hectare. Este é o resultado da secagem de uma colheita de 9.000 kg/há de planta verde.

Momento da colheita. Se a finalidade for sumidades floridas a colheita é feita na abertura das primeiras flores. Se for a de flores, deve-se esperar que a maioria delas estejam abertas. Para colher folhas ou toda a planta para fins medicinais deve-se fazer quando surgirem os primeiros botões florais." NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA " ( A FITOTERÁPIA TRATA A PESSOA COMO UM TODO NO CONTEXTO DE TODOS OS ASPECTOS DA VIDA INDIVIDUAL: FISIOLOGIA, COMPORTAMENTO, MEIO AMBIENTE E CONSCIÊNCIA ).

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?