domingo, abril 2

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA ( TEA ): UMA ABORDAGEM PARA PSICANÁLISE:

Neste artigo, desenvolveremos o conceito de tea e de que é possível abordagem Psicanalítica no Transtorno do Espectro Autista, ou TEA, de forma precoce na observação de bebês. Esta abordagem é relevante, porque a Psicanálise possui competência suficiente para manipular conteúdos do Inconsciente, conteúdo pelo qual os Autistas são imersos.

Como hipótese, partimos do princípio que o Autismo provém de fatores biológicos, porém também ambientais, que em grande parte não é inato. Como objetivos, vamos mostrar que a abordagem psicanalítica pode ser eficaz no contexto do Autismo.

Na primeira parte deste artigo  sobre o Tea, abordaremos a definição do Transtorno do Espectro Autista, a segunda parte focará nos fatores de predisposição, na terceira parte trataremos do mundo simbiótico relacional e suas influências no TEA entre mãe bebê, na quarta será citado a sintomatologia, na quinta será mencionado sobre os desafios do diagnóstico, na sexta sobre a diversidade de tratamentos e na sétima e última parte sobre a abordagem psicanalítica.

Entendendo o TEA:

Para atingir esses objetivos, a metodologia empregada foi de árdua pesquisa de artigos acadêmicos brasileiros e internacionais, literatura psicanalítica, Conceito e definição do TEA De acordo com a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID–10 (Organização Mundial de Saúde [OMS], 1993), o autismo é classificado na categoria dos transtornos invasivos do desenvolvimento. O autismo infantil manifesta-se antes da idade de três anos.

Caracteriza-se por anormalidades qualitativas nas três áreas seguintes:

  • interação social,
  • comunicação e
  • comportamento, que é restrito e repetitivo (OMS, 1993).

As classificações do autismo por muito tempo foram identificadas como “esquizofrenia infantil” ou “esquizofrenia da criança” (POTTER, 1933; LUTZ, 1936; DESPERT, BENDER 1937 apud. MARCELLI E COHEN, 2009).

Em 1944 um psiquiatra austríaco, Kanner, passou a denominar a síndrome com Autismo Infantil Precoce. Somente na década de 70 e 80 que o autismo deixou de ser visto como uma psicose, graças à contribuição de pesquisadores como Christian Gauderer, porém apenas na década de 90, com o surgimento do CID-10 que o Autismo passou a ser definido e classificado como um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento.

A partir de 1º de janeiro de 2022 o Transtorno do Espectro Autista ou TEA, passou a constar como diagnóstico unificado na nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, a CID-11, na nova versão do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, o DMS-5 (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), o documento reuniu todos os transtornos que estavam enquadrados dentro do Espectro do Autismo num só diagnóstico, as subdivisões passaram a ser apenas relacionadas a prejuízos na linguagem funcional e no desenvolvimento intelectual.

Por que o termo Psicose Infantil?

A intenção é facilitar o diagnóstico e simplificar a codificação no sistema de saúde. Conforme a CDC (Central of Disease Control) a prevalência do Autismo está em cerca de um a cada 44 nascimentos. Nem todas as crianças apresentam todas as defasagens no desenvolvimento, cada criança é única, as aquisições e habilidades de cada criança referem-se ao processo de defesa e a de experiências vividas em seu processo, por esse motivo o autismo é um ESPECTRO.

Nos primórdios da Psicanálise onde o tea e o Transtorno Invasivo do Desenvolvimento ainda não era conhecido em sua essência, foi determinado primeiramente como psicose  devido à perda da realidade que essas crianças tinham. Segundo Winnicott (1988-1990), psicóticos fazem parte das pessoas cujo amadurecimento não foi possível desde os estágios mais primordiais do desenvolvimento. Dias (2003) afirma que há, no caráter psicótico, a característica da impossibilidade que o indivíduo apresenta de “ter tempo”, de poder “contar com o tempo”.

TEA e a falha no desenvolvimento:

Para o autor, isso ocorreria devido à falha no desenvolvimento subjetivo da noção de tempo, que corresponde à primeira tarefa básica, a integração no tempo e no espaço. De forma clara se resume a rotina que a mãe faria (alimentação, hora de dormir, de despertar) respeitando, no primeiro momento, o funcionamento fisiológico do bebê e dando o ritmo dos cuidados para além de necessidades e capacidades da criança.

É somente através desses cuidados que o bebê consegue se temporalizar de forma subjetiva (DIAS, 2003). Essa ausência de rotina e cuidados poderiam gerar essa perda de contato com a realidade. Para o psicanalista Donald winnicott, a raiz das psicoses seria a ausência dos primeiros cuidados, o que é ameaçador para o bebê que passa somente a se defender desse ambiente ameaçador, ela pára de exercer sua continuidade de ser e muitas vezes permanecem completamente isoladas, ensimesmadas.

O Autismo em sua essência se difere da psicose pelo fato que segundo Kanner, que a esquizofrenia infantil, as crianças estabeleciam relações e vínculos até uma determinada idade , quando então se desencadeava algo da ordem da psicose e esse vínculo era interrompido, ao contrário do Autismo, onde esse vínculo não ocorria desde o início. O Autismo segundo Kanner se distancia da psicose no que se define como uma perturbação inata do contato afetivo, uma incapacidade biológica da criança para constituir esse contato. Bem como a presença de ecolalias e estereotipias que trataremos mais à frente.

O estado autístico seria a expressão máxima da organização de defensiva do indivíduo frente às ameaças de um ambiente falho, invasivo e ameaçador, então o isolamento utilizado visa alcançar a invulnerabilidade como defesa primordial.

Como o autista voltou-se ao isolamento para se defender apresenta defasagens em algumas áreas como: alojamento da psique humana no soma,  organização de tempo e espaço, alcance do estágio “eu sou” e a constituição do “si mesmo”. Teorias e fatores de predisposição Nossa psique é constituída pelo cotidiano, pelas primeiras trocas corporais, impulsos, afetos, olhares, contatos, mímicas, gestos, sentimentos e palavras.

Durante a história da descoberta do Transtorno do Espectro Autista, houve inúmeras teorias e descobertas no que diz aos fatores de predisposição que iremos explorar a seguir. Alguns fatores de risco são citados como fatores pré-natais e perinatais, nutrição e estilo de vida materno, idade materna avançada (>40), paterna (>50), intervalos curtos de gestações (<24 meses), fatores não ideais durante a gestação como fatores metabólicos, hipertensão, sobrepeso, infecções, histórico familiar de doenças autoimunes.

O multiverso do psiquismo:

Porém nesse multiverso existem também as teorias no que tangem ao psiquismo. “Kupfer e Pechberty (2010) enquadram o autismo como um problema psíquico, foi excessivamente associado aos distúrbios do apego ao passado, fato que culpabilizou os pais resultando numa pesada crítica”.

Por fim, Lima (2010), evidencia que o autismo é resultante de falhas na instalação da pulsão no sujeito, ou seja, durante o processo de constituição do psiquismo do bebê, ou seja, os cuidados primários como cuidado, acolhimento, espelhamento, significação, apresentação, condução, entre outros. Quando não supridos esses cuidados, ocorre uma interrupção no processo de amadurecimento da criança.

Juntamente com Marfinati e Abrão (2014) a etiologia do autismo é proveniente de uma deficiência na constituição do ego que consiste na interrupção no desenvolvimento do sujeito, devido a uma adaptação falha às suas necessidades, perdendo assim o sentido do self.

Isso pode ser percebido através do isolamento, incomunicabilidade, hipersensibilidade sensorial, pobreza dos processos simbólicos e pela aparente “desconexão” entre a criança frente ao outro e aos objetos, que ocorre devido ao fato de estar tomada por intensas sensações que ficam concentradas em seus processos corporais, tais características fazem parte da sintomatologia do autismo.

Já Pavoni e Rafaeli (2011) tecerem críticas sobre as teorias, pois apontam a causalidade também como biológica e a correlação entre elas. Na visão de Winnicott, apesar de reconhecer alguns casos de autismo com danos cerebrais, sabia que outros casos não apresentavam qualquer alteração orgânica. Em sua teoria, para que a criança tenha um desenvolvimento saudável, o ambiente (a mãe), deverá ser capaz de atender e suprir as necessidades do bebê em cada fase de seu amadurecimento.

Percebeu-se que mães de crianças autistas apresentavam um desamparo nem sempre percebido à primeira vista e muito menos notado por ela mesma. Esse desamparo mostrou-se antes mesmo do nascimento da criança. Outro conceito fundamental pelas quais psicanalistas se orientam e apropriam, é a noção da epigenética. Esse conceito oferece suporte teórico para a investigação da possibilidade de modificação das estruturas neuronais a partir do ambiente, favorecendo um novo olhar quanto às questões etiológicas.

Trata-se de um modelo que considera a ligação entre as questões de ordem genética e os fatores ambientais, considerando as alterações intracelulares no material genético do organismo (Freitas-Silva & Ortega, 2014). Então, o ambiente pode causar essas modificações neuronais levando o bebê a desenvolver comportamento autístico.

O desenvolvimento emocional no transtorno do especto autista:

As primeiras semanas são cruciais segundo Winnicott para o desenvolvimento emocional saudável do bebê, o grande desafio é que muitas mães não se “doam” por completo nos primeiros meses tão necessários ao bebê, com medo da perda de “identidade própria”, carreira e vida individual. Esse misto de sentimentos faz com que a mãe se sinta desamparada ante a um bebê que também precisa de amparo, tal terror faz com que a mãe não consiga a identificação necessária com o bebê. Dessa forma o amparo emocional à mãe é muito importante. Pais ausentes são um grande risco, pois a incapacidade de perceber as necessidades das esposas não traz o respaldo e a atmosfera necessária na criação de ambiente suficientemente bom.

Esse desamparo inconsciente da mãe, o não olhar segundo Laznik-Penot (1997), promove uma fratura significativa no estádio ou estágio do espelho, conforme proposto por Jacques Lacan, como o tempo particular do reconhecimento do bebê pelo Outro a partir da imagem especular, proporcionando ao pequeno sua imagem corporal.

Essa mãe olhou para seu bebê a fim de adquirir essa conexão? Será esse fato o motivo pelo qual a maioria dos autistas não conseguem o contato visual? O sujeito que exerce a função materna atribui sentidos aos objetos, aos sentimentos e às sensações, atribuindo significação ao que o bebê faz e sente para que posteriormente essa suposição venha a se tornar um diálogo, permitindo a ele apropriar-se dessas significações (Jerusalinsky, A., 2015b). Será que essa ausência de diálogo com o bebê pode ser o fator do desenvolvimento da linguagem ser prejudicada no autismo?

Françoise Dolto (1987), afirma que é necessário que se estabeleça a linguagem com o bebê desde o seu nascimento, tudo é linguagem, é através dela que há conecção entre a mãe e o bebê Fonseca (2012) cita que não devemos negligenciar que as rápidas mudanças nas práticas parentais na atualidade, como nos centros urbanos; desse modo associado aos aspectos biológicos e ambientais, a suscetibilidade inata ou a presença de algum transtorno neural, pode favorecer o surgimento do TEA – transtorno do especto autista.

A criança que sofre perturbações no ambiente tem sérios índices de desenvolver uma situação autística, porém reversível. Mas a diferença é quando a criança “liga” sua defesa contra a angústia constantemente e tem a revivência de agonia, ou seja, não superando essa fase ela permanecerá no autismo. Portanto “o autismo seria então a expressão maior da manifestação de defesa frente ao um ambiente que se apresentou falho no estágio de dependência absoluta, durante as realizações básicas para a integração do eu (ARAÚJO, 2003).” Essa defesa inibe sua relação com o outro de forma adequada.

Mundo simbiótico mãe-bebê e o TEA:

O conceito simbiose entre mãe e bebê vem desde o momento da concepção embrionária, o bebê formado no útero materno, nutrido pelo cordão umbilical, imerso no líquido amniótico, aquecido pela circulação sanguínea e já é capaz de sentir, todo sentimento materno (em forma de substâncias químicas que chegam através da circulação) é experimentado por esse pequeno ser ainda informe em desenvolvimento. Mais tarde com cerca de 24 semanas ele passa a ouvir os batimentos cardíacos e entre 26 e 30 semanas já é capaz de responder a voz materna.

Esse bebê passa 39 semanas de sua vida no aconchego, sendo suprido a todo tempo. Nessa fase intrauterina ele já pode ter experimentado sentimentos de amor, alegria, rejeição  angústia ou desamparo. O parto é extremamente traumático para o bebê, ele é expulso do lugar que ele conhecia de onde era todo tempo acolhido e nutrido, tem seu elo cortado, o som do mundo é assustador, a claridade impede de abrir os olhos, ele passa a sentir fome, frio, desconfortos, temores.

Se o bebê não pode ser visto pelos olhos da mãe, ele também não consegue ver-se e consequentemente não consegue existir como pessoa. Para o bebê o cordão umbilical ainda existe. “O holding inclui o segurar e o envolver o bebê como uma totalidade psicossomática. A mãe precisa saber que o essencial constitui o mais simples de todas as experiências, a que se baseia no contato sem atividade” (Winnicott).

O recém-nascido é dependente de um humano para a organização de seu psiquismo a princípio diática e depois triádica. Winnicott afirma que inicialmente o bebê só existe fundido à mãe, e essa fusão significa que a mãe e o bebê são um só; que o bebê não diferencia eu e não-eu e que, quando olha para o rosto da mãe, ele vê a si mesmo. A criança para se desenvolver de forma saudável precisa que sejam supridas necessidades emocionais de contato humano, íntimo, corporal e afetivo (cf. LEJARRAGA, 2008).

Porém pode ocorrer em algum momento o desamparo, é importante ressaltar se a incapacidade da mãe de “maternar”, não se ancora justamente na inconsistência paterna. Esse pai é presente? Como essa mãe estava anteriormente à gestação? Durante a gestação? Winnicott comenta: “As mães serão ajudadas se forem capazes de expressar suas angústias no momento em que as sentem. O ressentimento reprimido deteriora o amor que está subjacente a tudo”.

“Sugiro que a mãe odeia o bebê antes que o bebê a odeie, e antes que o bebê possa saber que sua mãe o odeia” (Winnicott.1982, p. 350). Esse ódio conforme Winnicott é devido à constatação do sentimento assassino contra o bebê, relação com o recalque do qual faz objeto aquele que o sente. (Ódio na Constratransferência de 1958).

O ódio inconsciente: 

O ódio inconsciente da mãe pelo bebê recoberto por formações reativas; uma incapacidade da mãe para um envolvimento total com o bebê, nem que seja por um pequeno período de tempo; e uma loucura instalada na mãe que irrompe inesperadamente na vida do bebê” (Dias, 1998, p.311). Essa formação reativa (o mimar a criança no intuito secundário de suprir o que foi perdido) impede que o auxílio à mãe chegue, pois impede a percepção das pessoas. Quando o ódio chega à tona o prejuízo já foi causado.

Essa relação de sentimentos chegam à mãe, sem que ela perceba conscientemente, pode ser constatado a partir da observação da relação mãe-bebê. Quando a mãe mantém a confiabilidade ambiental, para o bebê tudo se mantém dentro do controle de forma integrada.

Para Winnicott o bebê precisa ser “segurado” suficientemente bem (contato), o resultado de um bebê que não foi segurado tem um desenvolvimento deturpado e protelado, e algum grau de primitiva agonia estará sempre presente ao longo de sua vida, seu ego precisou se desenvolver muito prematuramente ou tenha se tornado confuso é possível dizer que na experiência comum de segurar adequadamente o bebê teve um ego desde o primeiro instante, um ego frágil e pessoal, mas impulsionado pela adaptação da mãe e pela capacidade desta se identificar com o bebê.

Ex: Quedas do bebê, a falta de segurança ao o segurar não o sustentando da forma certa (cabeça), o bebê sendo deixado por muito tempo chorando sozinho. Winnicott ainda relata que uma criança que não recebeu o cuidado pré-verbal em termos de “segurar” e do manuseio, a confiabilidade humana, é uma criança carente.

Existem estágios primitivos de amadurecimento que ocorrem entre a dependência do bebê e sua mãe, os estágios conforme os estudos Winnicottiano são:

  • dependência absoluta,
  • seguida da dependência relativa e,
  • por último, rumo à independência.

Para o avanço saudável nesses estágios, entra a mãe suficientemente boa que é o primeiro ambiente do bebê. “O ambiente não faz a criança, Na melhor das hipóteses possibilita à criança concretizar seu potencial”. Nem toda criança que passa por um ambiente “hostil” quando bebê desenvolverá o autismo. Um lactante bem amparado, ainda segundo Winnicott, pode ter simples experiências que, porém passam a “consciência deliciosa de estar vivo”, a alegria de ser carregado, entusiasmo e prazer que decorrem do movimento, sensação de relaxamento e repouso.

O TEA e uma experiência sólida nos primórdios da sua infância:

Quando há falha ambiental na adaptação às necessidades primárias do bebê, este tem que se adaptar ao ambiente, reagindo ao abandono, o que implica uma perda e uma quebra na sua continuidade de ser – o trauma – é vivido pelo bebê como uma agonia impensável, ou seja, uma agonia que não pode ser pensada, nem representada, nem integrada. O bebê ainda possui um sentimento do “si mesmo” muito precário nesses estágios iniciais, essa ruptura na continuidade de ser (que é a mãe) é vivida como aniquilamento (cf. WINNICOTT, 1960a).

As agonias impensáveis são, assim, angústias psicóticas que dizem respeito ao ser: a ameaça não é, como na angústia da castração, a perda da onipotência narcísica, mas o aniquilamento do ser – a morte psíquica – já que o bebê interrompe sua experiência de ser quando reage às falhas do ambiente. O bebê que não tem a presença da mãe suficientemente Boa, seu calor, seu colo, sentir sua respiração é privado da atmosfera afetiva, prazerosa ou alegre, isso o impede de desenvolver os processos fundamentais do amadurecimento psíquico.

Essas experiências de alegrias iniciais criam uma base sólida para que a criança no futuro se torne um adulto capaz de lidar com frustrações, perdas, desilusões de forma saudável, se tiver tido uma experiência sólida nos primórdios da sua infância. Se o bebê não receber essa atenção primária correrá um grande risco de desenvolver além das falhas psíquicas citadas anteriormente, uma grande probabilidade de entrar no Espectro Autista, segundo demonstra estudos psicanalíticos.

As necessidades inerentes ao bebê, não atendidas de modo suficientemente bom, provocam ansiedades terríveis que se pudessem ser nomeadas pelo bebê, seriam assim descritas por ele: ser feitos em pedaços, cair para sempre, morrer, morrer e morrer, perder todos os vestígios de esperança e renovação de contatos.

O lado bom é que se houver uma assistência satisfatória, esses sentimentos terríveis se tornam em experiências positivas. Quando o bebê se sente seguro, mesmo quando só ele sabe que tem alguém que se preocupa com ele. (Winnicott 1970a, p. 76 – A casa e o Holding). A abordagem patológica de crianças é quase impossível se as necessidades de apoio ao tratamento não forem levadas em consideração ao mesmo tempo, suas mães. O ambiente do bebê não é o único determinante no seu desenvolvimento, a mãe, como objeto de amor para ele, também como indicadora de limites e, portanto objeto de frustração, ela se tornará tela de projeções e introjeções que de fato são determinantes, e que, portanto, irão sem dúvidas marcar o desenvolvimento futuro de sua personalidade e funcionalidade psíquica. Sabemos que alguns aspectos são inatos, porém outros são adquiridos na vivência.

Sintomatologia do TEA:

Quando falamos sobre sinais e sintomas no TEA, precisamos nos atentar que nem todas as crianças apresentarão todos os sintomas, todas as dificuldades bem como todas as deficiências cognitivas. O Transtorno do Espectro do Autismo é divido em “graus” (anteriormente denominados), ou níveis de suporte sendo:

  • Nível 1 (autismo leve): problemas para iniciar interações, menor interesse nas relações sociais, comportamento inflexível a dificuldades nas atividades do cotidiano.
  • Nível 2 (autismo moderado): Dificuldade acentuada na comunicação verbal e não verbal, habilidades sociais limitadas e inflexibilidade.
  • Nível 3 (autismo severo): níveis graves de comunicação verbais e não verbais, acentuada dificuldade de funcionamento.

Não é correto a utilização de “graus” ou níveis de suporte ao tratar um autista, eles existem para fins de laudo médico. Sinais e sintomas conforme descrito em DSM-5

  1. Déficit na reciprocidade socioemocional (por exemplo, abordagem social anormal e falha na conversa normal de vaivém; ou compartilhamento reduzido de interesses, emoções ou afeto).
  2. Déficits em comportamentos comunicativos não verbais (por exemplo, comunicação verbal e não verbal mal integrada, anormalidade no contato visual e linguagem corporal, ou déficits na compreensão e utilização de gestos).
  3. Déficits no desenvolvimento, manutenção e compreensão de relacionamentos (por exemplo, dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a vários contextos sociais; ou dificuldades em compartilhar brincadeiras imaginativas ou fazer amigos).
  4. Comprometimento cognitivo na capacidade de metarepresentação, isto é, a capacidade de atribuir estados mentais para si próprio e para os demais, ela é necessária para as habilidades sociais e simbólicas (por exemplo, dificuldades em identificar fisionomias: bravo, feliz, triste; interferindo assim na empatia).
  5. Segundo Sielski e Cardoso (2004), na criança com autismo, não se efetua a construção de uma imagem corporal, a inscrição de significantes e a organização pulsional. Seu corpo fica fragmentado, pois não há nada que o delimite, que marque suas bordas, seu contorno.

Assim, não há possibilidade de diferenciação entre seu corpo e o mundo externo. (por exemplo, no desenho a criança pode representar o seu “eu” como a continuidade de algo).

Padrões restritos de comportamento:

Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, conforme manifestado por:

  1. Movimentos motores estereotipados ou repetitivos, o uso de objetos ou fala (por exemplo, estereotipias motoras simples, brinquedos alinhados ou lançando objetos).
  2. Insistência na mesmice, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal e não verbal (por exemplo, angústia extrema em pequenas mudanças, dificuldades com transições ou padrões de pensamentos rígidos).
  3. Interesses altamente restritos e fixos que são anormais em intensidade ou foco (por exemplo, forte apego ou preocupação com objetos incomuns).
  4. Hiperreatividade ou hiporreatividade à entrada sensorial ou interesses incomuns em aspectos sensoriais do ambiente (por exemplo, indiferença aparente à dor ou a temperatura, ou respostas adversas a sons ou a texturas específicas).
  5. Seletividade alimentar, a criança por sua vez possui déficits em sua alimentação devido a grande seletividade decorrente das texturas, odores ou cores.
  6. Pode apresentar comorbidades como TOD (Transtorno Opositivo Desafiador) e/ou TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), nem toda criança com TDAH tem Autismo, porém quase sempre a criança com TEA pode desenvolver TDAH.
  7. Atraso no desenvolvimento da linguagem verbal, apresentando ecolalia (repetição do que lhe é comunicado), não consegue manter diálogo. Às vezes não desenvolve a fala em período considerado normal para idade, podendo ser desenvolvida posteriormente ou não.

Diagnóstico do transtorno do espectro autista:

“Para identificar los rasgos nucleares, tuvimos que buscarlos debajo de la superficie de los sintomas” (Autismo y Psicosis Infantil – Marita Manzotti). Sobre essa citação de Marita, ela afirma que há muito mais do que sintomas, que são apenas a superfície do autismo. Para que sejam identificados os traços centrais do Transtorno é necessário olhar o centro, abaixo da superfície sintomática do mesmo. O diagnóstico por vezes pode ser difícil ainda mais nas famílias em que ainda não foram notados atrasos. A priori pode ser realizado por pediatras, psiquiatras e psicólogos, porém por vezes ao levar no pediatra ao relatar algum comportamento, o médico por sua vez pode não reconhecer os sintomas mais leves, a criança pode ter o contato visual e ser verbal; o que leva por vezes o diagnóstico tardio.

Virá posteriormente com aparecimento das comorbidades como TDAH, ansiedade e transtornos do humor. Sexo feminino também na maioria dos casos recebe diagnóstico mais tardiamente, pois as meninas possuem mais facilidade para adaptar-se aos ambientes e já cedo aprendem a imitação.

O diagnóstico precoce deve ser observado em:

  • Crianças menores de 24 meses: já que seu curso de desenvolvimento está em andamento.
  • Crianças a partir de 3 anos: já possuem uma ampla gama de formações verbais e não-verbais capazes de diagnosticar com mais precisão.
  • Crianças a partir de nove anos: já se pode observar a interação social, independência e adaptabilidade.

A seguir, citarei alguns métodos e protocolos regulamentados para que seja realizado o diagnóstico corretamente. A primeira fase do diagnóstico é realizada em casa, com os pais e familiares que convivem com a criança e podem levantar suspeitas em algum comportamento atípico. Ainda não há marcadores biológicos e exames específicos para detectar autismo, alguns médicos pediatras podem não estar preparados para diagnósticos de autismo de leve.

Além da sintomatologia característica citada anteriormente neste trabalho há protocolos que são aplicados por especialistas na área caso houver alguma dúvida, são eles: MCHAT, ADI-R e ADOS. A escala MCHAT classifica a criança em três níveis, sendo:

  • Baixo risco – pontuação de 0 a 2,
  • Risco Moderado – pontuação de 3 a 7 e
  • Alto risco – pontuação de 8 a 20.

Essa escala consiste em uma entrevista com os pais, com perguntas de rastreamento que podem ser realizadas em todas as visitas, como por exemplo: “O seu filho olha para você, no olho, por mais de um segundo ou dois?”, “Se você apontar um brinquedo do outro lado do cômodo, o seu filho olha para ele?”. O pediatra ou psicólogo responsável por aplicar essas questões somará ao final as respostas e dará um parecer, porém, não o diagnóstico final.

Entrevista de Diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista – TEA:

Até a chegada de um “diagnóstico fechado”, há um longo caminho a ser percorrido. A Entrevista de Diagnóstico Revisada (ADI-R) e a Programação de Observação Diagnóstica (ADOS) são questionários estruturados, sendo que o ADI-R conta com um total de 93 questões respondidas pelos responsáveis e cuidadores da criança, a pontuação de cada questão varia de 1 (menos grave) a 3 (mais grave).

Já o teste ADOS consiste na entrevista incluindo atividades lúdicas, o tempo de avaliação vai de acordo com a idade, sendo que com crianças de 4 a 10 anos de idade dure cerca de uma hora e meia, para adolescentes e adultos pode durar um pouco mais. A intervenção é feita com brincadeiras e jogos com o avaliador e é composta por quatro módulos de trinta minutos cada. Cada módulo explora uma habilidade sendo assim:

  • Módulo 1: destinado a crianças pequenas que ainda não verbalizam de maneira eficiente e consistente. O examinador irá testar a habilidade da criança em responder ao chamado pelo nome e realizará brincadeiras de seu interesse.
  • Módulo 2: destinado a crianças que falam, mas que podem não ser verbalmente fluentes, a avaliação consiste em brincadeiras de faz de conta para avaliar os níveis de habilidade da criança.
  • Módulo 3: destinado a crianças verbalmente ativas com utilização de brinquedos compatíveis com a idade mental.
  • Módulo 4: preferencialmente utilizado adolescentes e adultos verbalmente fluentes com questões socioemocionais além de perguntas da vida diária.

O objetivo do ADOS é forçar a interação para que o comportamento transpareça de maneira clara para assim realizar o diagnóstico. Notas sobre o diagnóstico: Indivíduos com um diagnóstico DSM-IV bem estabelecido de transtorno autista, Síndrome de Asperger (conhecida com autismo leve) ou Transtorno Invasivo do Desenvolvimento não especificados de outra forma (conhecida como autismo grave), devem receber o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista, hoje já não há mais essa separação.

Os sintomas devem estar presentes no início do período de desenvolvimento (mas podem não se manifestar totalmente até que as demandas sociais excedam a capacidade limitada, ou podem ser mascarados por estratégias aprendidas mais tarde na vida). O indivíduo deve ter déficits de comunicação social (passado ou presente) em cada uma das áreas já definidas aqui. O indivíduo deve ter dois dos quatro padrões repetitivos restritos (passado ou presente).

Tratamento medicamentoso para o TEA:

Os sintomas devem causar prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas de funcionamento atual. Antes do diagnóstico conclusivo o indivíduo passará por uma equipe multiprofissional.  Há uma gama de tratamentos utilizados para que o indivíduo possa se desenvolver e manter uma qualidade de vida saudável para si mesmo e seus familiares.

Daremos início às citações de tratamentos comumente utilizados em seus vários aspectos, e após daremos início a definição do possível tratamento Psicanalítico que pode ser utilizado para intervenção precoce bem como terapia complementar com grandes ganhos ao paciente. Dependendo do nível de suporte que o paciente possui, bem como suas comorbidades, faz-se necessário o tratamento medicamentoso associado às terapias:

  • RISPERIDORA: Agitação, irritabilidade no TEA Medicamento antipsicótico atípico, restaura o equilíbrio de neurotransmissores.
  • RITALINA: Redutor da sonolência diurna, redutor de comportamento impulsivo, estimula atividade mental e concentração no TDAH. Aumenta as doses de dopamina e noradrenalina causando efeito de euforia, aumentando o poder de concentração.
  • GUANFACINE: Regulador da Hiperatividade em crianças de 6 a 17 anos. Fármaco simpatológico Anti-hipertensivo, regulador da norepinefrina controlando os impulsos nervosos.
  • ARIPRIPAZOL: Trata a mania, transtorno de humor – transtornos bipolar  utilizado no TEA Antipsicótico antagonista estimula receptores dopaminérgicos e serotoninérgicos.
  • CLONAZEPINA: Relaxante, muscular, sedação, ansiolítico, acatisia e efeito tranquilizante, utilizado no TEA Benzodiazepínico, inibidor leve das funções do SNC.
  • OLANZAPINA: Esquizofrenia, psicoses, isolamento emocional, utilizado no TEA.
  • Antipsicótico atípico de segunda geração atuante no SNC.
  • QUETIAPINA: Regula o humor, pensamento e comportamento. Utilizado no TEA. Antipsicótico regulador de dopamina e serotonina.
  • ZIPRASIDONA: Regulador de agitação aguda Antipsicótico, antagonista dos receptores de serotonina do tipo 2A (5HT2A), como dos receptores de dopamina do tipo 2.

Terapias mais usuais para TEA:

Além das medicações, por vezes necessárias há uma gama de profissionais envolvidos em uma ampla estrutura de tratamento a longo prazo.

  • Terapia ABA: Análise do Comportamento Aplicada – jogos lúdicos, ensino de habilidades básicas e sociais, imitação, iniciação comunicativa, realizados utilizando a recompensa. Treinos intensos de até três vezes por semana.
  • NDBI e TEACCH: Tratamento e Educação de Crianças e Adultos e com Deficiência de Comunicação – que é a forma de usar o ambiente para aumentar a independência.
  • Fonoaudiologia: Ensino correto de pronúncias e desenvolvimento da fala, exercícios vocais e musculares.
  • Terapia ocupacional: Integração sensorial, auditiva.
  • Musicoterapia: Para desenvolvimento da fala, atenção e melhora da agitação.
  • Dançaterapia: Auxilia no desenvolvimento motor e gestual, equilíbrio corporal e na marcha.
  • Equoterapia: Terapia com cavalos, auxilia no desenvolvimento de esquema corporal, postura, equilíbrio, estruturação espacial, estabelecimento de relações.
  • Psicologia: Trabalha autoregulação emocional, comportamento adequado, ajuda a lidar com ansiedade, depressão, frustrações.
  • Psicanálise: Não completamente diferente do trabalho da Psicologia, porém mais profunda está a PSICANÁLISE. Detentora do conhecimento vasto sobre a psique humana, no que se refere ao Inconsciente, é pautada nessa base que todo trabalho se baseará.

Abordagem do Autismo pela Psicanálise:

A chave de todo este artigo é demonstrar que sim, é possível o trabalho de um psicoterapeuta na intervenção precoce e tratamento analítico de pacientes com Autismo. Houve muitos questionamentos sobre o tratamento realizado por psicanálista por parte da Psicologia, porém inúmeros estudos confirmaram a eficiência da psicoterapia em autismos de funcionamento superior. “É importante que a criança possa fazer-se ouvir, fazer-se ver, para que, possam ser realizadas as construções que deveriam ter acontecido nos primeiros anos de vida”. (Sielski & Cardoso, 2004).

O psicoterapeuta atua como um tradutor de língua estrangeira do sujeito com autismo. Segundo David zimerman (1999), cabe ao analista a delicada tarefa de reconhecer e suplementar eventuais falhas, que, desde a infância, o paciente teve em sua ânsia de ser acolhido, contido, compreendido, e em ser reconhecido nas suas manifestações de ilusão onipotente, de amor e agressividade.

Esses aspectos são inerentes aos processos de diferenciação, separação e individuação. Durante a terapia é importante não se preocupar com as significações dos atos da criança com TEA. A criação de vínculo terapêutico é de extrema importância para o entendimento do “Eu” e “Não Eu”. O terapeuta deve adiantar-se para captar de maneira empática o sentido de cada gesto e expressão do paciente, pois, alguns poderão não ser verbais. A experiência contra-transferencial do analista o permite entrar no mundo fechado do autista para abrir uma comunicação intersubjetiva.

Graças ao recurso de extensão (o objeto em sentido metapsicológico, não está separado de seu corpo, nada mais do que um prolongamento por falta de extensão do domínio da experiência da criança; não poderia ser de outra forma, uma vez que ela não pode ter outra experiência além, corporal, sensual), nota-se que a criança utiliza as mãos do seu cuidador ou terapeuta como ferramenta para apontar ou pegar algo, ao invés de utilizar a própria.

O analista deve aprofundar-se nos sentidos para assim obter sucesso na intervenção. O analista fará o manejo da transferência através do vínculo terapêutico, holding, oferecerá sustentação egoica ao paciente, semelhante ao da mãe. Após o processo de constituição, avançará para o estágio da imitação, fazendo assim que o paciente consiga se comunicar e expressar suas angústias, isso o conduzirá à percepção de si, seu corpo e sensações em conjunto com o desenvolvimento emocional, do jogo e da simbolização, ao qual o indivíduo com autismo tem sérias dificuldades.

Demanda uma atenção especial à sua expressão corporal, pois a criança autista não utiliza brinquedos para se comunicar e sim o próprio corpo e o corpo do analista. F. Tustin alegara durante as sessões fazer movimentos leves com seu corpo (imitando estereotipia) a fim de inteirar-se com o autista; a criança tem necessidade de se reencontrar em si mesmo na interação que teve com sua mãe, dessa forma há uma identificação com o analista.

Uma reestruturação psíquica:

É necessária uma reestruturação psíquica através do desenvolvimento da capacidade simbólica: o psicanalista, ao ocupar a significação das pulsões do mesmo. O tratamento analítico com ênfase no jogo simbólico é de extrema importância, a participação do analista nesses jogos, como sons, ludoterapia ( terapia do brincar)  jogo da natureza (utilizando espaços abertos e elementos naturais), inversão de papéis. Com relação a aquisição da linguagem que será feita em sintonia com a fonoaudióloga, pode ser realizada sim pelo analista, com técnicas adequadas e assim obter uma melhora surpreendente nos sintomas do TEA. A pessoa com autismo tem sérias dificuldades em ser escutada e compreendida, isso propõe ao analista a finalidade de estabelecer essa comunicação, ouvindo.

Quando falamos sobre intervenção no autismo, precisamos nos ater que a intervenção deverá começar sem dúvida precocemente desde antes da concepção como já foi citado anteriormente na sessão sobre a simbiose da mãe e do bebê, na psicoterapia perinatal a mãe precisa ser instruída sobre o gerenciamento de suas emoções. Logo após o parto o acolhimento e os cuidados maternos de forma integral ao bebê devem ser realizadas de forma suficientemente boa.

Já é notável durante a amamentação a interação mãe e bebê costuma relacionar-se com sua mãe, olhando em seu rosto. A intervenção nesse caso é “reativar” esse relacionamento, esse olhar da mãe para o bebê e o bebê para sua mãe.

Sabemos que muitas vezes o Autismo é proveniente de alterações biológicas, porém também sabemos que quanto mais cedo houver a intervenção, maior o prognóstico essa criança terá em seu desenvolvimento.

Técnicas da psicanálise na abordagem com autistas:

A seguir citarei algumas técnicas que podem trazer grande ganho nas terapias psicanalíticas com crianças autistas.

  1. Sala: Manter móveis e organização da sala sempre a mesma, um espelho grande como estratégia de reconhecimento corporal. Ter vários objetos com texturas diferentes, sons diferentes. Caixa com vários objetos não usuais.
  2. Entrevista: Na entrevista preliminar, o analista deverá selecionar cinco objetos diferentes (brinquedos) e cinco tipos de comida, colocar sobre a mesa que a criança mais goste. Anote em uma folha os itens e as preferências, deixe que a criança escolha um por vez, o primeiro será o que mais gosta e assim por diante, remanejando os objetos da direita para a esquerda. Dessa forma o analista saberá o que acalma a criança e o que pode redirecionar sua atenção em momentos que ela ficar entediada, bem como ajudar na comunicação. Chamamos de recompensa.
  3. Trabalhar com desenhos: não somente o lápis, mas pode utilizar outros meios para fazer desenho, como por exemplo, a Arteterapia que falaremos mais adiante.
  4. Caixa sigilosa: uma caixa com materiais gráficos e brinquedos, de uso exclusivo de cada criança que somente ela poderá abrir nas sessões. Assim, cria-se um vínculo terapêutico que pode se originar desde o início do tratamento psicanalitico.
  5. É necessária uma visualização do todo, sendo a voz, o corpo, o olhar e o tratamento com objetos e seus corpos, dessa forma se calcula uma hipótese antecipada do ponto de espera em que o sujeito não calcula o encontro. (Anota-se cada manifestação e característica apresentada).
  6. Afeto Surpresa: Uma técnica excelente onde o terapeuta pode posicionar-se da mesma maneira que a criança antes da sua chegada na sala. Dessa forma ela terá um imprevisto e nessa surpresa se instaura um código comum, já não pode iludir a si mesmo, deverá inventar outra maneira. Essa reciprocidade das regras possibilitou o encontro e através desse encontro surge a produção de outros atos que darão conta de um novo modo de regulação.
  7. Musicoterapia: Não é necessário ser musicoterapeuta para trabalhar com música, você pode adquirir alguns instrumentos simples, como pandeiro, chocalho ou confeccionar. A música pode ajudar na sessão psicanalítica para alternar as atividades e em contrapartida ajudar no desenvolvimento da fala e imitação.
  8. Arteterapia na sessão de psicanálise: Alguns podem discordar que uma não tem ligação com a outra, no que discordaremos; a arte terapia um modo de auto expressão e comunicação e está reconhecida como um poderoso apoio ao tratamento e investigação da saúde mental.

A arteterapia nos presenteia com a comunicação não verbal e alternativa linguagem pela qual os autistas utilizam onde ela é parcial ou até inexistente, o mais importante na arte terapia é a pessoa e o processo. A arte é criada como um discurso simbólico. Florence Cane (1882 – 1952), precursora da arte terapia na educação descobriu métodos para ajudar as crianças a libertarem-se das estereotipias desenhando e pintando. Usou técnicas de movimento, sons e rabiscos, tinha como meta liberar as barreiras, evocando assim um tipo de associação livre e assim alcançando as fantasias do inconsciente.

TEA e o terapeuta:

Edith Kramer (1916 – 2014) pintora realista, austríaca seguidora da teoria psicanalítica e pioneira em arte terapia, dizia que se considerava uma terapeuta da arte e que se tivesse algo de bom a oferecer só as artes poderiam dar. Através da terapia artística vemos a possibilidade de manifestar os conflitos inconscientes (repressões), a possibilidade terapêutica do desenho infantil se baseia também na interpretação. Para isso o psicanalista precisa manejar bem este assunto. Ao desenhar a criança traz a partir dos pensamentos manifestos na forma de recordações ou representações mentais, não são de modo exclusivo do inconsciente. Para dibujar necesitamos la maduración y la participación de muchas estructuras que componen una zona amplísima que se extiende desde el lóbulo prefrontal al lóbulo occipital del hemisferio hablante (generalmente el izquierdo) llamada «mano cerebral». Desde esa zona van a partir órdenes motoras para activar y coordinar a los músculos del antebrazo. (Trecho artigo: Creatividad, art terapia y autismo – Mª Isabel Fernandez Añino)

Tradução: Para desenhar precisamos da maturação e participação de muitas estruturas que compõem uma área muito grande que se estende desde o lobo pré-frontal até o lobo occipital do hemisfério falante (geralmente o esquerdo) chamado de “mão cerebral”. A partir dessa área eles iniciarão ordens motoras para ativar e coordenar os músculos do antebraço. Quando vemos essa afirmação, fica claro que a psique está intimamente ligada com o desenhar, o criar.

A partir disso, podemos aplicar essas técnicas em sessões psicanalíticas como “pontes” para acessar o Inconsciente, pois sabemos que a intervenção em crianças se diferencia do adulto, por sua maturidade cerebral, bem como quando apresenta algum transtorno global de desenvolvimento. O Analista que escolha atender indivíduos com TEA, precisa estar devidamente preparado e ser conhecedor de tal transtorno.

A psicanálise abordando o transtorno do espectro autista:

São muitas vertentes quando falamos sobre o Transtorno do Espectro Autista ou Transtorno Global do Desenvolvimento, há dados científicos que demonstram com clareza que o autismo é um transtorno biológico sem explicação, porém que é geneticamente transferido entre as gerações. Há também dados explicativos e cientificamente comprovados na vertente da Psicanálise que o TEA pode se fortemente desenvolvido após o parto por fatores ambientais, que nada mais é do que o déficit do holding. A criança que não é devidamente “olhada”, “acolhida”, “nutrida”, “ouvida” e “tida como ser”, pode vir a criar vários mecanismos de defesa muito precocemente, ao qual produzirá os sintomas do autismo.

Winnicott já dizia que a raiz das psicoses (termos utilizado anteriormente ao autismo) seria a ausência dos primeiros cuidados o que se torna ameaçador para o bebê, ele pára de exercer sua continuidade de ser e muitas vezes permanecem isoladas ensimesmadas; característica predominante do TEA. Françoise Dolto relata a importância de conversar com o bebê desde os primórdios de seu nascimento.

Tudo pode ser dito ao bebê:

Não se pode culpar as mães pelos transtornos de seus filhos, elas por sua vez não receberam ajuda, apoio paterno, tão crucial nesta fase, podem não ter sido orientadas. Sentiram-se sozinhas e desamparadas, não conseguiram se doar por completo ao seu bebê pelo fato de terem medo da “perda de identidade própria”, precisaram sair precocemente para seus trabalhos externos. Todos esses fatores atrapalham a conexão do bebê com sua mãe e a mãe com seu bebê.

Essa desconexão simbiótica faz com que o bebê passe por uma angústia impensável que segundo Winnicott é de ser feitos em pedaços e morrer. Sentimentos tão terríveis já sentidos por um bebê tão frágil que não possui seu Ego maduro traz grandes consequências futuras durante a infância. Por ser de forma ampla e os bebês não terem a mesma experiência, o autismo é um espectro, ou seja, ele não se manifesta necessariamente da mesma forma em todas as crianças que possuíram problemas nos primórdios de sua existência. Pode ser um caminho árduo até que os genitores consigam um diagnóstico certeiro.

O Transtorno do Espectro Autista e a Psicanálise:

Como foi citado neste artigo o TEA geralmente vem com comorbidades como TOD e/ou TDAH, transtornos pelos quais as crianças podem ser diagnosticadas primeiramente ou erroneamente. O objetivo deste artigo  é demonstrar que pelo amplo conhecimento da Psicanálise nas instâncias psíquicas no Tea, os bebês e as crianças podem sim ser tratadas pela técnica psicanalítica, pois a criança autista é puramente Inconsciente. Suas dores foram recalcadas, elas possuem essa necessidade de expô-las e serem tratadas, ouvidas e acolhidas.

O papel do psicanalista no Tea será o de representante materno e que prestará todo amor e atenção que foram perdidos quando ainda era lactante. Trabalhar o autismo pode ser um trabalho muito difícil, crianças chegarão com dificuldades em se reconhecer, muitas não serão verbais, outras usarão as estereotipias para se comunicarem e se expressarem. Trabalhar o Inconsciente no Tea é como iniciar a caminhada sem saber andar, porém a cada sessão será uma oportunidade de treino, a cada pequeno passo os músculos se fortalecem e então a marcha inicia e assim os passos abrem caminho para novas descobertas e então a corrida até o desconhecido se concretiza.

O analista que escolhe o autismo pode ser comparado a um alpinista que arrisca a vida subindo o monte mais alto em uma nevasca. Porém o pior é a descida, pois é nela que tudo se consuma, mas a esperança está nos olhos de quem vê com o coração.

QUAIS SÃO OS SINAIS DE UMA PESSOA COM BAIXA INTELIGÊNCIA?

Separei alguns sinais que vou listar aqui para que possamos entender melhor, até certo ponto, bastante circunstanciais (com exceções ocorrendo situacionalmente) e não são, necessariamente, indicadores absolutos de pouca inteligência. Esta lista também não é exaustiva. Dito isto, estas são algumas características comuns que pessoas de baixa inteligência exibem:

Mau controle emocional; sim, QI e QE (quociente emocional) por definição - geralmente são diretamente proporcionais. Isso ocorre porque pessoas com QI e QE mais altos têm uma coisa em comum; desenvolvimento neurológico excepcional. Pessoas com QI baixo são mentalmente menos desenvolvidas e tendem a perder o controle de seus pensamentos e emoções.Religião; não necessariamente a própria religião, nem as crenças que possui (existem muitos cristãos devotos no Quora com QI extremamente alto), mas a própria alfabetização. A maioria das pessoas com QI baixo tende a ser fundamentalista e entende as coisas literalmente devido à falta de imaginação, intuição, mente aberta, flexibilidade cognitiva, compreensão, pensamento crítico e sempre confia em impressões muito diretas devido à falta de profundidade em seus pensamentos e compreensão das coisas. No entanto, isso ocorre em algum momento porque as pessoas com um QI extremamente baixo não conseguem compreender a própria religião e, portanto, não são religiosas. A religião não se correlaciona com um QI baixo, mas o fundamentalismo sim.Abuso de substâncias; embora pessoas com alto QI também sejam propensas a isso, mas por razões totalmente diferentes. Pessoas com baixo QI entram em abuso de substâncias não para entorpecer os sentidos, mas porque desejam o estímulo sensorial em si. Eles também raramente pensam nas consequências e só veem o prazer direto que obtêm de seu sistema de recompensa, devido à falta de consideração de ordem futura e capacidade de raciocínio. Com pouco controle de impulso, pessoas com baixo QI caem facilmente no vício. Falando em controle de impulso;Baixo controle de impulso; pessoas com baixo QI são muito impulsivas e terrivelmente impacientes. Isso, novamente, tem a ver com o sistema de recompensa e a falta de pensamento de ordem futura. A incapacidade de pensar profundamente e a longo prazo é esmagadora, o que levará a um planejamento e julgamentos ruins da parte deles. Regra de ouro; as pessoas só agem assim que terminam de pensar no que agir. Nesse caso, pessoas pouco inteligentes nunca pensam, o que significa que agem quase instantaneamente em qualquer situação.Vocabulário ruim; pessoas com QI baixo são quase sem instrução, e nem podem fingir ser uma pessoa inteligente, se quisessem. Ser verboso e esotérico está fora de questão, porque sua fraca capacidade mental restringe sua articulação em seus pensamentos traduzidos em palavras. No entanto, isso não quer dizer que alguém com vocabulário ruim seja sempre pouco inteligente, pois seu esforço mental sempre pode ser canalizado para outro lugar, ou eles podem até conhecer mais de cinco idiomas, o que extrairia mais deles.Superficialidade; pessoas com baixo QI são quase sempre superficiais e preocupam-se apenas com a profundidade de uma xícara de chá. Como eles não conseguem ver a profundidade e as nuances das coisas (e eles não podem, mesmo que tentem), eles também tendem a ter uma mente literal. Eles também igualam o pensamento secular e preto e branco à inteligência, ou seja, sucesso, riqueza e fama estão todos associados à inteligência.Mentalidade em preto e branco e pensamento literal; ser fundamentalista, ver as coisas de maneira muito linear, ver apenas a superfície de uma fachada e outros aspectos muito equatoriais da vida é um verdadeiro sinal de pouca inteligência. Como eles nunca pensam em circunstâncias e situações, tudo é dirigido por regras e padronizado demais. Com uma grave falta de pensamento crítico, nada fica cinza, e sempre há absolutos em tudo, em vez de raciocínio.Pensamento soma-zero; pessoas com baixo QI quase sempre veem ganhos e perdas em todos os lugares, como a aritmética básica, onde tudo e qualquer coisa são sempre lineares. Eles quase sempre tentam se superar, cumprindo a regra de "meu ganho, sua perda", onde nunca há uma tentativa de sinergia ou trabalho coesivo para beneficiar-se mutuamente. Pessoas com baixo QI também mantêm amizades de uma maneira muito superficial e que muitas vezes não dura, por serem instáveis e formarem vínculos apenas porque é conveniente.Bússola moral ruim + baixa empatia; pessoas com um QI baixo geralmente são muito imorais ou amorais e, novamente, a razão é a baixa compreensão e capacidade de pensamento crítico. Isso também se deve ao fato de que pessoas com uma baixa bússola moral também não conseguem olhar para fora e além de si mesmas e atualizar os pensamentos e sentimentos de outras pessoas por meio de abstração e conscientização. É também por isso que as pessoas que tendem a ser menos inteligentes também tendem a ter menos empatia, por isso possuem um QE mais baixo e é um pensador de soma zero. Se você não tem muita imaginação, também não tem a capacidade de imaginar e supor as necessidades de outras pessoas.Intolerância; pessoas com QI baixo também têm tolerância muito baixa, o que se traduz em uma enxurrada de complicações. Como eles só conseguem ver as coisas do seu jeito e são inflexíveis às diferenças e variações de todas as coisas, geralmente são:Fanáticos - racistas, sexistas, homofóbicos, xenófobos, etc.Inflexíveis: teimosos, incapazes de acomodar outras pessoas, incapacidade de mudar, etc.Facilmente irritados: qualquer coisa remotamente usual ou diferente do que eles esperam ou entendem apertará seus botões.Confiança intelectual; porque as pessoas com um baixo grau de inteligência não são capazes de pensar profundamente, tendem a confiar demais em outras pessoas ou coisas para pensar e decidir por elas. Isso, por sua vez, diminui seu individualismo, tornando-os seguidores e pessoas que acreditam cegamente em:Autoridades.Doutrinas.  Pressão dos pares. Superestimação das próprias habilidades; ou seja, o efeito Dunning-Kruger. As pessoas que são mais fracas no raciocínio lógico também costumam se superestimar porque não têm contexto nem compreendem a profundidade e a dificuldade de muitos assuntos e tópicos, sem mencionar os campos de estudo. Como eles não veem ou entendem as nuances, tudo o que fazem é deslizar pela superfície e isso é o mais longe que eles já veem, levando-os a acreditar que dominam muito mais do que realmente pensam. 

ATOS FALHOS: QUAL O SIGNIFICADO DE ATOS FALHOS NA VISÃO PSICANÁLITICA?

Afinal, o que são atos falhos? Qual o conceito ou significado de atos falhos na visão da Psicanálise? Que exemplos podemos pensar para entender com mais clareza esse tema? Para a psicanálise, o acesso ao inconsciente é labiríntico, só é acessível por erros, lapsos, distrações. Por isso, devemos conhecer o conceito de atos falhos para dominarmos um recurso poderoso para acessar o inconsciente. 

A mente humana é muito protetora:

É muito interessante descobrir que, quando estamos falhando, na verdade, estamos acertando. Descobrir que nossa mente age de maneira tão protetora conosco é algo surpreendente!

Através do ato falho, pode-se descobrir muitas coisas. Podemos compreender o porquê de uma esposa insistir em chamar o atual cônjuge pelo nome do ex marido, por exemplo. Mesmo ela dizendo ao atual esposo que esqueceu o antigo parceiro. Pois, certamente, o objeto dos atos falhos estão em nosso inconsciente. 

O ato falho surge de uma verdade instalada no inconsciente:

Vejamos um exemplo: uma pessoa perde seu cãozinho de estimação, porém este cãozinho era muito peralta e desobediente, e ela sempre reclamava por ele ser assim. Ela o amava muito. Inconsolada, ela fala que não quer mais nenhum cãozinho para que não se apegue e sofra novamente. Entretanto, passa uns dias e ela ganha outro cachorro de alguém que tenta confortá-la pela perda do outro.

Ela fica contente com a possibilidade de ter um novo amiguinho e coloca-lhe, logo, um novo nome. Mas erra, chamando-o pelo nome do que já morreu. O novo cãozinho é mais obediente e até adestrado, mas ela reclama dele. Ou seja, ela não queria um novo cãozinho porque ainda não havia superado a perda do outro.

Assim, ela chama sempre o novo cãozinho pelo nome do antigo, porque, na verdade, ela queria que aquele cãozinho fosse o que morreu e, por isso, também o trata implicando com ele, como se fosse o outro mesmo o novo sendo mais comportado.

Outro exemplo é quando, mesmo querendo dizer (ou escrever) a palavra x, falamos e escrevemos a palavra y. Pode não fazer sentido conscientemente, mas inconscientemente há algo a ser exposto.

Os 4 tipos de atos falhos segundo a psicanálise: 

A psicanálise considera que existem quatro tipos diferentes de atos falhos:

  • Lapsos de língua: na fala, na escrita ou na leitura. Por exemplo, quando uma pessoa troca o nome de uma pessoa pelo nome de outra.
  • Esquecimentos: esquecer-se de nomes próprios, de palavras de outros idiomas, de sequências de palavras, de impressões, de intenções, de lembranças da infância ou lembranças encobridoras, além de esquecimentos que provocam extravios ou perdas.
  • Equívocos na ação: parecem ser atos provocados por atitudes desajeitadas ou acidentais, mas que podem indicar uma justificativa inconsciente. Ex.: quando se quebra involuntariamente um objeto.
  • Erro: ideias que atribuímos verdadeiras quando, tecnicamente, são equivocadas. Exemplos de erros segundo a psicanálise, são os lapsos de memória ou ilusões de memória, em que a pessoa tem plena convicção de um fato aconteceu, quando na verdade foi uma criação ou distorção de memória.

Um ato falho pode ser a chave para um acerto:

Então, podemos dizer que o mesmo acontece com pessoas que se casam pela segunda vez, sem ter se recuperado ou esquecido o passado. Quando ela repete o nome do ex cônjuge, é um erro, mas que pode ser a solução para muitas questões de sua vida, se observada essa falha “acertada”.

Certamente, o passado não poderá mais ser corrigido, mas poderemos e devemos tentar corrigir o presente, pois dele depende nosso futuro. É grandioso ver como uma falha pode ser a chave para um acerto.

Assim, também podemos encontrar a solução para aquele casal que vive brigando porque a esposa sempre se esquece de comprar as coisas que ele gosta de comer ou se esquece de passar a roupa que ele vai usar no outro dia.

Ela não consegue se lembrar das coisas do marido, porque elas são importantes para ele, e não pra ela. Ou seja, como essas coisas não são de responsabilidade dela, não há motivos para que ela se preocupe. Cabe a ele cuidar de suas próprias coisas.

Falhas significativas:

Então, agora que ela detectou a falha, pode então se tornar um acerto. Descobrir que os atos falhos na verdade são acertos, faz toda diferença. Em vez de ficarmos nos culpando pelas falhas que cometemos, vamos encontrar uma chave para este ato falho. Teremos assim a solução para nossos problemas familiares, profissionais e sociais.

É como a psicanálise destaca: “tais erros não são apenas erros, não são falhas sem significado. Se investigarmos o porquê de acontecerem, veremos que – por um outro ponto de vista – o erro é um acerto”.

Averiguamos, então, que atos falhos são, na verdade, desejos inconscientes. E que, se nos atentarmos a eles, encontraremos a solução para muitos problemas.

Assim, eles deixarão de ser falhos para ser somente coisas que gostaríamos de fazer, mesmo que de forma inconsciente. Se não fosse a psicanálise fazer esta fantástica descoberta, talvez muitos viveriam oprimidos e angustiados com estes atos falhos, sem se quer saber ou imaginar que eles seriam a saída para arrumarmos a bagunça do nosso inconsciente.

Os atos falhos mostrarão os desejos recalcados no inconsciente:

Em suma, podemos afirmar sem medo que os atos falhos serão nossos acertos ou são nossos acertos, que a busca em achar a solução para muitos problemas são observar e atentar para os nossos atos falhos.

Isto é, um conteúdo insuportável, por trazer lembranças dolorosas, é “escondido” em nosso inconsciente, pelo mecanismo do recalco ou relaxamento. Só se revelando na forma de sintomas, como transtornos, fobias, sonhos, chistes e atos falhos.

Esses atos são a chave para muitas questões que ficaram mal resolvidas dentro de nós. E que muitas das vezes tentamos mascarar de alguma forma, tentando provar a nós mesmos que está tudo bem.

Mas, se atentarmos para os atos falhos, eles nos revelarão e certamente dirão que não está tudo bem. É preciso dar atenção aos atos falhos, pois deles virão os ajustes e acertos necessários.

Podemos Concluir que:

O nosso inconsciente tem muito a nos revelar, mesmo aquilo que insiste em ficar lá escondido. E se não fosse através dos atos falhos, talvez não conseguiríamos descobri-lo e solucionar pequenos problemas que podem também se transformar em gigantes.

Enfim, viva os atos falhos que nos conduzem aos acertos!

sábado, abril 1

O USO POPULAR E CONCEPÇOES CIENTÍFICAS SOBRE AS PLANTAS MEDICINAIS:

As plantas medicinais são elementos que constituem parte da biodiversidade e são largamente utilizadas desde os primórdios da civilização por vários povos e de diversas maneiras. Atualmente, cerca de 80% da população utiliza recursos da medicina popular para tratamento de alguma doença, sendo que os conhecimentos das técnicas utilizadas e o emprego são transmitidos por gerações de forma oral. Estas informações são preocupantes no meio científico, pois pouco se sabe sobre a confiabilidade e  segurança do uso da maioria das plantas medicinais. Contudo, é possível evidenciar o crescente aumento das pesquisas etnofarmacológicas e emprego de técnicas modernas de farmacologia, bioquímica, toxicologia e biologia molecular para avaliar, preconizar e validar o uso de plantas medicinais, o que também favorece a diminuição do tempo gasto no desenvolvimento de um novo medicamento. Diante deste contexto, torna-se necessário o entendimento sobre a história das plantas medicinais, a importância do conhecimento popular e a unificação da ciência para melhorar a aplicabilidade e o uso deste recurso natural." A FITOTERÁPIA EFICAZ REQUER SABER COMO PREPARAR A PLANTA E COMO MELHOR USÁ-LA ".

JESUS O VERBO E A LUZ: TEXTO ( JOÃO 1: 1-5 )

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” ( João 1:1-5 ).

A palavra “verbo” do texto foi traduzida do original grego “logos”, que significa “palavra”.
Mas como “verbo” é palavra indicadora de ação, a maior parte das traduções da língua portuguesa traz “verbo” em vez de “palavra”.
Ambos podem ser usados e estão corretos, mas “palavra” define melhor o pensamento de João ao usar o referido termo para se referir à Pessoa de Jesus, porque certamente ele tinha em mente demonstrar que Jesus foi quem tomou parte na criação ao lado de Deus e do Espírito Santo, sendo a Palavra que tudo criou, porque é dito que o mundo foi criado pela Palavra de Deus, uma vez que Ele disse em cada ato da criação: “haja” ou “faça-se”.
“Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro da sua boca.” ( salmo 33-6 ).
“Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê.” ( Hebreus 11-3 ).
“Pois eles de propósito ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste;” ( 2 Pedro 3-5 ).
Ao fazer uso da palavra Verbo, João a associou aos atos da criação dos céus e da terra, conforme se vê no verso 3.
E ao identificar Jesus como sendo o Logos, a Palavra, ou Verbo eterno, podemos também considerar que a mente eterna de Deus foi revelada a nós por meio dele.
Os pensamentos puros, perfeitos e conhecedores de tudo o que há em Deus, são inerentes a Cristo e Ele os revelou a nós.
É somente por meio dele que os selos do livro da vida são removidos para que os mistérios da verdade sejam revelados a nós.
Se Ele não tivesse se manifestado ao mundo nós permaneceríamos nas trevas quanto a esta vida do Espírito Santo, que se manifesta nos que têm fé nele.
Vida de poder espiritual e de comunhão em amor celestial.
Vida de frutos e dons espirituais que são comunicados entre aqueles que têm sido vivificados pela luz de Cristo, a qual, quando permanecemos nela, faz com que a vida de Cristo se manifeste em nós.
Neste sentido, pode-se dizer então que Cristo é a fonte mesma da qual procede toda a Palavra que sai da boca de Deus, sendo que Ele mesmo é Aquele por quem se expressa esta Palavra.
Daí ter dito que a Palavra que Ele proferia não provinha dEle próprio, mas do Pai, isto é, tudo o que o Pai expressa pela Palavra, Ele o faz por meio do Filho, de maneira que João havia apreendido este ensino e verdade de Jesus aos apóstolos em Seu ministério terreno, e pôde compreender que o mundo foi feito pela Palavra liberada pelo próprio Cristo, daí dizer que Ele é a Palavra (Verbo) pela qual todas as coisas foram feitas, e que sem Ele nada do que foi feito se fez (v. 3); isto é, o Pai nada fez sem a participação de Cristo.
Somente Jesus tem as palavras de vida eterna. Pedro teve este reconhecimento que é dEle que emana a palavra que dá vida aos pecadores ( João 6-68 ) e a experiência comprova isto em todos os testemunhos de conversão.
“Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.” ( Tiago 1-18 ).
“tendo renascido, não de semente corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus, a qual vive e permanece.” ( 1 Pedro 1-23 ).
Os textos destacados acima de Tiago e Pedro revelam o ato da nova criação espiritual pela Palavra.
Esta Palavra é a verdade, e Jesus disse também ser esta verdade, que liberta e dá vida.
Há então, poder e ação envolvidos nesta Palavra, aqui referida pelo apóstolo, e a que é citada em todas as passagens bíblicas que se referem a ações de criação, de salvação, de santificação, e de tudo o mais que dependa da liberação do poder pela Palavra de Cristo.
Por isso Jesus havia dito que as suas palavras são espírito e vida ( João 6-63 ). E também que o homem não vive somente de pão, mas de toda palavra que procede da boca de Deus ( Mateus 4-4 ) é pela palavra de ação poderosa, que novas criaturas com a vida que procede do céu são geradas.
È também, pela prática da Sua palavra, isto é, tê-la em devida consideração e vivendo segundo o seu poder, que se tem a vida solidamente firmada num fundamento inabalável ( Mateus 7-24 ).
Era com a Sua palavra de ordem que Jesus expulsava demônios e curava enfermos, e que ainda o faz através daqueles que nele creem ( Mateus 8-16 ).
É por isso que as palavras de Jesus jamais passarão porque são eternas assim como Ele é eterno ( Mateus 24-35 ).
Desta forma, crer de fato em Jesus é permanecer nEle, e permanecer nele é permanecer portanto na Sua palavra; e como esta palavra é a vida eterna, aquele que a guarda jamais morrerá eternamente (João 8-31; 51: 14-24 ).
Como Jesus é santo, é a sua Palavra que nos santifica ( João 15-3; 17-17 ).
Foi por isso que a Igreja Primitiva tinha poder para pregar o evangelho, porque eles viviam e pregavam somente a Palavra        ( Atos 4-29 ).
A fé é gerada por se ouvir a Palavra ( Romanos 10-17 )
Nós vemos nas palavras de Paulo em ( 1 coríntios 1-17; 2-4; 4-13 ) ( 1 tessalonicenses 1-5 ) que a pregação desta Palavra viva é muito mais do que simplesmente exposição verbal de conceitos teológicos, ou de meras citações bíblicas, mas a liberação da porção da verdade, conforme está revelada nas Escrituras, em exposição, com palavras ensinadas pelo Espírito, no poder do Espírito, conforme esta é revelada pelo mesmo Espírito ao coração e mente do pregador ( Éfesios 6-19 ).
“Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho; não em sabedoria de palavras, para não se tornar vã a cruz de Cristo.” ( 1 coríntios 1-17 )
“E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria.” ( 1 coríntios 2-1 ).
“A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder;” ( 1 coríntios 2-4 ).
“as quais também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais.” ( 1 coríntios 2-13 ).
“porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo e em plena convicção, como bem sabeis quais fomos entre vós por amor de vós.” ( 1 tessalonicenses 1:5-6).
Esta Palavra já existia antes que houvesse mundo, antes da existência do tempo cronológico, ao que João chama de “no princípio” mostrando que era, que é e sempre será.
Cristo sempre esteve em co-existência com o Pai. Ele estava, está e sempre estará com Deus. De maneira que crer em Cristo é crer em Deus Pai, porque o Pai e o Filho co-existem em perfeita unidade e são inseparáveis.
Somente Jesus estava qualificado para efetuar a nossa redenção porque Ele conhece perfeitamente a nossa constituição total, de espírito alma e corpo porque Ele nos criou, assim como todas as coisas.
Ele deve receber, portanto a nossa adoração também como Criador, e não apenas como Salvador e Senhor.
João afirma no verso 4 que a vida estava em Cristo, e que esta vida era a luz dos homens.
A luz condenará as obras infrutíferas das trevas naqueles que permanecem no pecado, porque fará a exposição do que se ocultava nas trevas:
“Mas todas estas coisas, sendo condenadas, se manifestam pela luz, pois tudo o que se manifesta é luz.” ( Éfesios 5-13 ).
É pela luz da revelação divina que o pecado pode ser condenado ou extirpado.
E João nos diz que a vida está em Jesus, e que esta vida era a luz dos homens; isto é, somente quando a vida poderosa de Jesus se manifesta em alguém, é que tal pessoa poderá vir para a luz de Deus e conhecer a Deus e compreender as coisas espirituais e divinas.
Assim, fora de Cristo, não há esta possibilidade, porque vida e luz para os homens procedem dEle, e ambas são inseparáveis.
A vida eterna que nós necessitamos para escapar da morte eterna está somente em Cristo Jesus, e é nEle portanto que devemos buscá-la, e João nos indica o meio de obtê-la, a saber, por meio da Palavra e pelo andar na luz.
É a luz de Cristo que ilumina o nosso entendimento e espírito para compreendermos as Escrituras.
Elas permanecem como um livro fechado para nós até que Cristo abra o nosso entendimento e se revele ao nosso espírito para que possamos compreendê-las; como fizera com os dois discípulos no caminho de Emaús, aos quais lhes abriu o entendimento para compreenderem tudo o que estava escrito acerca dEle nas Escrituras.
Não foi João quem conceituou Jesus como luz, pois Ele próprio fizera tal afirmação acerca de Si mesmo durante o Seu ministério terreno, confirmando aquilo que as Escrituras do Velho Testamento afirmam sobre Ele, especialmente de que Ele seria luz para os gentios. ( Mateus 4-16; João 3-19; João 8-12 ). Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS ORIENTA, NOS CONDUZ, NOS CONSOLA, E AINDA NOS ANIMA ".

sexta-feira, março 31

QUEM SÃO OS ESCRAVOS DA LIBERDADE?

“…e livrou o justo Ló, afligido pelo procedimento libertino daqueles insubordinado, ( porque este justo, pelo que via e ouvia quando habitava entre eles, atormentava a sua alma justa, cada dia, por causa das obras iníquas daqueles ), é porque o Senhor sabe livrar da provação os piedosos e reservar, sob castigo, os injustos para o Dia de Juízo, especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas paixões e menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes, não temem difamar autoridades superiores, ao passo que anjos, embora maiores em força e poder, não proferem contra elas juízo infamante na presença do Senhor.” ( 2 Pedro 2: 17-22 ).

“Esses tais são como fonte sem água, como névoas impelidas por temporal. Para eles está reservada a negridão das trevas; porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro, prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor. Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro. Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado. Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal.” ( 2 Pedro 2: 17-22 ).

São por demais vigorosas e contundentes estas palavras proferidas pelo apóstolo Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, contra aqueles que passando-se por cristãos, não se submetem na verdade a qualquer governo do Senhor Jesus, acolhendo com mansidão os Seus mandamentos, para serem praticados com temor e reverência.
O que está em foco não são líderes formais, dirigentes de congregações, mas qualquer pessoa que se levante fazendo as vezes de mestre e pastor do rebanho do Senhor, sem que tenha recebido qualquer chamada da parte dEle para tanto, ou até mesmo por não se tratar de um autêntico cristão – alguém que não nasceu de novo do Espírito Santo.
As palavras do apóstolo não têm o intuito de incitar um combate contra tais pessoas, mas para que aqueles que amam de fato a Cristo e à Sua vontade, não se deixem influenciar por estes insubordinados, que tentam fascinar os incautos com a promessa de uma falsa liberdade que consiste na rejeição de qualquer tipo de governo espiritual, especialmente o que passa pelas pessoas daqueles que são chamados por Deus para pastorearem o rebanho de Cristo ( Atos 20-28 ).
Quando não nos sujeitamos ao governo do Senhor, conforme o dizer do apóstolo, nos tornamos escravos da corrupção ( Atos 2-19 ) da nossa natureza terrena pecaminosa, uma vez que não fomos de fato libertados pelo poder de Jesus.
Por isso nosso Senhor afirma que os mansos são bem-aventurados, ou seja aqueles que são submissos à Sua Pessoa e Palavra.
A estes Ele se revelará e guiará mansa e continuamente ao conhecimento e prática da verdade, na comunhão em amor do Espírito Santo e uns com os outros, sob o temor de Deus.
Somente aos que são pela verdade é dado ouvir a voz do Supremo Pastor.
As ovelhas de Cristo conhecem e ouvem a Sua voz e não seguirão aos estranhos.
E estas sabem que “é na paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.” ( Tiago 3-18 ).

“Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue. Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um. Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e à palavra da sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados.” ( Atos 20: 28-32 ). Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONSOLA, NOS ORIENTA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

O USO DA FITOTERÁPIA NO COMBATE AO ENVELHECIMENTO CUTÂNEO:

 O uso de plantas medicinais e fitoterápicos tem grande importância para o tratamento e cura de numerosas patologias, como as relacionadas ao fotoenvelhecimento. Diversas pesquisas tem sido realizadas visando tanto a melhoria da aparência geral da pele como uma melhor qualidade de vida da população idosa, por meio da prevenção e tratamento de doenças cutâneas relacionadas ao processo de envelhecimento. Objetivos: Analisar o uso de plantas medicinais e seus efeitos no combate ao processo de envelhecimento cutâneo.  Material e métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica através de consulta nas bases de dados científicos, com base em artigos publicados nos últimos cinco anos.            " Resultados " Entre os fatores que possuem maior influência no processo de envelhecimento cutâneo estão: o tipo de pele, a exposição a poluentes e substâncias tóxicas e a intensidade de exposição à luz solar, que pode ensejar mudanças na estrutura molecular da pele e a liberação de radicais livres. Estes são moléculas instáveis que acarretam estresse oxidativo, afetando o processo de envelhecimento. Neste contexto, os metabólitos secundários, como os flavonoides e compostos fenólicos presentes nos vegetais, hortaliças e frutas possuem importante atividade antioxidante e preventiva, decorrente de sua estrutura molecular, constituindo alternativas de grande relevância para o tratamento cutâneo. Entre alguns exemplos podemos mencionar o ( Goji Berry  a soja, a romã e o chá verde ) que possuem diversos benefícios relacionados a nutrição, regeneração, hidratação e elasticidade da pele.  Conclusão: Foi constatado que o uso de algumas plantas medicinais é eficaz como alternativa cosmética para o tratamento e prevenção do envelhecimento cutâneo. Por seu valor terapêutico e suas propriedades benéficas para o combate a diversos sintomas relacionados ao fotoenvelhecimento deve haver a promoção de seu uso racional bem como suas formas de utilização, modos de preparo, benefícios e riscos, visando a promoção de um envelhecimento saudável." NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA COM EXPERIÊNCIA EM PLANTAS MEDICINAIS " ( A FITOTERÁPIA TRATA A PESSOA COMO UM TODO NO CONTEXTO DE TODOS OS ASPECTOS DA VIDA INDIVIDUAL: FISIOLOGIA, COMPORTAMENTO, MEIO AMBIENTE E CONSCIÊNCIA ).

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?