domingo, janeiro 7

TIREOIDE: ANATOMIA DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS:

A tireoide é uma glândula endócrina relacionada a homeostase termogênica e metabólica, possuindo ainda influência sobre o sistema cardiovascular e no desenvolvimento fetal, por meio da ação de tiroxina (T₄) e tri-iodotironina (T₃).

O T₄ corresponde a cerca de 93% dos hormônios metabolicamente ativos liberados pela tireoide, já os outros 7% correspondem ao T₃.

A ausência completa da secreção tireoidiana, em geral, faz com que o metabolismo basal caia para 40% a 50% do normal, e o excesso extremo pode aumenta-la por 60% a 100%.

A secreção tireoidiana desses hormônios é controlada, principalmente, pelo hormônio estimulante da tireoide (TSH), secretado pela hipófise anterior.

A tireoide também é responsável pela produção do hormônio calcitonina, mais especificamente pelas células C medulares, tendo um papel significante na homeostase do cálcio.

Anatomia da Glândula Tireoide:

A glândula tireoide é uma glândula única, que se situa anteriormente à traqueia, entre a cartilagem cricóidea e a incisura supraesternal, entre a 5ª vértebra cervical e a 1ª torácica. Possui dois lobos conectados por um istmo, e quatro glândulas paratireoides na região posterior, produtoras do paratormônio.

Cerca de 50% das glândulas tireoides têm um lobo piramidal que varia em tamanho, estendendo-se superiormente a partir do istmo da glândula tireoide, em geral à esquerda do plano mediano. Lateralmente à tireoide correm os nervos laríngeos recorrentes, responsáveis pela inervação das pregas vocais.

A tireoide é uma glândula altamente vascularizada. Sua vascularização arterial é realizada, principalmente, pelas artérias tireóideas superiores e inferiores, e uma artéria mediana inconstante, a artéria tireóidea ima.

As artérias tireóideas superiores são ramos da carótida externa e as tireóideas inferiores são ramos do tronco tireocervical, colateral da artéria subclávia. Já a ima é proveniente do tronco braquiocefálico ou do próprio arco aórtico.

A drenagem venosa da glândula é feita por plexos no interior e na superfície da glândula. Estes plexos se formam a partir de redes perifoliculares e dirigem-se para fora do órgão seguindo pelos espaços interlobulares. Formam o plexo venoso tireóideo, que, dependendo da direção que segue, são agrupados nas veias tireóideas superior, média e inferior.

Histologia da Tireoide:

A tireoide é formada por inúmeros folículos esféricos constituídos por células foliculares tireoidianas que circundam o coloide, líquido proteináceo que contém grande quantidade de tireoglobulina (Tg), precursor proteico dos hormônios tireoidianos. O mecanismo de formação da tiroxina e triiodotironina será descrito posteriormente.

A parede do folículo é constituída por epitélio simples, no qual as células são chamadas de tirócitos. A glândula é revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo frouxo que emite septos para o parênquima. Quando a glândula está sendo estimulada, a quantidade de coloide diminui, visto que as Tg são reabsorvidas para célula para síntese dos hormônios. Quando a glândula está inibida ou em baixa atividade, o folículo aumenta de volume, devido ao armazenamento de Tg no coloide.

Outro tipo celular encontrado na tireoide é a célula parafolicular ou célula C, que, comumente, são visualizadas por agrupamentos celulares isolados entre os folículos. São as produtoras de um hormônio chamado calcitonina ou tireocalcitonina. A função deste hormônio é inibir a reabsorção de tecido ósseo, reduzindo a concentração de cálcio no plasma.

Embriologia da Tireoide:

A embriologia da tireoide, particularmente, torna-se importante para compreensão do desenvolvimento de cistos do ducto tireoglosso, por exemplo.

Assim, a tireoide se desenvolve a partir do assoalho da faringe primitiva durante a 3ª semana de gestação, no forame cego da língua. A glândula em desenvolvimento migra da língua para sua localização final no pescoço.

Durante essa migração, a glândula está ligada ao forame cego pelo ducto tireoglosso, que normalmente desaparece, porém remanescentes de epitélio podem permanecer, formando os cistos do ducto tireoglosso em qualquer ponto do trajeto de descida. Estes cistos normalmente situam-se na linha media do pescoço, perto ou inferiormente ao hioide, formando uma protrusão.

Pode ocorrer que parte do tecido tireoidiano permaneça na base da língua, formando a tireoide lingual ou mesmo uma glândula ectópica, geralmente única, no trajeto de descida da glândula. Assim, é importante a diferenciação entre cisto do ducto tireoglosso e glândula tireoide ectópica, por meio de cintilografia, evitando que ocorra uma tireoidectomia total desnecessária, tornando o indivíduo permanentemente dependente de medicação.

As células C medulares da tireoide, produtoras de calcitonina, são provenientes da crista neural e estão presentes em toda a glândula, principalmente na região de junção do terço superior com os dois terços inferiores.

Ação dos Hormônios Tireoidianos:

Basicamente, os hormônios tireoidianos atuam em todo o organismo, regulando o metabolismo celular. Isso acontece, principalmente, por aumentar a transcrição de um grande número de genes. Quanto mais hormônio, maior será o metabolismo celular.

Além disso, possui atividade cronotrópica e inotrópica positivas, uma ação importante no sistema cardiovascular, por meio do aumento do fluxo sanguíneo, da frequência cardíaca, do débito e da força de contração. Em bebês, atuam no desenvolvimento do sistema nervoso nos primeiros anos de vida.

Síntese e Secreção dos Hormônios Tireoidianos:

A região apical das células foliculares fica voltada para o lúmen do folículo, enquanto a região basal está justaposta à corrente sanguínea. Assim, quando ocorre uma demanda aumentada por hormônios tireoidianos, o hormônio estimulante da tireoide (TSH) se liga ao receptor na superfície basolateral das células foliculares.

Essa ligação promove uma reabsorção do Tg folicular para dentro da célula e proteólise no citoplasma. Para tornar o mecanismo mais didático, vamos dividir o processo em fases:

1º Fase ) Bomba de iodeto ou captação de iodeto
Para que seja formada a quantidade necessária de tiroxina no organismo, deve-se ingerir cerca de 1mg/semana de iodo na forma de iodeto.

O sal comum de cozinha é suplementado com iodeto de sódio, visando a prevenção de deficiência de iodo!

Ao ingerir o iodo por via oral, ele é absorvido pelo sistema gastrointestinal. Pequena parte deste iodo é utilizado pela tireoide para formação dos hormônios, e grande parte é excretada pelos rins. A bomba de iodeto bombeia ativamente o iodo do sangue para dentro da célula pela ação do simporte de sódio-iodeto (NIS).

Este simporte é feito através da membrana basolateral (plasma) para a célula, cotransportanto um íon iodeto e dois íons de sódio. O iodeto para ser transportado necessita de energia, uma vez que está contra o gradiente de concentração.

Tal energia vem da bomba sódio-potássio-ATPase, que bombeia sódio para fora, gerando baixa concentração intracelular deste íon e gerando também um gradiente de difusão facilitada para o interior da célula.

sexta-feira, janeiro 5

DOENÇAS NEUROLÓGICAS RELACIONADAS A INTOXICAÇÃO POR METAIS PESADOS:

Os metais pesados estão intimamente ligados à manutenção da homeostase celular e podem causar toxicidade se a exposição ocorrer de maneira exacerbada. Alumínio, arsênio, mercúrio, cobre e zinco têm capacidade de causar lesões no sistema nervoso central e têm sido relatados como gatilhos no aparecimento de doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer. A exposição exacerbada a esses metais também está relacionada com depressão, problemas cognitivos, autismo, compulsão e transtorno de déficit de atenção com hiperatividade – TDAH. A ação de poluentes e de substâncias tóxicas ao meio ambiente e à saúde do homem torna-se cada vez mais um preocupante fator a ser estudado, especialmente no que se refere às doenças neurodegenerativas. Frente a esta realidade, a presente revisão foi desenvolvida com o objetivo de apresentar alguns dos principais fatores ambientais e nutricionais envolvidos na toxicidade e no aparecimento de danos ao sistema nervoso central.

Vamos entender porque o Alumínio e um dos metais pesados mais estudados:

O alumínio é um dos metais pesados mais estudados, por estar relacionado com o desenvolvimento de muitas doenças e por ser encontrado de forma tóxica no ambiente, na indústria e em produtos alimentares. A contaminação com este metal pode causar alterações esqueléticas, hematológicas e/ou neurológicas. É através da ruptura da homeostase de metais como magnésio, cálcio e ferro que o alumínio desencadeia muitas alterações bioquímicas. A exposição humana ao alumínio é atribuída principalmente à sua ampla disponibilidade na natureza e às fontes artificiais existentes. A toxicidade pode ser causada de forma direta ou indireta: na forma direta, através da genotoxicidade em células neurais primárias; e, de forma indireta, por meio do acúmulo de ferro e da produção de espécies reativas de oxigênio, EROs. Dano oxidativo ao DNA foi previamente associado com neurodegeneração em diferentes regiões do cérebro de rato. Vanduyn et al. demonstraram, em 2013, que os transportadores mediados por alumínio possuem associação positiva com a degeneração de neurônios dopaminérgicos. Estudos mostraram que o alumínio é o maior agente etiológico da doença de Alzheimer. Investigações bioquímicas microscópicas elucidaram claramente a correlação entre alumínio e Alzheimer. O mecanismo exato pelo qual a interação molecular com alumínio desencadeia a progressão da doença ainda precisa ser totalmente elucidado. Estudos também têm revelado que o acúmulo de alumínio no cérebro pode causar várias alterações neuropatológicas, comprometimento no sistema de neurotransmissão e, progressivamente, déficits de comportamento. Os cientistas também têm demonstrado que a exposição ao alumínio pode prejudicar o funcionamento normal do sistema antioxidante e desregular os mecanismos de apoptose celular, assim como o metabolismo de hidratos de carbono e de lipídeos no cérebro. Mais recentemente, pesquisadores descobriram que o alumínio pode interromper a homeostase do cálcio nos neurônios por meio da interação com os sítios de ligação de cálcio. Além disso, estudos também indicam que a alteração da concentração de cálcio no cérebro está associada com neurodegeneração, bem como com deficiência de memória e aprendizagem. Embora várias teorias tenham sido propostas para desvendar esse mecanismo.

quarta-feira, janeiro 3

SUPLEMENTAÇÃO DE 5-HTP EM PACIENTE COM DOENÇA DE PARKINSON:

A Doença de Parkinson é uma desordem neurodegenerativa, comumente considerada como um distúrbio do sistema motor caracterizado por rigidez, tremor em repouso, bradicinesia e instabilidade postural.

Além desses sintomas motores típicos, uma série de deficiências neuropsiquiátricas não motoras, incluindo disfunção cognitiva, apatia, ansiedade e depressão, podem estar presentes antes do diagnóstico e frequentemente surgem com a progressão da doença.

Pesquisadores demonstraram que nas fases iniciais da DP, os níveis de 5-hidroxiindolacético, metabólito primário da serotonina, é significativamente reduzido em pacientes com DP com depressão.

Com o progresso da DP, as mudanças nos níveis de serotonina podem resultar na redução da síntese e aumento do catabolismo ou uma combinação de ambos os processos. Além disso, a levodopa pode diminuir a síntese de serotonina, reduzindo a atividade da triptofano hidroxilase e competindo pela conversão via descarboxilase do aminoácido aromático.

SUPLEMENTAÇÃO DE 5- HTP NA DOENÇA DE PARKINSON:

Aminoácido aromático natural, produzido no corpo a partir do aminoácido essencial L-triptofano, e extraído da Griffonia simplicifolia.

O 5-HTP é convertido em serotonina pela enzima descarboxilase dos aminoácidos aromáticos, que catalisa a descarboxilação de aminoácidos aromáticos em mamíferos.

A suplementação de 5-HTP não necessita da conversão de L-triptofano em 5-HTP pela enzima triptofano hidroxilase, que é a etapa limitante na síntese de serotonina. Consequentemente, o 5-HTP pode restaurar a atividade serotoninérgica em pacientes com DP com sintomas depressivos.

RESULTADOS:

Em um estudo unicêntrico, randomizado, duplo-cego, placebo-controlado e crossover que teve como objetivo comparar os efeitos do 5-HTP e placebo na apatia e sintomas depressivos em pacientes com DP. Os resultados obtidos foram:

A análise de medidas repetidas revelou uma melhora significativa dos sintomas depressivos durante o tratamento com 5-HTP em comparação com o placebo, conforme avaliado pelo Hamilton Depression Rating Scale (HDRS);Nenhum efeito do 5-HTP foi observado nos sintomas de apatia avaliados pelo Apathy Scale (AS).

CONCLUSÃO:

Esse estudo demonstrou os benefícios clínicos do 5-HTP no tratamento de sintomas depressivos na doença de Parkinson.

PSEUDOGOTA: SINTOMAS E TRATAMENTO:

 A pseudogota é uma forma de artrite causada pelo depósito de cristais de pirofosfato de cálcio nas articulações. A doença recebe esse nome porque suas crises inflamatórias têm sintomas semelhantes aos da gota.

Trata-se de uma inflamação resultante do acúmulo de cristais compostos de pirofosfato de cálcio em tecidos do corpo humano. O acúmulo destes cristais acontece especialmente nas cartilagens. A doença é muito comum entre idosos.

Na maioria dos casos, a formação de cristais acontece sem uma razão específica. Contudo, um histórico familiar de desordens metabólicas e deficiências enzimáticas pode contribuir para o desenvolvimento da enfermidade.

As articulações do joelho são as mais afetadas pela pseudogota. A dor pode permanecer por dias ou mesmo semanas se as condições não forem tratadas. Em quadros evoluídos, os depósitos de cristais podem contribuir para degeneração articular, causando incapacidade.

Depósitos cristalinos podem contribuir para uma forma severa de degeneração articular que resulta em incapacidade definitiva.

DIAGNÓSTICO DA PSEUDOGOTA:

O diagnóstico preciso da pseudogota não é difícil e é feito por meio de exame de pesquisa de cristais no líquido aspirado de dentro da articulação e/ou com o auxílios de radiografias, onde é possível ver o acúmulo de cristais no tecido cartilaginoso.

TRATAMENTO DA PSEUDOGOTA:

O tratamento da fase aguda da pseudogota é feito com o uso de anti-inflamatórios não hormonais e/ou corticosteróides, com o objetivo de encurtar o período de dor e, a consequente degeneração.

Caso haja alguma afecção secundária (hiperparatireoidismo, hemocromatose, hipomagnesemia, por exemplo), estes devem ser diretamente tratados. O tratamento visa interromper as crises agudas e prevenir que novas crises ocorram. O remédio, porém, não pode reverter o quadro de deposição de cristais.

Com o auxílio e acompanhamento do profissional de saúde especialista é possível reduzir os sintomas e, principalmente, os danos causado pelo acúmulo de cristais nas articulações.

RECOMENDAÇÕES PARA OS PORTADORES DE PSEUDOGOTA:

Evite o consumo de frutos do mar, sardinha, miúdos (rim e fígado), excesso de carne vermelha e pele de aves quando os níveis de ácido úrico estiverem altos. Sob tratamento, esses alimentos podem ser ingeridos sem exagero;

O consumo de bebidas alcoólicas também pode ser feito sem exageros quando os níveis de ácido úrico estiverem controlados;

Evite uma dieta hipercalórica, pois leva à obesidade, fator de risco. O excesso de peso também sobrecarrega articulações inflamadas; Aumente a ingestão 
de líquidos.

terça-feira, janeiro 2

ANATOMIA DO CÉREBRO:

O cérebro é uma das porções do encéfalo e faz parte, portanto, do sistema nervoso central. Essa estrutura está relacionada com memória, inteligência e emoções.

O cérebro é um órgão do sistema nervoso central muito importante para o funcionamento do corpo. Esse órgão constitui a maior parte do encéfalo, representando cerca de 80% da massa total dessa estrutura.

FUNÇÕES DO CÉREBRO:

O cérebro está relacionado com a inteligência, linguagem, consciência, memória, entre outros. Além disso, é capaz de processar informações dos sentidos juntamente a outras estruturas do encéfalo, iniciar movimentos e influenciar o comportamento emocional.

ANATOMIA DO CÉREBRO:

Pode ser dividido em dois hemisférios: o esquerdo e o direito, os quais estão ligados pelo corpo caloso, estrutura constituída por fibras mielínicas. Um fato curioso sobre os hemisférios é que o lado esquerdo controla os movimentos do lado direto, e o lado direito controla os movimentos do lado esquerdo do corpo.

Os hemisférios são divididos em quatro lobos cerebrais, que apresentam funções específicas. São eles: lobo frontal, temporal, parietal e occipital. Cada lobo recebe o nome de acordo com a localização em relação aos ossos do crânio.

OBSERVE A DIVISÃO DO CÉREBRO EM LOBOS:

No cérebro, é possível observar duas regiões bem distintas: uma região conhecida como substância cinzenta e outra conhecida como substância branca. A substância cinzenta apresenta corpos celulares de neurônios e pode ser vista mais externamente. Essa porção é conhecida como córtex cerebral e recebe os impulsos provenientes de vários locais para que sejam processados. Existem regiões do córtex especializadas em interpretar sensações, sons, odores, desenvolver pensamentos, guardar lembranças e controlar movimentos, por exemplo.

Mais internamente ao córtex está a substância branca, com coloração mais esbranquiçada que o córtex. Essa última região é formada por feixes de axônios mielinizados e, por isso, é esbranquiçada.

Externamente é possível notar que o cérebro apresenta-se cheio de sulcos, os quais delimitam giros ou circunvoluções cerebrais. Esses sulcos são formados pelas dobraduras que vão surgindo no córtex, que aumenta de maneira mais rápida que a substância branca. As protuberâncias formadas dessa forma recebem o nome de giros ou circunvoluções.

Os sulcos são importantes porque garantem um aumento do volume cerebral, e os sulcos muito profundos são chamados de fissuras. Entre essas fissuras, podemos citar a longitudinal, que garante a divisão do cérebro em dois hemisférios.

ANATOMIA DO SISTEMA LINFÁTICO:

O sistema linfático é o complexo corporal que permite a drenagem do sistema venoso. Dessa maneira, ele atua garantindo o retorno de fluidos dos tecidos circundantes para o sangue através da circulação linfática. Esta, por sua vez, está ligada à circulação sanguínea e aos líquidos teciduais. Ele possui função de produzir células de defesa, atuar na defesa imunológica, filtrar a linfa ou o sangue, transportar materiais pelos vasos linfáticos, produção de imunoglobulinas e fagocitose. Além disso, também podem ser responsáveis por absorção e transporte de gordura dos alimentos.

Componentes:

  • Plexos linfáticos – redes de capilares linfáticos formados por um endotélio muito fino podem ser penetrados com facilidade junto com o excesso de líquido tecidual
  • Vasos linfáticos – são vasos de parede fina que possuem três camadas e muitas válvulas linfáticas, permitindo a linfa ser drenada em uma direção. Eles estão presentes em quase todo o corpo e drenam a linfa para os capilares e possuem a característica de colar de contas.
  • ·         Linfa – o líquido tecidual que entra nos tecidos presentes nos vasos linfáticos é conduzido por vasos linfáticos. Geralmente, a linfa se apresenta transparente, aquosa e discretamente amarela, entretanto no intestino delgado pode ter apresentação leitosa por conta dos lipídios digestivos.
  • Linfonodos – pequenas massas localizadas no trajeto dos vasos linfáticos. Eles drenam a linfa e possuem a função de criar uma barreira para microrganismos, toxinas ou substâncias nocivas. Quando está com tamanho aumentado, pode ser doloroso, formando o que é chamado popularmente de íngua.
  • Linfócitos – células de defesa do sistema imune que reagem a materiais estranhos.
  • Órgãos linfoides – são os órgãos responsáveis pela produção dos linfócitos, ou seja, neles estão o timo, a medula óssea vermelha, o baço, as tonsilas.

Vasos linfáticos superficiais e profundos:

Existem os vasos linfáticos superficiais e profundos. Os superficiais são mais numerosos e podem se anastomosar livremente, além de acompanhar a drenagem venosa e drenar os vasos linfáticos profundos. Já os profundos, são responsáveis por receberem drenagem de órgãos internos e acompanharem as artérias. A comunicação entre a rede linfática superficial e profunda acontece apenas em regiões poplíteas, inguinais e axilares.

Esses vasos atravessam os linfonodos durante o seu trajeto no sentido proximal, podendo se fundir com vasos que drenam regiões adjacentes e tornarem-se maiores. Os grandes vasos linfáticos se juntam com os troncos linfáticos e formam o ducto linfático direito ou ducto torácico.

Drenagem:

O ducto linfático direito é responsável pela drenagem do quadrante superior direito do corpo, ou seja, lado direito da cabeça, pescoço, tórax e membro superior direito. Na raiz do pescoço tem a presença do ângulo venoso direito que entra na junção das veias jugulares interna e subclávia direita.

O ducto torácico é a união de vasos linfáticos dos membros inferiores no nível do abdômen aos viscerais. Ele é responsável por drenar a linfa do restante do corpo. Os troncos linfáticos que drenam a metade inferior do corpo unem-se no abdome, podendo formar a cisterna do quilo, ou seja, um saco coletor dilatado. A partir disso ou da união dos troncos, o ducto torácico ascende, entrando no tórax e atravessando-o para chegar ao ângulo venoso esquerdo, isto é, junção da veia jugular interna esquerda com a subclávia.

Correlação Clínica:

  • A disseminação pelos vasos linfáticos é uma via comum de disseminação de carcinomas. As células que se desprendem do tumor primário seguem através dos vasos linfáticos e acabam sendo filtradas e aprisionadas pelos linfonodos, tornando-se locais de câncer secundário.
  • Linfangite (inflamação dos vasos linfáticos) e linfadenite (inflamação dos linfonodos) são distúrbios que podem ocorrer com o transporte de substâncias químicas ou bactérias pelo sistema linfático após lesões ou infecções graves. No caso dos vasos linfáticos, eles podem ser vistos como estrias vermelhas na pele. Já os linfonodos se apresentam aumentados e dolorosos. Além disso, esses distúrbios podem causar sepse.
  • Linfedema é um edema localizado que acontece devido a falta de drenagem da linfa de uma área do corpo. Inicialmente, esse edema é mole e depressivo, podendo regredir com o repouso. Entretanto, com o passar do tempo a presença de proteínas no interstício estimula a proliferação fibroblástica, ocasionando fibrose, tornando-se duro, pouco depressível e não desaparecendo com o repouso.

Podemos Concluir que:

O sistema linfático é o responsável pela drenagem de líquido do espaço extracelular para corrente sanguínea. Ele possui um papel importante no sistema de defesa do corpo. Além disso, é uma via importante de disseminação de câncer, tornando-se uma importante área de conhecimento, guando acontece a inflamação dos linfonodos é um indicador importante para lesões, infecções ou doença.

segunda-feira, janeiro 1

DOENÇAS AUTOIMUNES: QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS? COMO DIAGNÓSTICAR?

Doenças autoimunes são um grupo de doenças distintas que tem como origem o fato do  sistema imunológico passar a produzir anticorpos contra componentes do nosso próprio organismo. 

Normalmente, o sistema imunológico é responsável por combater invasores estranhos, como bactérias e vírus, para manter o corpo saudável. No entanto, em pessoas com doenças autoimunes, o sistema imunológico se confunde e ataca células, tecidos e órgãos saudáveis, causando inflamação e danos.

Fisiopatologia das doenças autoimunes:

A fisiopatologia das doenças autoimunes é complexa e envolve uma série de processos imunológicos e genéticos que levam à ativação inadequada do sistema imunológico e à resposta autoimune.

Em doenças autoimunes, células do sistema imunológico, como linfócitos T e B, podem ser ativadas de forma inadequada. Os linfócitos T ajudam a coordenar a resposta imunológica, enquanto os linfócitos B produzem anticorpos. Ambos desempenham papéis críticos na resposta autoimune.

susceptibilidade genética desempenha um papel importante na predisposição para doenças autoimunes. Muitas dessas condições tendem a ocorrer em famílias, sugerindo uma base genética. No entanto, não é um único gene que causa uma doença autoimune, mas sim uma combinação complexa de genes.

Fatores ambientais, como:

  • Infecções virais
  • Exposição a toxinas
  • Hormônios e estresse

Esses fatores podem desencadear ou contribuir para o desenvolvimento de doenças autoimunes em indivíduos geneticamente suscetíveis. Esses fatores ambientais podem desencadear uma resposta imunológica que leva à autoreatividade.

Em algumas doenças autoimunes, como o lúpus, há um ciclo de amplificação, onde a inflamação e a ativação imunológica são auto-sustentáveis. Isso significa que quanto mais o sistema imunológico ataca os tecidos, mais danos são causados e mais o sistema imunológico é ativado, resultando em um ciclo contínuo de inflamação e dano.

Quais são as principais doenças autoimunes?

Existem muitas doenças autoimunes diferentes, e a lista de condições autoimunes reconhecidas continua a crescer à medida que a pesquisa avança.

Separei algumas das principais doenças autoimunes que são amplamente reconhecidas e estudadas:

  • Lúpus eritematoso sistêmico (LES)
  • Artrite reumatoide (AR)
  • Esclerose múltipla (EM)
  • Doença de Crohn e colite ulcerativa
  • Diabetes tipo 1
  • Doença celíaca
  • Esclerose sistêmica (esclerodermia)
  • Doença de Hashimoto
  • Miastenia gravis
  • Doença de Sjögren
  • Psoríase
  • Doença de Addison
  • Vitiligo
  • Dermatomiosite
  • Púrpura trombocitopênica idiopática (PTI)

Lúpus eritematoso sistêmico (LES):  diagnóstico e tratamento:

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), frequentemente referido simplesmente como “lúpus”, é uma doença autoimune crônica e complexa que pode afetar múltiplos órgãos e sistemas do corpo.

Nesta condição, o sistema imunológico do organismo ataca células e tecidos saudáveis, levando à inflamação e ao dano em vários órgãos e tecidos. O LES pode variar em gravidade, com alguns pacientes apresentando sintomas leves e outros enfrentando complicações mais graves.

Quais os sintomas do LES?

Os sintomas do LES podem ser diversos e incluir:

  • Fadiga
  • Dor nas articulações
  • Febre
  • Erupções cutâneas (geralmente em forma de borboleta no rosto)
  • Fotossensibilidade (sensibilidade à luz solar)
  • Ulcerações na boca e nasais
  • Dores musculares
  • Inflamação em órgãos internos como rins, coração, pulmões e sistema nervoso
  • Além de outros sintomas variados.

Diagnóstico:

O diagnóstico do Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) pode ser desafiador, pois os sintomas podem variar amplamente e imitar outras condições médicas.

O processo de diagnóstico do LES geralmente envolve uma combinação de história clínica, exame físico, exames de sangue, exames de imagem e, às vezes, avaliação de biópsias. Separei os principais componentes do diagnóstico do LES:

  • História clínica e exame Físico
  • Exames de Sangue: os exames de sangue são uma parte importante do diagnóstico do LES. Alguns dos testes laboratoriais que podem ser solicitados incluem: anticorpo antinuclear (ANA)anticorpos específicos. Além do ANA, são avaliados anticorpos específicos, como o anti-dsDNA (anti-DNA de cadeia dupla) e o anti-Sm (anti-Smith), que são marcadores mais específicos para o LES
  • Exames de Imagem: Em alguns casos, o médico pode solicitar exames de imagem, como radiografias, ultrassonografias ou ressonância magnética, para avaliar o envolvimento das articulações ou outros órgãos afetado

Como tratar LES?

O tratamento do LES visa controlar a inflamação e minimizar os danos aos órgãos afetados. Isso geralmente envolve o uso de medicamentos imunossupressores, anti-inflamatórios e esteroides.

O tratamento é altamente individualizado e pode variar dependendo da gravidade da doença e dos órgãos envolvidos.

Artrite reumatoide (AR): como fazer o diagnóstico?

A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença autoimune crônica que afeta as articulações do corpo, causando:

  • Inflamação
  • Dor
  • Rigidez
  • Danos articulares

É uma das formas mais comuns de artrite autoimune e tende a afetar predominantemente as articulações, embora possa também ter efeitos sistêmicos em todo o corpo.

Como fazer o diagnóstico da artrite reumatoide?

O diagnóstico da AR é baseado em uma combinação de:

  • Exame físico
  • História clínica
  • Exames laboratoriais (como o fator reumatoide e o anticorpo antipeptídeo citrulinado cíclico)
  • Exames de imagem, como radiografias e ultrassonografias das articulações.

Tratamento:

O tratamento da AR visa aliviar a dor, controlar a inflamação e retardar ou prevenir o dano articular.

Isso geralmente envolve o uso de medicamentos, como:

  • Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
  • Medicamentos modificadores da doença (DMARDs)
  • Em casos mais graves, medicamentos biológicos

A fisioterapia e a terapia ocupacional também podem desempenhar um papel importante no manejo da AR.

Esclerose múltipla (EM): ataque ao sistema nervoso central:

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica e autoimune que afeta o sistema nervoso central (SNC), incluindo o cérebro e a medula espinhal.

Nesta condição, o sistema imunológico ataca erroneamente a mielina, uma substância que reveste e protege as fibras nervosas, resultando em inflamação, danos às fibras nervosas e cicatrizes (esclerose). Isso interfere na comunicação entre o cérebro, a medula espinhal e outras partes do corpo.

Existem vários tipos de EM, separei aqui as mais comuns:

  • EM Recorrente-Remitente (EMRR): caracterizada por surtos de sintomas seguidos de períodos de remissão
  • EM Secundária Progressiva (EMSP): começa como EMRR e evolui gradualmente para uma forma progressiva

Quais os sintomas da esclerose múltipla?

Os sintomas da EM podem variar amplamente e incluir:

  • Fadiga
  • Dificuldades de coordenação
  • Fraqueza muscular
  • Problemas de visão, como visão turva ou diplopia
  • Dormência ou formigamento
  • Problemas de equilíbrio e coordenação
  • Disfunção da bexiga e intestinos
  • Alterações cognitivas e emocionais, como depressão e ansiedade.

Doença de Crohn: definição e sintomas:

A Doença de Crohn e a Colite Ulcerativa são duas doenças inflamatórias intestinais (DII) crônicas que afetam o sistema gastrointestinal. Ambas as condições envolvem inflamação crônica, mas têm diferenças significativas em termos de localização, padrão de inflamação e sintomas.

A doença de Crohn pode afetar qualquer parte do trato digestivo, desde a boca até o ânus. No entanto, é mais comum na parte inferior do intestino delgado (íleo) e no cólon.

A inflamação na doença de Crohn é caracterizada por áreas afetadas intercaladas com áreas saudáveis (inflamação em “saltos”). Isso pode resultar em complicações, como estreitamento (estenose) e formação de fístulas.

Sintomas da doença de Crohn:

Separei alguns sintomas da Doença de Crohn mais comuns:

  • Dor abdominal
  • Diarreia crônica
  • Perda de peso
  • Fadiga
  • Sangramento retal
  • Febre

Em casos mais graves, fístulas ou abscessos.

Doença celíaca: como fazer o diagnóstico:

A doença celíaca é uma condição autoimune crônica que afeta o trato gastrointestinal e é desencadeada pela ingestão de glúten, uma proteína encontrada em cereais como trigo, cevada e centeio.

Quando uma pessoa com doença celíaca consome glúten, o sistema imunológico responde de forma anormal, causando danos à mucosa do intestino delgado e levando a uma série de sintomas e complicações.

Os sintomas da doença celíaca podem variar amplamente e afetar diferentes sistemas do corpo. Separei alguns dos sintomas mais comuns:

  • Diarreia crônica
  • Dor abdominal
  • Inchaço
  • Fadiga
  • Perda de peso
  • Anemia
  • Erupções cutâneas
  • Depressão
  • Irritabilidade

Como fazer o diagnóstico:

O diagnóstico da doença celíaca envolve uma combinação de exames clínicos e testes laboratoriais.

Isso inclui a realização de exames de sangue para detectar anticorpos específicos, como anti-anticorpos antiendomísio (EMA) e anticorpos antitransglutaminase tecidual (tTG), que podem estar elevados em pessoas com doença celíaca.

Geralmente para se ter uma confirmação mais concreta é preciso fazer uma biópsia do intestino delgado, para poder avaliar as lesões. 


O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?