sábado, julho 6

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?

Entre os micronutrientes mais importante para à vida é o ferro,  se destaca como um dos mais relevantes, estando envolvido na estrutura de diversos componentes orgânicos. Praticamente todos os seres vivos dependem de ferro para as boas reações metabólicas.

O metabolismo do ferro envolve a absorção, transporte, armazenamento e uso do ferro no organismo, mas é controlado principalmente através da absorção e não pela excreção do íon. O ferro é perdido apenas através de hemorragias ou da eliminação de células velhas e/ou defeituosas.

Mulheres (que não menstruam) e homens perdem cerca de 1 mg de ferro por dia, quantidade que deve ser reposta por meio da alimentação ou da suplementação medicamentosa da substância.

QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DO FERRO NO ORGANISMO?

Nas partes biológicas que contêm ferro, ele se encontra inserido em estruturas conhecidas como grupo heme e centros ferro-enxofre, para citar só as de maior importância. O ferro é essencial para a formação de hemoglobina, uma proteína presente nos glóbulos vermelhos, responsável por transportar oxigênio pelos vasos sanguíneos e pela distribuição dele por todo o organismo. A presença do ferro também é importante nos grupos heme das mioglobinas (proteínas musculares), propiciando um armazenamento de oxigênio nos músculos. Entretanto, a atividade biológica de maior importância do ferro está relacionada à sua alta efetivada em reações de oxirredução que ocorrem na cadeia respiratória mitocondrial.

O corpo humano tem mecanismos para regular a absorção de ferro, a fim de evitar a acumulação excessiva e para garantir que haja quantidade suficiente disponível para as necessidades do corpo.

O consumo de ferro é essencial para que as células mantenham um aporte energético adequado à vida. No entanto, muitos seres vivos não conseguem aproveitar diretamente a abundância do ferro existente na Terra, pois a atmosfera terrestre é muito oxidante e a maior parte do ferro está na forma de óxidos de ferro, que não são absorvidos pelas células, e os íons de ferro estão frequentemente na forma oxidada Fe3+, que necessitam de tratamento enzimático para serem utilizados, sendo também menos solúveis devido ao equilíbrio químico que estabelecem com a hidroxila da água, formando-se hidróxido de ferro.

Então, deve-se considerar apenas o ferro biodisponível, o qual está comumente associado a moléculas orgânicas ingeridas na alimentação, como as mioglobinas da carne e as proteínas da cadeia respiratória mitocondrial, dentre outras.

COMO O ORGANISMO OBTÉM FERRO?

O ferro utilizado pelo organismo é obtido de duas fontes principais: (1) da dieta e (2) da reciclagem de hemácias senescentes. Quanto à dieta, os principais alimentos ricos em ferro são as carnes (carnes vermelhas, frango, peixes e crustáceos), gema de ovo, feijão e outras leguminosas e os vegetais verde-escuros. No que se refere às frutas, as mais ricas em ferro são, em ordem decrescente, o damasco seco, a uva-passa e o coco seco. Ele também pode ser encontrado em pistaches, nozes, amendoins, amêndoas, castanhas do Pará, ameixas e outros alimentos.

As hemácias são destruídas pelo baço a cada 90 dias (sendo substituídas pelo sistema hematopoiético), liberando o seu conteúdo em ferro.

No que diz respeito aos remédios, existem várias medicações contendo ferro, alguns exemplos dos quais incluem sulfato ferroso, fumaratos ferrosos, gluconato ferroso e polimaltose ferroso. A absorção do ferro ingerido se dá principalmente pelo epitélio duodenal e no jejuno.

Uma vez introduzido no organismo humano, o transporte e o armazenamento do ferro são feitos principalmente pela transferrina e ferritina. A função da transferrina é transportar os átomos de ferro ao longo das vias circulatórias e entregá-los aos tecidos, sobretudo à medula óssea. Certa quantidade de ferro é armazenada como ferritina e hemossiderina, mas em quantidades muito variáveis, conforme a situação das reservas desse elemento no organismo humano.

A ferritina é um complexo proteico hidrossolúvel, contendo cerca de 20% da sua massa em ferro. A hemossiderina é um complexo proteico insolúvel de ferro, contendo até 37% em massa de ferro. Esse elemento químico também está presente na musculatura do organismo humano, sob a forma de mioglobina. 

QUAIS SÃO AS REPERCUSSÕES ORGÂNICAS DA FALTA OU EXCESSO FERRO?

A quantidade diária necessária de ferro varia com a idade e o sexo e é sensivelmente maior na gravidez. Os níveis normais de ferro no sangue de um homem adulto geralmente ficam entre 60 a 160 mcg/dL (microgramas por decilitro) e entre 40 a 150 mcg/dL para mulheres. A deficiência de ferro é uma condição comum que pode levar à anemia.

Como quase todo o ferro do organismo está localizado na hemoglobina dos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias), os sangramentos crônicos e reiterados tornam-se a causa principal das deficiências de ferro. Em adultos, a deficiência de ferro geralmente resulta da perda de sangue (incluindo sangramento da menstruação), mas em crianças e gestantes pode resultar de uma dieta inadequada.

Com a deficiência de ferro, desenvolve-se a anemia, uma condição em que o corpo não tem glóbulos vermelhos saudáveis suficientes para transportar oxigênio para os tecidos, fazendo com que a pessoa se sinta fraca e cansada. Os sintomas da deficiência de ferro, incluindo a anemia, são:

fadiga;
fraqueza;
palidez;
dificuldade de concentração;
dificuldade de respiração;
dor de cabeça;
tontura;
sensação de formigamento ou dor nos braços e pernas;
dor no peito;
batimento cardíaco rápido;
unhas quebradiças;
e infecções frequentes.

Já o excesso de ferro no organismo pode causar danos aos órgãos e aumentar o risco de doenças crônicas. Sua forma mais conhecida é chamada hiperferritinemia, que pode ser causada por várias condições, incluindo doenças genéticas como a síndrome de hemocromatose, ou por outras condições, como o uso prolongado de suplementos de ferro. Os sintomas de excesso de ferro podem incluir:

dor abdominal;
náusea;
vômitos;
diarreia;
perda de apetite;
cansaço;
fraqueza;
dores de cabeça;
pele amarelada (icterícia);
e alterações na cor da urina.
A hiperferritinemia pode levar a complicações graves, incluindo danos no fígado, cérebro e coração. O tratamento envolve a redução da ingestão de ferro e, em casos graves, a remoção do ferro do corpo.

terça-feira, junho 11

ANEMIA: ALGUNS SUCOS QUE PODEM SER TOMADOS PARA COMBATER OS SINTOMAS DA ANEMIA

Os sucos de frutas cítricas e vegetais folhosos de cor verde escura são excelentes para curar a anemia ferropriva porque são ricos em ferro e vitamina C, nutrientes que ajudam a absorver melhor o ferro. Ao consumir qualquer um desses sucos, os sintomas de anemia, como tontura, fraqueza e palidez, tendem a desaparecer.

Estes sucos podem ser ingeridos diariamente mas não devem ser a única forma de tratamento, sendo importante também o consumo diário de alimentos ricos em ferro como bife de fígado, carne de vaca e gema de ovo.

Caso os sintomas da anemia permaneçam mesmo após a alimentação adequada, é importante consultar um médico para investigar o tipo de anemia e indicar tratamento mais adequado que pode incluir o uso de suplementos ou medicamentos. 

Alguns sucos que podem ser tomados para combater os sintomas de anemia são:

1 ) ABACAXI E SALSINHA:

O suco de abacaxi e salsinha é ótimo para anemia, já que é rico em ferro e vitamina C, que é essencial para a absorção do ferro, aliviando e combatendo os sintomas de anemia.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 3 rodelas de abacaxi, 1/2 xícara de salsinha e 1/2 copo de água. Em seguida, beber assim que ficar pronto para evitar que a vitamina C seja oxidada e o suco perca suas propriedades.

2 ) LARANJA E ESPINAFRE:

O suco de laranja e espinafre , além de conter ferro e vitamina C, também possui vitaminas do complexo B, vitamina A, magnésio, potássio, antioxidantes e outros oligoelementos, sendo uma ótima opção para tratar a anemia.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 1 xícara de suco de laranja e 1/2 xícara de folhas de espinafre e beber em seguida.

3 ) LARANJA, AGRIÃO E MORANGO:

O suco de laranja, agrião e morango é rico em vitaminas e minerais que ajudam a fortalecer o sistema imune e a melhorar o cansaço, combatendo os sintomas da anemia. É possível também acrescentar sementes de abóbora, garantindo assim outros nutrientes, como a vitamina K, zinco e magnésio.


MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 1 xícara de agrião, 1 copo de suco de laranja e 6 morangos e beber logo depois. No caso de se desejar adicionar as sementes de abóbora, é indicado acrescentar 2 colheres de sopa antes de bater o suco no liquidificador.

4) LIMÃO, COUVE E BRÓCOLIS:

Esse suco é ótimo para combater a anemia, pois o brócolis é rico em vitamina C e carotenoides, além de conter ferro. Já a couve, é rica em ferro, vitamina C, vitamina A, magnésio e clorofila, ajudando a aumentar o nível de oxigênio e a quantidade de hemácias circulantes no sangue.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador o suco de 1 limão, 2 folhas de couve e 1 ramo de brócolis e beber depois.

5 ) ABACAXI, CENOURA, ABACATE E ESPINAFRE:

O suco de abacaxi, cenoura e espinafre ajudam a aumentar a quantidade de ferro no sangue e, assim, aumentar a hemoglobina e a quantidade de oxigênio circulantes no sangue, sendo muito eficaz no combate e prevenção da anemia. Já o abacate ajuda a melhorar o cansaço, a fraqueza e a indisposição devido a sua quantidade de vitaminas e minerais.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 7 folhas de espinafre, 3 cenouras, 1/4 de abacaxi e 1 copo de água e beber logo depois de pronto para que o suco não perca suas propriedades.

6 ) VITAMINA DE LARANJA, PÊSSEGO E TANCHAGEM:

O pêssego é uma fruta rica em ferro, betacarotenos, vitamina C e potássio. A tanchagem é uma planta natural que contém ferro e flavonoides e quando consumida juntamente com a laranja pode ajudar no tratamento da anemia.

MODO DE PREPARO: Bater 6 pêssegos, 1 laranja e 1 talo de tanchagem no liquidificador e beber em seguida. 

7 ) MARACUJÁ E SALSINHA:

O suco de maracujá e salsinha é ótimo para diminuir os sintomas da anemia, principalmente pelo fato da salsinha ser rica em ferro e ácido fólico, sendo muito eficaz no tratamento contra a anemia.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 1 maracujá grande, 1 copo de água e 2 colheres de salsinha e beber em seguida.

8 ) LARANJA, CENOURA E BETERRABA:

A beterraba é um poderoso depurativo e excelente fonte de vitamina B6, colina, ferro, sódio e potássio, favorecendo a formação dos glóbulos vermelhos do sangue. A cenoura é rica em vitamina A e outras vitaminas, como B, C, D, E e K, que são importantes para o bom funcionamento do organismo.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 6 laranjas, 1 beterraba e 1 cenoura e beber logo em seguida.

9 ) ACEROLA E COUVE:

O suco de acerola e couve é rico em vitamina A, vitaminas do complexo B, cálcio e ferro, sendo ótimo para tratar a anemia e combater os sintomas.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 10 acerolas, 1 folha de couve e 1/2 copo de água e beber em seguida.

10 ) CLORELA, MAÇÃ VERDE E LIMÃO:

A clorela é uma microalga muito rica em ferro e outros nutrientes e, juntamente com a maçã verde e limão, fornece vitaminas e minerais, sendo um excelente suco para a ajudar a tratar a anemia.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificados 2 colheres de sopa de clorela em pó, 1 maçã verde cortada em cubos, 1/2 limão espremido, 1 copo de água de coco, 1 pitada de gengibre e, se desejar, 2 cubos de gelo, e beber em seguida.

11 ) SPIRULINA, MIRTILO E BANANA:

A spirulina é uma microalga de cor azul muito rica em nutrientes, incluindo ferro, e, juntamente com os mirtilos e a banana, que são  frutas ricas em vitaminas e minerais, é possível obter um suco excelente para combater a anemia.

MODO DE PREPARO: Misturar no liquidificador 1 banana madura cortada, 100 gramas de mirtilos, 1 copo e meio de bebida vegetal, 1 colher de sopa de spirulina em pó e beber logo em seguida.

12 ) BETERRABA, MANGA E GERGELIM:

A beterraba, juntamente com as sementes de gergelim e a manga fornecem excelentes nutrientes para o corpo, como ferro, vitamina C e vitaminas do complexo B, sendo uma ótima opção para combater ou prevenir a anemia.

MODO DE PREPARO: Misturar no liquidificador 1 beterraba crua, 2 laranjas, 50 gramas de polpa de manga e 1 colher de chá de sementes de gergelim, e beber a seguir.

13 ) ACELGA, MELÃO E LARANJA:

A acelga é um vegetal muito rico em ferro e ácido fólico, e o melão e a laranja são frutas ricas em vitamina C e outros minerais importantes para aumentar a absorção intestinal do ferro e melhorar as defesas do organismo, sendo um excelente suco para anemia.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 2 a 3 rodelas de melão, 1 xícara de acelga picada, suco de 1 laranja e 1/2 xícara de água ou leite de coco, e beber em seguida.

14 ) MORINGA, KIWI E MARACUJÁ:

A moringa é uma planta com grande teor de nutrientes, incluindo o ferro e vitamina C, que juntamente com o kiwi e o maracujá compõe uma excelente vitamina para prevenir e tratar a anemia.

MODO DE PREPARO: Misturar no liquidificador 1 colher de chá de moringa em pó, 1 kiwi, 1 maracujá e 1 copo de água de coco, e beber logo depois.

 " DEIXAS QUE O TEU ALIMENTO SEJA TUA MEDICINA".

sábado, junho 1

ANATOMIA DO FÍGADO

Sendo o fígado e as vias biliares locais frequentes de patologias que acometem uma grande parcela da população e causam grande morbimortalidade, é essencial conhecer a anatomia normal destas estruturas bem como sua inervação, drenagem linfática e irrigação  sanguínea, a fim de compreender melhor os sinais e sintomas dos pacientes e também para fornecer dados essenciais de interesse para os cirurgiões que atuam nessa região, caso haja a necessidade de realizar uma intervenção cirúrgica.

FÍGADO O QUE É?

O fígado é um órgão intraperitoneal e também é a maior glândula do corpo. Está localizado majoritariamente no quadrante superior direito, ocupando o hipocôndrio direito, o epigástrio e o hipocôndrio esquerdo. O fígado em condições normais apresenta-se inferiormente ao diafragma e profundamente a sétima e a décima primeira costelas no lado direito. A posição do fígado é mantida por diversos ligamentos, como o redondo do fígado, o falciforme, os coronários, os triangulares e o omento menor (o qual é formado pelos ligamentos hepatoduodenal e hepatogástrico). O omento menor tem grande importância já que contém a tríade portal (composta pelo ducto biliar, artéria hepática e veia porta hepática).

Externamente, o fígado é dividido anatomicamente em lobos direito e esquerdo e dois lobos acessórios (o quadrado e o caudado) segundo as reflexões do peritônio e os vasos que irrigam o fígado e a vesícula biliar. Além dessa divisão, ainda existe a divisão funcional do fígado, dividindo-o em parte direita e parte esquerda (lobos portais), cujos tamanhos são mais proporcionais do que os dos lobos anatômicos. Cada parte recebe seu próprio ramo primário da artéria hepática e veia porta, e é drenada por seu próprio ducto hepático. O fígado pode ser ainda subdividido em quatro divisões e depois em oito segmentos cirurgicamente ressecáveis, sendo cada um deles provido de um ramo da tríade portal.

VIAS BILIARES:

Os hepatócitos secretam a bile para os canalículos biliares, os quais drenam para os ductos biliares interlobulares e em seguida, para os ductos biliares coletores da tríade portal intra-hepática, que se fundem para formar os ductos hepáticos direito e esquerdo. Estes ductos se unem, originando o ducto hepático comum. Seguindo o caminho, o ducto cístico une a vesícula biliar ao hepático comum, formando assim o ducto colédoco (parte da tríade portal extra-hepática, do omento menor).

Após sua junção com o ducto pancreático no lado esquerdo da parte descendente do duodeno, o colédoco deságua no duodeno pela ampola de Vater (ou hepatopancreática). O músculo da porção distal do ducto colédoco é mais espesso, formando o esfíncter, que ao contrair impede a bile de seguir para o duodeno, refluindo até a vesícula biliar, onde é concentrada e armazenada.

A vesícula biliar (com sete a dez centímetros de comprimento), situa-se na porção ínfero-anterior do fígado na junção de seus lobos direito e esquerdo, na fossa da vesícula biliar. A vesícula é divida em três partes: o fundo, o corpo e o colo. No colo, pode ocorrer uma variação anatômica denominada de infundíbulo ou bolsa de Hartmann, uma dilatação que pode predispor à formação de cálculos.

INERVAÇÃO E DRENAGEM LINFÁTICA:

Os nervos do fígado têm origem no plexo hepático, o qual segue os ramos da artéria hepática e da veia porta até o fígado. Esse plexo é formado por fibras simpáticas (plexo celíaco) e parassimpáticas (tronco vagal), que tem como principal função a vasoconstrição. Os nervos para a vesícula biliar e para o ducto cístico acompanham a artéria cística, com origem no plexo nervoso celíaco (inervação simpática e fibras aferentes viscerais) e do nervo vago (parassimpático). O estímulo parassimpático ocasiona a contração da vesícula e também o relaxamento do esfíncter da ampola hepatopancreática. Esse estímulo é gerado pelo hormônio colecistocinina, produzido pela mucosa duodenal (após a ingestão de alimentos gordurosos). Por fim, o nervo frênico direito (fibras aferentes somáticas) leva impulsos de dor causados por distúrbios na vesícula biliar.

O fígado é um importante órgão produtor de linfa, dispondo de vasos linfáticos superficiais e profundos, os quais convergem em direção à porta do fígado. Os vasos linfáticos superficiais posteriores drenam a linfa para os ductos torácico e o linfático direito. Já os linfáticos superficiais anteriores e os linfáticos profundos drenam para a cisterna do quilo. A drenagem linfática da vesícula e das vias biliares segue para os linfonodos hepáticos, através dos linfonodos císticos dispostos próximos ao colo da vesícula biliar. Os vasos linfáticos eferentes desses linfonodos seguem até os linfonodos celíacos.

SUPRIMENTO VASCULAR:

A irrigação arterial da vesícula biliar, do ducto cístico e do colédoco provém principalmente da artéria cística (que tem origem na artéria hepática direita), enquanto a drenagem venosa geralmente entra diretamente no fígado ou na veia pancreaticoduodenal superior. O fígado, por sua vez, tem irrigação dupla aferente (como os pulmões), com um suprimento venoso dominante e um arterial menos expressivo. A veia porta (formada pela união das veias mesentérica superior e esplênica) conduz os nutrientes do sistema digestório  aos hepatócitos. O sangue da artéria hepática (ramo do tronco celíaco) representa apenas um quarto do sangue recebido pelo fígado, sendo distribuído principalmente para os ductos biliares intra-hepáticos. As veias hepáticas são formadas pela união das veias coletoras, as quais drenam as veias centrais do parênquima hepático, e encontram-se com a veia cava inferior, abaixo do diafragma. A ligação dessas veias à veia cava inferior ajuda a manter o fígado em sua posição.

A veia porta se comunica com o sistema venoso sistêmico através das anastomoses portossistêmicas. As anastomoses se formam entre o fígado, esôfago, região periumbilical, veias retroperitoneais e canal anal. 

Essa via alternativa fornece uma circulação colateral caso haja obstrução do fígado (por doença hepática) ou da veia porta (causada por um tumor, por exemplo), permitindo que o sangue do sistema digestório chegue ao coração pela veia cava inferior. Essa comunicação só é possível pela ausência de válvulas na veia porta e suas tributárias, permitindo o refluxo de sangue para a veia cava. No entanto, quando o volume de sangue nessas vias é excessivo, há a formação de varizes.

CONCLUSÃO:

O fígado, além de suas inúmeras atividades metabólicas, também tem importante papel na formação e secreção da bile que, através das vias biliares, chega ao duodeno e auxilia na emulsificação das gorduras. A produção de bile é contínua, e entre as refeições se acumula e é armazenada na vesícula biliar. O conhecimento da anatomia desses órgãos é essencial para o entendimento e a correlação entre a apresentação clínica dos pacientes e as estruturas anatômicas acometidas.

quinta-feira, maio 30

INTOLERÂNCIA A HISTAMINA: QUAL É A RELAÇÃO COM O PADRÃO ALIMENTAR

Na intolerância à histamina os sintomas envolvem queixas gastrointestinais funcionais, inespecíficas não alérgicas e até alterações extraintestinais. Esse quadro pode ser decorrente da alta ingestão de alimentos contendo histamina e da redução da capacidade da enzima responsável por metaboliza-la e degrada-la, denominada diamina oxidase (DAO). Para o diagnóstico definitivo são necessários avaliações padronizadas e/ou exames laboratoriais. A intervenção nutricional com redução de histamina e/ou suplementação oral com DAO pode auxiliar no tratamento e na melhora do quadro clínico.

HISTAMINA, ORIGEM, FUNÇÃO E FONTES ALIMENTARES:

A descarboxilação do aminoácido histidina resulta em histamina, estando a mesma presente no grupo de aminas biogênicas com putrescina, cadaverina e tiramina; as quais são produzidas através de fermentação bacteriana. No organismo, é sintetizada por mastócitos, plaquetas, basófilos e neurônios histaminérgicos a partir da hidrodinâmica.

Em níveis fisiológicos, a histamina está relacionada, principalmente, com a resposta imunológica no combate de patógenos, mas também está envolvida com regulação do ácido clorídrico (HCL), função intestinal, contração muscular e ainda é um neurotransmissor.

Suspeita-se que o excesso de histamina seja decorrente do consumo exagerado de alimentos e bebidas contendo a substância, pois os processos de fabricação e limpeza dos materiais; assim como a composição microbiana e a fermentação influenciam na quantidade de histamina contida.

Queijos maturados, carnes processadas e vinhos contêm quantidades exacerbadas de histamina. Além deles, pode-se listar mamão papaia, morango, abacaxi, berinjela, amendoim, tomate, espinafre, soja, lentilha, chá verde, chocolate, cacau, peixe, crustáceo, clara de ovo e carne de porco; além de vinagre, canela, cravo e pimenta.

PAPEL ENZIMÁTICO DA DAO:

A enzima DAO é sintetizada pelos enterócitos e é liberada na mucosa para o intestino, bem como para a circulação sanguínea durante a digestão. No trato gastrintestinal, DAO é a principal enzima responsável pela degradação da histamina ingerida e/ou gerada pela microbiota.

DIAGNÓSTICO DE INTOLERÂNCIA À HISTAMINA:

Apesar de comum, o diagnóstico clínico ainda é desafiador devido a falta de testes padronizados. A base é feita por meio de anamnese de todas as queixas relacionadas à intolerância, incluindo gastrointestinais, cardiovasculares, respiratórias e cutâneas.

O sintoma mais comum indicado pelos pacientes dos estudos foi o inchaço (acomete mais de 90% dos indivíduos), seguido de plenitude pós-prandial e diarreia (ambos em >70%), dor abdominal (>65%) e constipação (55%). Aqui os autores disponibilizam o questionário utilizado em muitos estudos analisados.

Outro ponto importante é que o diagnóstico pode ser apoiado por valores séricos de DAO inferiores a 10U/ml (normal >10U/ml); além da melhora dos sintomas ao seguir uma dieta com redução de histamina. Embora os níveis circulantes da enzima não estejam diretamente relacionados com sua atividade no intestino, a ciência aponta que existem evidências sugerindo o aumento dos níveis enzimáticos devido a uma dieta rigorosa com redução de histamina e/ou suplementação oral de DAO em pacientes com intolerância.

terça-feira, maio 28

MEMÓRIA: QUAIS SÃO OS TIPOS DE MEMÓRIAS E A UTILIZAÇÃO DE CADA UMA

A memória é o armazenamento de informações e fatos obtidos através de experiências ouvidas ou vividas. Relaciona-se fortemente à aprendizagem que é a obtenção de novos conhecimentos, pois utiliza a memória para reter tais informações no cérebro. Existem duas formas de adquirir e armazenar informações:

MEMÓRIA DE PROCEDIMENTO:

Utilizada para armazenar e verificar informações não verbalizadas como habilidades motoras, sensitivas ou intelectuais.

MEMÓRIA DECLARATIVA:

Utilizada para armazenar e relembrar fatos e/ou dados recebidos pelos sentidos, criação de idéias, raciocínios que se subdividem em:

MEMÓRIA IMEDIATA:

Sua duração é de poucos segundos, pois ao utilizá-la é descartada pelo cérebro. Pode ocorrer armazenamento de tais dados inconscientemente.

MEMÓRIA DE CURTO PRAZO:

Sua duração é de poucas horas e por este fato pode haver perda de suas informações se caso ocorrer algum tipo de agressão ao cérebro.

MEMÓRIA DE LONGO PRAZO:

Sua duração pode chegar a anos de forma definitiva onde se encontra toda nossa autobiografia e conhecimento adquirido ao longo da vida. Para isso, o cérebro utiliza mecanismos de repetições, recordações e idéias associativas.

O sistema de memorização envolve o lobo temporal, o neocórtex temporal, hipocampo, amígdala, tálamo, hipotálamo e córtex pré-frontal. Tais regiões cerebrais atuam como armazenadores que classificam fatos e eventos, estímulos sensoriais, respostas emocionais, resolução de problemas e comportamento.

A memória pode ser desenvolvida e estimulada com técnicas mentais, uma boa alimentação, cuidados com a ingestão de medicamentos e técnicas de relaxamento, exercícios físicos.

segunda-feira, maio 27

O QUE É PLASTICIDADE CEREBRAL?


O QUE É PLASTICIDADE CEREBRAL?

Plasticidade foi introduzido por volta de 1930, por um fisiologista alemão? Treinos de exercício para nosso cérebro já aparecem em relatos do século XVIII, porém, esse termo nunca foi tão usado como hoje. Quando falamos em plasticidade, estamos indicando a capacidade de nosso organismo adaptar-se às mudanças ambientais (externas e internas) com o auxílio de diferentes órgãos comandados pelo nosso SNC (sistema nervoso central). Graças à essa incrível capacidade, crianças que sofreram acidentes graves que, muitas vezes, resultaram em perda de massa encefálica ou perdas na capacidade de movimentarem-se, falarem ou ouvirem, por exemplo, podem se recuperar, chegando bem à idade adulta, de forma semelhante àquelas que não passaram pelo mesmo sofrimento.

Uma vez que nosso cérebro tem a incrível capacidade de se  (autorreorganizar ), sendo mediado pelo meio em que vivemos, a cada nova experiência temos possibilidade de estimular novas conexões ou ( sinapses ). 

Quando estimulados, aprendemos e nosso cérebro se modifica no formato e na função. Por isso, é importante conhecermos sobre plasticidade cerebral e sobre o quanto atividades que nos estimulam  são importantes para nosso desenvolvimento.

Assim como as experiências de sofrimento podem impactar o funcionamento de nosso sistema nervoso, mudanças significativas em neuroplasticidade cerebral ocorrem como consequência de processo terapêuticos. Há quase um século, pesquisadores já afirmava que tanto os comportamentos observáveis quanto aqueles que acontecem (sob a pele do organismo que não são vistos, mas sentidos) são regidos pelos mesmos princípios. Pensar, sentir e agir tem funções específicas na forma como cada um interage com o meio.  Assim, entendemos que sendo dotados de flexibilidade seremos sempre, cada um dentro de seus limites, capazes de reabilitação ou adaptação.

Alterações de comportamento provocadas pela psicoterapia têm sido evidenciadas em estudos com utilização de neuroimagem, demonstrando restauração de caminhos neurais, que estavam com seu funcionamento alterado. 

Em diferentes transtornos, como ocorre no caso do TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), Transtornos Depressivos ou de Ansiedade, como os de Pânico e Agorafobia, a literatura científica aponta a capacidade de neuromodulação (normalização da ativação cerebral ), por meio das mudanças nos mecanismos do medo. De forma oposta, ocorre a intensificação ou ( cronificação ) de alguns quadros, quando não há tratamento efetivo. Por meio do processo psicoterapêutico, terapeuta e cliente vão manejando possibilidades de forma a estimularem mudanças funcionais, a depender das necessidades apresentadas.  

Este é um caminho que precisamos percorrer, não somente pelas possibilidades alcançadas, mas sobretudo por cada etapa construída no processo, que pode ser tanto sentida como observada.

domingo, maio 26

NEUROCIÊNCIA DO COMPORTAMENTO HUMANO

O comportamento humano é um terreno fértil para a exploração da neurociência moderna. O estudo do cérebro e sua relação com as ações e reações humanas é fascinante, e suas implicações são profundas. À medida que nos aprofundamos nesse campo, descobrimos novas maneiras de entender e até mesmo moldar o comportamento humano.

A REVOLUÇÃO DA ANÁLISE COMPORTAMENTAL BASEADA NO CÉREBRO:

Em um mundo onde os questionários autorrespondentes muitas vezes deixam lacunas, a análise do comportamento com base na neurociência promete uma abordagem mais precisa e objetiva. O comportamento humano é complexo, e a neurociência oferece ferramentas poderosas para decifrar seus segredos.

Os avanços tecnológicos estão nos aproximando da capacidade de analisar o comportamento com base no funcionamento cerebral. Áreas específicas do cérebro já estão sendo associadas a traços de personalidade e habilidades emocionais. Funções como atenção e disciplina podem ser avaliadas por meio de exames funcionais do cérebro.

PROMESSA PARA ESTIMULAÇÃO CÉREBRAL:

O futuro parece promissor com a incorporação de tecnologia na estimulação cerebral para moldar comportamentos desejados. Estamos caminhando para implantes de chips, estimulação magnética e medicamentos desenvolvidos especificamente para esse propósito. A conexão direta entre cérebros e máquinas também é uma possibilidade empolgante.

NEUROFEEDBACK: O QUE VAI MOLDAR O CÉREBRO PARA O SUCESSO:

Uma estratégia promissora é o neurofeedback, que utiliza eletroencefalogramas para monitorar a atividade cerebral. Protocolos de estimulação por imagens e sons podem reprogramar a forma como nosso cérebro lida com situações específicas. Embora seja uma ferramenta poderosa, deve ser usada com cuidado e orientação profissional.

FAZENDO USO DE ACELERADORES CONGNITIVOS:

Outra abordagem que está ganhando destaque é o uso de medicamentos originalmente destinados ao tratamento do déficit de atenção. Pessoas que precisam de um impulso extra de atenção e concentração estão recorrendo a esses “aceleradores cognitivos”. No entanto, seu uso é controverso, e seus efeitos a longo prazo ainda são desconhecidos.

DESCOBRINDO OS MISTÉRIOS DO COMPORTAMENTO HUMANO:

A neurociência revelou que nossos cérebros são incrivelmente maleáveis, moldando-se em resposta à interação entre nossa genética e o ambiente que nos rodeia. O autoconhecimento torna-se essencial à medida que buscamos atingir todo o potencial de nosso cérebro.

À medida que exploramos as complexidades do comportamento humano com base na neurociência, estamos abrindo novos horizontes. Essas descobertas têm o potencial de transformar como recrutamos, treinamos e desenvolvemos pessoas. Embora enfrentemos desafios éticos e científicos, o poder da neurociência está moldando o futuro do comportamento humano de maneiras emocionantes e inovadoras.

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?