domingo, junho 19

O ARREPENDIMENTO E O PEDIDO DE PERDÃO: ( TEXTO SALMO: 51 )

Neste estudo de Salmo 51  veremos que Davi sempre manteve uma proximidade e intimidade com o senhor, entretanto, como todo ser humano acabou caindo em tentação e pecou.

Porém, Davi teve a humildade de se arrepender e se confessar com o senhor. Isso nos mostra que às vezes por mais que sejamos próximos a Deus, pode ser que venhamos a fraquejar, entretanto, o importante é que nos arrependamos e façamos as pazes com nosso pai, nos justiçando e não errando mais.

Davi sempre foi um homem que vivia em oração e havia justiça em seu coração, assim como retidão ao senhor.

Então, aos 40 anos ele foi coroado rei de Jerusalém devido a sua fidelidade ao senhor e seu arrependimento.

Este salmo tem um cenário histórico claramente definido: Davi confessa seus pecados após ter sido confrontado pelo profeta Natã (2Sm 12:1, o papo de fundo completo destes pecados está em 2Sm 11-12).

Tal como em outros salmos com cenário específico (como o Salmo 18 ), a linguagem deste salmo é geral o bastante para o salmo poder ser aplicado em outros contextos. Isso se encaixa no propósito dos salmos e suas diversas aplicações.

v. 1 Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade, segundo a multidão das tuas tenras misericórdias, apaga as minhas transgressões.

v. 2 Lava-me completamente de minha iniquidade, e limpa-me do meu pecado.

Apaga… lava-me e limpa-me são termos que indicam perdão, o principal pedido de Davi (ver nota em Sl 31:1-2 para termos semelhantes).

Davi dependia totalmente da misericórdia de Deus, evidenciada nos termos misericórdia… benignidade e tenras misericórdias. No caso de Davi, seus pecados foram tão graves que seu sacrifício não era aceitável (v. 16).

De acordo com as leis de Deus, pecados deliberados e premeditados como o adultério e o assassinato eram chamados de pecados “à mão levantada” (“com atitude desafiadora”, ver em Nm 15:30-31).

O castigo disso era ser          “eliminado” da comunidade, o que em muitos casos significava morte (ver nota em Sl 31-22 ).

v. 3 Porque eu reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.

Os v.3-5 reconhecem o pecado mas não o especificam, permitindo que este salmo fosse usado em diferentes contextos.

Minhas transgressões está em uma posição enfática no texto hebraico, mostrando que este é o principal foco da atenção nesta confissão.

v. 4 Contra ti, somente contra ti eu pequei, e cometi este mal à tua vista; para que tu pudesses ser justificado quando falares, e ser claro quando julgares.

A declaração contra ti não significa que outros não estavam envolvidos nas consequências do pecado, e sim que, mesmo pecando contra outros, a maior afronta foi contra o próprio Deus.

Está claro que era essa a ênfase de Davi quando foi confrontado com seu pecado (2Sm 12:13).

v. 5 Eis que fui moldado na iniquidade, e em pecado minha mãe me concebeu.

Este versículo tem dado origem a uma série de interpretações. Alguns interpretam que casar-se e ter filhos é uma maldição; mas isso é insustentável à luz do restante das Escrituras (Sl 127-3 ), (Hb 13:4).

Outra interpretação é que o versículo se refere a um pecado específico, talvez adultério, cometido pela mãe de Davi, mas não há evidência disso nos textos bíblicos.

Outros ligam este versículo à impureza cerimonial no nascimento (Lv 12:2), (Lv 15:18), mas isso não é o mesmo que pecar.

Ainda outros dizem que Davi está usando um exagero retórico a fim de descrever sua pecaminosidade. Uma das interpretações mais comuns na história cristã é que este versículo ensina a doutrina do pecado original.

Embora não vise identificar exatamente a origem da pecaminosidade humana com eventos da concepção biológica, Davi reconhece que o pecado permeia a humanidade como condição universal desde o início de nossa existência.

O pecado está em todos e em toda parte, e Davi confessou que o pecado estava nele desde o nascimento.

Longe de ser um motivo de desculpa (i.e., “Por que sou culpado de meus pecados se nasci assim?”), a confissão de Davi contrasta os caminhos “justos” de Deus (v.4) com os caminhos inerentemente maus dos homens.

v. 6 Eis que tu desejas a verdade no íntimo, e na parte escondida tu me farás conhecer a sabedoria.

v. 7 Purifica-me com hissopo, e serei limpo; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve.

Deus deseja que a obediência a seus mandamentos venha no íntimo. Yahuah é a fonte da sabedoria (Pv 2-6 ), mas ela deve falar ao coração da pessoa.

Isso lembra a ideia dos mandamentos de Deus habitando no coração (ver nota em Sl 37-31 ).

v. 8 Faz-me ouvir a felicidade e a alegria; que os ossos que tu quebraste possam se regozijar.

Costuma-se mencionar ossos em contextos de sofrimento (ver nota em Sl 34-20 ).

v. 9 Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades.

Esconder a face significa perdoar e esquecer (v. 1-2).

v. 10 Cria em mim um coração limpo, ó Deus, e renova um espírito correto dentro de mim.

Renovar o coração e o espírito são figuras comuns que representam não apenas perdão (v. 1-2,7-9), mas também uma mudança que capacita a pessoa a viver em obediência aos mandamentos de Yahuah (1Sm 10:6), (1Sm 9), (Jr 32:39), (Ez 36:26).

v. 11 Não me expulses da tua presença, e não toma de mim o teu santo Espírito.

v. 12 Restaura-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito livre.

Para alguns, santo Espírito denota a presença de Yahuah. No entanto, no contexto maior do texto bíblico, parece que a expressão se refere ao próprio Deus (Is 63:10-14), assim como “coração” e “espírito” se referem ao homem.

A divisão entre as pessoas da Divindade (a Trindade) não é um conceito desenvolvido no antigo testamento, embora alguns textos como este permitam a instituição da doutrina à medida que a revelação de Deus avança no novo testamento (p.ex., Mt 316-17, em que Pai, filho e Espírito estão presentes, mas diferenciados, no batismo de Jesus).

v. 13 Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos; e os pecadores se converterão a ti.

v. 14 Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, tu Deus da minha salvação, e a minha língua cantará alto a tua justiça.

v. 15 Ó Senhor, abre os meus lábios, e a minha boca manifestará o teu louvor.

Louvar a Deus publicamente e ensinar a outros sobre ele faz parte da resposta ao livramento de Deus na vida de uma pessoa (ver nota em Sl 22:22-24).

v. 16 Pois tu não desejas sacrifício, senão eu o daria; tu não te agradas com ofertas queimadas.

v. 17 Os sacrifícios para Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, tu não desprezarás.

Deus deseja um espírito (ou coração) quebrantado, e não atos de sacrifício (ver nota em Sl 34-15  e Sl 40-6-8 ).

v. 18 Faz o bem em teu bom prazer a Sião; constrói tu os muros de Jerusalém.

Alguns pensam que constrói tu os muros se refere ao tempo de Neemias, mas isso não é obrigatório se o uso for figurado.

A expressão apenas se refere a fortalecer Sião, onde Yahuah habitava no meio de Seu povo (Sl 65:1).

v. 19 Então te agradarás com os sacrifícios de justiça, com a oferta queimada e a oferta queimada por inteiro; então oferecerão novilhos sobre o teu altar. 

Sacrifícios de justiça deve ter ligação com os v. 16-17, indicando pessoas que faziam ofertas com a motivação certa (ver notas em Sl 40:4-8 ).

O salmo 51 estudo refere-se ao arrependimento de Davi diante de Deus. Com isso, mesmo sendo um homem que tinha um relacionamento com o senhor, ele acabou caindo em tentação e pecando.

Então, o que podemos concluir com isso? Que muitas vezes mesmo fazendo nossas orações e estando próximo ao nosso Deus, é possível que venhamos cair.

Exatamente por haver essa possibilidade, devemos nos apegar ainda mais com Deus, com todo nosso coração e vigiar nossos corações e pensamentos.

E se mesmo assim, cairmos, devemos imediatamente nos levantar e pedir auxílio ao senhor, nos confessando e nos arrependendo de todo o coração.

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