sábado, julho 2

DEUS É BOM E A SUA BENIGNIDADE DURA PARA SEMPRE; TEXTO ( SALMO 89 )

Deus é bom! É comum ouvir essa expressão quando alguém reconhece que recebeu alguma coisa boa na vida, ou foi livrada de alguma tragédia. Quando tudo vai bem na vida, as palavras “graças a Deus” deslizam sobre os nossos lábios. Mas, em tempos difíceis e cheios de angústia, é mais fácil sentir dó de nós mesmos e perguntar “por quê, Senhor?”

Deus é bom somente quando a nossa vida é boa, ou continua sendo bom mesmo quando nos deixa sofrer?

O Salmo 89 pergunta sobre o sofrimento do povo de Deus, desejando um fim para sua angústia, mas somente depois de oferecer louvor por sua eterna bondade. Etã, o autor do Salmo, compreendeu que Deus é bom, sempre, independente da circunstância das pessoas.

Esse Salmo obviamente trata da circunstância do povo de Judá depois da queda de Jerusalém à Babilônia (que aconteceu em 586 a.C.). Se o autor for o mesmo Etã citado em 1 Crônicas 15:17 e 19, o salmo seria profético. Se for outro homem do mesmo nome, pode ser que escreveu do contexto do cativeiro na Babilônia. Em qualquer dos casos, o Salmo oferece um excelente equilíbrio entre louvor e súplica.

O salmista deixa clara, desde a primeira linha do hino, sua lealdade total ao Senhor. O questionamento que vem depois não pode ser visto como falta de fé, pois esse adorador compreende bem sua posição diante do eterno Criador do céu e da terra. Ele inicia com estas palavras: “Cantarei para sempre as tuas misericórdias, ó SENHOR; os meus lábios proclamarão a todas as gerações a tua fidelidade. Pois disse eu: a benignidade está fundada para sempre” (versos 1 e 2).

Aproximadamente 70% desse Salmo relata a fidelidade de Deus na sua aliança com a casa de Davi, o segundo rei de Israel. Quando Deus rejeitou Saul por sua rebeldia, ele escolheu o caçula da família de Jessé para ser seu sucessor. Alguns anos depois, ele prometeu estabelecer o reino do descendente de Davi para sempre (2 Samuel 7:12-16). Etã fala dessa aliança eterna com Davi, uma promessa feita pelo incomparável Deus. O estudo daquela promessa esclarece o sentido desse Salmo, pois várias expressões encontradas nele vêm diretamente daquela promessa.

A aliança com a dinastia de Davi se estendeu, em um sentido, à nação. Se Deus estava protegendo o rei e sua posição, evidentemente agia como protetor de Israel: “Pois ao SENHOR pertence o nosso escudo, e ao Santo de Israel, o nosso rei” (verso 18).

Mesmo conhecendo a promessa a Davi ou, melhor, porque ele conheceu essa promessa, o autor não tinha dificuldade em entender os motivos do castigo da nação. Como relatado nos registros da história de Judá no Antigo Testamento, alguns dos descendentes de Davi foram rebeldes contra Deus. A promessa falou de castigo, mas não de rejeição total, no caso de desobediência (versos 30-37; 2 Samuel 7:14-15).

Em termos de reis terrestres em Jerusalém, a dinastia acabou quando a Babilônia foi usada por Deus para castigar Judá. Da perspectiva de Etã, pareceu que Deus havia quebrado a sua aliança: “Tu, porém, o repudiaste e o rejeitaste; e te indignaste com o teu ungido. Aborreceste a aliança com o teu servo; profanaste-lhe a coroa, arrojando-a para a terra. Arrasaste os seus muros todos; reduziste a ruínas as suas fortificações” (versos 38 a 40). Apesar dessa circunstância do povo, o salmista não perdeu sua confiança na promessa de Deus. Ele pergunta “Até quando?” e pede para Deus mostrar sua bondade para com o povo, mas não questiona a soberania nem a justiça do Senhor (versos 46 a 51).

A fé de Etã foi corretamente fundada na bondade e fidelidade de Deus. Séculos depois, o apóstolo Pedro explicou que as promessas não se referiam ao trono terrestre de Davi e seus descendentes, e sim ao trono celestial do descendente mais importante: Jesus Cristo (Atos 2:29-36). Quando Jesus venceu a morte e subiu para assumir seu lugar no céu, Deus cumpriu sua promessa. O descendente de Davi reina para sempre. 

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