terça-feira, janeiro 31

ESTUDO SOBRE A PLANTA MEDICINAL: " PHYSALIS ANGULATA L. " UMA PLANTA COM VÁRIAS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS:

Nome científico: 
Physalis angulata L.
Família: 
Solanaceae
Sinonímia científica: 
Physalis angulata var. ramosissima (Mill.) O.E. Schulz
Partes usadas: 
Toda a planta.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Compostos carotenoides, cumarinas, saponinas, glicosideos flavonoides, princípios amargos, alcaloides, bons teores de vitaminas A e C.
Propriedade terapêutica: 
Anti-inflamatório, imunorregulador, antialérgico, diurético, sudorífero, hepatoprotetor, sedativo, antifebrífugo.
Indicação terapêutica: 
Doenças da bexiga, fígado, baço, intestino, pele, dor de ouvido, doenças hepáticas, icterícia, enxaguatório bucal, acne.

​Nome em outros idiomas:

  • Inglês: angular winter cherry, balloon cherry 
  • Francês: petite tomate du Mexique 

Origem, distribuição
P. angulata é nativa da América tropical. Distribui-se como erva daninha. 

Descrição:
Espécie herbácea anual, ereta, ramificada, desenvolve-se em todo o Brasil vegetando em áreas com lavouras anuais e perenes, hortas e pomares. 

Apresenta caule quadrangular,  folhas alternadas com longo pecíolo, limbo lanceolado ou ovalado, com base levemente assimétrica, e margens irregularmente onduladas ou serreadas. Flores axilares, isoladas, de coloração branca, pedunculadas, cálice com 5 sépalas soldadas e acrescentes durante o desenvolvimento do fruto, corola com 5 pétalas soldadas na base que protegem o androceu com 5 estames de anteras coloridas e o gineceu com ovário globoso.

Fruto carnoso do tipo bacóide, oculto pelo cálice crescido tornando-se paleáceo, com abertura apical na maturação. Propaga-se por sementes.

Planta hospedeira da mosca-branca que transmite o begomovirus ao tomate, pimentão, repolho, melão e abóbora.

Uso popular e medicinal:
Camapu é bastante conhecida por suas propriedades anti-inflamatória, imunorreguladora e antialérgica, amplamente estudas por pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Estas propriedades podem ser relacionadas às fisalinas, substâncias da classe dos fitoesterois encontradas nesta espécie em número de 10 (B a K, sendo a fisalina B a precursora das demais). De forma geral, no gênero Physalis são encontrados compostos carotenoides, cumarinas, saponinas, glicosideos flavonoides e princípios amargos, além de alcaloides como a figrina e bons teores de vitaminas A e C.

Uma obra dedicada a "Fitoterapia da Amazônia" cita dentre seus princípios ativos a fisalina, higrina, tropeína, proteína e vitaminas (A, C). Considerada como tônico, atua nas inflamações do fígado, baço e intestinos. O suco fresco é utilizado na dor de ouvido e o decocto do caule, folhas, raízes e frutos nas doenças hepáticas. O chá da raiz é diurético, sudorífero, contra icterícia, antirreumático, hepatoprotetor e anti-inflamatório. Usam o chá das folhas para a inflamação da bexiga e do fígado. 

Em seu "Tratado das Plantas Medicinais - Mineiras, Nativas e Cultivadas" os pesquisadores  relata o emprego desta espécie nos casos de reumatismo, problema renal, doenças da bexiga e fígado, como sedativo, antifebrífugo, antiemético e nas doenças da pele. Cita que estudos em animais têm mostrado forte atividade imunoestimulante contra diversos tipos de células cancerosas e atividade antiviral e dentre os componentes químicos estão flavonoides, alcaloides e fitoesterois.

Uma análise química dos componentes do óleo essencial  O método de extração foi maceração das flores e decocção da planta inteira. Na extração por maceração, as flores de camapu foram previamente secas e moídas, em seguida colocadas em uma solução de metanol a 75%. Passadas 24 horas, a solução resultante foi filtrada e concentrada em rotoevaporador, resultando rendimento de 6,8% p/p.

Segundo os pesquisadores do experimento, em 2004 foi mostrado que o extrato metanólico das flores de camapu apresenta propriedades bactericidas contra as bactérias do gênero Streptococcus mutans, causadora de cáries dentais. Outros estudos anteriores (2003) apontam que a atividade anti-inflamatória do extrato de camapú pode ser atribuída a uma ação inibitória do mesmo nas rotas de ciclooxigenase e lipoxigenase. Já a propriedade antialérgica pode ser explicada pela inibição da produção de interferons-gama, proteínas da classe das citoquinas produzidas por células-T do organismo e responsáveis pelas reações de hipersensibilização de contato.

Aplicação cosmética. O extrato das flores de camapú pode ser empregado na fabricação de dentifrícios, como creme dental e enxaguatório bucal, graças à sua rápida ação bactericida. Os extratos das demais partes da planta apresentam potencial utilização em produtos voltados para o tratamento de acne, devido ao seu caráter anti-inflamatório comprovado.

 Dosagem indicada: 

Inflamação da bexiga e do fígado. Usam o chá das folhas em dose normal: 20 g do material verde ou 10 g do material seco para cada litro de água. Adultos tomam de 4 a 5 xícaras por dia; adolescentes entre 10 a 15 anos tomam 3 a 4 xícaras ao dia. " NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA " ( A FITOTERÁPIA TRATA A PESSOA COMO UM TODO NO CONTEXTO DE TODOS OS ASPECTOS DA VIDA INDIVIDUAL: FISIOLOGIA, COMPORTAMENTO, MEIO AMBIENTE E CONSCIÊNCIA ).

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