domingo, março 24

PREBIÓTICO: O QUE É, QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS E ONDE ENCONTRA-LO

Uma alimentação balanceada e saudável deve incluir diversas substâncias. Nesse sentido, alguns nutrientes e componentes da dieta são mais conhecidos que outros. Por exemplo, vamos entender o que é um prebiótico

Os prebióticos, também conhecidos como fibras alimentares, fazem parte dos alimentos que ingerimos, mas nosso corpo não é capaz de digerir nem de absorvê-los. 

Porém, mesmo sem serem absorvidas, essas substâncias são responsáveis por uma série de benefícios para o organismo e devem fazer parte da alimentação diariamente.

O que é prebiótico?

De acordo com as ( Diretrizes mundiais da Organização de Gastroenterologia) os prebióticos são ingredientes que podem ser fermentados no intestino e causam mudanças na composição e/ou na atividade da microbiota (conjunto de bactérias) gastrointestinal e assim, conferem benefícios à saúde.

Alguns tipos de prebióticos são bastante utilizados na indústria de alimentos e fazem parte da produção diversos produtos alimentícios como bolachas, chocolate, laticínios, cereais e pastas, entre outros. 

São exemplos de prebióticos: o prebiótico inulina (utilizado na produção de alimentos), a oligofrutose, os frutoligossacarídeos (prebiótico fos), os galactooligossacarídeos (gos), a lactulose (usada no tratamento da constipação e da encefalopatia hepática) e os oligossacarídeos presentes no leite materno.

Como funciona o prebiótico?

Para entender como o prebiótico funciona, primeiramente é importante ter em mente que nosso intestino conta com milhões de bactérias, que juntas formam a microbiota intestinal. 

A microbiota intestinal é fundamental para diversas funções, como: melhora da imunidade, prevenção de diferentes tipos de câncer, controle da glicemia (açúcar no sangue), controle de peso, controle do colesterol e produção de hormônios. 

Esses são apenas alguns exemplos e atualmente ainda estão sendo feitos mais estudos científicos para descobrir outras funções da microbiota intestinal e sua importância para a manutenção da saúde e prevenção do surgimento de doenças. 

Precisamos entender que o prebiótico funciona basicamente como alimento para as bactérias intestinais. Como mencionamos inicialmente, o corpo humano não é capaz de digerir e absorver esses componentes dos alimentos, contudo, as bactérias se beneficiam deles através do processo de fermentação. 

As fibras ou prebióticos podem ser solúveis e insolúveis em água. Por isso, têm características e conferem benefícios diferentes. 

As fibras solúveis formam um gel e servem para atrasar o processo de digestão, por isso aumentam o tempo de saciedade e são ótimas para quem deseja emagrecer. 

As fibras insolúveis, por sua vez, diminuem o tempo de trânsito intestinal. Em outras palavras, elas fazem as fezes percorrem seu curso natural mais rápido e contribuem para que o intestino funcione corretamente, sem que haja constipação. 

Entretanto, para os prebióticos cumprirem seu papel de forma adequada é necessária a ingestão adequada de pelo menos dois litros de água por dia. Isso é especialmente importante no caso das fibras solúveis, para a formação do gel. 

Qual a importância de consumir prebióticos?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo de fibras, ou seja, de prebióticos, seja de 25g por dia para adultos ( O Guia alimentar segue essa mesma para população Brasileira) segue essa mesma recomendação. 

Essa quantidade é suficiente para que o prebiótico contribua para a saúde e cumpra seu papel como alimento para as bactérias próprias do organismo, por esse motivo, deve estar presente na alimentação diariamente. 

Sem a ingestão de prebióticos na quantidade adequada, as bactérias boas são prejudicadas e sua quantidade no intestino diminui. 

Isso ocorre principalmente se o baixo consumo de fibras for associado ao aumento do consumo de gorduras e açúcares, que favorecem o aumento de bactérias ruins.  

Como consequência, podem surgir uma série de problemas de saúde. Sendo assim, a grande importância de consumir prebióticos é manter a microbiota intestinal saudável.

Benefícios do prebiótico:

Já vimos alguns benefícios do prebiótico, mas agora vamos  entender melhor. Cabe destacar que todos esses efeitos positivos já foram comprovados através de estudos científicos e instituições de saúde muito respeitadas divulgam essas informações.                                                                    AUMENTA BACTÉRIAS BENEFICAS PARA O ORGANISMO:

Segundo a ( Organização mundial de Gastroenterologia) os prebióticos contribuem para o aumento das bactérias benéficas para o organismo, como os lactobacilos e as bifidobactérias, enquanto diminuem a quantidade de microrganismos que podem causar doenças. 

DIMINUI BACTÉRIAS QUE CAUSAM DOENÇAS:

Os microrganismos que habitam o intestino humano são considerados competidores. Desse modo, a partir do momento que o prebiótico fortalece as espécies de bactérias benéficas, elas conseguem se manter em maioria e, consequentemente, as espécies causadoras de doenças diminuem. 

MENOS CONSTIPAÇÃO:

A ingestão de fibras, junto com o consumo de água e a prática de atividade física são fundamentais para acabar com a constipação (intestino preguiçoso). 

Os prebióticos diminuem a constipação de maneiras diferentes, pois as fibras solúveis atuam de uma forma e as insolúveis de outra maneira.

As fibras solúveis deixam as fezes mais macias e também aumentam o volume fecal, pois conseguem “sequestrar” alguns componentes da dieta e impedir sua absorção completa, como o colesterol, por exemplo. 

As fibras insolúveis, por sua vez, aumentam o peso das fezes e a velocidade com que elas chegam ao reto para serem eliminadas, por essa razão é comum dizerem que as fibras aceleram o trânsito intestinal. 

MENOR RISCO DE OSTEOPOROSE:

O prébiótico oligofrutose é fundamental para a diminuição do risco de desenvolvimento de osteoporose porque sua fermentação no cólon aumenta a absorção do mineral cálcio, que é essencial para a saúde dos ossos.

O processo de fermentação no intestino humano, que é realizado pelas bactérias, tem como produto alguns ácidos. É a produção dessas substâncias que faz com que o meio intestinal seja mais favorável para a absorção de minerais.

Além da oligofrutose, um outro prebiótico que também contribui para o aumento da absorção do cálcio é a inulina, um tipo de fibra solúvel da classe dos frutanos. 

Podemos destacar também que o cálcio depende da vitamina D para ser absorvido e bem aproveitado pelo organismo. Nesse sentido, já existem estudos mostrando que a vitamina D também é importante para a microbiota intestinal. 

MENOR RISCO DE ATEROSCLEROSE:

O processo de aterosclerose é uma inflamação devido à formação de placas de gordura nos vasos sanguíneos que pode levar ao aumento da pressão arterial e complicações como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. 

A formação dessas placas de gordura tem relação com o aumento do colesterol no sangue. Por esse motivo, o consumo de prebióticos, principalmente das fibras solúveis, é recomendado para diminuição do risco de aterosclerose.

A ( Sociedade Brasileira de Cardiologia ) explica que quanto mais solúveis em água são as fibras, maior é o seu poder de se ligar ao colesterol e impedir que ele seja absorvido, fazendo com que ele seja eliminado nas fezes. 

Além disso, os ácidos produzidos pelas bactérias intestinais a partir da fermentação dos prebióticos também contribuem para a diminuição do colesterol.

MENOS RISCO DE CÂNCER DE CÓLON:

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer ( INCA ), os cânceres de cólon e reto foram responsáveis por 9.038 mortes no Brasil em 2017. Em 2020, o câncer de cólon levou 12.422 pessoas a óbito no país,segundo ( O Atlas de mortalidade por câncer ).

A alimentação é um dos principais fatores de risco para o surgimento do câncer de intestino e principalmente do câncer de cólon.

O ( INCA ) recomenda que o consumo de carnes processadas seja limitado, enquanto a ingestão de frutas, legumes e grãos integrais seja maior, pois esses alimentos são ricos em prebióticos. 

Uma vez que os prebióticos fortalecem as bactérias boas, o intestino e o corpo como um todo ficam mais protegidos, principalmente o ( Sistema imunológico ) que é responsável pela nossa defesa.

Além disso, os prebióticos auxiliam na manutenção do peso corporal saudável e podem ser usados para contribuir com a perda de peso, quando necessário. 

Esses mecanismos são extremamente importantes para diminuir a inflamação e a produção de substâncias que favorecem o surgimento do câncer do cólon. 

Um outro motivo pelo qual os prebióticos colaboram com a prevenção do câncer é que ao aumentar o trânsito intestinal, as paredes do intestino têm menos tempo de contato com substâncias cancerígenas presentes na alimentação. 

LISTA DE ALIMENTOS PREBIÓTICOS:

Os alimentos de origem vegetal são os mais ricos em prebióticos. Também são conhecidos como alimentos in natura ou minimamente processados e devem fazer parte da alimentação diariamente. Por exemplo.

Aveia – A aveia possui uma fibra solúvel chamada beta-glucana, é um prebiótico excelente para a redução do colesterol e o controle do açúcar no sangue.

Oleaginosas (castanhas, amêndoas, nozes) – As oleaginosas são ótimas fontes de prebióticos, principalmente os insolúveis. 

Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico, soja, ervilha) — As leguminosas são excelentes fontes de fibras. Como a maior parte da população brasileira gosta de um bom feijão, é uma boa forma de inserir os prebióticos na dieta.

Banana — Praticamente todas as frutas são ricas em prebióticos, com destaque para a banana-verde, que é rica em amido resistente, um ótimo prebiótico. 

Maçã – A maçã é outra fruta que merece destaque quando o assunto são fibras, pois ela contém pectina, uma fibra solúvel muito utilizada na indústria de alimentos e que faz muito bem ao intestino. 

Grãos integrais – Os grãos podem e devem ser consumidos para aumentar a ingestão de prebióticos. Você pode incluir sem medo na dieta o arroz integral, a linhaça, a cevada e a chia, que se tornou muito popular nos últimos anos justamente por sua quantidade de fibras.

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE PROBIOTICOS E PREBIÓTICOS:

Conforme a definição da ( Organização mundial de Gastroenterologia ) os probióticos são microrganismos vivos que nas quantidades adequadas são capazes de promover benefícios para a saúde do hospedeiro, no caso, os humanos.

A diferença entre prebiótico e probiótico é que enquanto o prebiótico se refere à fibra que serve como alimento para as bactérias do intestino, os probióticos são justamente esses microrganismos que são alimentados e fortalecidos.

VAMOS ENTENDER O QUE É SIMBIOTICO:

Ainda de acordo com a   (Organização mundial de Gastroenterologia ) simbióticos são produtos que contém em sua composição tanto os prebióticos quanto os probióticos e, assim, conferem benefícios à saúde.

O PAPEL DO PREBIÓTICO NA LUTA CONTRA O CÂNCER:

Já vimos que as fibras podem auxiliar na prevenção do câncer. Agora, saiba que também são úteis durante o tratamento, uma vez que a doença tenha surgido. 

Geralmente o tratamento do câncer inclui radioterapia e quimioterapia. Tais procedimentos podem causar diarreia em alguns pacientes e contribuir para a perda de peso e, consequentemente, piora do estado nutricional. 

Nesses casos, o uso do prebiótico solúvel é de grande importância, pois esse tipo de fibra é capaz de ajudar na melhora do quadro diarreico. 

PODEMOS CONCLUIR QUE: 

Agora com todas essas  informações mais importantes sobre o que é um prebiótico, quais são as suas funções, como esse componente atua no organismo, assim como quais são os alimentos em que pode encontrá-los e até mesmo opções de suplementação. 

Lembre-se que os prebióticos são essenciais para uma boa saúde, assim como a alimentação como um todo. Por isso, cuide-se.

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