sexta-feira, junho 10

COMO PODEMOS VER A PSICANÁLISE? COMO ARTE? OU COMO CIÊNCIA? VAMOS ENTENDER?

Será a Psicanálise uma Arte ou uma Ciência? Vamos abordar o tema e observar o que especialistas como Freud já escreveram a respeito.

“A ciência não é uma ilusão, mas seria uma ilusão acreditar que poderemos encontrar noutro lugar o que ela não nos pode dar” (Sigmund Freud).

A Psicanálise já teve seus momentos gloriosos, particularmente na segunda metade do séc. XX. Sigmund Freud (1856-1939), médico neurologista, psiquiatra, criou a Psicanálise e, a partir daí, surgiram notáveis seguidores que acabaram “aprimorando” ou mesmo criando outras linhas teóricas e técnicas como, por exemplo, a Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung (1875-1961).

Seria a Psicanálise:

  • uma ciência, no sentido mais completo e rigoroso da definição da Epistemologia?
  • um saber ou campo do saber, por ter um método próprio e um conjunto de reflexões que se desdobram até hoje de suas temáticas?
  • uma arte, no sentido estético e de obra da imaginação?
  • uma arte, no sentido antigamente bastante usado de “conjunto de técnicas”?

Áreas e especializações das ciências

Até por volta dos séculos XVII ou XVIII, as áreas de conhecimento ou ciências não eram tão delimitadas, de modo que (por exemplo) muitos filósofos eram teóricos de diversas áreas que hoje vemos como independentes. Veja o exemplo de Descartes: filósofo, fisologista, matemático e tantas coisas mais.

Havia também esta diferença entre ciências da natureza (hoje talvez chamaríamos de exatas, físicas e biológicas) e ciências do espírito (que hoje chamaríamos de humanas e artes).

No século XIX, começam a surgir de forma mais clara as áreas de especialização do conhecimento humano: linguística, geologia etc.

Freud vinha de uma tradição das ciências da natureza: formação na área médica, usava nomenclaturas extraídas da física (como “resistência”).

Psicanálise: um saber “humano”

O projeto inicial de Freud seria talvez que a psicanálise fosse explicada em termos físicos/naturais, chegando talvez a um nível de explicar fisiologicamente como/onde cada transtorno se forma no cérebro, uma mescla com as preocupações do que seria hoje a neurologia, as neurociências e talvez a psiquiatria.

Mas, por limitações técnicas à época e por uma tendência cada vez mais cultural / social / simbólica / humana que Freud foi adotando, a psicanálise se firmou como ciência humana (ou “do espírito”), um pouco distante das ciências da natureza. Isso foi se tornando mais “tranquilo” em função da percepção de que as ciências humanas poderiam ser validadas e reconhecidas mesmo sem a exatidão e o mecanicismo das ciências da natureza.

Apesar disso, a psicanálise manteve-se em contato como complemento à áreas mais “físicas” do estudo da mente, como a neurologia e a psiquiatria.

Freud foi nomeado doze vezes para o Nobel de Medicina e uma vez para o Nobel de Literatura. Dizem que esta menção ao Nobel de Literatura deixou Freud muito chateado, Talvez por conta da sugestão “ficcional” deste Nobel de Literatura; ou talvez por ser um prêmio das ciências do espírito. 

As críticas à psicanálise de Freud

Muitas críticas surgiram, além de terem sido estabelecidas formas bastante destrutivas de atacar a Psicanálise. Uma das mais contundentes justamente é a da psicóloga, professora da Faculdade Simmons, de Boston, Sophie Freud. A neta de Freud afirma que “Só quem tem pouco bom senso levaria hoje a sério a maioria das ideias de Freud” (Cavalcante, 2016).

As críticas geralmente se referem à inexistência de metodologia científica que possa abarcar os conceitos e práticas utilizadas, tais como testes que comprovem realmente a eficácia de determina técnica que, muitas vezes, fica restrita a poucos pacientes e à interpretação do psicanalista e que, portanto, levaria a Psicanálise a estar mais próxima da Arte do que da Ciência.

Afinal, psicanálise é ciência ou é arte? É ciência ou saber?

Alguns até chamam vários de seus conceitos e técnicas como “fantasia psicanalítica”.

Ao mesmo tempo, diversas drogas seriam capazes de resolver “as angústias da alma” quase que instantaneamente (como o antidepressivo Prozac, que já foi chamado de pílula da felicidade), ao passo que, com a psicanalise um tratamento poderia levar bastante tempo até que apresentasse um resultado efetivo.

Ao que parece, o imediatismo que tomou conta da sociedade moderna pode levar a crer que drogas resolverão todos os problemas psicológicos das pessoas o que, absolutamente, não é verdade. Elas podem sim, em muitos casos, aliviar os sintomas e trazer um importante bem-estar, principalmente em momentos críticos o que, sabidamente, não nos faltam.

Há também uma reflexão em epistemologia sobre o que é preciso para ser considerado ciência. Então, alguns autores divergem se a psicanálise seria uma ciência ou um saber (no sentido de “campo do saber”).

Entendemos que possa até ser possível usar ciência, saber e até arte (no sentido mais amplo de técnica) como sinônimos ao mencionar a psicanálise. A menos que se esteja fazendo um debate epistemológico mais denso e seja preciso distinguir com maior precisão estes termos. O que seria difícil seria conceber psicanálise como uma arte no sentido puramente estético ou “criação da imaginação”, apesar de que muitos artistas tenham se expirado na psicanalise para suas obras. 

A atualidade da Psicanálise e outros tratamentos

Nos dias atuais, particularmente, problemas como depressão, ansiedade e suicídio, acabaram apresentando um crescimento significativo. Somos essencialmente seres sociais; se nos tirarem isso, sucumbiremos… É muito interessante que o próprio Freud previu que “a biologia era um campo de possibilidades ilimitadas que poderia embasar o edifício da teoria psicanalítica” (Lima, 2009).

É justamente esse o aspecto que vem se apresentando hoje com a chamada “Neuropsicanalise”, que seria a integração entre a Psicanálise e a Neurofisiologia. Não apenas isso, a neuroanatomia também pode ser de fundamental importância para apoiar as teorias e técnicas da Psicanálise.

Como se sabe, por exemplo, a depressão possui um componente genético, ou seja, uma situação potencial que poderá se manifestar dependendo de diversos fatores, como estímulos ambientais, história de vida, etc.

Já a esquizofrenia possui origem física, relacionada a um problema na anatomia do córtex pré-frontal do nosso cérebro, sendo que outrora era classificado como um trauma psicológico. Ainda assim, realmente algumas críticas são cabíveis pois, a própria linguagem utilizada pela Psicanálise muitas vezes parece algo feito apenas para “iniciados”, algo hermético, difícil de entender, e talvez por isso mesmo, sujeito a visões distintas.

As técnicas usadas pela Psicanálise

Interpretar sonhos (adivinhação?), Complexo de Édipo a insistência em justificar inúmeros problemas como de origem sexual, o hermetismo de inúmeros psicanalistas, como se não existissem outras possibilidades interpretativas à luz da Ciência, também contribuem para que a Psicanálise às vezes possa parecer mais Arte do que Ciência.

Com tudo isso, seria possível imaginar que Freud e seu legado estariam condenados ou reduzidos mais a uma importância literária (aliás, os textos de Freud são de rara elegância mesmo) do que científica. Entretanto, novas e importantíssimas luzes surgem com o auxílio da Neurofisiologia, como já afirmado.

O excepcional artigo “O modelo estrutural de Freud e o Cérebro" uma proposta de integração entre psicanálise e a neurofisiologia”, de Andréa Pereira de Lima (2009), faz uma compilação dos principais artigos científicos que podem respaldar os conceitos da segunda tópica freudiana, no que se refere ao que Freud chamou “aparelho psíquico”, classificado como id, ego e superego.

Aparelho psíquico para a psicanálise

No artigo, a autora verificou que, analisando 20 trabalhos (de uma pesquisa inicial de 100) com os conceitos da segunda tópica de Freud, seria possível estabelecer uma forte relação do id ,ego e o superego com algumas estruturas encefálicas e seus respectivos funcionamentos.

Desta forma, “o id estaria relacionado aos circuitos neurais filogeneticamente mais antigos, como os circuitos do tronco cerebral, o feixe prosencefálico medial, a amígdala medial, o septo pelúcido, o hipotálamo o núcleo acumbens, o estriado e os núcleos talâmicos.

O superego, como um freio modulador dos interesses motivacionais/pulsionais do id, estaria representado principalmente pelo núcleo central da amígdala e pelo córtex da ínsula. O ego, como o mediador entre as forças que operam no id, no superego e as exigências da realidade externa, estaria relacionado principalmente ao córtex pré-frontal, considerado atualmente a sede da personalidade, importante para a tomada de decisões e ajuste social do comportamento” (Lima, 2009).

Certamente, esses importantes estudos estão sujeitos a novos aprofundamentos e revisões, mas é um passo importantíssimo para trazer a Psicanálise de volta, onde o genial Sigmund Freud deverá ser ratificado como uma das mais importantes e influentes personalidades da história.

Sim, Freud não morreu, ao contrário, tal como a fênix  vem ressurgindo com mais força, mais embasamento, novas motivações, nesta tão falada pos-modernidade. 

quinta-feira, junho 9

FLUORITA: A PEDRA DA INTUIÇÃO, DA SORTE E DO AMOR?.

fluorita é uma pedra única encontrada em várias cores e até multicoloridas de extrema beleza. Saiba tudo sobre esse fantástico e maravilhoso mineral aqui!

A magia das pedras e dos cristais

As pedras e os cristais são elementos da natureza utilizados para desenvolver os sentidos mais elevados, bem como estabilizar emoções, acalmar mentes perturbadas, desenvolver a autoconfiança, afastar a negatividade e ainda auxilia nos desequilíbrios corporais. Cada um deles tem suas propriedades energéticas bem distintas. Assim, através de sua irradiação, passam a cuidar do ambiente e das pessoas que nele convivem.

Quando conhecemos os benefícios e a importância de cada pedra e de cada cristal, podemos utilizá-los a nosso favor, aprimorando a alma e beneficiando o corpo. Que tal conhecer a mágica fluorita? Uma pedra para lá de especial, considerada por especialistas como a única que carrega um pouco da energia de todos os cristais existentes.

Fluorita e a sua utilização na história

Fluorita, nome proveniente do latim fluere, por seu fácil poder de fusão, mágico cristal que também dá o nome ao fenômeno conhecido como fluorescência, uma vez que fluorescem intensamente sob luz ultravioleta, sempre foi muito utilizado nas mais antigas civilizações, principalmente por sua composição, o fluoreto de cálcio, de ajudava, curiosamente, a tornar os dentes e ossos mais fortes.

Além de ser considerada como uma pedra com grande poder de cura, ela também foi muito utilizada pelos antigos egípcios como adorno e para esculpirem estátuas por sua estrutura original compor-se de várias cores como o amarelo, verde, azul, roxo, marrom e branco.

Já na China antiga, além de ser esculpida, a pedra era muito utilizada como proteção contra magia negra e para afastar pensamentos suicidas, sendo ainda nos dias atual usada como amuleto da sorte Atualmente a fluorita pode ser encontrada na Inglaterra, Alemanha, Peru, Canadá, México, Polônia, África do Sul, Estados Unidos, Hungria, Noruega, República Tcheca e China.

Fluorita e seus poderes de cura

Ao longo dos anos a fluorita vem sendo utilizada para a cura de várias doenças. Seu uso terapêutico teve início no século XVIII, quando passou a ser moída e seu pó adicionado à água para curar doenças renais. Confira alguns de seus poderes incríveis:

  • Combate à insônia, por seu poder calmante;
  • Fortalece as gengivas, os dentes e os ossos, combatendo artrites e artroses;
  • Combate à febre; diminui edemas e melhora a circulação sanguínea;
  • É eficaz contra úlceras estomacais, inclusive auxiliando na regeneração das células;
  • Auxilia no tratamento de problemas respiratórios;
  • Combate a enxaqueca e as dores de cabeça (cefaleias);
  • Auxilia no controle das mais variadas infecções;
  • Ameniza problemas dos rins, fígado, pulmão e coração;
  • É excelente estimulante sexual;
  • Combate gripes, resfriados e sinusites;
  • É eficaz contra alergias;
  • Possui grande poder de regenerar a pele, aumentando a sua elasticidade e flexibilidade, evitando as rugas e o envelhecimento precoce.

Uma maneira bem simples de fazer uso de todos os benefícios terapêuticos que a fluorita proporciona é colocando uma pequena pedra dentro de uma garrafa com água e ir bebendo-a durante o dia.

Efeitos terapêuticos da Fluorita na mente e na alma

Muitas são as propriedades terapêuticas da fluorita em nossa psique. E entre as suas propriedades estão a capacidade de absorver e neutralizar as vibrações negativas e de afastar a inveja e as forças do mal. Promove, ainda, a limpeza espiritual auxiliando na libertação de pensamentos recorrentes, combatendo a ansiedade, os medos e reduz o excesso de agressividade.

fluorita auxilia na compreensão de várias situações complicadas que acabam por se transformar em crises existências. E através desse auxilio, se consegue a superação dos problemas de maneira que não interfiram mais ao longo da existência, fazendo com que o brilho e a luz interior aumentem cada vez mais.

Ela também auxilia a expandir a consciência, aumentando a intuição, favorecendo a conexão à mente Universal. Quando utilizada na meditação, proporciona uma melhora na concentração e no foco, fortalecendo a percepção das realidades mais elevadas, assim como de outras dimensões, acelerando o despertar espiritual.

A Fluorita e o chakra do terceiro olho

O chakra do terceiro olho é responsável por regular a ligação do ser humano com a intuição, a clarividência, a telepatia e também auxilia na visualização das auras. A fluorita tem o poder de manter a mente em perfeito equilíbrio e, consequentemente, o chakra do terceiro olho. Através desse equilíbrio é possível perceber as intenções verdadeiras das pessoas, meditar com maior facilidade e aumentar o poder de tomar decisões em situações complicadas com mais serenidade.

fluorita é essencial para manter esse equilíbrio e evitar à falta de energia, a dificuldade em enxergar a realidade das coisas e das pessoas, a dúvida sobre os propósitos de vida, a manipulação pela fragilidade psíquica, a preocupação exagerada em torno de determinados assuntos e a desenvolver patologias psicológicas mais sérias como transtornos de ansiedade e fobias.


Fluorita: intuição, sorte e amor

fluorita é reconhecida pelos especialistas como a pedra da intuição sendo capaz de transformar a sorte e o amor das pessoas, além de despertar sentimentos escondidos no subconsciente. Um dos grandes benefícios que a pedra proporciona é aumentar a luz pessoal e melhorar a inteligência, além do poder de neutralizar radiações celulares.

As cores também têm suas energias bem distintas. Confira!

Fluorita arco-íris

fluorita arco-íris é encontrada na China e considerada como a pedra da sabedoria, auxiliando a assumir as responsabilidades em tarefas do trabalho e dos estudos.

Fluorita amarela

Já a pedra amarela é muito benéfica para as questões da sexualidade, além de espalhar felicidade pelo ambiente.

Fluorita roxa

Também encontrada na China, a pedra tem o poder da transmutação e ainda influi no bom senso.

Limpeza da fluorita

Para usufruir de todos os benefícios e propriedades que a fluorita proporciona é necessário que seja feita uma limpeza para eliminar possíveis situações energéticas por qual tenha passado. Para isso, coloque-a em um recipiente com água e sal e deixe por uma hora. Após isso, lave a pedra em água corrente e deixe 12 horas à luz solar e 12 horas à luz da lua Com a contribuição desses elementos cósmicos, a fluorita estará revigorada.

A fluorita no dia a dia

Agora que já conhece as propriedades que a fluorita proporciona, confira algumas maneiras de como desfrutar de todos os seus benefícios!

  • Para aumentar o poder de atração e o brilho pessoal, utilize uma joia de fluorita como, por exemplo, um pingente;
  • Para melhorar a energia da casa e protege-la de negatividade e inveja, coloque a fluorita em um lugar fixo logo na entrada;
  • Para purificar o campo energético e elevar a espiritualidade, medite com a pedra colocada no centro da casa. 

PARAFILIAS: CARACTERÍSTICAS E PERVERSÕES? VAMOS ENTENDER?

O comportamento que temos em relação a nossa vida sexual é indicador de uma alteração psicológica ou de uma patologia. Este artigo aborda o conceito de Parafilia, que são transtornos do afeto e da sexualidade. Veremos os seus principais tipos.

Estarão entre os tipos de Parafilias estudados neste artigo: Exibicionismo, voyeurismo, fetichismo, fetichismo transvéstico, frotteurismo, sadismo e masoquismo.

As parafilias são perversões?

Quando pensamos no conceito de perversão em psicanalise não devemos fazer uma relação com o sentido hoje empregado de “crueldade”, nem mesmo é necessariamente uma “doença”. Na psicanálise, perversões são as práticas sexuais que não sejam “padrão”. É que uma das perversões é o sadismo, então a ideia de “fazer mal a alguém” ficou associada à perversão, como as pessoas usam hoje o termo.

A perversão é uma ideia da psicanálise de “sexualidade fora do padrão”. Isto é, qualquer outra manifestação sexual que não seja genital pênis-vagina seria uma perversão. Veja que mesmo o sexo heterossexual pode ser uma perversão: por exemplo, se o casal praticar sadomasoquismo.

Neste sentido, qualquer uma das chamadas “parafilias” que vamos listar aqui são entendidas como perversão.

Hoje, o conceito de “padrão” é muito questionável em todas as áreas da vida, inclusive na sexualidade. Entendemos que ainda seja possível e relevante entender o conceito de parafilia e estudar as diferentes parafilias.

É possível até mesmo usar o termo “perversão”, mas contextualizando-o para que o interlocutor não entenda o termo como uma doença ou como uma imposição da crueldade contra outra pessoa.

Parafilia e a vida sexual do indivíduo

As parafilias são formas específicas da perversão. São preferências ou orientações que fogem do padrão pênis-vagina e que mobilizam a libido de uma pessoa.

A palavra parafilia vem do grego (para – “fora de” e philia – “amor”). Anteriormente, denominadas de perversão sexual, está relacionada ao prazer da vida sexual do indivíduo, seja pela atividade erótica ou por seu alvo erótico.

Por vezes, a parafilia é considerada como alteração psicológica decorrente das fases iniciais do desenvolvimento humano. A parafilia está ligada ao padrão de comportamento sexual onde o prazer não está restrito ao coito “pênis-vagina”.

As possibilidades para obtenção do prazer são ampliadas para outras regiões do corpo, outras pessoas, lugares, coisas, alguns desses aspectos referenciados como práticas aceitas socialmente.

Comportamento sexual “inadequado” é diferente de Patologia

Assim, consideram-se parafilia todos os comportamentos sexuais tidos como anormais quando confrontados com os comportamentos socialmente aceitos. Porém, fazem parte da psique do indivíduo, podendo ser até inofensivas. Desta forma, é necessário e importante enfatizar que nem toda parafilia é um transtorno parafílico ou uma patologia.

A forma como a pessoa lida com suas preferências na vida sexual, é o que vai determinar se são apenas caminhos prazerosos ou se se trata de uma patologia. São considerados transtornos parafílicos quando o comportamento sexual se torna destrutivo, prejudicial a si ou a outros envolvidos.

Os transtornos afloram de sentimentos de culpa e de grande intensidade. O indivíduo não consegue obter o prazer senão por meio exclusivo de tais práticas. Assim ele retorna sempre a elas para a sua satisfação, podendo ser adepto a mais de uma prática considerada parafilia.

A mudança no entendimento da relação homoafetiva

Antigamente o homossexualismo era considerado como uma prática de parafilia. Deixou de ser considerado um transtorno mental pela Associação Americana de Psiquiatria em 1973 quando foi retirada do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM).

No entanto, somente em 1990, a OMS retirou o homossexualismo de seu rol de doenças mentais por meio da publicação do CID10.

Preversão sexual x Carácter Perverso

A parafilia, porquanto denominada perversão sexual, está totalmente apartada da perversidade de caráter ou moral. Enquanto a primeira está ligada ao ato sexual, a segunda está ligada aos indivíduos cujas condutas visam prejudicar, machucar outras pessoas.

A perversão leva o indivíduo a desconsiderar regras e éticas de conduta, visando somente sua satisfação pessoal. Contudo, desta configuração podem surgir as parafilias, quando seu poder manipulador é utilizado para obtenção de prazer sexual.

Abaixo estão descritas algumas parafilias, destacando que somente serão consideradas como transtorno parafílico quando causar angústia e sofrimento para si ou outrem, conforme já esmiuçado acima.

7 principais tipos de parafilias

  • Exibicionismo: É a pulsão que o indivíduo tem, em sua maioria absoluta de homens, em mostrar seus genitais a uma ou mais pessoas estranhas e desprevenidas. Normalmente em público. É a reação da pessoa que foi pega de surpresa, costumeiramente de medo, aversão, até mesmo de nojo, que causa a excitação no exibicionista. A masturbação pode ocorrer durante ou após a exibição, culminando no prazer sexual pelo orgasmo.
  • Fetichismo: No fetichismo, o foco da preferência sexual está direcionado para objetos como calcinhas, sutiãs, meias, luvas e sapatos. Eles podem estar ou não sendo utilizados por alguém. O fetichista usa tais objetos para se masturbar ou mesmo pode exigir que a sua parceira faça uso dos itens durante o ato sexual. Somente assim, o indivíduo poderá chegar ao orgasmo. Como no exibicionismo, o fetichismo tem a maioria esmagadora de homens adeptos desta prática.
  • Fetichismo transvéstico: Caracteriza-se pela utilização de roupas femininas por homens heterossexuais para que haja a excitação. O intuito é a masturbação ou realização do ato sexual. No dia a dia, tais homens se vestem de maneira tradicional, com roupas masculinas. Pode ocorrer, no entanto, do fetichismo transvéstico evoluir para o uso de roupas femininas não só para o prazer sexual, mas sim para seu dia a dia. Assim, passando a ser caracterizado de fetichismo transvéstico com disforia quanto ao gênero.
  • Frotteurismo: É o ato de roçar o órgão genital, ou às vezes as mãos, nas nádegas ou outra parte do corpo de uma mulher vestida, sem o seu consentimento. Isso Proporciona ao indivíduo grande excitação, podendo inclusive chegar ao orgasmo durante o ato. Normalmente o Frotteurismo é praticado em lugares com grande concentração de pessoas como ônibus, metrôs, trens e shows.
  • Voyeurismo: É o ato de observar as pessoas em situações íntimas sem que elas percebam, como quando elas estão se despindo, praticando ato sexual ou estão nuas. A excitação além de ser pelo ato da observação se dá também pelo risco de serem descobertos. O voyeurismo é comumente praticado por homens.
  • Masoquismo: O Masoquismo está presente quando a pessoa tem a necessidade de ser submetida ao sofrimento, físico ou emocional, para obtenção do seu próprio prazer sexual. Masoquismo e Sadismo estão intimamente ligados e se completam quando em prática.
  • Sadismo: O Sadismo é quando a pessoa tem necessidade em causar sofrimento, podendo este ser físico ou mesmo emocional, à outra pessoa, e disso decorrem excitação e prazer sexual. As atividades sadomasoquistas somente são consideradas parafilias quando forem a única forma de obtenção de prazer. Sendo alternativo e esporádico, são consideradas como normal e não como uma perversão.

Outros 8 tipos de Parafilias

Existe ainda uma farta lista de comportamentos considerados parafilia, como exemplos:

  • urofilia, que está ligada ao dar ou receber urina (no corpo, ou mesmo para beber);
  • coprofilia que é a manipulação de fezes durante o ato sexual;
  • misofilia tem a ver com a sujeira, ambientes e pessoas fétidas;
  • troilismo está ligado à traição, é o prazer em ver seu parceiro tendo relações sexuais com outra pessoa;
  • odaxelagnia, prazer em dar ou receber mordidas;
  • menofilia é o prazer com uma mulher menstruada;
  • feederismo é o prazer com pessoas obesas;
  • cronofilia é o prazer em se relacionar com pessoa com grande diferença de idade.

Algumas parafilias são consideradas crime pela sua natureza, como a zoofilia, que o sexo praticado com animais, a necrofilia, que é o sexo com cadáveres (criminalmente considerado como vilipêndio ao cadáver), e a pedofilia, quando os alvos do prazer são crianças na fase pré-puberdade.

Neste artigo, estudamos 15 tipos de parafilias, que são desvios de conduta acerca do comportamento sexual tido como padrão. Indivíduos podem viver bem com esses comportamentos sexuais. A lista não é rígida: autores podem incluir ou excluir outras parafilias, segundo seus próprios critérios.

Tais comportamentos passam a ser identificados como transtornos quando passam a ser um fardo para quem os manifesta, ou quando prejudicam a integridade de outras pessoas que sejam forçadas a participar de determinadas práticas sexuais.

As parafilias estão presentes em grande parte de nossa sociedade. O Sistema Único de Saúde (SUS) tem tratamentos para a saúde mental que podem ajudar aqueles que passam por um sentimento de inadequação, ocasionados por seus comportamentos na vida sexual.

O tratamento com profissionais como psicólogos, psicanalistas e psiquiatras pode auxiliar o indivíduo a ter uma relação mais saudável consigo mesmo e com os outros.

PORQUE DEVEMOS ESTUDAR A TEÓLOGIA SISTEMÁTICA? QUAL É A SUA IMPORTÂNCIA? VAMOS ENTENDER?

Teologia sistemática é o estudo organizado das principais doutrinas da Fé Cristã. Se teologia significa literalmente “estudo de Deus” e, portanto, é o estudo da revelação que Deus faz de si mesmo nas Escrituras, a teologia sistemática é o exame de toda a informação bíblica a fim de apresentar de forma cuidadosa e coerente o que a Escritura como um todo afirma sobre determinado assunto.

Então basicamente a teologia sistemática é a disciplina teológica que responde de forma clara e objetiva o que a Palavra de Deus nos diz sobre um dado tópico. Muitas pessoas se assustam com a designação “teologia sistemática”. Mas todo cristão está envolvido diariamente com ela. Em outras palavras, cada vez que alguém pergunta: “O que a Bíblia diz sobre isso ou aquilo?”, essa pessoa está recorrendo à teologia sistemática.

Wayne Grudem está correto ao dizer que a maioria dos cristãos realmente faz teologia sistemática muitas vezes por semana. Por exemplo: quando afirmamos que a Bíblia ensina que quem crê em Jesus será salvo, ou que Jesus é o único caminho para Deus ou mesmo que Jesus virá outra vez, estamos fazendo afirmações teológico-sistemáticas.

A fonte principal da teologia sistemática é a Bíblia. Seu conteúdo essencial é extraído das Escrituras do Antigo e do Novo Testamento. Então a teologia sistemática utiliza os dados da teologia bíblica – que é a área da teologia que estuda como se deu a auto-revelação de Deus ao longo do tempo – e apresenta esses dados de uma forma sistematizada por temas.

Outra fonte da teologia sistemática é a teologia histórica. Essa área da teologia se dedica a estudar como a doutrina bíblica se desenvolveu no decorrer da história da Igreja e como a Igreja reagiu às ameaças ao verdadeiro ensino bíblico.⁸

Quais as principais matérias da teologia sistemática?

Como foi dito, sempre que buscamos entender o ensino bíblico sobre um assunto específico estamos fazendo teologia sistemática. Mas há algumas matérias que são identificadas como centrais na teologia sistemática, pois consistem em declarações essenciais acerca da doutrina cristã. Essas matérias são:

  • Doutrina da revelação: estuda como Deus tem se revelou a si mesmo à humanidade. Essa matéria inclui não somente e revelação geral de Deus na criação, mas principalmente Sua revelação especial na Escritura. Essa última parte também é chamada de “bibliologia” e trata sobre como a Bíblia é a inspirada, infalível, inerrante e autoritativa Palavra de Deus. 
  • Doutrina de Deus: também chamada de “teontologia” – ou teologia propriamente dita, estuda o ser de Deus, Seus atributos, Sua vontade e Suas obras.
  • Doutrina do homem: chamada de “antropologia bíblica”, essa matéria estuda a criação e a natureza do homem.
  • Doutrina do pecado: estuda a origem, a natureza, a abrangência e as consequências do pecado. Essa matéria é chamada de “hamartiologia”.
  • Doutrina dos anjos: chamada de “angelologia”, essa matéria estuda o que a Bíblia diz sobre a existência dos seres espirituais.
  • Doutrina de Cristo: chamada de “cristologia”, essa matéria estuda a pessoa e a obra de Cristo.
  • Doutrina do Espírito Santo: estuda a pessoa, o ministério e os dons do Espírito Santo. Essa matéria é chamada na teologia sistemática de “pneumatologia”.
  • Doutrina da salvação: a soteriologia estuda a aplicação da obra da redenção.
  • Doutrina da Igreja: essa matéria é chamada de “eclesiologia”, e estuda a natureza, o governo e as ordenanças da Igreja.
  • Doutrina das últimas coisas: muito conhecida como “escatologia”, essa matéria trata das questões que envolvem a consumação da presente Era e a vida no estado eterno.

Qual a importância do estudo da teologia sistemática?

Sem dúvida a teologia sistemática possui uma importância fundamental para a Igreja do Senhor. Em primeiro lugar, o estudo da teologia sistemática prepara o crente para aprender e também para ensinar o que a Bíblia diz acerca das questões mais relevantes da Fé Cristã.

Consequentemente, em segundo lugar, estudar teologia sistemática acaba corrigindo certas ideias, conceitos ou interpretações que possamos ter acerca de algum tema bíblico que não esteja de acordo com a verdade de Deus revelada em Sua Palavra.

Seja por causa da corrupção do pecado, ou mesmo por simples ignorância, muitas vezes nos posicionamos de um modo equivocado e contrário às Escrituras. Mas de uma forma ou de outra, não temos permissão para distorcer as verdades bíblicas.

Em terceiro lugar, a teologia sistemática habilita o crente a identificar quando uma doutrina realmente é bíblica ou quando não é. Como diz Millard Erickson, crenças doutrinárias corretas são essenciais no relacionamento entre o cristão e Deus. Se uma pessoa não possui a crença correta acerca da revelação de Deus, como ela poderá se relacionar com Ele?

Em quarto lugar, estudar teologia sistemática capacita o crente a defender doutrinas que são inegociáveis à Fé Cristã. Diariamente os crentes são atacados por diversos modelos que pregam uma verdade alternativa; ou sistemas de pensamentos religiosos ou ideologias seculares que tentam se equiparar à verdade bíblica.

Em quinto lugar, se a teologia sistemática é algo presente na vida diária do cristão, a importância de seu estudo é fundamental. Na verdade faz parte do objetivo da teologia sistemática sua aplicação prática à vida do crente. Em outras palavras, nesse ponto a teologia sistemática não somente irá fornecer os dados bíblicos necessários para respondermos os questionamentos éticos e práticos de nossa vida diária, como também irá nos ajudar a crescer como cristãos.

quarta-feira, junho 8

QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DE UM SADOMASOQUISTA? VAMOS ENTENDER?

A forma compelxa da mente humana nos torna únicos em diversos aspectos, incluindo a sexualidade. Não existe um meio linear de se obter prazer e boa parte de nós explora diversas abordagens em relação a isso. Por isso, indo nesse gatilho, vamos entender o que é sadomasoquismo e o como ele se desenvolve nas relações.

O que é sadomasoquismo?

O sadomasoquismo se trata da busca pelo prazer através da dor em consenso entre duas ou mais pessoas. É uma palavra-valise, ou seja, junção dos termos:

  • Masoquismo – que significa prazer em sentir dor.
  • Sadismo – prazer em causar dor.

Por isso, para entender o que é sadomasoquismo precisamos perceber que nem sempre se trata de forma direta do sexo em si. Afinal, caso isso não seja essencial para ter satisfação, estímulo sexual ou cause traumas, não é visto como um problema.

Indo além, não existe uma pessoa sadomasoquista, pois não se pode ser sádico e masoquista ao mesmo tempo. Ou você assume o papel de submisso ou de opressor nesse relacionamento com as suas respectivas “funções” na busca pelo prazer.

Assim, quando um sádico e um masoquista se encontram em concordância, a relação assume caráter sadomasoquista. Com o passar do tempo a sigla BDSM, que signifca:                                                                                                         • Bondage;                  

  • Disciplina;
  • Dominação;
  • Submissão;
  • Sadismo;
  • e Masoquismo

Passou a representar essas práticas. Nisso, quando se referir sobre o que é sadomasoquista, mire na relação para melhor compreensão, indo além da pessoa.

Origem do termo

Na busca para entender o que é sadomasoquismo, é importante olhar ao passado, as origens da palavra. Portanto, em resumo, o termo surge da união de nome entre o Marquês de Sade e Leopold van Sacher- Masoch.

Quanto ao primeiro, Marquês de Sade era um conhecido escritor do século XVIII. Sade fazia obras provocativas e de conteúdo lascivo, incluindo o que fala sobre ele mesmo. Acontece que ele não poupava detalhes e sempre descrevia atos sexuais brutais, dando origem ao termo “sádico”.

Por sua vez, Sacher-Masoch, outro escritos, utilizava de perversão semelhante para trabalhar os seus textos. No caso, direcionava seus esforços para trabalhar aquilo que seria conhecido como “masoquismo” posteriormente e era adepto de práticas do tipo em sua vida pessoal.

Características do sadomasoquista

Estudando mais sobre o que é sadomasoquismo se percebe que o comportamento não se manifesta de forma linear. Nisso, pessoas podem reagir em graus e formas diferentes em relação a uma mesma característica. Ainda assim, obedecem a um padrão que os qualifica dentro de um mesmo nicho, como:

Oposição

Em um relacionamento sadomasoquista sempre haverá troca de papeis. Nisso, um sempre vai se mostrar mais dominador e controlador, enquanto o outro terá uma participação submissa. De acordo, ambos ficarão muito bem colocados naquilo que escolheram.

Humilhação

A humilhação durante a relação será uma das pontes que interliga os parceiros na busca por algo parecido. Enquanto um se encarrega de machucar o outro, esse se rende a um tipo de tortura que lhe causa excitação. Para quem não é adepto da prática, pode estranhar, embora esse tipo de relacionamento seja comum a quem gosta.

Objetos e jogos

Um dos caminhos para incrementar e potencializar o prazer aqui é se valer de objetos e jogos sexuais e de dominação. Nisso, é recorrente o uso de objetos como:

  • algemas;
  • mordaças;
  • correntes;
  • chicotes;
  • cintos;
  • velas;
  • fantasias;
  • e diversos pesos.

Quanto aos jogos, isso vai da imaginação de cada participante em aflorar a submissão do momento. Assim, é possível usar o que for melhor para a pessoa.

Regras

No entendimento completo sobre o que é sadomasoquismo, é preciso saber das regras acordadas entre as partes. Embora ocorra a humilhação consensual, estabelecer parâmetros a essa prática evita que alguém se sinta nocivamente inferior aí. Além das regras, existem os códigos como forma de escape para algo que machuca ou que não fazia parte.

Tanto que é comum a construção de um contrato para fortalecer permissões sadias ao momento. Dessa forma podem fortalecer os pilares como sanidade, segurança e consenso na escolha dos jogos. Assim, já se constrói os limites, horários, roupas e até os objetos a serem utilizados.

Em relação ao código, se trata de uma senha necessária para dar o alerta quando tudo deve ser acabado, as atividades devem parar imediatamente e o incômodo será finalizado. Portanto, há sempre um acordo.

Informação

Na descoberta sobre o que é sadomasoquismo, quem pratica sabe que o BDSM precisa ser feito com responsabilidade. Os cuidados são necessários para que não se criem traumas, feridas ou até o risco de morrer. Por conta disso que quem está começando precisa se informar bastante em livros, sites e palestras para que fique preparado. Afinal, esse tipo de postura na busca por informações relevantes vai permitir que a prática possa ser saudável. Por exemplo, com tempo de estudo, você vai entender melhor a não deixar marcas, feridas ou amarras que o outro não possa tirar sozinho. Sem contar que saberá as áreas proibidas de serem atingidas, como cabeça, nuca, a parte de trás dos joelhos… Etc.

Liberação

Durante muito tempo o significado de sadomasoquismo era direcionado a uma perversão mental no indivíduo. Contudo, a OMS em 2019 retirou o sadomasoquismo da classificação de diagnósticos psiquiátricos através da CID-11. Nisso, propõe que o comportamento aí classificado em consensualidade, sem danos a qualquer parte, não configura como problema.

A nova CID-11 indica que o sadomasoquismo faz parte da excitação sexual, sendo uma variante dela. E é um comportamento pessoal e privado que não impacta em relevância na saúde pública. Ademais, o diagnóstico psiquiátrico não pode apontar e discriminar os praticantes e fetichistas desse conjunto.

Exemplos

Existem alguns exemplos bem comuns sobre o que situações que envolve sadomasoquismo. Comecemos por:

Bancar o motorista

O submisso assume esse papel, se caracterizando com um uniforme e obedecendo a algumas regras. Por exemplo, não olhar para o rosto do dominador ou falar sem ser chamado sob pena de um castigo.

Mumificação

Sendo até mais “clássica”, se trata de imobilizar por completo o submisso utilizando os mais diversos materiais. A exemplo, cordas, camisa de fora, fita adesiva e o papel filme, deixando ele selado. Existe uma precaução em não se vedar a boca e o nariz, bem como a circulação da pessoa enrolada.

Adoração de pés

A podofilia é comum na prática e os pés recebem atenção especial durante o sexo. Portanto, o submisso faz uma referência e adoração máximas aos pés do parceiro, estando descalços ou com algum calçado. Isso acontece especialmente quando o outro usa sapatos ou botas de couro com salto agulha.

Prender em armário ou jaula

Tal como o cantinho da disciplina nas crianças, essa punição é recorrente durante a prática. O submisso pode ficar preso em gaiola ou armário conforme o desenrolar do jogo sexual. Muitas sex shops vendem compartimento específicos justamente para essa vontade.

Sabendo melhor o que é sadomasoquismo, entenda que isso pode ser benéfico se for devidamente acertado. Tocamos nesse ponto porque muita pessoas interessadas acabam reprimindo essa ideia por vergonha ou receio de serem mal vistas. Portanto, entenda que exercer sexualmente a sua saúde sem riscos contribui ao seu aprimoramento pessoal.

Porém, é preciso tomar os cuidados necessários para que isso não se torne uma sessão de tortura. As pessoas envolvidas precisam delimitar a ação, escolher bem o que pode ser feito e ter uma senha de segurança. No momento em que qualquer atividade o expõe e compromete negativamente precisa imediatamente ser parada.


ENSINO E A CLINICA DE LACAN:


Jaques Lacan (1901 – 1981) foi um psicanalista francês, considerado um dos pós-freudianos.

Propôs durante seu exercício da Psicanálise, um retorno à Freud. Ele entendia que os analistas da época haviam se distanciado por demais da criação freudiana.

Seu ensino pode ser dividido entre Escritos e Seminários, os primeiros sendo coletâneas de textos escritos durante sua carreira. Já os Seminários foram aulas abertas, primeiro no Hospital Sainte-Anne, e depois na Ecole Normale Supérieure, que foram transcritos posteriormente por seus alunos.

O responsável pela obra lacaniana é Jacques Alain-Miller (1944 – ), genro de Lacan, e presidente da Associação Internacional de Psicanálise.

Pode-se dividir também de forma cronológica a produção de Lacan. De 1953 a 1963, época do seminário XI, intitulado “Os quatro conceitos fundamentais da Psicanálise”, pensamos em Clínica do Simbólico. Momento onde Lacan dialogou com a teoria estrutural de Levi-Strauss, e com a Linguística de Saussure. Nesse período acentua-se o retorno à teorização freudiana.

Na clínica freudiana a ideia era acessar conteúdos, ou afetos reprimidos para o inconsciente, e com isso, o sofrimento do sujeito diminuiria. Trazer à luz do consciente o material reprimido. Como se fazia isso? Traduzindo sinais emergentes de algo do inconsciente, como sonhos, atos-falho e chistes, por exemplo (Freud, 1910/2013).

Lacan se apoiou nessas concepções, aliando-as à Linguística, falou no sujeito enquanto “sujeito de linguagem”. Aqui a primazia era dada ao sentido que era dado ao próprio sofrimento, “Certamente, a análise como ciência é sempre uma ciência do particular” (Lacan, 1953-54/1986).

No começo de sua empreitada, chamada de “Retorno à Freud”, Lacan se criticou a postura dos analistas da época (em particular a escola inglesa), que, segunda Lacan, estavam se distanciando por demais da origem, e virulência da Psicanálise. Realizava-se a chamada “maternagem”, onde o analista “digeria” os conteúdos traumáticos do paciente, buscando assim, vencer as resistências do processo analítico.

Ainda na década de 50, Lacan mudou a noção de tratamento para “experiência psicanalítica, desvirtuando o caráter médico, presente na análise. Trata-se de uma demanda do próprio sujeito, e não de uma recomendação feita à um paciente.

Neste momento, a proposta lacaniana seguia a noção freudiana de análise pela clave do Édipo. As leituras que se faziam das relações eram baseados em triângulos. Pai – Mãe – Filho.

Aqui pensamos nas famosas estruturas clínicas. O tratamento era baseado no diagnóstico estrutural, realizado pelo analista nas entrevistas preliminares. Ele é neurótico, psicótico, talvez perverso?

Essas concepções encontram algumas barreiras as aplicarmos à clínica do século XXI. Não conseguimos ler algumas formações sintomáticas, que se apresentam atualmente na clínica.

                       

As relações mudaram, logo, a forma como exercemos a Psicanálise deve mudar. Assim pensava Lacan, já nos anos 70.

Neste período, conhecido como Clínica do Real, o psicanalista francês se afastou da Linguística e do Estruturalismo, e iniciou um diálogo com a Lógica.

Lacan se utilizava de formações topológicas para explicar conceitos psicanalíticos. Uma delas é o nó-borromeano, uma forma de representar as três instâncias da experiência humana: Real, Simbólico e Imaginário.

Mas de quê isto nos serve aqui? Esse “enodamento” deve ser avaliado, pois implica na direção que a análise irá seguir. Na primeira clínica, geralmente, saía do Imaginário rumo ao Simbólico, isto é, tentávamos “desinflar” as fantasias do sujeito pela linguagem, pelo sentido do sofrimento, pelas palavras. Já na segunda clínica, rumamos para o Real, para o reino onde não há palavras. Levamos o sujeito à compreensão de que não há compreensão. Como diz Forbes (2014), as melhores coisas da vida a gente vive sem entender.

Hoje em dia, na clínica, o que buscamos é implicar o sujeito em seu próprio desejo e em seu próprio sofrimento. Não mais explicamos as formações sintomáticas do sujeito. Não que se recuse-as, muito pelo contrário. O que escutamos na análise são justamente as manifestações do inconsciente: sonhos, chistes, atos-falhos e sintomas.

Passamos no momento atual da clínica de um “Freud explica”, para um “Lacan implica”. A surpresa é tida como técnica. Sempre a sessão é dirigida para onde o sujeito não espera.

Me parece importante concluir, recordando, que todo desenvolvimento teórico da Psicanálise só se dá ao passo que implica na atuação clínica.

Como podemos concluir A Clínica é soberana E sempre será.

QUEM FOI LILITH? DEUSA? DEMÔNIO? FOI A PRIMEIRA MULHER DE ADÃO? VAMOS ENTENDER?

A história de Lilith surgiu na Babilônia e foi importada para a tradição judaica. O folclore judaico trata Lilith como uma espécie de demônio feminino. A primeira menção sobre quem foi Lilith surgiu entre os sumérios a 3000 a.C, com um registro conhecido como "o poema Lilitu".

Na Babilônia, Lilith era uma deusa e provavelmente os judeus a incluíram na sua cultura durante o período em que ficaram exilados.

Nos textos babilônicos, Lilith era "a prostituta do templo de Isthar",  um demônio feminino que causava a queda dos homens através da sedução. Como deusa, Lilith estava associada a lua, ao adultério, a morte (aborto) e a doenças sexualmente transmissíveis. 

Podemos constatar no Antigo Testamento a influência da cultura babilônica entre o povo de Israel e suas consequências, apesar disto, não há nenhum registro sobre a existência de Lilith na Bíblia. 

Lilith passou a fazer parte do folclore judaico de forma tardia, na Idade Média. Na verdade, Lilith passou a ganhar fama nos dias atuais devido à produção de livros de ficção, desenhos e filmes, tornando a sua história ainda mais confusa.

A história de Lilith

O primeiro registro a falar sobre a vida Lilith foi o "Alfabeto de Ben-Sira", uma sátira judaica que contém cenas de incesto e até flatulência. O texto humorístico do período medieval conta que Lilith teria sido a primeira mulher do mundo, a primeira mulher de Adão. 

Deus teria feito Lilith antes de Eva, do pó da terra, assim como Adão. No primeiro ato sexual, Lilith se recusou a ficar por baixo de Adão, exigindo ser tratada da mesma forma que ele. Ambos passam a discutir, Lilith diz o nome de Deus em vão e foge voando do jardim do Éden. 

Adão orou a Deus, que enviou três anjos para resgatá-la, mas Lilith se recusou retornar ao Éden. Castigada a ter cem abortos por dia, Lilith se torna uma espécie de demônio do mar Vermelho. 

Devido à solidão de Adão, Deus cria Eva. Esta agrada Adão causando ciúmes em Lilith, que se transforma em serpente e faz Eva a comer do fruto proibido. 

Não é possível afirmar que a história de Lilith seja verdade, por se tratar de uma ficção medieval com influências da comédia grega. Existem também outros textos que dizem que Lilith se tornou esposa de Lúcifer ou Samael.

A história de Lilith, é por vezes, utilizada como um símbolo feminista no combate ao machismo. Apesar do direito das mulheres ser uma causa justa, isto não torna a história de Lilith verdadeira. 

Lilith, Adão e a Bíblia 

Lilith não foi a primeira mulher de Adão. Algumas pessoas alegam que o versículo de Gênesis 1:27 que diz que "Deus criou o homem e a mulher" surge antes da citação de Eva em Gênesis 2. Dando margem a interpretação que existiria uma mulher antes de Eva. Outro ponto para este argumento seria a reação de Adão ao dizer "esta sim", como se houvesse outra mulher, veja o versículo: 

Disse então o homem: "Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada". Gênesis 2:23

No caso, trata-se de um erro de interpretação de texto, veja como está organizado o início do livro de Gênesis: o primeiro capítulo fala quando o homem e a mulher foram criados em meio a tudo. Já o capítulo 2, detalha como Adão e a mulher foram criados. Não existe "o homem e Adão", nem "a mulher e Eva", existe o homem e a mulher que se chamavam Adão e Eva.

Vale destacar que a "mulher" só passa a se chamar Eva no capítulo 3, o que deixa ainda mais claro que só existe uma mulher. Quando Adão diz "esta sim" está reagindo ao fato de Eva ser como ele - mesma espécie - em forma e aparência. 

Outra tentativa de inserir Lilith em Gênesis, vem de uma crença islâmica que Lilith seria a serpente que enganou Eva. Contudo, a própria Bíblia afirma em Apocalipse 12:9 que a serpente é o Diabo: "Ele é a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás, que engana o mundo todo."

A única passagem que recorre à expressão "lilith" encontra-se em Isaías 34:14 na versão hebraica. No entanto, Isaías 34 foi escrito antes do exílio dos judeus na Babilônia, logo não havia influência da figura de Lilith e não se tratava de um nome próprio. Veja o versículo:

"Criaturas do deserto se encontrarão com hienas, e bodes selvagens balirão uns para os outros; ali também descansarão as criaturas noturnas e acharão para si locais de descanso." Isaías 34:14 

No texto original, o termo "criaturas noturnas" em hebraico remete a expressão "lilith" - com letra minúscula - que significa "noturna" ou "noite". Trata-se de um texto simbólico, o profeta cita a figura de animais selvagens - hienas, bodes e corujas - não de deuses e demônios. 

Esta confusão é similar ao caso de Lúcifer - também escrito em Isaías - que a tradução original significa "estrela da manhã" e a Bíblia não faz nenhuma menção a sua existência. Da mesma forma, não podemos tratar Lilith como um demônio feminino, se de fato, a Bíblia não fala nada sobre a sua existência. Afirmar que Lilith é um demônio é afirmar que Lilith existe.

Desmistificando Lilith através da Bíblia 

Na Bíblia, Deus criou o homem e a mulher semelhantes um ao outro, para cooperarem entre si, não para competirem.

Veja algumas referências bíblicas que desmistificam a existência de Lilith: 

  • A Bíblia não cita Lilith em Gênesis, tampouco a existência de uma mulher anterior a Eva.
  • Em Gênesis 1:27 fala quando o homem e a mulher foram criados. Já em Gênesis 2 descreve como Adão e a "mulher" foram criados. 
  • A Bíblia afirma que serpente que enganou "mulher" foi o Diabo, não Lilith - Apocalipse 12:9 
  • A "mulher" não tinha nome. Adão a chamou de Eva depois que comeu o fruto proibido - Gênesis 3:20
  • Isaías 34 cita a figura de animais selvagens, não de demônios ou pessoas.
  • A tradução "criaturas noturnas" não é nome o próprio "Lilith", assim como "estrela da manhã" não é o nome "Lucifer ".

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?