terça-feira, junho 14

FREUD, HIPNOSE E A PSICANÁLISE? VAMOS ENTENDER?

Emmy Von N foi a primeira paciente a ser avaliada por Freud utilizando o método catártico e empregando outros recursos que são válidos até hoje na psicanálise. Contudo, muitas avaliações da época foram tida como equivocadas, um passo importante para a evolução dos estudos da psique humana.

Por esse motivo, conhecer esse caso e suas particularidades é fundamental para compreender melhor os conceitos de uma das abordagens mais importantes da psicologia. 

Este estudo vai enriquecer sua visão sobre a psicanálise. Isso porque você vai:

  • conhecer o caso Emmy Von N., um dos primeiros e mais importantes na história da psicanálise
  • e também entender como foram as técnicas empregadas por Freud, que utilizou o método catártico (sugestão hipnótica) mas já numa transição de técnicas que depois formariam o método da associação livre e a psicanálise propriamente dita.

Quem foi Emmy Von N?

Emmy Von N foi, na verdade, uma mulher nobre da Suíça, que se chamava Fanny von Sulzer Wart. Ela esteve entre os primeiros estudos de Sigmund Freud — que posteriormente veio a se tornar um dos nomes mais emblemáticos entre os especialistas.

O nome fictício de Emmy Von N foi dado para possibilitar os estudos sobre o seu comportamento. Dentre os relatos do caso, uma das principais características de Emmy era o seu medo exagerado de situações normalmente inofensivas.

Além disso, a paciente apresentava também sintomas físicos peculiares, como dores no corpo e um vício vocálico. Tudo isso foi visto como evidências para um quadro que iria muito além de alucinações puramente imaginárias.

Caso Emmy Von N analisado por Freud

O caso de Emmy Von N chegou a Freud como uma paciente histérica, que na época era compreendida como uma doença nervosa relacionada ao útero e que provocava crises convulsivas.

Contudo, o principal traço da histeria seria o comportamento de pânico, estresse e emoções extremamente à flor da pele — assim como Emmy apresentava em relação ao medo de animais e de pessoas desconhecidas, por exemplo.

Sabendo disso, Freud começou a utilizar as técnicas de hipnose para desvendar a origem desses medos irracionais da paciente. Assim, o psicanalista hipnotizava a paciente com o objetivo de expandir a sua consciência e retomar lembranças apagadas.

Essa seria uma das estratégias adotadas pelo método catártico, responsável por fazer com que o paciente fale e expresse livremente o que está sentindo, pensando e reprimindo. Com isso, a pessoa hipnotizada se torna capaz de expor tudo que tem lhe causado medo.

Traumas de infância

No caso Emmy Von N analisado por Freud, a paciente relatou episódios de infância em que seus irmãos lhe atiravam animais mortos, como provocação de criança. A partir dessa informação, o psicanalista pode observar como os traumas de infância são levados à vida.

Muito embora o método hipnótico utilizando sugestão tenha sido contraposto pelo próprio Freud ao longo de seus estudos, esse caso foi de suma importância. Afinal, foi com essa observação que a psicologia voltou seu olhar ao impacto de fatos do passado do paciente.

As situações traumáticas passaram então a ser associadas aos eventos de histeria, considerando que por diversas vezes os primeiros espasmos e crises partiam justamente no momento dessas situações.

Qual método Freud empregou no caso Emmy Von N.?

Freud empregou inicialmente o Método Catártico ou sugestivo baseado na hipnose.

Este método combinava:

  • técnica da pressão, em que o terapeuta pressionava a testa do paciente,
  • com as sugestões hipnóticas, em que o terapeuta pedia que o paciente em estado hipnótico se desvencilhasse dos sintomas.

Em síntese, Freud dava ordens (ou sugestões) para a paciente não ter mais determinados sintomas.

É bom lembrar que foi um momento inicial da carreira de Freud, em que ele era um entusiasta da hipnose, baseando em técnicas de hipnose e sugestão desenvolvidas por Charcot e Breuer, de quem Freud fora discípulo.

Ainda não era propriamente psicanálise: o termo só foi cunhado por Freud anos depois. Mas os elementos fundadores da Psicanálise já podem ser vistos no caso Emmy Von N., graças às anotações feitas por Freud.

O papel central da paciente Emmy Von N. na origem da psicanálise

Emmy demonstrava uma série de sintomas, dentre os quais:

  • dores gástricas (surgidas após a morte do marido),
  • tiques nervosos,
  • gagueira,
  • tendência à repetição de frases (como “fique quieto” e “não me toque”),
  • medo de ser tocada e de estar com outras pessoas (por ter sido perseguida em situações da vida),
  • medo de camundongos e de circo,
  • mudanças de humor (o que hoje alguns diriam “bipolaridade”),
  • entre outros.

Freud escreveu a respeito da gagueira, uma das principais manifestações sintomáticas de Emmy:

“Eu lhe havia perguntado qual a origem de sua gagueira e ela respondera “não sei”. Pedira-lhe, portanto, que se lembrasse disso na hora da hipnose de hoje. Em consequência, me respondeu hoje, sem nenhuma reflexão adicional, mas com grande agitação e com dificuldades espásticas na fala: “Como os cavalos certa vez saíram em disparada com as crianças na carruagem; e como outra vez eu estava passando de carruagem pela floresta com as meninas, durante uma tempestade, e uma árvore bem à frente dos cavalos foi atingida por um raio e os cavalos se assustaram e eu pensei: ‘Agora você precisa ficar bem quietinha, se não seus gritos vão assustar os cavalos ainda mais e o cocheiro não conseguirá contê-los de jeito nenhum.’ Surgiu a partir daquele momento.” A paciente ficou extraordinariamente agitada ao contar-me essa história. Soube também por ela que a gagueira tinha começado logo após a primeira dessas duas ocasiões, mas havia desaparecido pouco depois e então se estabelecera de uma vez por todas após a segunda ocasião semelhante. Apaguei sua lembrança plástica dessas cenas, mas pedi-lhe que as imaginasse mais uma vez. Ela pareceu tentar fazê-lo e permaneceu quieta enquanto atendia a meu pedido; a partir de então, falou durante a hipnose sem qualquer impedimento espástico.”

Durante a hipnose, ela conseguia se expressar, num fluxo mais contínuo de ideias, sem travas e sem gagueira. Isso reforçou em Freud a ideia de que os sintomas tinham origem psíquica, não eram de origem física.

Emmy se mostrava irritada com a frequente pergunta de Freud “de onde vem esse sintoma?”, respondendo a Freud: “Se eu soubesse eu não precisaria estar aqui”.

Além disso, ela pedia que Freud parasse de falar tanto e deixasse-a falar. O que foi outro insight para Freud, depois, colocar a fala do paciente em lugar de destaque em sua terapia, o que está na base da próxima e definitiva fase da técnica freudiana: a livre associação.

O conceito de histeria e a forma de tratamento com Psicanálise

“Não sei” (resposta recorrente de Emmy Von N.) pode ser entendida como “eu temo dizer”, uma forma de expressar o recalque (mecanismo de defesa) e a recusa em se expressar. Isso porque o Ego usa de mecanismos de defesa para evitar que as causas dos sintomas venham à consciência, afinal seria doloroso reviver aquela dor da causa.

Entretanto, na histeria, o tratamento por excelência é entrar em contato com a causa (descobrir a causa).

Freud notou que, quanto mais lembranças surgiram e ela relatava essas lembranças, menos sintomas Emmy demonstrava ter. Como se o ato de falar amenizasse esses sintomas. E na duração das sessões de hipnose, os sintomas desapareciam e a paciente se expressava de maneira digamos “mais espontânea”.

Emmy disse ao final de sessões: “agora eu me sinto muito melhor”. Freud começava a identificar que o ato de falar livremente ajudava no alívio dos sintomas psíquicos. Anos depois, Freud abandonaria a hipnose em favor de outra técnica, a livre associação em que o papel de “falar livremente” se torna ainda mais relevante.

Freud, Hipnose e Psicanálise

Freud relatava não conseguir hipnotizar todos os pacientes. Ele entendia que nem todos os pacientes eram hipnotizáveis.

A paciente Emmy pedia para falar. Então, muitas sessões tinham grande parte de “conversa” e cada vez menos de hipnose, pelas anotações que o próprio Freud fazia das sessões. Isso seria já uma transição em favor da associação livre.

“Se, para sermos breves, adotarmos o termo “conversão” para designar a transformação da excitação psíquica em sintomas somáticos crônicos, que é tão característica da histeria, podemos então dizer que o caso da Sra. Emmy Von N. apresentava apenas uma pequena quantidade de conversão. A excitação, que era originariamente psíquica, permaneceu em sua maior parte nessa esfera, e é fácil compreender que isso lhe confere uma semelhança com as outras neuroses, não histéricas. Existem casos de histeria em que todo o excedente da estimulação sofre conversão, de modo que os sintomas somáticos da histeria se intrometem no que parece ser uma consciência inteiramente normal. A transformação incompleta, no entanto, é mais comum, de modo que pelo menos parte do afeto que acompanha o trauma persiste na consciência como um componente do estado emocional do indivíduo.”

Na histeria, há necessidade de lembrar como forma de tratar. A lembrança é retornar à fonte do sintoma e, ao se lembrar a origem do sintoma, de maneira “quase automática” o sintoma desaparece.

A ideia de “conversão” no conceito de “histeria de convenção ” significa que tudo aquilo que é vivido de forma traumática (e não é combatido na ocasião em que ocorre) é convertido em sintoma.

Conversão significa: eventos da vida do paciente que são “perdidos” enquanto tal, mas que são transformados em sintomas (e assim permanecem na vida psíquica do sujeito).

Assim, o caso Emmy Von N. trouxe importantes insights para a Psicanálise:

  • passado está presente, pelo menos como sintoma; isto é, o sintoma é a prova presente de um evento de outra natureza, ocorrido no passado.
  • No inconsciente passado e presente convivem livremente, pois o inconsciente não tem temporalidade.
  • fala do paciente é importante e é a essência do tratamento, mais do que a sugestão do analista.
  • ​Emmy deu o insight para Freud iniciar a associação livre.
  • De certa forma, Emmy Von N. é co-autora da Psicanálise, o que mostra a incrível importância do par analítico (analista – paciente).

As técnicas da hipnose fizeram parte da construção da psicanálise, pois estiveram na base dos primeiros tratamentos de Freud.

A psicanálise não invalida a hipnose, que pode ser usada de maneira efetiva até hoje, embora psicanálise e hipnose tenham técnicas diferentes:

  • hipnose: método com técnicas de sugestão;
  • psicanálise: método da associação livre.

A importância do caso para a psicologia e psicanálise

A personalidade e comportamento imperativo de Emmy Von N. foi o principal fator para que a psicologia se consolidasse da maneira que conhecemos hoje: o paciente relatando livremente os fatos e emoções que o levaram até ali.

Isso pois, nas consultas com Freud, Emmy fazia questão de falar o que queria e interrompia qualquer pergunta que a desviasse de seu relato. O psicanalista permitiu que a consulta seguisse dessa forma e resolveu aderir a tática com os demais pacientes estudados.

Essa atitude de Emmy mudou a relação entre paciente e profissional e o formato em que ocorriam as consultas. Pois analisando a forma como a paciente se expressava, Freud conseguia muito mais informações do que conduzindo a sessão com perguntas calculadas.

Esse formato se mostrou tão eficiente que virou um padrão para as consultas psiquiátricas. Não à toa, independente de qual seja a abordagem seguida pelo psicólogo, o modelo das consultas psicoterapêuticas segue sendo o mesmo.

Outras questões interessantes também foram discutidas com mais amplitude e propriedade após o estudo do caso Emmy Von N, como a relação entre histeria e sexualidade. O conceito da hipnose e da sugestão também foram melhor investigados.

Histeria e sexualidade

Freud associou que o quadro de Emmy poderia estar ligado a sua abstinência sexual, uma vez que a mulher era viúva há 24 anos. Desse modo, a histeria não era mais associada a uma condição ocasionada pelo útero, mas sim com a sexualidade da paciente.

Muitos outros estudiosos também fizeram essa associação, que inicialmente era superficial demais para chegar a resultados conclusivos. Entretanto, a percepção foi determinante para se reconhecer o papel das interferências externas no ocasionamento da histeria.

Ou seja, em vez de uma condição genética que colocaria a mulher como predisposta a histeria — no caso da condição associada ao útero —, agora se enxerga a possibilidade de outros acontecimentos e situações serem os causadores das crises.

Todo esse processo de transformação pelo qual passa o caso de Emmy Von N são uma amostra de como os diagnósticos clínicos dos quadros mentais dos pacientes foram evoluídos conforme os estudos passaram a investigar o indivíduo e sua amplitude.

Hipnose e psicanálise

A hipnose continua sendo uma técnica bastante usada na psicanálise, porém vale lembrar que ela passou por diversas transformações desde Emmy Von N. Isso porque Freud conseguiu empregar seu estudo para o que lhe propunha: se aprofundar na psique humana.

Com as pontuações feitas pelo psicanalista europeu, os estudiosos e profissionais sucessores da área puderam aperfeiçoar a abordagem psicanalítica evitando equívocos cometidos inicialmente.

Entretanto, a hipnose está entre a base do método psicanalítico, sendo responsável por solucionar muitas interrogações que o paciente carrega consigo durante anos. Mas para isso, claro, é necessário que o psicoterapeuta seja acima de tudo um bom hipnotizador.

É justo destacar ainda que o caso de Emmy Von N é apenas uma premissa do que viria a se tornar o trabalho freudiano. Desse modo, muitos métodos, conceitos e teorias surgiram para complementar, ajustar ou mesmo refutar as primeiras concepções sobre o assunto.

Em vista disso, a psicanálise possui um grau de complexidade que envolve conceitos e teorias que precisam ser avaliados minuciosamente. Assim como fez Freud ao observar o comportamento de Emmy e aplicar seus métodos de investigação.

O QUE SIGNIFICA TEOFANIA? VAMOS ENTENDER?

Teofania é uma manifestação visível do próprio Deus no Antigo Testamento. A palavra teofania tem origem na combinação de duas palavras gregas, theos, que significa “Deus”, e phainein, que significa “mostrar” ou “manifestar”. Portanto, literalmente teofania significa “manifestação de Deus”.

O Antigo Testamento registra alguns casos de teofania. Todos eles aconteceram em momentos decisivos da história da redenção quando Deus resolveu deixar-se ser visto por alguém com o objetivo de comunicar sua vontade a tal pessoa.

É importante não confundir os registros bíblicos de teofanias com o uso da linguagem antropomórfica no Antigo Testamento. O antropomorfismo é um recurso de linguagem em que o escritor bíblico atribui características     humanas a Deus para tornar mais clara sua mensagem. Mas as teofanias constituem uma manifestação real de Deus.

Características das teofanias na Bíblia

As teofanias bíblicas não foram exatamente iguais umas às outras. Nas teofanias Deus assumiu diferentes formas visíveis para se revelar a algumas pessoas. Há teofanias que se deram através de sonhos e visões; enquanto outras aconteceram bem diante dos olhos físicos dos homens. Aqui podemos destacar algumas importantes características que distinguem os tipos básicos de teofanias registradas na Bíblia.

Em primeiro lugar, algumas teofanias ocorreram em forma simbólica. Isso significa que Deus algumas vezes se manifestou a alguém não em forma humana, mas através de símbolos. Mas isso não quer dizer que tal manifestação da presença de Deus foi menos real que em uma teofania em forma humana. Alguns exemplos de teofanias em forma simbólica são:

  • O forno de fumaça e a tocha de fogo na ocasião em que Deus selou sua aliança com Abraão (Genesis 15-17 ).
  • A coluna de nuvem durante o dia e a coluna de fogo durante a noite que guiava e iluminava o povo de Israel no deserto (Êxodo 13:21,22).
  • A vez em que os israelitas viram e ouviram os trovões e os relâmpagos, o som de buzina e o Monte Sinai fumegando com a manifestação da presença de Deus (Êxodo 20:18-20).
  • A nuvem que entrou no Tabernáculo e posteriormente no Templo em Jerusalém (Êxodo 40:34-38; Levítico 16:2; 1 Reis 8:11).

Em segundo lugar, outras teofanias ocorreram em forma humana e tangível. Deus assumiu aparência ou corpo humano em caráter temporário. Sem dúvida dois dos exemplos mais conhecidos são: a ocasião em que o Senhor visitou Abrão como se fosse um viajante (Genesis 18 ); a vez em que Jacó  lutou com um homem no Vale de Jaboques (Gênesis 32:24).

Dentro dessa categoria de teofania também estão aquelas em que Deus se manifestou através do que os escritores bíblicos chamaram de “Anjo do Senhor” (Juízes 13:21,22). Moisés por exemplo, viu o Anjo do Senhor no meio de uma sarsa ardente e se tratava o próprio Deus (Êxodo 3:2-22). Mas é verdade que nem sempre a designação “Anjo do Senhor” na Bíblia se refere a uma teofania. Saiba mais sobre quem é o anjo do senhor. 

Cristofania: Cristo e as teofanias do Antigo Testamento

Os estudiosos da Bíblia ainda destacam que na maioria das teofanias em forma humana, se não em todas elas (principalmente quando se trata do Anjo do Senhor), o que pode ter ocorrido é uma manifestação pré-encarnada de Cristo. Eles observam certas características interessantes em algumas dessas teofanias:

  • O mensageiro que se manifesta a alguém fala como Deus na primeira pessoa do singular.
  • Ele age como Deus e demonstra uma autoridade que só pertence a Ele.
  • Ele é reconhecido como Deus pelas pessoas a quem se manifesta.
  • Ele é capaz de receber adoração.

Contudo, apesar de todas essas particularidades, ainda assim algumas vezes o mensageiro se faz distinto de Jeová Por exemplo: quando Deus apareceu em forma humana a Josué antes da conquista de Jericó, ele se identificou como sendo o “príncipe do exército do Senhor” (Josué 5:14).

Então como pode alguém falar como Deus, agir como Deus e ao mesmo tempo se distinguir d’Ele? Bons expositores bíblicos têm procurado responder esta pergunta apontando para a doutrina da Trindade Somente alguém que é Deus pode falar e agir como Ele e ainda assim se distinguir d’Ele, não em essência, pois Ele é um, mas em pessoalidade.

Portanto, provavelmente essas teofanias travam-se do aparecimento do pré-encarnado Filho de Deus. Na teofania presenciada pelos pais de Sanção isto parece claro. O Anjo do Senhor reivindica o mesmo nome que é atribuído a Cristo pelo profeta Isaias (Juízes 13:18-22; cf. Isaías 9:6). Alguns comentaristas chamam essas teofanias de “Cristofania”.

Ainda há teofanias hoje?

Além de as teofanias do Antigo Testamento ter como finalidade tornar a vontade de Deus conhecida em determinado contexto, elas também possuíam um significado muito mais amplo e profundo. Elas apontavam para um propósito redentor e para uma esperança escatológica.

A realidade das teofanias do Antigo Testamento encontra seu cumprimento pleno e final na bênção da vinda do Filho de Deus ao mundo. É possível dizer que cada uma das teofanias em forma humana registradas no Antigo Testamento pré-figurava o milagre da encarnação. O Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a Sua glória (João 1:14). Cristo é a teofania permanente; n’Ele está a consumação da revelação de Deus aos homens; Ele é o Emanuel Deus conosco (Mateus 1:23).

O apóstolo João escreve que “ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido” (João 1:18). O apóstolo Paulo diz que Jesus é a imagem do Deus invisível (Colossenses 1:15). O escritor de Hebreus ensina que Cristo é o resplendor da glória de Deus, e a expressa imagem da Sua pessoa (Hebreus 1:3).

Por fim, o próprio Cristo enfaticamente declara: “Quem vê a mim vê o pai” (João 14:9). Portanto, não há mais qualquer necessidade de que ocorram novas teofanias como aquelas registradas no Antigo Testamento.

Os cristãos do Antigo Testamento viveram num período em que eles criam no Salvador prometido que haveria de vir; e tinham pequenos vislumbres do cumprimento dessa promessa através das teofanias. Hoje, vivemos num período em que cremos no Salvador que já veio. Graciosamente desfrutamos de um estágio superior da revelação de Deus na história da redenção. Então podemos enxergar a promessa divina já cumprida na pessoa de Cristo.

segunda-feira, junho 13

FLORAIS DE BACH FEITO PARA TRATAR EMOÇÕES E EQUILÍBRIO?VAMOS ENTENDER COMO?

A IMPORTÂNCIA DE ESTUDARMOS ANGELOLOGIA VAMOS ENTENDER PORQUE?

Angelologia é a matéria teológica que estuda o que a Bíblia diz sobre os anjos. A palavra “angelologia” é formada pela união do termo grego angelos e do sufixo logia – que vem de logos – e basicamente significa “lógica ou raciocínio sobre os anjos”. Por isso na teologia sistemática a doutrina dos anjos na Bíblia é chamada de “angelologia”.

Então é fácil entender que a angelologia, enquanto disciplina teológica, fornece de forma organizada os dados bíblicos acerca desses seres espirituais. Conforme a Bíblia aborda a existência desses seres, a angelologia sem dúvida tem sua importância como matéria da teologia sistemática. 

Já no tempo da Igreja Primitiva a angelologia era abordada com atenção. Inclusive autores do Novo Testamento trataram de corrigir alguns desvios que poderiam se espalhar entre os crentes nessa área (cf. Gálatas 1:8; Colossenses 2:18,19; Hebreus 1:1-14; etc.). Já na história posterior do Cristianismo, a angelologia começou a ser desenvolvida de forma mais intensa a partir de Agostinho.

Os anjos são mencionados na Bíblia tanto no Antigo Testamento quanto no Novo. No Antigo Testamento geralmente eles são designados pela palavra hebraica malak, que significa basicamente “mensageiro”. No Novo Testamento o termo grego correspondente é angelos – justamente de onde vem a nossa palavra “anjo”. Assim como no hebraico, o grego angelos significa “mensageiro”.

Além desses termos básicos, os anjos também são designados na Bíblia de outras formas, como: “santos”, “exércitos”, “vigilantes”, “assembléia”, “espíritos ministradores”, “principados e potestades”, “poderes” etc. A Bíblia também se refere a certos anjos com alguns termos especiais como “arcanjo”, “querubins ” e “serafins” o que indica a existência de diferentes classes de anjos. Além disso, há também anjos maus que frequentemente são chamados de “demônios”.

Quais os temas estudados na angelologia?

A angelologia começa abordando os dados bíblicos acerca da origem dos anjos. Nesse sentido a angelologia reconhece que não há muitas informações bíblicas sobre esse ponto específico, mas afirma que as informações disponíveis, embora não sejam detalhadas, não deixam qualquer dúvida de que os anjos são criaturas de Deus.

A angelologia também trata a respeito da natureza dos anjos e de como eles são constituídos. Há algumas passagens bíblicas que até apresentam breves descrições de como são os anjos, mas os estudiosos discutem se essas descrições devem ser interpretadas como descrições literais ou simbólicas. No entanto, o que é basicamente ponto de concordância entre todos é que os anjos são seres espirituais naturalmente incorpóreos – apesar de em algumas ocasiões específicas eles poderem assumir, extraordinariamente, uma aparência física.

Outra questão discutida na angelologia é a função dos anjos No geral, os anjos são apresentados na Bíblia como seres ministradores que servem a Deus e a seu povo. Nesse sentido duas de suas principais funções é adorar a Deus e servir como mensageiros.

A angelologia ainda entende que a Bíblia fala em diferentes tipos de anjos o que também parece apontar para a existência de uma hierarquia angélica. É nesse ponto que a Bíblia fala do Arcanjo e Miguel que aparece como comandante do exército celestial ­– e também de outros anjos chamados de serafins e querubins.

A doutrina dos anjos na Bíblia também deixa clara a realidade da existência de anjos caídos Alguns anjos caíram de sua posição original e acabaram por pecar contra Deus. Esses anjos são normalmente chamados de “demônios” e têm por líder outro anjo caído que é chamado na Bíblia de “Satanás”.

Alguns estudiosos também mencionam dentro do estudo da angelologia a questão dos aparecimentos do Anjo do Senhor no Antigo Testamento ­– enquanto outros preferem discutir esse assunto dentro da teontologia visto que é amplamente aceito que esses aparecimentos eram um tipo de teofania.

A importância do estudo da angelologia bíblica

Como toda doutrina bíblica a angelologia deve ser estudada pelos cristãos com seriedade. Como foi dito, os anjos são frequentemente mencionados no texto bíblico, e muitas vezes participando de momentos decisivos da história da redenção. Então é importante que todos saibam quem são esses seres, o que eles fazem e quais são suas posições.

Apenas como curiosidade, a palavra grega angelos aparece mais vezes no Novo Testamento que a palavra grega hamartia; que é o termo mais usado para se referir ao pecado. Isso mostra que a Bíblia dedica um espaço importante a esses seres espirituais; o que confirma a necessidade de o cristão entender qual é a doutrina bíblica a esse respeito.

Além disso, a doutrina dos anjos foi ­ e ainda continua sendo – alvo de muitas distorções. Não é raro encontrar ensinos completamente estranhos às Escrituras que propagam idéias místicas sobre os anjos e que tem levado muitos ao engano.

Na maioria das vezes esses ensinos tentam colocar os anjos numa posição que eles não possuem e atacam diretamente a exclusividade da glória de Deus. Então todos nós devemos procurar entender a verdadeira doutrina bíblica dos anjos adotando uma angelologia genuinamente correta.

FLORAL: DR° BACH E SUAS DESCOBERTAS MILAGROSAS; VAMOS ENTENDE QUAIS SÃO?

O Dr. Edward Bach (1886-1936) era um médico com ideias avançadas para o seu tempo. Ao longo da sua curta carreira, evoluiu da medicina ortodoxa para o desenvolvimento de uma forma de medicina natural para tratar a saúde emocional e espiritual, muito em sintonia com as tendências da saúde natural de hoje. Passou grande parte de sua vida (entre 1918-1935) descobrindo seu sistema simples de 38 essências florais. Ele estava convencido de que o bem-estar emocional era a chave para a boa saúde geral e seu sistema assimilou o estado de espírito positivo das flores, permitindo-nos redescobrir o lado positivo de nós mesmos.

Nascido em 24 de setembro de 1886, em Moseley, nos arredores de Birmingham, e de origem galesa, ele era uma criança intuitiva, delicada, cheia de vitalidade, com um grande amor pela natureza. Deixou a escola aos 16 anos e passou três anos na fundição de latão do pai, em Birmingham, a fim de pagar os seus estudos de medicina.

Os primeiros anos de carreira do Dr. Bach foram ao mesmo tempo convencionais e bem sucedidos. Em 1912 diplomou-se pelo University College Hospital (UCH), onde se tornou médico encarregado das urgências (Casualty Medical Officer) em 1913; ainda nesse ano, tornou-se cirurgião de urgências (Casualty House Surgeon) no National Temperance Hospital.

Uma doença, em 1913, levou-o a desistir do posto de cirurgião do Pronto-Socorro. Quando se recuperou, abriu um consultório em Harley Street. Então interessou-se pela escola da imunidade e assumiu um posto como bacteriologista assistente. Durante esse período, produziu novas vacinas, que obtiveram bastante sucesso.

Durante a guerra de 1914, ficou muito doente e entrou em colapso. Uma cirurgia habilidosa trouxe-o novamente à vida, mas disseram-lhe que só viveria por mais três meses. A despeito dessa terrível notícia, retornou, num estado muito fraco de saúde, a ocupar o seu cargo nos laboratórios. Após alguns meses, esquecendo seus problemas devido à pressão do trabalho, tornou-se mais forte. Os amigos que o viram posteriormente, ficaram atônitos por ainda estar vivo. Ele mesmo concluiu que foi a consciência de um propósito em sua vida que lhe trouxe de volta a saúde.

Desde tenra idade, o Dr. Bach tinha percebido que a personalidade e as atitudes das pessoas afetam o seu estado de saúde

Passava muito tempo estudando intimamente cada paciente, comprovando para si mesmo muitos fatos interessantes a respeito das doenças. Uma conclusão a que chegou foi de que o mesmo tratamento não curava a mesma doença. Decidiu que a personalidade do paciente era mais importante do que os sintomas e deve ser tida em conta no tratamento médico.

Ele tornou-se cada vez mais insatisfeito com os limites da medicina convencional e a sua focalização na cura dos sintomas. Acreditando que o tratamento eficaz devia concentrar-se nas causas da doença, decidiu seguir o seu interesse pela imunologia e tornou-se Bacteriologista Assistente no UCH em 1915. Anos de registros de seus estudos a respeito de pacientes, juntamente com seu enorme conhecimento de uma pesquisa original em bacteriologia, levaram-no, vinte anos mais tarde, a descobrir um novo sistema de medicina.

De 1919 a 1922, trabalhou como patologista e bacteriologista no London Homeopathic Hospital (Hospital Homeopático de Londres). Enquanto aí esteve, ficou surpreso pelo fato de Samuel Hahnemann, o fundador da homeopatia, ter reconhecido a importância da personalidade na doença, 150 anos antes. Combinando estes princípios com os seus conhecimentos da medicina convencional, desenvolveu os Sete Nosódios de Bach, que são vacinas orais baseadas em bactérias intestinais que purificam o trato intestinal, com efeitos notáveis na saúde geral do paciente e em estados crônicos difíceis.

Ele mantinha o seu consultório de Harley Street e tratava os pobres gratuitamente em Nottingham Place.
No seu pouco tempo livre, procurava métodos mais puros e simples de cura. Embora a comunidade médica tivesse adaptado as suas vacinas, que ainda continuam a ser utilizadas ainda hoje por alguns homeopatas e outros médicos, ele não gostava do fato de se basearem em bactérias e estava ansioso por substituí-las por métodos mais suaves, possivelmente baseados em plantas.

Em 1928, no decorrer de um jantar, teve uma revelação. Observando os convidados, compreendeu que pertenciam a tipos distintos. A partir daí, chegou à inspirada conclusão de que cada tipo reagiria à doença de uma maneira particular.
Nesse Outono, visitou o País de Gales e trouxe com ele duas plantas, Mimulus e Impatiens; preparou-as como o fazia com as vacinas orais e receitou-as de acordo com a personalidade do doente, com resultados imediatos e coroados de êxito. Nesse mesmo ano, acrescentou a Clematis. Com estes três florais, ele estava no limiar de desenvolver um sistema de medicina inteiramente novo.

Na Primavera de 1930, com 43 anos de idade, o Dr. Bach encerrou o seu laboratório e consultório e foi para o País de Gales, devotando todo o seu tempo na busca de remédios à base de ervas, na natureza.

Durante seis anos assim procedeu, encontrando alguns remédios a cada verão e curando pessoas doentes no inverno. Usava apenas as flores das plantas e árvores.

Quando numa manhã caminhava por um campo coberto de orvalho, compreendeu subitamente que cada gota desse orvalho, aquecida pelo sol, adquiria as propriedades curativas da planta na qual se encontrava depositada. Isto o inspirou a desenvolver um método de preparação de florais utilizando água pura.

Mais para o fim de 1930, escreveu a curta obra Cura-te a Ti Mesmo” (Heal Thyself), com a sua mensagem de que a doença física resulta de um conflito com os nossos desígnios espirituais. Este livro foi publicado em 1931 e continua a ser reeditado desde então.

Desde Agosto de 1930 até 1934, o Dr. Bach fixou-se em Cromer, na costa de Norfolk, encontrando e preparando mais florais e com eles tratou os seus pacientes com sucesso.

O Dr. Bach não cobrava pelas suas consultas e os seus recursos financeiros estavam diminuindo.

Em 1934 mudou-se para Mount Vernon, a pequena casa de Oxfordshire que atualmente é o Bach Centre. Continuou a trabalhar, escrevendo, tratando doentes em Sotwell e em Londres, prosseguindo a sua busca de outros florais.

Sua descoberta igualmente revolucionária, detalhadamente desenvolvida pela íntima observação dos indivíduos, foi a de que não era a doença que precisava ser tratada, mas o estado de humor e as características da personalidade do paciente.

Durante esta fase, sofreu consideravelmente, tanto mental como fisicamente até conseguir encontrar a planta que aliviasse os seus sintomas.

Ele continuou a trabalhar, a ensinar e ao mesmo tempo a formar assistentes que continuassem o seu trabalho. Assim que acabou de criar os 38 florais e o Rescue Remedy, viu que não eram necessários mais florais; os 38 florais cobriam todos os aspectos da natureza humana e assim todos os estados de espírito negativos subjacentes à doença.

No final de Novembro de 1936, morreu em paz, enquanto dormia, satisfeito por ter concluído a sua missão. Confiou a plena responsabilidade pela continuidade do seu trabalho aos amigos e colegas que tinha formado. E pediu também que a sua casa continuasse a constituir a fonte de informação sobre a sua obra. Por isso, ainda hoje, o Bach Centre em Mount Vernon participa ativamente no aconselhamento e educação, continuando a preparar as tinturas-mãe. Os Curadores asseguram assim a manutenção das tradições e princípios de pureza, simplicidade e integridade.

domingo, junho 12

BOM DIA, REFLEXÃO DIÁRIA:

                                                                                                                      " Acredite em si próprio e chegará um dia em que os outros não terão outra escolha senão Acreditar em você " pense nisso!                                                                           

QUAL Ê A IMPORTÂNCIA DE TERMOS UMA BOA HERMENÊUTICA? VAMOS ENTENDER PORQUE?

Hermenêutica é basicamente a ciência da interpretação, enquanto a exegese geralmente é mais relacionada à pratica dessa ciência. A hermenêutica reúne os princípios, as regras e os métodos de interpretação para que uma pessoa possa compreender corretamente o sentido e o significado de uma informação. Quando falamos de hermenêutica bíblica, estamos nos referindo ao processo de interpretação do texto da Escritura. Por isso, frequentemente a hermenêutica aparece acompanhada do conceito de exegese.

A palavra hermenêutica vem do termo grego hermeneutike que, por sua vez, deriva do verbo grego hermeneuo e transmite o significado de “expressar”, “explicar”, “interpretar” e “traduzir” — hermeneuein. É amplamente aceito que esses termos tenham a ver com o mensageiro divino da mitologia grega, Hermes.

Com o tempo, a hermenêutica passou a se referir não apenas à arte de interpretar (hermeneuein), mas também à teoria dessa arte de interpretação. Isso talvez possa explicar por que muitas vezes a hermenêutica é relacionada mais ao campo teórico e a exegese ao campo prático — embora nem todos fazem essa distinção.

Toda e qualquer informação necessita de alguma interpretação para ser compreendida de forma adequada. Então a hermenêutica, pelo menos em algum nível, é algo frequentemente na vida das pessoas. Por isso alguns estudiosos geralmente fazem uma distinção entre o que chamam de “hermenêutica geral” e “hermenêutica especial”.

A hermenêutica geral possui um caráter mais genérico e se refere à interpretação de todos os tipos de textos. Já a hermenêutica especial é mais específica e trata da interpretação de determinados escritos como leis, obras religiosas, literatura, poesia, etc.

Qual a diferença entre hermenêutica, exegese e eisegese?

A palavra de exegese transmite a ideia de “expor um ensino”, de “descrever” ou de “relatar detalhadamente”. No grego, a palavra exegese possui o sentido de “conduzir para fora” ou “ir adiante”.

Então a exegese bíblica é o processo de expor a mensagem do texto bíblico; de “conduzir para fora” a informação expressa na revelação divina dentro da Escritura. Essa exposição é feita de forma clara e detalhada.

Já o processo oposto à exegese é aquele que geralmente é chamado de “eisegese”. Enquanto a exegese “tira para fora” o que já está no texto, a eisegese “coloca para dentro” o que não está no texto. De forma prática, na exegese bíblica correta o intérprete deixa o texto da Escritura falar, mas na eisegese o intérprete faz com que suas próprias ideias e pressupostos falem em lugar do texto, atribuindo então elementos estranhos ao seu conteúdo, significado e sentido originais.

Alguns estudiosos fazem distinção entre hermenêutica e exegese, enquanto outros usam esses termos de forma intercambiável. Alguns autores fazem uma distinção tão radical entre hermenêutica e exegese que acabam defendendo que a hermenêutica é a interpretação do significado contemporâneo de um texto, enquanto que a exegese é a interpretação do sentido original do texto no contexto histórico do seu autor. Esse tipo de distinção, no entanto, não é a abordagem clássica desse assunto.

Mas outros autores, embora entendam que em seu sentido mais básico hermenêutica e exegese são essencialmente a mesma coisa, ainda fazem uma distinção mais sútil onde a hermenêutica é a ciência da interpretação da Escritura e a exegese é basicamente sua prática. Nesse sentido, o teólogo Louis Berkhof diz que a hermenêutica e a exegese se relacionam como a teoria se relaciona com a prática, de modo que uma é a ciência, enquanto a outra, a arte (Princípios de Interpretação Bíblica, 1932).

A hermenêutica como estudo teológico

Dentro do estudo teológico a hermenêutica faz parte dos estudos bibliológicos. Na verdade, a hermenêutica segue imediatamente o texto bíblico, pois o próprio texto bíblico é o objeto de interpretação da hermenêutica; ou seja, o texto bíblico é o material ou a fonte das informações interpretadas pela hermenêutica.

Nesse ponto, fica fácil perceber que a hermenêutica possui um papel fundamental no estudo teológico. Isso porque a hermenêutica é a responsável por servir os dados para a teologia bíblica a partir do texto da Escritura. Então a teologia bíblica, por sua vez, fornece os dados para a teologia sistemática e, consequentemente, para a teologia prática.

Portanto, a hermenêutica bíblica está na base de todas as disciplinas teológicas. Nesse sentido, a hermenêutica bíblica correta aborda o texto da Escritura sob uma interpretação gramatical, histórica e teológica.

Qual a importância da hermenêutica e exegese?

A hermenêutica e a exegese removem as diferenças e os distanciamentos entre o autor e seus leitores. Os textos bíblicos foram escritos em épocas diferentes, com costumes diferentes, em idiomas diferentes que não são mais falados, e por pessoas que tiveram diferentes habilidades.

Mas quando falamos da hermenêutica bíblica, temos de ter em mente que, em certo sentido, ela é igual a qualquer outro tipo de hermenêutica de documentos antigos, mas em outro sentido ela é diferente de todas as outras hermenêuticas.

Isso porque a Bíblia não é apenas um escrito antigo, mas é a Palavra de Deus inspirada, inerrante, infalível, autoritativa e suficiente. A Bíblia possui um autor primário, o Espírito de Deus, que produziu a Escritura através da agência de autores secundários. E nesse processo, o Espírito Santo guardou esses autores de erros e imperfeições, mas também preservou seus estilos e características pessoais.

Então se alguém não reconhece a inspiração divina do texto bíblico, essa pessoa jamais poderá fazer uma hermenêutica bíblica correta. Na verdade, sua hermenêutica não passará de uma simples interpretação de um documento clássico. Essa pessoa poderá até chegar ao significado textual pretendido por Moisés, Isaías, Davi, Paulo, etc., mas jamais chegará ao conhecimento do que, de fato, o Espírito pretendeu comunicar através deles.

Além disso, o pecado obscureceu o entendimento do homem de modo que, sem o cuidado necessário, facilmente somos conduzidos em nosso engano a uma interpretação equivocada da revelação de Deus através da Escritura. Por isso que, aliada à oração, a hermenêutica bíblica é essencial ao estudante da Bíblia. Quando feita de forma correta, ela nos resguarda de tomarmos direções opostas ao sentido original do texto bíblico.

Então todo cristão precisa de uma boa hermenêutica e exegese para dar forma à sua teologia ao interpretar a Escritura corretamente; para elaborar uma pregação do Evangelho de Cristo que realmente seja bíblica; para se proteger de falsos ensinos que distorcem os princípios bíblicos; e para defender a verdade de Deus diante daqueles que se propõe a atacá-la.

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?