Origem, distribuição
Nativa das zonas temperadas da Europa, Ásia e Norte da África, mas também naturalizada na América do Norte.
Nome em outros idiomas:
- Inglês: mugwort
- Francês: armoise, ceinture de Saint-Jean
- Italiano: artemisia comune, amarella, assenzio selvatico
- Alemão: beifuß
- Espanhol: artemisa
Descrição
As folhas são púberes, verde escuro na superfície superior, têm várias formas dependendo da sua posição na planta. As folhas perto da base são elípticas e oblongas, profundamente bipinadas (dividida duas vezes) mesmo quando próximas da nervura central.
O caule possui tom vermelho escuro. As flores são hermafroditas (têm ambos os sexos masculino e órgãos femininos), pequenas, amarelas ou vermelho escuro, polinizadas pela ação do vento.
Uso popular e medicinal
O gênero Artemisia conta com muitas espécies. Assemelha-se a A. absinthium (losna ou absinto), por isso é também confundida com esses nomes. Para diferenciá-la das demais, costuma-se chamar a Artemisia vulgaris por artemísia-verdadeira.
É muito usada na medicina caseira para anemia, cólicas, coreia, diarreia, enterite, epilepsia, nevralgias, icterícias, lombrigas, dispepsias, reumatismo, como tônico para estimular a menstruação escassa ou irregular, regular o ciclo menstrual, mucosidades, asma, nas inflamações e contra hemorragia, além de ser inseticida e antifúngica.
Segue um resumo das principais espécies de Artemisia:
Artemisia annua cresce próximo aos trópicos, atinge 0,5 m de altura, foi estudada na China e Índia de onde foi levada pelos ingleses. As sementes são usadas contra malária (há vários trabalhos científicos comprobatórios), doenças dos olhos e do estômago (úlcera) e as folhas para disenterias e transtornos oculares.
O óleo essencial é amargo, tem aroma doce e refrescante com nuanças de cânfora e é muito usado na perfumaria. Não irrita a pele e tem propriedades antimicrobianas, o que pode ajudar em banhos vulvo-vaginais para corrimentos.
Informe da Organização Mundial da Saúde revela que injeção de Artemísia reduz a morte por malária três vezes mais que a quinina (também extraída de planta). Por ser tônica sobre a musculatura uterina, não se usa em grávidas e em lactantes.
A. capillares, originária da China, Japão e Taiwan, é usada contra hepatite, febres, constipação, diurese e como antibacteriana e antifúngica.
A. cina, (santônica ou sêmen-contra) é do leste europeu, embora existam alguns exemplares silvestres na América do Sul. Tem óleo essencial rico em 1,8 cineol (80%), terpinol, carvacrol, lactonas sesquiterpênicas (ou sesquiterpenos lactonizados, santonina, que lhe dá o nome). A santonina tem ação musculoparalisante no parasito, auxiliado por eucaliptol. Suas sumidades floridas são vermífugas.
A. copa, dos Andes, é conhecida como copa-copa. Sua infusão serve como hipotensora arterial, antirreumática e dores gástricas. Fricção em álcool de folhas na cabeça ou inalação delas aliviam cefaleias.
A. douglasiana é uma erva argentina (lá tem o nome matico) usada nas úlceras gástricas. Tem uma lactona sesquiterpena - dehidroleucodina - que aumenta a secreção mucosa, secreção de prostaglandina e de sulfihidrilos em ratos.
A. abrotanum, ou abrótano macho, hierba lombriguera, é conhecida em muitos lugares somente como artemísia. É um arbusto com folhas plumosas finamente divididas, pequenas flores branco-amareladas. Dela usam-se as flores secas, talos e sumidades floridas como aperitivas pelo óleo essencial. É colerética pelo ácido cafêico e ácido clorogênico que contém. Na verdade é um excelente digestivo muito usado na cozinha italiana. Tem absintol e por isso é antihelmíntico de grande valor.
A. glabella é espécie russa que tem os sesquiterpenos arglabina, argolida e dihidroargolina, é imunomoduladora, ativa a produção de citoninas.
A. marítima, as sementes e sumidades floridas servem especificamente como oxiurucida, ascaricida, laxante, antianêmico e cicratizante da pele. Tem artemisina, santonina e potássio.
A. marshalliana é uma das 20 espécies turcas, contém cumarinas, hidroxiacetofenona, acetilenos e atividade antihelmíntica.
A. mexicana e A. ludoviciana são espécies muito comum no México e América do Norte. Os astecas a usavam em cerimônias e suas propriedades são semelhantes ao absinto. É antimicrobiana, tem sesquiterpenos, flavonoides, monoterpenos, cumarinas e enxofre.
A. moorcrofitiana é usada na Índia contra vermes, em extrato aquoso de folhas frescas. A variedade parviflora apresenta óleo essencial útil contra Candida albicans e outros fungos.
A. scoparia também é indiana e seu extrato etanólico mostra ser antibacteriano contra Staphylococci aureus, viridans e pyogens e contra micoses superficiais da pele. Contra candidíase apresentou resultados regulares. Exemplares turcos têm um pouco de artemisina, o que lhe confere propriedades antimaláricas, embora bem menor que A. annua.
Dosagem indicada:
- Regulador do ciclo menstrual, anti-helmíntico, aperitivo, colagogo e adjuvante do crescimento capilar. Infusão de 3 a 5g de folhas ou sumidades floridas na dosagem de três xícaras ao dia, ou em massagens no couro cabeludo.
- Amenorreia. Usam-se 3 ou 4 colherinhas de tintura (20g em 10 cm3 de álcool a 60o C) ao dia.
Antigamente aplicava-se cataplasma sobre o ventre das mulheres em curso de parto difícil. E ainda fricções ou cataplasma com o suco da erva em casos de reumatismo.
Culinária:
Tem uso na cozinha como tempero de carnes e como ingrediente de bebidas bitter.
Cuidados:
Em altas doses irrita o sistema nervoso.
Riscos conhecidos: pode ser venenosa em grandes doses. Contato com a pele pode causar dermatite em algumas pessoas. Provavelmente inseguro para as mulheres grávidas, pois pode estimular o útero a se contrair e induzir o aborto.