sábado, dezembro 24

VEJAMOS ALGUNS PROBLEMAS QUANDO TOMAMOS MUITOS REMÉDIOS CASEIROS SEM CONHECIMENTO:

Hoje eu estou aqui para falar sobre dois grandes problemas que encontramos no momento atual da Fitoterapia:

1. O uso indevido de várias plantas medicinais e comestíveis sem comprovação científica. 

Já ouvi muitos relatos em meu dia a dia além de muitos contatos por e-mails e redes sociais sobre as toxicidades de algumas plantas medicinais, que vão desde aumento da pressão, dor de cabeça, insônia, diarreia, dores gástricas, alergias e até mesmo a queimação na pele por uso indevido de algumas plantas medicinais comuns do cotidiano. Plantas estas que inclusive são consideradas pela ciência plantas seguras como: folha da goiabeira, tanchagem, babosa, capim-cidreira, capim-citronela, aveloz e muitas outras.

Sabe porque? 

É simples.

Muitas pessoas não conhecem o funcionamento de cada organismo e como agem as plantas medicinais. Costumo falar que não basta conhecer as indicações de uso de cada planta, é preciso saber suas particularidades. Pois precisamos ter muito claro 3 aspectos: a planta, o doente e a doença. 

2. A falta de cuidado com a interação farmacológica entre medicamentos sintéticos e as plantas medicinais.

Muitas pessoas acham que as plantas medicinais, por serem naturais, não fazem mal. Mas a verdade é que não podemos esquecer que a planta medicinal é composta de muitas moléculas químicas e, por isso, não podem ser utilizadas junto com medicamentos sintéticos.

Pois bem, as plantas medicinais podem potencializar ou diminuir muitos efeitos dos medicamentos sintéticos, podendo provocar irritações gástricas, hemorragia, insônia, pressão alta ou baixa, dentre muitos outros efeitos.  

Fora estes dois grandes, ainda existem problemas menores, que não vem ao caso mencionar agora, mas o grande ponto aqui é que a saúde não pode ser tratada com erros.

A saúde exige processo, conhecimento e ciência.

E quando eu falo de saúde, estou falando da minha, da sua e da saúde do outro.

Existe uma diferença absurda entre “alívio de sintomas” e tratamento seguido de cura.

Sabe qual a consequência de não perceber essa diferença ao entrar no universo da Fitoterapia?

É muito simples.

Os problemas de saúde cotidianos que poderiam ser tratados e curados definitivamente, podem se agravar sendo camuflados por soluções temporárias e sem eficácia. NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA " ( DEIXAS QUE O TEU ALIMENTO SEJA TUA MEDICINA ).

RESUMO E ORGANIZAÇÃO SOBRE A HISTÓRIA DO REI HERODES O GRANDE:

O rei Herodes foi o monarca dos judeus entre os anos de 37 a.C. a 4 a.C. Ele também é conhecido como Herodes, o Grande e Herodes I. Herodes ficou marcado na História por ser uma pessoa sanguinária e um rei odiado pelo povo. Foi ele quem mandou executar os meninos recém-nascidos de Belém (Mateus 2).

Mas quando se pergunta sobre quem foi Herodes, é necessário saber que existem diferentes Herodes citados na Bíblia. Todas as pessoas que tiveram esse nome eram descendentes de Herodes, o Grande. Ele teve muitos filhos e netos, frutos de seus casamentos com várias esposas, sendo o progenitor de um grande clã. Portanto, para falarmos sobre a história do rei Herodes, precisamos definir de qual deles estamos falando.

A família de Herodes:

Abaixo iremos considerar apenas os principais descentes de Herodes o Grande. Isso nos ajudará a entender quem é quem entre os Herodes citados na Bíblia.

  • Herodes Filipe I: era filho de Herodes com Mariamne, a betusiana. Ele casou-se com Herodias, filha de Aristóbulo, seu meio-irmão. Com Herodias ele foi pai de Salomé, citada indiretamente nos Evangelhos. Foi ela quem pediu a cabeça de João Batista sob a influencia de sua mãe (Mateus 14:6; Marcos 6:22,28; Lucas 3:19).
  • Herodes Arquelau: era o filho mais velho de Herodes o Grande com Maltace, a samaritana. Ele reinou por pouco tempo no lugar de Herodes (Lucas 2:22). Depois ele foi exilado por Roma em aproximadamente 6 d.C. Muitos consideram Herodes Arquelau como o mais odiado entre todos os herdeiros de Herodes.
  • Herodes Antipas: era o filho mais novo de Herodes com Maltace. Ele também é conhecido como “Herodes o tetrarca”. Ele casou-se com Herodias, a esposa de seu meio irmão, Herodes Filipe I. Herodes Antipas é mencionado no Novo Testamento com destaque. Ele governava sobre a Galileia e a Peréia nos tempos de Jesus. Foi ele quem aprisionou e executou o profeta João Batista (Marcos 6:14-28). Também foi a ele que Pilatos enviou Jesus para ser julgado (Lucas 23). Ele foi exilado em 39 d.C. e morto depois dessa data.
  • Herodes Filipe II: era provavelmente aquele que ficou conhecido como “Filipe, o tetrarca”. Ele era filho de Herodes o Grande com Cleópatra de Jerusalém. Depois da morte de seu pai, ele recebeu a tetrarquia da Ituréia, Traconites e outros territórios adicionais (Lucas 3:1). Acredita-se que ele tenha morrido em aproximadamente 34 d.C.
  • Herodes Agripa I: era neto de Herodes o Grande e filho de Aristóbulo. Ele é a pessoa designada em Atos 12:1 como “Herodes o rei”. Ele viveu muito tempo em Roma e depois o imperador romano Gaio lhe estabeleceu como governante de territórios a nordeste da Palestina. Posteriormente, a Galileia, a Peréia, a Judeia e a Samaria foram anexadas ao seu reino. Ele foi o responsável por perseguir os apóstolos nos primeiros anos da Igreja Primitiva. O ano estimado de sua morte é 44 d.C.
  • Herodes Agripa II: era filho de Agripa I portanto, bisneto de Herodes o Grande. Ele governou sobre um território ao norte e a nordeste da Palestina. Foi ele quem entrevistou o apóstolo Paulo no livro de Atos (Atos 25; 26). Ele foi o último da dinastia de Herodes, e provavelmente morreu no final do primeiro século.

A história de Herodes o Grande:

Após definirmos a identidade dos principais personagens citados na Bíblia com este nome, podemos conhecer melhor a história do principal deles. Herodes o Grande nasceu em aproximadamente 73 a.C. Ele era filho de Antípatre com uma mulher árabe, e era natural da Iduméia, um território ao sul da Palestina. Essa região havia sido ocupada pelos edomitas e depois foi conquistada pela dinastia dos hasmoneus dos judeus.

Seu pai se tornou influente na Judeia quando Roma passou a controlar toda aquela região. Ele foi nomeado por Júlio César como procurador. Quando Herodes tinha cerca de 26 anos de idade, foi indicado como um tipo de magistrado da Galileia.

Em pouco tempo Herodes ganhou notoriedade ao combater bandidos naquela região. Depois do assassinato de Júlio Cesar, ele contou com o apoio de Antônio. Também nessa época o hasmoneu Antígono foi colocado no trono da Judeia pelos partas.

Esse foi um período difícil para Herodes. Ele não contava com a aprovação dos judeus, principalmente porque Antígono era uma legitimo representante da linhagem hasmoneana. Essa linhagem já governava aquela região desde a Revolta dos Macabeus.

Herodes precisou fugir. Depois ele partiu para Roma em busca de apoio. Foi só então que o senado romano o designou como rei dos judeus. Isso aconteceu especialmente devido a influência de Antônio e Otávio.

O reinado do rei Herodes:

Apesar de ter recebido o título de “rei dos judeus”, Herodes precisou enfrentar três anos de lutas para consolidar sua posição. Depois de cercar Jerusalém com o apoio de tropas romanas, ele conseguiu matar Antígono. Com a morte de Antígono, os judeus nacionalistas perderam as esperanças de independência e o país foi finalmente subjugado.

Até aproximadamente 31 a.C., Herodes tinha uma posição fragilizada. Outra ameaça ao seu reino era Cleópatra, governante do Egito. Ela queria anexar a Judeia ao reino ptolemaico, e para isto exercia certa influência sobre Antônio.

Mas quando Otávio se tornou imperador romano (César Augusto), ele confirmou o reino de Herodes. Augusto ainda acabou por aumentar os limites do governo de Herodes, dando-lhe novos territórios na Galileia.

Apesar de Herodes ter se casado com uma princesa hasmoneana, Mariamne, ele nunca conseguiu superar a reprovação dessa família que o considerava um usurpador do trono. A desconfiança do rei Herodes o fez acabar com os principais membros dos hasmoneus, incluindo sua esposa.

Herodes conseguiu pacificar suas fonteiras segundo o interesse de Roma. Ele reinou por mais de três décadas como fiel aliado do Império Romano.

As construções do rei Herodes:

O rei Herodes também ficou conhecido por suas construções. Ele não apenas construiu em seu próprio território, mas também empreendeu em cidades estrangeiras. Sua principal obra pública, sem dúvida, foi a reconstrução e ampliação do Templo de Jerusalém.

Esse projeto foi iniciado em aproximadamente 20 a.C., e nos dias no ministério de Jesus Cristo ainda não havia sido concluído. Foi esse o Templo mencionado por todo Novo Testamento. Essa obra exigiu milhares de trabalhadores, mas foi motivo de orgulho para os judeus. Os próprios apóstolo de Jesus reconheceram a imponência daquele Templo, mas escutaram do Senhor que ele seria destruído, não ficando pedra sobre pedra (Mateus 24:1,2).

Herodes reedificou Samaria e reestruturou a Torre de Estratão no Mediterrâneo, construindo ali um porto artificial. Ele também reedificou a fortaleza de Antônia e construiu para si um impotente palácio em Jerusalém. Além disso, ele edificou cidades, praças, templos e anfiteatros em diversas regiões do Império.

Na maioria das vezes ele nomeava suas construções com títulos que homenageavam o imperador romano, seus amigos e sua família. Ele era tão comprometido com os empreendimentos culturais de sua época, que chegou até a subsidiar os Jogos Olímpicos.

Apesar de ter reedificado o Templo de Jerusalém, o rei Herodes também construiu vários templos dedicados a Roma e ao imperador. Esse fato mostra que definitivamente ele era um rei pagão.

A tirania do rei Herodes:

Se por um lado o rei Herodes mostrava complacência, por outro lado ele mostra grande crueldade. Ele era capaz de se disfarçar de cidadão comum e se misturar entre o povo. Seu objetivo era conhecer o pensamento popular sobre ele e descobrir possíveis conspirações. Assim ele suprimia o menor sinal de ameaça ao seu governo.

O rei Herodes não poupava nem mesmo seus familiares. Intrigas em sua casa fizeram com que ele executasse esposa e filhos. Toda essa sua natureza desconfiada e sanguinária fica evidente no episódio em que ele decretou a morte das crianças de Belém (Mateus 2:16).

Quando ele soube do nascimento de Jesus, fez de tudo para conseguir matá-lo. Ele não podia tolerar a existência de alguém que ameaçava seu trono. Ele até tentou enganar os magos que vieram do oriente para fazer-lhes contar sobre a localização do Messias. Quando percebeu que na verdade ele é quem havia sido iludido, então ordenou o massacre de todos os meninos com menos de dois anos na região de Belém (Mateus 2).

A morte do rei Herodes:

Os últimos anos de governo do rei Herodes o Grande foi marcado por situações de tirania. Suas decisões absurdas revelavam que ele estava tomado de loucura. Ele chegou até mesmo a ordenar que vários anciãos do povo fossem mortos assim que sua própria morte fosse anunciada. Sua intenção era fazer com houvesse um grande lamento por toda parte. No entanto, essa ordem acabou não sendo atendida por seus herdeiros.

Herodes morreu com aproximadamente 70 anos de idade em 4 a.C. Não se sabe com certeza a natureza de sua doença. Alguns estudiosos sugerem um tipo de doença renal crônica. O fato de ele ter morrido em 4 a.C. e ainda assim ter sido contemporâneo do nascimento de Jesus, se deve ao fato de haver um pequeno erro no calendário cristão. 

O rei Herodes deixou em seu testamento a divisão de seu reino. Herodes Arquelau deveria administrar a Judeia (Mateus 2:22). Antipas, foi designado para ser o governante da Galileia e da Pereia. Já Herodes Filipe herdou os territórios a nordeste (Lucas 3:1).

Arquelau fez um governo tão ruim que foi denunciado pelo povo aos romanos.  Então Roma indicou seu próprio governador. Somente tempos depois, com Herodes Agripa I, a Judéia voltou a ser governada por um membro da dinastia herodiana, mesmo que por um curto período! Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONSOLA,  NOS ORIENTA,  NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

sexta-feira, dezembro 23

ESTUDO SOBRE A PLANTA MEDICINAL " EUPHORBIA UMBELLATA ( PAX ) BRUYUS. " UMA PLANTA COM VÁRIAS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS:

Nome científico: 
Euphorbia umbellata (Pax) Bruyns
Família: 
Euphorbiaceae
Sinonímia científica: 
Synadenium grantii Hook.f.
Partes usadas: 
Folha, látex, raiz, caule.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Forbol, bufadienolídeos, ácido gama-aminobutírico, ácidos (behênico, cinâmico, cumárico etc.), ácidos graxos saturados, compostos fenólicos, fitosteróis, triterpenos etc.
Propriedade terapêutica: 
Antioxidante, anticancerígeno, antibacteriana, inseticida, antitumoral.
Indicação terapêutica: 
Verruga, sífilis, problemas cardíacos, menstruação excessiva, dor de garganta, psoríase, impetigo, malária, tosse, doenças cerebrais, câncer.

Nome em outros idiomas:

  • Inglês: African milk bush, African milkbush
  • Espanhol: Carne de perro (Honduras)

Origem, distribuição:
África Tropical, Vale do Zambeze, República do Malawi, Quênia Ocidental e Uganda. Introduzida e naturalizada em muitos países tropicais e subtropicais.

​​Uso popular e medicinal:
Embora considerado muito tóxico, irritante da pele e da membrana mucosa, costuma-se ingerir o látex das folhas aquecidas para expulsar parasitas intestinais e às vezes tênia (solitária). Algumas gotas de látex são aplicadas topicamente em verrugas e feridas para o tratamento de sífilis. O látex serve também para expulsar a placenta retida.

A seiva da folha serve para tratar problemas cardíacos e menstruação excessiva.  

A decocção da folha é ingerida como abortivo. Cinzas da folha são tomadas com água para tratar dor de garganta. Aplicado externamente, a decocção da folha serve no tratamento da psoríase e impetigo.

Folhas pulverizadas são esfregadas em escarificações para tratar a dor nas costas. 

Pinga-se um extrato de raiz ou seiva da haste esmagada em gotas nos ouvidos para tratar a dor de ouvido. Uma preparação da raiz é usada como remédio para malária. O pó de caules secos jovens, misturado com sal e lambido, serve para acalmar a tosse.

Na medicina popular do Brasil o látex é usado para tratar vários tipos de câncer, alergias, doença de Chagas, hemorragia interna, impotência sexual, lepra, obesidade, úlcera nervosa e cólicas menstruais. É comum as pessoas prepararem a tradicional "garrafada" dissolvendo 18 gotas de látex em 1 litro de água e beber a dose recomendada (um copo 3 vezes ao dia).

O agente químico responsável pelo efeito urticante do látex é o ester 4-deoxiforbol. Outros componentes químicos do látex encontrados na literatura são forbol, bufadienolídeos e ácido gama-aminobutírico. Forbol é um composto orgânico da família dos terpenos com propriedade anticancerígena. Compostos bufadienolídeos são investigados clinicamente devido a possível ação antibacteriana, inseticida, preventiva de câncer e antitumoral. Ácido gama-aminobutírico ("gaba" na sigla em inglês) apresenta importante função neuronal: é consumido pelas células nervosas como energia para o metabolismo cerebral. Alguns estudos com "gaba" misturado a outras substâncias apontam que a seiva de janaúba tem aplicabilidade em doenças cerebrais.

Outros princípios ativos encontrados na seiva são ácidos (behênico, cinâmico, cumárico, siríngico), ácidos graxos saturados (eicosanóico, palmítico), compostos fenólicos (ácidos cafeico, protocatecuico), ácido ferúlico (um potente antioxidante fenólico), fitosteróis (sitosterol, campesterol, estigmasterol), triterpenoide (clionasterol), triterpenos (friedelina, glutinol), ácidos orgânicos saturados (oxálico, succínico), flavonoides (epigalocatequina, kaempferol, patuletina, quercetina), astragalina, benzenoides, cardenolideos, isofucosterol, fosfoenolpiruvato, pseudo-taraxasterol, piruvato, triacontana, hentriacontana.

Uma análise recente (2016) mostrou que as frações do látex de E. umbellata têm efeito citotóxico contra três linhagens de diferentes células cancerosas. A fração hexano mostrou elevados efeitos citotóxicos in vitro contra células Jurkat, possivelmente devido a constituintes não polares. Os dois terpenos isolados (euphol e acetato de germanicol) mostraram atividade citotóxica pobre indicando que as propriedades anticâncer do extrato pode ser causada por outras substâncias presentes na fração hexano.

Outros usos:
O látex de caules jovens e as folhas são usadas em tatuagem. 

O extracto de acetona do látex seco apresentou alta atividade moluscicida contra Biomphalaria alexandrina e Bulinus truncatus (caramujos de água doce), e também propriedades acaricidas. Relata-se que em um experimento em Uganda o extrato matou 62% dos carrapatos. O látex apresentou atividade nematicida significativa contra Meloidogyne javanica (nematóide de galha) infectando a planta "girassol" em casa de vegetação. " NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA " ( DEIXAS QUE O TEU ALIMENTO SEJA TUA MEDICINA ).

ESTUDO SOBRE A PLANTA MEDICINAL " ECHINODORUS MACROPHYLLUS ( KUNTH ) MICHELI " UMA PLANTA COM VÁRIAS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS:

Nome científico: 
Echinodorus macrophyllus (Kunth) Micheli
Família: 
Alismataceae
Sinonímia científica: 
Alisma macrophyllum Kunth
Partes usadas: 
Folha seca
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Óleo essencial, sais minerais, tanino, iodo, saponinas, flavonoides, triterpenos, alcaloides, holosídeos e heterosídeos cardiotônicos.
Propriedade terapêutica: 
Diurético, anti-inflamatório, adstringente, antiarrítmico, antirreumático, imunossupressor, citotóxico.
Indicação terapêutica: 
Aterosclerose, doenças, anti-inflamatória, diurético, antireumatico,antiarrtmico.

Origem, distribuição
Nativa do Brasil e Bolívia. No Brasil distribui-se nos Estados do Paraná, Piauí, Amapá, Amazonas, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Descrição:
É uma planta aquática, ocorre em vazantes, beira de rio, campos alagáveis e siltosos, preferindo solos de várzeas ou águas pouco profundas. Porte varia de 0,70 a 1,0 m.

Folha peciolada, oval, de base cordiforme e aguda ou acuminada no ápice, limbo inteiro, de cor verde-escura, comprimento de 20 a 40 cm, largura de 15 a 35 cm na região próxima à base, de superfície rugosa, áspera, pedatinérvia, com 11 a 13 nervuras principais, salientes na página inferior. O nome "chapéu-de-couro" deriva do formato da folha ser parecido com os chapéus usados no nordeste do Brasil.

Pecíolo longo, coriáceo, medindo até 70 cm de comprimento, sulcado longitudinalmente. Flores brancas, hermafroditas, perfeitas, numerosas, dispostas em racimos, alongados.

Uso popular e medicinal:

Chapéu-de-couro tem sido usado principalmente como antirreumático e diurético potente. Vários trabalhos evidenciam as ações desta planta. Foram avaliados os efeitos da folha de extrato etanólico em modelos de inflamação aguda e subcrônica; efeitos toxicológicos em ensaios in vitro e in vivo de um extrato aquoso preparado com as folhas; potência de quatro novos diterpenoides isolados das folhas; e a genotoxicidade e mutagenicidade de um extrato aquoso das folhas.

Outro estudo relata que E. macrophyllus exibe atividades farmacológicas de interesse tais como agente adstringente, diurético, anti-arrítmico, anti-inflamatório e antirreumático no tratamento da aterosclerose, doenças da pele, fígado e trato urinário (litíase, nefrite). Tem efeito imunossupressor (inibe os sintomas ou o surgimento de uma doença) e citotóxico (tóxico à célula, impede o crescimento de um tecido celular).

Em termos de componentes químicos foi relatado a presença de sais minerais, tanino, iodo, saponinas, flavonoides, triterpenos, alcaloides, holosídeos e heterosídeos cardiotônicos, que agem como estimulante do suco biliar no intestino delgado e possibilitam a melhoria da função renal.

O óleo essencial de E. macrophyllus extraído das partes aéreas da planta obteve rendimento de 0,01% a partir de 50 g de material vegetal seco. A análise possibilitou a identificação de 21 componentes, totalizando 70,8% das substâncias identificadas, sendo majoritários o dilapiol (apresenta propriedade inseticida), a 2-tridecanona (substância relacionada com o mecanismo de defesa da espécie frente a ação de predadores e atração de polinizadores) e o óxido de cariofileno (conhecido pelas atividades anti-inflamatória, analgésica e antiúlcera).

 Dosagem indicada.
Diurético leve e anti-inflamatório. Componentes: folhas secas (1 g); água q.s.p. (150 mL). Preparar por infusão considerando a proporção indicada na fórmula. Uso interno: acima de 12 anos tomar 150 mL do infuso logo após o preparo, 3 vezes ao dia.

 Advertência. Não deve ser usado por pessoas com deficiência renal e cardíaca. Não utilizar em caso de tratamento anti-hipertensivos." NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA "( DEIXAS QUE O TEU ALIMENTO SEJA TUA MEDICINA ).

RESUMO E ORGANIZAÇÃO SOBRE A EPÍSTOLA AOS HEBREUS:

A Epístola aos Hebreus é uma leitura fundamental para todos os cristãos. Nela o autor faz uma rica exposição acerca da superioridade de Cristo. Certamente todos aqueles que almejam crescer cada vez mais no conhecimento da Palavra de Deus deve ler essa carta.

Neste estudo faremos um panorama completo da Epístola aos Hebreus. Falaremos sobre as discussões acerca de sua autoria e conheceremos quem foram seus destinatários. Também entenderemos suas características e propósito.

Quem escreveu a Epístola aos Hebreus?

Um dos principais debates sobre a Epístola aos Hebreus se dá por conta da identidade de seu autor. Desde os primeiros séculos da história da Igreja, teólogos tentam estabelecer quem teria sido o autor da Epístola aos Hebreus.

Sendo bem direto, tudo o que podemos afirmar é que o autor da Epístola aos Hebreus é desconhecido. Apesar disto, sabemos algumas coisas importantes sobre ele:

  • O autor foi um homem. Ele usou a forma masculina de um verbo grego ao escrever sobre si mesmo no capítulo 11 e versículo 32.
  • Era alguém que dominava o grego. Ele era instruído no estilo literário helenístico.
  • Era um profundo conhecedor do Antigo Testamento. Ele usava especialmente da Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento.
  • Ele conhecia pessoalmente seus leitores originais (Hb 13:22-23) e tinha um cuidado pastoral por eles.
  • Ele foi convertido à fé em Cristo por meio do ministério instituído pelos apóstolos. Isso significa que ele não teve contato direto com Jesus (Hb 2:3-4).
  • Ele também conhecia Timóteo pessoalmente (Hb 13:23).

É claro que tentativas para determinar o autor da Epístola aos Hebreus não faltaram. As principais sugestões são:

  • Paulo: a igreja oriental no tempo de Clemente de Alexandria (150-215 d.C.) e Orígenes (185-253 d.C.) já atribuía a autoria da Epístola aos Hebreus à Paulo. A partir do século 16, essa sugestão foi aceita tanto na igreja oriental como na ocidental. Embora pela tradição antiga essa sugestão seja a mais forte, a Epístola aos Hebreus possui grandes diferenças em sua composição quando comparada as Epístolas Paulinas. João Calvino, em seu Comentário sobre a Epístola aos Hebreus, observou corretamente estas diferenças que englobam o estilo literário, o método de ensino e, principalmente, o fato do próprio autor se incluir entre os discípulos do ministério apostólico. Quando comparamos Hebreus 2:3 com Gálatas 1:1-12, vemos que parece não haver a mínima possibilidade de que o autor tenha sido o apóstolo Paulo. Obviamente a Epístola aos Hebreus possui algumas semelhanças teológicas com os escritos de Paulo. Mas também é verdade que ela possuí muitas afinidades com os escritos de João e os Evangelhos Sinóticos.
  • Apolo: Lutero, no período da Reforma, sugeriu que Apolo poderia ter sido o autor da Epístola aos Hebreus. Apolo era o judeu alexandrino que foi instruído por Áquila e Priscila.
  • Barnabé: na Igreja Ocidental Tertuliano (155-215 d.C.) sugeriu que a autoria de Barnabé. Barnabé foi um grande companheiro do apóstolo Paulo (At 4:36).
  • Priscila: alguns estudiosos modernos começaram a propor a autoria da epístola a Priscila. No entanto, em Hebreus 11:32 fica claro que essa possibilidade não existe.
  • Outros: outros autores foram sugeridos. Entre as sugestões, destacam-se: Lucas, Clemente de Roma (95 d.C), Epafras (Cl 1:7) e Silas (At 15:22-40; 1Pe 5:12).

A verdade é que é bem difícil fazer uma defesa convincente em favor de qualquer um destes nomes. Mas na verdade isso não importa. A identidade do autor de Hebreus pouco acrescentaria ao entendimento da epístola.

Data em que a Epístola aos Hebreus foi Escrita:

Devido ao mistério sobre a identidade do autor dessa epístola, automaticamente existe alguma dificuldade em se determinar uma data exata para sua composição. Mas algumas características presentes em seu texto indicam uma data aproximada.

Aparentemente quando a Epístola aos Hebreus foi escrita, o Templo ainda existia e os rituais eram regularmente realizados (Hb 10:1-11). Sabemos que o Templo foi destruído por volta de 70 d.C. na queda de Jerusalém. Então a data mais provável para a composição dessa epístola é antes desse período.

Isso significa que a Epístola aos Hebreus pode ter sido escrita durante o período de perseguição de Nero aos cristãos (64 d.C.). Se isso for verdade, então o sofrimento mencionado em Hebreus 10:32-34 pode ter sido causado por Cláudio ao dar uma ordem para expulsar os judeus de Roma em 49 d.C. (At 18:2).

Quem foram os destinatários da Epístola aos Hebreus:

Embora o próprio título da epístola já esclareça esse ponto, algumas informações importantes apresentadas na epístola nos ajudam a conhecermos um pouco mais do público para qual ela foi escrita.

Sabemos que os destinatários originais da Epístola aos Hebreus falavam a língua grega e usavam a Septuaginta. Isso fica claro quando percebemos que eles eram capazes de compreender os argumentos construídos com base no Antigo Testamento. Eles também estavam interessados no Templo, no sistema sacrifical e no sacerdócio do Antigo Testamento. Eles tinham ouvido o Evangelho por meio dos apóstolos (Hb 2:3), e não diretamente de Jesus.

Outra característica marcante é que os destinatários de Hebreus haviam passado por muitas dificuldades. No momento em que carta foi escrita eles estavam sofrendo perseguições (Hb 10:32-34; 13:3). Para eles, o martírio pela causa de Cristo era uma possibilidade real (Hb 12:4). Também é possível que eles tenham sido expulsos das instituições judaicas por confessarem Jesus (Hb 13:12-13). Eles também podem ter sidos tentados a retroceder para a incredulidade e para o judaísmo, desistindo de prosseguir rumo ao descanso de Deus (Hb 4:1-11; 10:38-39; 11:10-16; 13:14).

Finalmente, em Hebreus 13:24, temos uma informação muito importante. Os destinatários são saudados por intermédio do autor pelos “da Itália”, numa espécie de saudação enviada para “casa” pelos exilados. Considerando tudo isto, podemos concluir que os destinatários originais eram principalmente os cristãos judeus da dispersão. Esses judeus provavelmente viviam na Itália.

Propósito e características da Epístola aos Hebreus:

Embora a composição de Hebreus se mostre altamente elevada no tocante aos seus interesses teológicos, podemos afirmar, de forma resumida, que o propósito principal da Epístola aos Hebreus é incentivar a fidelidade a Cristo e à sua nova aliança. Nessa epístola Cristo é apresentado como sendo o novo, último e superior Sumo Sacerdote.

O autor da epístola faz uma construção argumentativa minuciosa indicando que Jesus é o cumprimento do Templo, dos sacrifícios e do sacerdócio que haviam sido estabelecidos na Lei. Isso também revela de maneira clara que todo esse sistema era temporário.

A Epístola aos Hebreus é uma obra primorosa. Podemos se referir a ela como um sermão expositivo na forma escrita. Não sabemos quem foi o autor dessa epístola, mas certamente sabemos que ele foi um exímio expositor das Escrituras.

Pelas características da epístola, podemos perceber que ele era um grande pregador do Evangelho. Particularmente, arrisco-me a dizer que o autor da Epístola Hebreus foi um dos maiores pregadores da história da Igreja. A construção de seu sermão revela alguém que possuía muita habilidade. Ele mesmo, o autor, refere-se ao seu trabalho como uma “palavra de exortação” (Hb 13:22), e isso fica evidente, pois a exortação e o encorajamento estão no centro do propósito da carta (Hb 3:13; 6:17-20; 10:25; 12:5-6).

Em resumo, pode-se dizer que a Epístola aos Hebreus ressalta que Cristo é superior aos anjos, a Moisés, a casa de Arão e ao sacerdócio do Antigo Testamento. Também mostra que o próprio Antigo Testamento admite o caráter temporário dessas estruturas, de modo que a Nova Aliança não é de maneira alguma contrária à Antiga Aliança. Isso significa que recuar ao sistema temporário é voltar para algo inferior, desprezando a concretização da promessa já revelada em Cristo. Por fim, o autor faz um convite à perseverança até o fim em fidelidade a Cristo.

Esboço da Epístola aos Hebreus:

  1. Cristo é superior aos anjos (1:1-2:18)
  2. Cristo é superior a Moisés (3:1-4:13)
  3. Cristo é superior a Arão (4:14-7:28)
  4. Cristo é superior ao ministério sacerdotal (8:1-10:18)
  5. Chamado a perseverar na fé (10:19-12:29)
  6. Conclusão (13:1-25) Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS ORIENTA, NOS CONSOLA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

quinta-feira, dezembro 22

ESTUDO SOBRE A PLANTA MEDICINAL " ECLIPTA PRÓSTRATA ( L.) L. " UMA PLANTA COM VÁRIAS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS:

Nome científico: 
Eclipta prostrata (L.) L.
Família: 
Compositae
Sinonímia científica: 
Acmella lanceolata Link ex Spreng.
Partes usadas: 
A planta toda.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Flavonoides, isoflavonoides (wedelolactone, demetilwedelolactona), esteroides (sitosterol, estigmasterol), cumarinas, taninos.
Propriedade terapêutica: 
Tônica, hepatoprotetora, adstringente, emética, depurativa, febrífuga, anti-inflamatória,
Indicação terapêutica: 
Aumento do fígado e baço, asma, doença respiratória, inflamação dos olhos e articulações, tosse, dor de cabeça, hepatite, doenças da pele, feridas, furúnculo, picadas de cobra etc.

Nome em outros idiomas:

  • Inglês: eclipta, false daisy, white eclipta, white heads, swamp daisy
  • Espanhol: yerba de tago.

Origem, distribuição:
Distribuição pantropical. Região biogeográfica: Amazonia, Planície Caribenha, Valle del Cauca,  Valle del Magdalena (Colômbia). 

Descrição:

Espécie herbácea anual, desenvolve-se em todo o Brasil vegetando em áreas olerícolas e fruticultura. Pode hospedar nematoides como Meloidogyne incognita (uma lagarta parasita) e ácaros Brevipalpus.

Apresenta caule ereto ou pouco decumbente, cilíndrico, coloração avermelhada e recoberto por indumento de pelos brancos. Folhas simples, desprovidas de pecíolos, opostas cruzadas, limbo ovado-lanceolado, margens levemente onduladas ou serradas.

Inflorescência axilar e terminal constituída por 2 a 3 capítulos longo-pedunculados, avermelhados e com pilosidade branca. Flores do centro do capítulo são hermafroditas e as da margem femininas. Fruto do tipo aquênio. Propaga-se por meio de sementes e formação de raízes adventícias.

Uso popular e medicinal:

Promove vitalidade, saúde e circulação, estimula o crescimento do cabelo. Indicada em doenças respiratórias e inflamação dos olhos e em outras partes do corpo. 

A planta toda é indicada para asma. O suco é tônico em medicamentos para tosse, dores de cabeça, hepatite e inflamação das articulações. Na forma de cataplasma serve para doenças da pele, feridas e tintura preta de cabelo. Misturado ao mel, o suco é dado às crianças para tosses e resfriados. O pó da folha serve para tratar dores de cabeça, calvície frontal, furúnculos, cistos e doenças venéreas. Fervidos com açúcar mascavo e adicionado à água, são reduzidos a um terço do volume inicial e tomados para regular os períodos menstruais. 

Uma mistura de folhas em pó e suco de Vitex trifolia promove a cicatrização de queimaduras, previne a formação de novas cicatrizes e elimina as antigas. Adicionadas ao leite, são consumidas diariamente para melhorar a visão, firmar dentes moles e dizem "permitir que as pessoas mudas ganhem voz e que os surdos ouçam". Misturadas ao leite materno, são administradas para vermes intestinais, diarreia, varíola, varicela e sarampo. Uma mistura de folhas com sementes de gergelim preto pulverizadas serve como um tônico para proteger contra doenças, promover a longevidade e escurecer os cabelos. As folhas esmagadas juntamente com as de Acalypha indica e Gardenia resinifera são aplicadas na cabeça de crianças para aliviar a congestão.

Utilizada na medicina popular como hepatoprotetora, em picadas de serpentes e externamente em machucados e doenças de pele.

Seu uso na tradicional medicina chinesa abrange efeitos adstringente, emética, depurativa, febrífuga, tônica. O suco da planta juntamente com óleo aromático é usado no tratamento de problemas catarrais e icterícia. Na Índia o suco de suas folhas tem sido usado para tratamento de vitiligo, pé de atleta, micoses e algumas doenças crônicas de pele. 

Uso unânime da Eclipta prostrata inclui tratamento de hepatomegalia (aumento do fígado), esplenomegalia (aumento do baço) e edema. Externamente são usadas em machucados, principalmente em rebanhos. No Brasil existe pouco relato do seu emprego através do costume popular. No litoral norte do Estado de São Paulo é indicada no campo veterinário em casos de picadas de serpentes em animais de pequeno ou grande porte. No nordeste brasileiro ela é usada para tratamento respiratório.

Um estudo demonstrou a atividade anti-inflamatória do extrato bruto hidroalcoolico das partes aéreas da planta através de modelos experimentais in vivo, indicando a presença do isoflavonoide wedelolactone. Os pesquisadores concluiram que o extrato possui compostos capazes de inibir ou inativar toxinas presentes no veneno da Bothrops moojeni (jararaca) reduzindo significativamente o processo inflamatório, podendo servir como tratamento ou coadjuvante nos acidentes ofídicos causados por esta espécie de serpente. Outros constituintes químicos apontados no estudo são demetilwedelolactona (isoflavonoide), sitosterol e estigmasterol (esteroides), cumarinas, flavonoides e taninos." NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA " ( DEIXAS QUE O TEU ALIMENTO SEJA TUA MEDICINA ).

RESUMO E ORGANIZAÇÃO SOBRE O LIVRO DE SALMO 139:

O Salmo 139 é um dos mais belos do Saltério. Um estudo bíblico do Salmo 139 revela a forma com que o salmista reflete acerca de quem é Deus. Esse salmo é uma oração pessoal em forma de poesia na qual o salmista medita nos atributos de Deus. Ele traz uma preciosa exposição que contrasta a grandiosidade do Senhor e a pequenez do homem.

Alguns estudiosos tentam datar esse salmo no período após o exílio babilônico, até mesmo atribuindo sua autoria a Zacarias. Mas é amplamente aceito que Davi é o autor do Salmo 139. O próprio título do salmo aponta para a autoria de Davi, mas a ocasião exata de sua vida em que ele foi escrito é desconhecida.

Esboço do Salmo 139

O Salmo 139 é organizado em quatro partes que destacam de forma central certos atributos de Deus. 

  • Na primeira parte o salmista fala sobre a onisciência de Deus (Salmo 139:1-6).
  • Na segunda parte o salmista fala sobre a onipresença de Deus (Salmo 139:7-12).
  • Na terceira parte o salmista fala sobre a onipotência de Deus (Salmo 139:13-18).
  • Na quarta parte o salmista fala sobre a santidade de Deus e destaca o resultado prático e experiencial que esse atributo moral de Deus ocasiona em sua vida.

Onisciência, onipresença e onipotência são atributos incomunicáveis. Isso significa que somente Deus é quem os possui. Já a santidade é um atributo comunicável. Deus compartilha dessa santidade conosco e por isto Ele exige que sejamos santos. Ele diz: “Sede santos, porque Eu sou Santo” (Levítico 19:2).

O Salmo 139 traz uma mensagem aterrorizante para o pecador ao revelar a soberania de Deus sobre todas as coisas. Mas ao mesmo tempo ele também traz uma mensagem extremamente confortante ao revelar que o Deus soberano governa todas as coisas de acordo com sua infinita sabedoria, santidade e justiça. Ao mesmo tempo em que o Salmo 139 fala de um Deus soberano e transcendente, ele também fala de um Deus intimamente pessoal e imanente.

O Deus onisciente (Salmo 139:1-6)

Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe percebes os meus pensamentos. Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso; todos os meus caminhos te são bem conhecidos. Antes mesmo que a palavra me chegue à língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor. Tu me cercas, por trás e pela frente, e pões a tua mão sobre mim. Tal conhecimento é maravilhoso demais e está além do meu alcance, é tão elevado que não o posso atingir.

Nos seis primeiros versículos o salmista nos apresenta o Deus onisciente. Ele começa sua oração dizendo que o Senhor é Aquele que o sonda e o conhece. Sondar nesse texto transmite a ideia de “cavar”, “penetrar” ou “alcançar o mais profundo”.

Ao dizer: “Senhor, tu me sondas e me conheces”; o salmista declara que Deus sabe mais sobre sua vida do que ele próprio. Ele reconhece que o conhecimento de Deus vai ao mais profundo de seu ser, onde nem mesmo ele é capaz de ir.

A partir do verso 2, o salmista fala sobre como Deus conhece cada momento do seu cotidiano. Mas o salmista vai ainda mais além. Ele declara que Deus percebe de longe os seus pensamentos.

Na antiguidade os povos tinham um entendimento territorial de suas divindades. Cada cidade possuía o seu deus; eles pensavam que dentro dos limites daquele território tal divindade reinava, conhecia e protegia seus fieis.

Mas no Salmo 139 o salmista rompe e desconsidera esse conceito pobre e falido. Ele apresenta um Deus que não está preso a limites territoriais. Esse Deus não conhece apenas aquilo que está dentro das fronteiras de um determinado reino. O salmista fala de um Deus que de longe percebe cada pensamento do homem.

O pai não conhece o pensamento do filho; o filho não conhece o pensamento do pai. O marido não conhece o pensamento da esposa, e nem a esposa o pensamento do marido, por mais que se amem. Mas Deus conhece os nossos pensamentos.

Acredita-se que cerca de dez mil pensamentos são formulados diariamente em nossa mente. Muitos desses pensamentos ocorrem num grau que nem mesmo nós percebemos conscientemente. Isso significa que Deus conhece os pensamentos que nem mesmo nós conhecemos. Por isto o salmista diz que Deus também conhece cada uma de nossas palavras, antes de elas chegarem à nossa língua.

O Deus onipresente (Salmo 139:7-12)

Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença? Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás. Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a tua mão direita me guiará e me susterá. Mesmo que eu dissesse que as trevas me encobrirão, e que a luz se tornará noite ao meu redor, verei que nem as trevas são escuras para ti. A noite brilhará como o dia, pois para ti as trevas são luz.

A primeira reação do pecador diante da grandeza e da santidade do Deus onisciente é tentar escapar. Esse sentimento de fuga pode ser percebido desde a Queda do homem no Éden (Gênesis 3).

Mas no Salmo 139 o escritor entende o quanto isto é inútil. Jamais poderemos fugir do Deus onipresente. O salmista diz que os olhos de Deus o encontram onde quer que ele vá, seja no mais alto céu, ou no mais profundo abismo. Nem mesmo a morte pode esconder o homem dos olhos de Deus!

O salmista também diz que se ele subisse com as asas da alvorada e habitasse nos confins dos mares, a mão de Deus o guiaria e o sustentaria. A ideia nessa expressão é a de que mesmo que o homem pudesse alcançar as bordas do planeta com a velocidade da luz, ainda assim ele não estaria além do poder de Deus.

Caso o homem tente recorrer às trevas para se esconder de Deus, o salmista também diz que isto é impossível. Jamais alguém poderia se esconder nas trevas daquele que no princípio disse: “Que haja luz!” (Gênesis 1:2). Através do profeta Isaías Deus diz: “Eu formo a luz e crio as trevas” (Isaías 45:7).

O Deus onipotente (Salmo 139:13-18)

Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena certeza. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir. Como são preciosos para mim os teus pensamentos, ó Deus! Como é grande a soma deles! Se eu os contasse seriam mais do que os grãos de areia. Se terminasse de contá-los, eu ainda estaria contigo.

Na sequência do Salmo 139 o salmista fala sobre como o Deus onisciente e onipresente mostra sua onipotência na criação do homem. Ele mostra Deus como um artesão perfeito que constrói sua obra de arte no lugar mais improvável. Deus forma o homem secretamente na escuridão do ventre materno, e ali o enxerga com clareza e perfeição.

O salmista diz que Deus o teceu no ventre de sua mãe. Como um tecelão perfeccionista que cuida detalhadamente de cada fio que é entrelaçado, assim Deus forma o homem. Depois de três mil anos que o salmo 139 foi escrito, a ciência descobriu que o corpo humano é tecido com bilhões e bilhões de células.

Alguns cientistas falam em algo superior a trinta trilhões de células. O valor é estimado porque nunca ninguém conseguiu contar! O núcleo de cada célula possui cerca de dois metros de código genético organizado como uma fita que assombrosamente consegue caber num espaço que é tão pequeno que precisa ser medido em milionésimos de metros. Mas ainda assim, nenhum milímetro dessa fita genética se embaraça!

A ciência não sabe responder exatamente como isso pode ser possível, mas a Bíblia responde. O Salmo 139 declara que isso é possível porque o próprio Deus é quem entretece o homem!

No verso 16 os intérpretes tem se dividido quanto à sua interpretação. Basicamente há duas possibilidades. A primeira diz que o salmista afirma que os seus membros foram escritos no livro de Deus antes que qualquer um deles existisse. A ideia seria algo como um arquiteto que planeja, registra e executa cada detalhe do seu projeto. Nesse sentido, cada detalhe de cada membro de nossos corpos foi planejado e conhecido de acordo com o propósito soberano de Deus antes de seu desenvolvimento.

A outra possibilidade defende que são os nossos dias que foram registrados no livro de Deus antes que qualquer um deles existisse. A ideia é a de que o Deus que nos formou minuciosamente também planejou nossos dias até o fim, desde o começo. O contexto favorece as duas interpretações, e biblicamente as duas hipóteses são verdadeiras. Refletindo sobre a vida humana, certa vez JÓ  declarou: “Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número dos seus meses; e tu lhe puseste limites, e não passará além deles” (Jó 14:5).

Diante de algo tão maravilhoso, o salmista não fica ofendido, mas se rende à grandeza de Deus. Se por um lado Deus conhece exaustivamente todos os seus pensamentos, por outro lado o salmista declara não ser capaz de enumerar os preciosos pensamentos de Deus. Tentar contá-los seria um delírio!

Mais tarde o apóstolo Paulo ficou tão extasiado quanto Davi diante dos decretos eternos de Deus. Por isto ele concluiu: “Porque dele, e por Ele, e para Ele são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém!” (Romanos 11:33-36).

O santíssimo Deus e a submissão do homem a Ele (Salmo 139:19-24)

Quem dera matasses os ímpios, ó Deus! Afastem-se de mim os assassinos! Porque falam de ti com maldade; em vão rebelam-se contra ti. Acaso não odeio os que te odeiam, Senhor? E não detesto os que se revoltam contra ti? Tenho por eles ódio implacável! Considero-os inimigos meus! Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno.

Algumas pessoas não conseguem entender a última parte do Salmo 139. Alguns pensam que essa última parte não se harmoniza com o restante do salmo. Mas é fácil perceber que essa última parte é a única conclusão possível depois de o salmista refletir sobre a grandeza de Deus.

Em primeiro lugar, ele demonstra sua indignação contra aqueles que ousam fazer pouco caso de um Deus tão grande e maravilhoso. Por isto ele declara odiar os ímpios. Aqui é importante entender que não há contradição alguma com o ensinamento de Jesus no Novo Testamento de que temos que amar nossos inimigos. O salmista não está declarando sua ira contra seus próprios inimigos, mas contra os inimigos de Deus.

O ódio que o salmista sente e registra no final do Salmo 139 não está sob a base do egoísmo. Essa santa ira é a reação esperada daqueles que conhecem o verdadeiro Deus e não aceitam que alguém blasfeme dele. No Salmo 139 o escritor bíblico não está preocupado com sua própria honra, mas com a honra de Deus. Aqui a cabe o conselho do apóstolo Paulo: “Ireis e não pequeis” (XX).

Mas o salmista também demonstra não ser um hipócrita. Ele não aponta sua indignação apenas contra os ímpios, mas também contra ele mesmo. Ele sabe que no fundo, por sua própria natureza, ele não é melhor do que eles. Por isso ele sente temor diante da santidade de Deus. Então naturalmente ele encerra sua oração com um sincero pedido para que Deus o sonde, o prove, o esquadrinhe, e veja se há nele algo de errado.

O salmista reconhece que nem mesmo ele próprio é capaz de discernir completamente seu coração. O profeta Jeremia escreve que o coração do homem é enganoso (Jeremias 17:9). O salmista temia que algum mal oculto pudesse estar dentro dele. A palavra hebraica traduzida como “mal” é bastante ampla. Ela transmite, inclusive, um sentido de idolatria. Nesse sentido é como se o salmista estivesse dizendo: “Deus, sonda-me e veja se há algo escondido em mim que pecaminosamente possa querer tentar rivalizar com sua grandeza e ofender sua presença”. No final, ele pede: “Dirija-me pelo caminho eterno”.

Aplicações do estudo do Salmo 139:

Obviamente são muitas as lições que aprendemos com o estudo do Salmo 139. Aqui citaremos quatro aplicações centrais desse salmo.

Em primeiro lugar, o Salmo 139 nos ensina que não é impossível enganar ou passar despercebido pelo Deus onisciente. Ele conheçe cada detalhe e momento de nossa vida; conheçe exaustivamente os nossos pensamentos. Ele sabe mais sobre nós que nós mesmos.

Aqui podemos lembrar o episódio em que o profeta Samuel foi à casa de Jessé para ungir o novo rei de Israel. Ele ficou impressionado com a aparência de Eliabe, o irmão mais velho de Davi, mas Deus lhe disse: “Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1 Samuel 16:7).

Em segundo lugar, o Salmo 139 nos ensina que é impossível escapar do Deus onipresente. O profeta Jonas foi alguém que pensou poder fugir de Deus. Talvez ele tenha pensado que seguindo no sentido contrário ao que lhe foi ordenado, ele conseguiria escapar do Senhor. Ele não poderia estar mais enganado.

Em terceiro lugar, o Salmo 139 nos ensina que é impossível se esconder do Deus onipotente. Ainda no exemplo de Jonas, o profeta não apenas tentou fugir de Deus, mas também tentou se esconder dele. Ele se deitou no porão de um navio no meio do mar, mas o Deus onipresente o encontrou ali. Como alguém poderia se esconder em pleno mar justamente daquele que criou o mar e a terra seca? Quão inútil e sem sentido era o plano de Jonas (Jonas 1:9).

Em quarto lugar, o Salmo 139 nos ensina que é impossível permanecer o mesmo após conhecer o grandioso e verdadeiro Deus; o Santíssimo criador e sustentador de todas as coisas. Se dizemos que conhecemos a Deus, mas não nos indignamos com a rebelião do pecador contra Ele; se aceitamos como algo normal a transgressão de sua Lei; e se vivemos nossas vidas flertando com o pecado, então há algo de muito errado conosco.

Que a oração do salmista no Salmo 139 seja também a nossa mais sincera oração em todos os dias de nossas vidas: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno” (Salmo 139:23,24) Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONSOLA, NOS ORIENTA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?