segunda-feira, setembro 18

EFEITOS HEPATOPROTETORES DA PLANTA MEDICINAL BACCHARIS TRIMERA FRENTE A MÚLTIPLOS FATORES DE RISCO:

A esteatose hepática não alcoólica é caracterizada por acúmulo de lipídeos no interior dos hepatócitos, mais frequente em diabéticos e obesos. O maior problema da doença é a progressão para cirrose e hepatocarcinoma, além de manifestações clínicas como hipertensão portal e insuficiência hepática. Devido à gravidade dessa doença é necessário o desenvolvimento de novos agentes terapêuticos menos tóxicos e com potencial terapêutico como a Baccharis trimera que possui inúmeras atividades farmacológicas. Contudo, a sua atividade terapêutica frente à fatores de risco para doenças hepáticas como tabagismo, dislipidemia e diabetes mellitus nunca foi estudada. Assim, essa pesquisa investigou os efeitos da Baccharis trimera sobre esses fatores de risco associados. Foram utilizados ratos Wistar machos, com 90 dias, divididos em 6 grupos (n = 8) diabetizados com 60 mg/kg de estreptozotocina (via intraperitoneal), submetidos à dieta enriquecida com 0,5 % de colesterol e expostos à inalação da fumaça de 9 cigarros/dia/semana, durante 4 semanas. Nas últimas duas semanas os animais foram tratados com veículo, fração solúvel em etanol de Baccharis  trimera (30, 100 e 300 mg/kg), via oral (gavagem), ou com insulina (6UI, via subcutânea) e sinvastatina (2,5 mg/kg, via oral). Um grupo de animais normoglicêmicos (n = 8) foi alimentado com ração não enriquecida com colesterol e não foram expostos ao cigarro (C-). Ao término dos experimentos, o sangue foi coletado do plexo ocular para investigação das transaminases hepáticas. Após eutanásia, o fígado foi coletado, pesado e processado para as análises histopatológicas e para extração de lipídeos hepáticos. O modelo de estudo induziu esteatose hepática nos animais. Interessantemente, o extrato de B Baccharis trimera (30 e 100 mg/kg) diminuiu a quantidade de lipídeos hepáticos (colesterol e triglicerídeos), em comparação com os animais do grupo C+. O mesmo foi observado para o grupo insulina e sinvastatina. Em relação aos marcadores de dano hepático, observou-se aumento dos níveis de AST e ALT nos animais diabéticos, dislipidêmicos e tabagistas tratados com veículo em relação ao grupo C-. As três doses de Baccharis trimera foram eficazes em reverter este dano. No grupo de animais tratados com insulina e sinvastina os níveis das aminotransferases permaneceram elevados. Assim, esta espécie é promissora para futuros estudos que visem o desenvolvimento de um fitoterápico hepatoprotetor.

domingo, setembro 17

DOENÇAS QUE PARALISA O CORPO: " AS SETE MAIS CONHECIDAS "

A paralisia é uma condição na qual a pessoa perde parcial ou totalmente a capacidade de controlar seus músculos. É um dos problemas de saúde mais severos, pois impede ou limita a mobilidade de uma pessoa. Existem diversas doenças que podem causar paralisia e, neste artigo vou abordar algumas delas.  

O que é paralisia muscular? 

Primeiramente, entenda como funcionam os nossos músculos. Eles são um tecido essencial do corpo humano, formado por fibras entrelaçadas. Nesse sentido, essas fibras possuem a capacidade de contrair e relaxar. 

Nesse sentido, elas permitem que realizemos movimentos com outras estruturas do corpo, como ossos, tendões e articulações. Ou seja, sem os músculos, seria impossível executar qualquer movimento. 

Então, a paralisia muscular ocorre quando determinado grupo muscular não se contrai para que o movimento normal do corpo ocorra. Assim, a pessoa não é capaz de controlar adequadamente os seus músculos, em resultado, possui perda total ou parcial de seus movimentos.  

No geral, esta condição está atrela a alguma doença que paralisa o corpo e requer um tratamento de saúde adequado. Normalmente, esta condição é um dos sintomas para o mau funcionamento do sistema neurológico e muscular. 

Doença que paralisa o corpo:

Desse modo, é importante frisar que existem vários tipos de paralisia muscular, desde a permanente até a temporária. Dentre as doenças que paralisam o corpo, as principais são: 

ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica;
AVC – Acidente Vascular Cerebral;
Botulismo;
Miastenia; 
Síndrome de Guillain-Barré;
Poliomielite;
Neuropatia periférica.
1. ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica:
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença degenerativa do sistema nervoso, que provoca paralisia motora progressiva, irreversível e limitante. Em 10% dos casos, é causada por um defeito genético, enquanto a causa dos outros 90% ainda é desconhecida.  

Em casos de ELA, os neurônios começam a perder sua capacidade de enviar sinais aos músculos. Como resultado, os músculos perdem força e começam a ter contrações involuntárias, comprometendo a movimentação dos braços, pernas e corpo.  

Ainda, nos casos de ELA, a condição tende a se agravar gradualmente, até que os músculos do peito não consigam mais realizar o trabalho necessário, até mesmo para a respiração. Dentre os principais sintomas desta doença que paralisa o corpo, estão: 

atrofia muscular localizada; 
ausência de dor; 
tremores musculares; 
perda de sensibilidade. 
2. AVC – Acidente Vascular Cerebral
Um AVC acontece quando há uma interrupção na circulação sanguínea para o cérebro. Assim dessa interrupção pode ser causado por um bloqueio ou um rompimento dos vasos sanguíneos que levam sangue ao cérebro, resultando na paralisia da área cerebral afetada.  

Nesse sentido, existem vários fatores de risco que podem contribuir para o fluxo sanguíneo inadequado, aumentando o risco de um AVC. Como, por exemplo: 

hipertensão; 
tabagismo e consumo de álcool; 
colesterol alto; 
histórico familiar de doenças cardiovasculares; 
sobrepeso e obesidade; 
sedentarismo; 
idade avançada. 
Em consequência dos danos cerebrais causados pelo AVC, pode resultar em:

diminuição ou perda súbita da força na face, ou membros de um lado do corpo;
alteração repentina da sensibilidade; 
dores de cabeça súbitas; 
perda de visão; 
alteração na fala; 
desequilíbrio corporal, com náuseas e vômitos. 
3. Qual o nome da doença que paralisa o corpo em razão de uma bactéria? Botulismo
A bactéria Clostridium botulinum produz uma potente toxina que causa o botulismo, uma doença rara e não contagiosa que afeta o controle motor. Esta condição pode entrar no organismo por meio de machucados, ou ainda pela ingestão de alimentos contaminados.  

O botulismo é uma doença que, se não tratada, pode levar à insuficiência respiratória, a principal causa de morte relacionada à doença. Além disso, as toxinas do botulismo são consideradas as mais tóxicas e letais de todas as conhecidas na medicina. 

4. Doença rara que paralisa o corpo: Miastenia
Em suma, a Miastenia é uma condição neuromuscular que interrompe o fluxo de informações entre os nervos e os músculos, o que resulta em fraqueza muscular. Desse modo, essa doença que paralisa o corpo impede que a pessoa realize seus movimentos de forma voluntária. 

A Miastenia, é uma doença rara e autoimune que afeta principalmente pessoas entre 30 e 60 anos, com maior prevalência em mulheres. É caracterizada por uma junção do nervo com o músculo que foi atacada erroneamente pelo sistema imunológico, resultando em sintomas variados e difíceis de diagnosticar. Dentre os principais sintomas estão: 

pálpebras caídas; 
dificuldade na fala, de mastigar ou engolir; 
fraqueza nos músculos dos membros inferiores e superiores; 
fadiga extrema; 
visão dupla. 
5. Doença que vai paralisando o corpo: Síndrome de Guillain-Barré
A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença que paralisa o corpo, é autoimune e inflamatória dos nervos e suas porções próximas à medula espinhal. Dentre os principais sintomas são caracterizados por uma fraqueza muscular progressiva, formigamento e até mesmo paralisia, podendo levar a uma insuficiência respiratória grave. 

Em suma, a Síndrome de Guillain Barré é um distúrbio neurológico que afeta os nervos dos braços e das pernas. Embora seja conhecido que esta síndrome pode ser causada pelo vírus zika, existem outras causas que podem desencadear o problema, como infecções virais, bacterianas respiratórias ou intestinais. 

Normalmente, a doença progride rapidamente, alcançando seu pico durante a segunda ou terceira semana, antes de começar a melhorar lentamente. Nesse sentido, pode levar meses para que o paciente seja considerado totalmente recuperado. Porém, infelizmente, alguns casos podem se tornar crônicos ou recorrentes. 

6. Poliomelite:

A Poliomielite é uma condição infecciosa provocada pelo vírus poliovírus. Vírus este que se dissemina, principalmente, através do contato direto com outra pessoa contaminada, bem como por contato com secreções respiratórias, como saliva, catarro e fezes.  

Embora a Poliomielite possa resultar em paralisia ou mesmo morte, muitos que contraem o vírus não desenvolvem sintomas, os quais podem passar despercebidos. Crianças e adultos podem ser acometidos pela doença, embora ela também seja conhecida como “paralisia infantil”. Vale ressaltar que vacinar é a única maneira de se proteger, todas as crianças com menos de cinco anos devem ter a vacinação aplicada, conforme informação do Ministério da Saúde. 

7. Neuropatia periférica:

A última doença que paralisa o corpo de nossa lista é a neuropatia periférica. Em suma, é uma condição que afeta os nervos periféricos, responsáveis por transmitir impulsos nervosos do cérebro e da medula espinhal ao longo do corpo.  

Nesse sentido, a neuropatia periférica é a forma mais comum de neuropatia e pode causar danos irreversíveis se não detectada e tratada a tempo. Esta doença pode afetar os nervos sensoriais, motores e do sistema nervoso autônomo, levando a sintomas incapacitantes que reduzem a qualidade de vida. 

A neuropatia apresenta sinais e sintomas que variam dependendo do nervo afetado. Os efeitos da neuropatia dependem também se a lesão acomete um ou vários nervos, ou todo o organismo. Dentre os principais sintomas desta doença que paralisa o corpo, estão: 

intolerância ao calor; 
sensibilidade intensa; 
dormência e formigamento;
paralisia; 
dores intensas; 
câimbras; 
fraqueza muscular; 
azia e náuseas; 
falta de coordenação;
problemas sexuais. 
Portanto, como visto, embora existam inúmeras doenças que podem paralisar o corpo, as 7 mais conhecidas aqui destacadas são doenças graves e podem afetar drasticamente a qualidade de vida das pessoas. Desse modo, é importante estar ciente destas doenças e procurar ajuda do profissional de saúde no caso de sintomas relacionados. 

sábado, setembro 16

O QUE É SÍNDROME DA PESSOA RÍGIDA E ESPASMOS MUSCULARES? VAMOS ENTENDER?

A síndrome da pessoa rígida é uma condição neurológica autoimune extremamente rara - embora não se conheça a sua incidência exata, estima-se que afeta cerca de uma pessoa em cada milhão. Dois dos seus sintomas mais característicos são a rigidez muscular e os espasmos musculares associados a dor.

Existem diferentes tipos de síndrome da pessoa rígida, definidos com base nas suas manifestações físicas e clínicas, mas o mais comum é a síndrome clássica da pessoa rígida.

Esta síndrome surge mais frequentemente entre os 30 e os 60 anos, mas já foram registados casos tanto em crianças como em adultos mais velhos. Pode afetar pessoas de ambos os sexos, embora as mulheres apresentem o dobro do risco de desenvolver a síndrome comparativamente aos homens.

A síndrome da pessoa rígida está associada a outras doenças autoimunes, tais como:

Doença celíaca;
Diabetes tipo 1;
Anemia perniciosa;
Doença autoimune da tiroide;
Vitiligo;

Sintomas da síndrome da pessoa rígida
A severidade da sintomatologia da síndrome da pessoa rígida varia de caso para caso e, embora a idade mais comum para o desenvolvimento de sintomas seja entre os 30 e os 40 anos, estes podem surgir em qualquer fase da vida. Podem também desenvolver-se desde alguns meses a anos e em algumas pessoas a sintomatologia permanece inalterada durante anos. Além disso, os sintomas podem agravar-se lentamente com o tempo, limitando a capacidade de executar atividades da rotina diária.

A síndrome da pessoa rígida tem como principais sintomas a rigidez muscular e repetidos episódios de espasmos musculares dolorosos.

Os espasmos podem envolver todo o corpo ou apenas uma região e ocorrer sem qualquer causa definida ou ser provocados por situações / eventos como:

Ruído inesperado ou muito intenso
Contacto físico
Alterações de temperatura, como ambientes frios
Situações de elevado stress.
 
Os espasmos musculares podem ser tão fortes que deslocam articulações ou causam fraturas ósseas e/ou durar apenas alguns segundos, minutos ou, ocasionalmente, algumas horas.

Uma vez que os espasmos musculares podem ser imprevisíveis, algumas pessoas com síndrome da pessoa rígida desenvolvem ansiedade e agorafobia (medo extremo de, por exemplo, sair de casa ou ir a locais com muitas pessoas).

Contudo, importa referir que os sintomas iniciais podem incluir desconforto com dor associada, rigidez (que pode ir aparecendo e desaparecendo, tornando-se gradualmente constante) ou dor, especialmente na região lombar ou nas pernas.

Na maioria dos casos, a primeira zona do corpo a ser afetada pela rigidez é o tronco (isto é, o abdómen, costas e peito). À medida que a síndrome da pessoa rígida progride, desenvolve-se rigidez nos músculos das pernas e neurológica, que é normalmente assimétrica (isto é, mais pronunciada numa das pernas).

Outros possíveis sintomas da síndrome da pessoa rígida incluem:

Alterações de postura
Dificuldades de mobilidade
Stress e ansiedade
Potenciais complicações respiratórias.
 
Causas:

Não se conhecem as causas exatas da síndrome da pessoa rígida, mas a comunidade científica descreve-a como uma condição autoimune (ou seja, em que o sistema imunitário ataca células saudáveis por motivos desconhecidos).

Verifica-se que muitas pessoas que sofrem de síndrome da pessoa rígida produzem um tipo de anticorpos, o descarboxilase do ácido glutâmico, que desempenha um papel na produção de um neurotransmissor, o ácido gama-aminobutírico, que ajuda a controlar os movimentos musculares. Ainda assim, ainda não se compreende o papel exato deste anticorpo no desenvolvimento e progressão da síndrome da pessoa rígida nem a sua presença indica necessariamente doença. Além disso, existem outros tipos de anticorpos que podem estar associados à síndrome da pessoa rígida, como, por exemplo, o recetor de glicina. Existe ainda um outro cenário: o de sofrer desta síndrome, mas não ter anticorpos detetáveis que sejam já conhecidos. A investigação na tentativa de descobrir potenciais anticorpos é contínua.

Diagnóstico:

Uma vez que é rara e envolve sintomas semelhantes aos de outras doenças - como tétano, espondilite anquilosante, esclerose múltipla, doença de Parkinson, fibromialgia, ansiedade, doença psicossomática e outras condições autoimunes -, a síndrome da pessoa rígida é de difícil diagnóstico. Na verdade, leva em média sete anos a ser diagnosticada.

Não existe um teste único que permita diagnosticar esta condição e, por isso, além de colocar questões sobre os sintomas e fazer um exame físico e neurológico, o profissional de saúde pode recorrer a vários testes para a confirmação do diagnóstico, como:

Análises ao sangue para deteção de anticorpos descarboxilase do ácido glutâmico, que estão presentes em cerca de 70-80% das pessoas com esta síndrome. As análises ao sangue também podem ser usadas para detetar outros anticorpos relevantes assim como outros sinais que possam confirmar o diagnóstico ou excluir outras doenças. No entanto, é importante ter em consideração que a presença de elevados níveis destes anticorpos não determina por si só o diagnóstico de síndrome da pessoa rígida.
Eletromiografia: é um exame que estuda a atividade elétrica dos músculos.
Punção lombar: consiste na recolha de líquido cefalorraquidiano para verificar a presença de anticorpos descarboxilase do ácido glutâmico.

Tratamento da síndrome da pessoa rígida:

Não existe ainda uma cura para a síndrome da pessoa rígida, ainda assim o tratamento pode ajudar não só a gerir os sintomas individuais, mas também a tornar mais lenta a progressão deste problema.

Caso não seja tratada, a síndrome da pessoa rígida pode progredir causando dificuldades de locomoção e ter um impacto significativo no desempenho de tarefas do dia a dia. Pode também evoluir para o desenvolvimento de complicações graves. A equipe clínica que acompanha o doente é multidisciplinar e pode incluir especialistas como neurologistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, terapeutas da fala e especialistas em saúde mental.

O tratamento da síndrome da pessoa rígida é sintomático e tem como grande objetivo a promoção de mobilidade e conforto.

Em algumas pessoas, os seus sintomas estabilizam com a toma de medicação, que tem como objetivo contribuir para a diminuição da rigidez e dos espasmos musculares com dor. Entre os medicamentos podem incluir-se:

Benzodiazepinas: são usados para tratar a rigidez muscular e os espasmos episódicos.
Relaxantes musculares: podem ajudar no alívio dos espasmos musculares.
Medicamentos para a dor neuropática.
Anticonvulsivantes: medicamentos usados tradicionalmente nas doenças com convulsões e que podem ajudar na gestão da dor.

Devem ser evitados medicamentos como: antidepressivos tricíclicos, opioides e inibidores da recaptação da serotonina.

A imunoterapia também pode ser uma opção terapêutica e consiste no uso de medicação ou de outras intervenções que são dirigidas a anomalias específicas no funcionamento do sistema imunitário. Existem algumas evidências que demonstram que o tratamento intravenoso com imunoglobulina (anticorpos naturais que o sistema imunitário produz e que, para esta terapia, são obtidos através de doadores com sistemas imunitários saudáveis) pode, em alguns casos, melhorar os sintomas.

Outras terapias não farmacológicas que também podem ser úteis:

Fisioterapia
Alongamentos
Massagem
Hidroterapia
Terapia com calor
Acupuntura
Ioga
Meditação
 
Além disso, para o tratamento da ansiedade e da depressão podem ser prescritas psicoterapia, terapia cognitivo-comportamental ou medicação.

O prognóstico da doença varia de pessoa para pessoa com base nalguns fatores, incluindo:

Severidade dos sintomas
Velocidade de progressão da doença
Eficácia do tratamento.
 
Com o tempo, caminhar pode tornar-se progressivamente mais difícil e alguns doentes podem precisar do auxílio de uma bengala, andarilho ou cadeira de rodas. Pode também haver um gradual aumento da dificuldade em desempenhar tarefas do dia a dia e um aumento do risco de quedas.

Iniciar o tratamento pouco tempo após o início dos sintomas é essencial para prevenir ou diminuir a progressão da síndrome da pessoa rígida e evitar complicações a longo prazo, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Prevenção:

A síndrome da pessoa rígida é um problema autoimune e não existem estratégias que permitam prevenir o seu desenvolvimento.

sexta-feira, setembro 15

SARCOPENIA: ENVELHECER E NATURAL, MAS PERDER MÚSCULO NÃO!

Como a nutrição, exercícios e alimentação contribuem para a saúde do músculo ao longo dos anos. A sarcopenia, perda drástica de massa e força muscular, é comum entre idosos, reduzindo a autonomia, a independência e a qualidade de vida.

Para mensurar a força e a massa muscular você não precisa ser um levantador de peso, e muito menos participar de uma disputa para ver quem tem um bíceps maior. E, na verdade, nem deve. O importante é ter em mente que a saúde muscular é fundamental para uma vida ativa, principalmente na fase adulta, em que os músculos começam a ficar comprometidos.

Nos Estados Unidos, por exemplo, aproximadamente 45% dos idosos apresentam perda muscular, como mostra uma pesquisa sobre Envelhecimento do Centro de Nutrição e Pesquisa Humana do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, realizada pela Universidade de Tufts. O Brasil carece de dados nacionais, mas de acordo com um estudo realizado no Estado de São Paulo com 1.149 pessoas, a sarcopenia foi diagnosticada em 30,5% dos casos, sendo mais prevalente entre as mulheres, registrando 16,1%.

A perda de massa muscular começa aos 40 anos e diminui a força, a energia e a mobilidade, bem como aumenta gradativamente o risco de quedas, doenças e problemas de saúde. Nesta fase, uma alimentação adequada rica em proteínas e nutrientes específicos (como o HMB) pode contribuir para prevenir a degradação muscular. Pouco conhecido, o HMB (beta-hidroxi-beta-metilbutirato) é um ingrediente de preservação muscular, produzido pelo próprio corpo, e encontrado em alguns alimentos. “O HMB, quando combinado com proteínas e vitamina D é capaz de estancar a degradação muscular, prevenindo ou amenizando a perda de funcionalidade, bem como assegurando mais qualidade de vida e um envelhecimento saudável.

Conforme você envelhece, alterações hormonais podem contribuir para a forma como o seu corpo constrói e recupera os músculos, e no caso de pessoas com sarcopenia, a maioria está ligada a uma alimentação inadequada, bem como à inatividade – seja por falta de exercícios físicos, por uma hospitalização ou por conta de problemas de saúde existentes.

Um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism2, nos Estados Unidos, mostrou que adultos saudáveis inativos perderam 2% de massa muscular magra das pernas em um período de 28 dias. Enquanto isso, em outro estudo 3 de idosos saudáveis, os pacientes perderam até 10% da massa magra das pernas – e isso em apenas 10 dias. “No processo de envelhecimento é natural que ocorram transformações no corpo, mas é fundamental que a saúde muscular seja preservada”.

Conheça quatro maneiras de manter a saúde muscular em dia:

Consuma mais proteína: todo músculo é composto por proteína, mas conforme envelhecemos o organismo precisa de mais proteína para formar a mesma quantidade de músculo, já que o corpo se torna menos eficiente em processá-la.⁴  Assim, inclua alimentos ricos em proteína, como peixes, carnes magras, ovos, quinoa, leguminosas em todas as refeições e lanches. Além disso, preste atenção em seus níveis de vitamina D, níveis menores podem afetar a sua força muscular.

Acrescente peso aos treinos: se um estilo de vida sedentário é a causa da perda muscular, um treino de força é a solução.Toda vez que levantamos, empurramos ou puxamos um peso, criamos fissuras microscópicas em nossos músculos. O corpo, então, responde enviando sinais para que nossos músculos sejam reparados – e alguns deles são. Sendo assim, voltamos para o treino seguinte e para tarefas de rotina com mais força e massa muscular.

Faça algum exercício aeróbico: embora não sejam conhecidos por aumentarem sua massa muscular, os exercícios aeróbicos podem ajudar a manter os músculos saudáveis e o coração forte ao longo dos anos. 

Aumente seus níveis de HMB: como mencionado, o HMB é um composto natural vital para a saúde muscular. O corpo produz esse composto quando quebra a leucina, um aminoácido encontrado em alimentos ricos em proteína. O HMB também é naturalmente produzido em alimentos como abacate, por exemplo. Ele avisa ao corpo para preservar as células musculares existentes, principalmente quando o organismo está sob estresse que causa a perda muscular. Ele também promove ganho muscular adicional e estimula a recuperação pós-atividade física de forma mais rápida.

Envelhecer é natural, mas a perda muscular não.  Podemos prevenir essa perda, mas sempre tendo em mente que é fundamental procurar um profissional de saúde ou especialista antes de iniciar o uso de suplemento ou até mesmo mudar a dieta alimentar." DEIXAS QUE O TEU ALIMENTO SEJA TUA MEDICINA".

quinta-feira, setembro 14

O QUE É HISTÓLOGIA VEGETAL?

A histologia vegetal é a ciência que estuda os tecidos dos vegetais.

Compreende o estudo das características, organização, estrutura e funções dos tecidos vegetais.

Tecido é o conjunto de células morfologicamente idênticas que desempenham a mesma função.

As plantas podem apresentar duas formas de crescimento: o primário, que corresponde ao crescimento em altura e o secundário, o crescimento em espessura. Existem plantas que apresentam apenas o crescimento primário, como algumas monocotiledôneas.

O crescimento das plantas está relacionado com a formação de tecidos vegetais. Para isso, é preciso que ocorra o processo de diferenciação celular.

Nas plantas, as células que se diferenciam para originar tecidos são chamadas de meristemáticas.

As células meristemáticas são indiferenciadas, sofrem sucessivas mitoses, acumulam-se e posteriormente, diferenciam-se em tecidos.

Os tecidos vegetais são divididos em: Tecidos meristemáticos ou de formação e Tecidos adultos ou permanentes, com funções específicas.

Tecidos Meristemáticos
As células meristemáticas formam o tecido meristemático ou meristemas, presentes nas partes das plantas em que ocorre crescimento por multiplicação celular.

Os meristemas são responsáveis pelo crescimento do vegetal e formação dos tecidos permanentes.

O tecido meristemático pode ser do tipo primário ou secundário.

Tecido Meristemático Primário
O tecido meristemático primário promove o crescimento em altura da planta. É abundante nas gemas apicais, da raiz e do caule, e nas gemas laterais do caule.

Os tecidos meristemáticos primários são: a protoderme, o procâmbio e o meristema fundamental.

A protoderme é o tecido que reveste externamente o embrião e dará origem a epiderme, o primeiro tecido de revestimento da planta.

O procâmbio dará origem aos tecidos vasculares, xilema e floema primários.

O meristema fundamental se forma logo abaixo da protoderme e dará origem ao córtex, constituído pelo parênquima e os tecidos de sustentação, colênquima e esclerênquima.

Meristema Apical
Meristema apical recoberto pela coifa. Na região mais externa encontramos a protoderme e na mediana, o meristema fundamental.

Tecido Meristemático Secundário
O tecido meristemático secundário promove o crescimento em espessura da planta (crescimento secundário).

Os tecidos meristemáticos secundários são: o câmbio e o felogênio.

O câmbio origina o xilema e floema secundários.

O felogênio origina o súber e a feloderme.

Você deve sempre lembrar que os tecidos meristemáticos primários, originam tecidos primários. Enquanto que os tecidos meristemáticos secundários, originam tecidos secundários.

Tecidos Adultos
Os tecidos adultos ou permanentes são diferenciados e classificam-se conforme a função que desempenham. Nesse caso, podem ser de revestimento, preenchimento, sustentação e condução.

Tecidos de Revestimento
As plantas apresentam os tecidos de revestimento para a proteção de folhas, raízes e caules.

Os tecidos de revestimento são a epiderme e a periderme (súber, felogênio e feloderme).

A epiderme é constituída por uma camada de células vivas intimamente ligadas e clorofiladas. Nas folhas, as células da epiderme secretam a substância cutina, que forma uma cutícula de lipídios e impede a perda de água excessiva por transpiração.

A epiderme pode apresentar alguns tipos de anexos:

Estômatos: permite a troca gasosa com o ambiente durante a fotossíntese e respiração.
Hidatódios: estruturas localizadas nas bordas das folhas que eliminam o excesso de água da planta.
Tricomas: presentes em plantas xerófitas, reduzem a perda de água pelos estômatos, quando se abrem para realizar as trocas gasosas.
Pêlos absorventes: encontrados na zona pilífera da raiz, auxiliam na absorção de água e sais minerais.​​​​
Acúleos: estruturas pontiagudas e rígidas, muitas vezes confundidas com espinhos, que conferem proteção à planta.
A periderme é um tecido vivo. Representa o revestimento das raízes com crescimento secundário. É constituída pelos tecidos dérmicos súber, felogênio e feloderme.

Entre as estruturas da periderme estão: as lenticelas e o ritidoma. As lenticelas são aberturas na periderme que permitem a circulação do ar. Os ritidomas constituem as camadas mais superficiais da periderme, que quando morta, se destaca do caule da planta.

Tecidos de Preenchimento
São tecidos formados por células que preenchem os espaços entre os tecidos de revestimento e os tecidos condutores.

Os tecidos de preenchimento são representados pelos parênquimas, encontrados em todos os órgãos da planta.

O parênquima é formado por células vivas com grande capacidade de diferenciação e podem ter variados tipos:

Parênquima de Preenchimento: realiza o preenchimento entre os tecidos. Exemplo: Córtex e medula do caule.

Parênquima Clorofiliano: auxilia no processo de fotossíntese. É encontrado nas folhas e pode ser de dois tipos, o paliçádico e o esponjoso.

Parênquima de Reserva: armazena substâncias, como amido, óleos e proteínas.

De acordo, com a substância armazenada, têm-se denominações diferenciadas:

Quando armazena amido, chama-se parênquima amilífero. Exemplo: tubérculos, como a batata.

Quando armazena água, chama-se parênquima aquífero. Esse tecido é comum em plantas xerófitas.

Quando armazena ar, chama-se parênquima aerífero. Um exemplo são as plantas aquáticas. É o parênquima aerífero que permite que essas plantas possam flutuar.

Localização dos tecidos vegetais
Localização do parênquima, procâmbio e epiderme

Tecidos de Sustentação
Originados do meristema fundamental, esses tecidos são encontrados nas folhas, frutos, caule e raiz.

Os tecidos de sustentação são o colênquima e o esclerênquima.

O colênquima é constituído por células vivas, alongadas e ricas em celulose. Estão presentes nas partes mais jovens das plantas, logo abaixo da epiderme. Confere flexibilidade aos órgãos vegetais.

Colênquima
Colênquima na região colorida de azul:

O esclerênquima é constituído por células mortas, lignificadas e alongadas. Estão presentes nas partes mais antigas das plantas.

Tecidos de Condução
Os tecidos condutores são responsáveis pelo transporte e distribuição de água e substâncias pelo corpo da planta.

Os tecidos condutores são o xilema e o floema.

O xilema e floema podem ser primários ou secundários. Os primários originam-se do procâmbio e os secundários do câmbio vascular.

O xilema, também chamado de lenho, é constituído por células mortas e com parede celular reforçada por lignina. Esse tecido é responsável por conduzir a seiva bruta (água e sais minerais) das raízes até as folhas. Suas principais células são as traqueides e os elementos do vaso.

O floema, também chamado de liber, é constituído por células vivas. O floema transporta a seiva elaborada (matéria orgânica) das folhas até o caule e raízes. Suas principais células são os tubos crivados e as células companheiras.

terça-feira, setembro 12

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA FIBROMIALGIA? TRATAMENTO E O LADO EMOCIONAL:

Neste artigo irei falar de uma dor conhecida por “andar” pelo nosso corpo: a Fibromialgia. Uma hora ela está aqui, outra hora está ali, mas nunca acaba. Você vai no médico, faz exame, e os resultados não apontam nada, apesar de você continuar sentindo. Se você se encaixa ou conhece alguém nessa descrição, é possível que seja Fibromialgia mesmo. 

Fibromialgia em números:

Hoje nosso tema é dolorido: fibromialgia. Mas antes de entendermos mais a fundo sobre essa síndrome, veja abaixo alguns dados para compreender a dimensão do impacto da Fibromialgia na população brasileira:

37% dos brasileiros vive com algum tipo de dor crônica2,5% dos brasileiros tem fibromialgia10% dos brasileiros que se consultam com reumatologista tem fibromialgia90% das pessoas com fibromialgia são mulheresA maioria dos casos são entre os 35 e 55 anos50% dos fibromiálgicos apresentam também depressão

O que é a Fibromialgia?

A Fibromialgia também é conhecida como Síndrome de Fibromialgia, Síndrome de Joanina Dognini e, popularmente, como Fibro.

Trata-se da sensação constante de dores musculares generalizadas pelo corpo inteiro, sem causa aparente. Além de dor, são relatadas sensações de fraqueza, sensibilidade e alterações de humor decorrentes do estresse e dor crônicas.

Hoje, há o CID 10 M79.7 para caracterizar a síndrome. Ela é tão dolorosa que existe até projeto de lei no Brasil para incluir o paciente que sofre de Fibromialgia como PCD (Pessoa com deficiência) .

É uma síndrome complexa, caracterizada por uma dor crônica de origem desconhecida, que atinge músculos, tendões e articulações de todo o corpo. Ela pode durar alguns anos ou a vida inteira. É uma condição comum, ficando atrás apenas da artrite, quando se trata de doenças musculoesqueléticas. Apesar disso, geralmente é mal diagnosticada e mal entendida, devido à sua complexidade.

Durante muito tempo, os pacientes com fibromialgia visitavam médicos de várias especialidades e faziam diversos exames mas nunca encontravam nada, pois não há lesão nem inflamação no corpo. Eles chegavam até a pensar que a dor vinha da imaginação, então procuravam psicólogos para “consertar a mente”.

Com o passar do tempo, estudos começaram a apontar que a fibromialgia, na verdade, está ligada à forma exagerada que o cérebro recebe os estímulos de pressão e processa a dor. Sendo assim, um simples abraço, um aperto de mão, ou qualquer pressão um pouquinho mais intensa já desencadeia uma dor intensa.

Hoje em dia já existem exames específicos feitos em estudos de neurociência que conseguem mostrar imagens dos cérebros de pessoas com e sem fibromialgia, concluindo que o fibromiálgico tem mais neurotransmissores de dor que o normal.

O que ainda não foi descoberto é a razão da maiorias das pessoas com fibromialgia serem do sexo feminino (a cada 10 pacientes, de 7 a 9 são mulheres). O que se sabe é que não parece haver uma relação com hormônios, pois a doença pode ocorrer em qualquer idade, até em crianças.

Para resumir, a Fibromialgia é caracterizada por:Dor difusa em músculos, tendões e articulaçõesNão há causa aparente para a dor O sexo feminino é o mais atingidoÉ uma síndrome complexa e crônica Dura anos ou a vida inteira Não há cura, embora exista tratamento.

Sintomas da Fibromialgia:

Há diversos sintomas que podem aparecer nas pessoas com fibromialgia, mas o principal é a dor generalizada espalhada pelo corpo todo e articulações.

É uma dor intensa, com duração de pelo menos 3 meses. A pessoa normalmente não se lembra quando começou, nem se começou em algum local específico ou se já começou no corpo todo. Ela costuma ficar pior no final do dia, por conta da rotina puxada, mas pode aparecer de manhã também. Como a dor aparece aos poucos, o paciente começa a ficar habituado à ela, sem ficar demonstrando aos outros o que está sentindo.

Outros sintomas que podem aparecer na fibromialgia são:

Grande sensibilidade ao toque e à compressão da musculatura: muitos pacientes não toleram ser agarrados ou abraçados; Sono não reparador: essa condição afeta 95% dos pacientes e faz com que a pessoa tenha um sono superficial ou interrompido. Sem o sono profundo, o corpo não descansa e a pessoa acorda já cansada, mesmo que tenha dormido por bastante tempo. Isso faz aumentar a fadiga, a contração muscular e a dor; Distúrbios do sono: como a síndrome das pernas inquietas (desconforto grande nas pernas que faz com que a pessoa queira esticá-las e andar) ou apneia (parar de respirar durante o sono); Cansaço e fadiga constante: sintoma que vai além da fadiga causada por sono não reparador. Os fibromiálgicos apresentam tolerância baixa a exercícios, o que pode dificultar o tratamento; Alterações cognitivas: dificuldade de atenção e concentração, falta de memória, raciocínio lento e problemas de linguagem. Isso acontece porque o cérebro tem que ficar lidando com a dor constante, então acaba prejudicando outras de suas tarefas; Sensibilidade diversa: como a fibromialgia ocorre devido à amplificação da dor no sistema nervoso central, outros estímulos acabam sendo amplificados também. Por exemplo: incômodos gastrointestinais (ocorridos em 60% dos pacientes), dores de cabeça, bexiga sensível, Síndrome de Raynaud (alteração da cor das mãos e pés quando em situações de frio ou estresse) e sensibilidade a barulhos altos e cheiros fortes;Isolamento e falta de prazer nas coisas que gostava antes: isso ocorre por conta da dor constante, que ocupa toda a mente da pessoa fibromiálgica  ;Inchaço: a fibromialgia em si não causa inchaço, mas ele pode ocorrer devido à contrações musculares por causa da dor; Depressão e ansiedade: metade das pessoas com fibromialgia apresentam depressão e essa condição piora o sono, diminui a disposição para fazer exercícios, aumenta a fadiga e a sensibilidade do corpo.Fibromialgia, Diagnóstico:

Se você tem dúvida de como é feito o diagnóstico de uma síndrome tão complexa, vamos explicar com detalhes a história do diagnóstico de Fibromialgia.

Até os anos 90, a fibromialgia era diagnosticada a partir de um exame físico desenvolvido por 20 reumatologistas para testar a sensibilidade dos pacientes. Nesse exame, o médico deveria pressionar 18 pontos do corpo do paciente e, se ele apresentar dor em mais de 11 pontos, teria o diagnóstico de fibromialgia.

Hoje em dia, alguns médicos reumatologistas ainda fazem isso, mas também levam em consideração o relato do paciente sobre os outros sintomas, mesmo que a pessoa não tenha dor em muitos pontos.

Exames são pedidos apenas para avaliar as condições gerais do paciente e descartar hipóteses de outras doenças que podem ter sintomas parecidos, como artrite reumatóide, polimialgia reumática, espondilites, hipotireoidismo e mieloma múltiplo.

É possível ver a reação exagerada do cérebro em um exame chamado Ressonância Magnética Funcional, mas ele é muito caro, trabalhoso e precisa de profissionais muito especializados e experientes para realizá-lo corretamente. Por isso, esse exame acaba sendo utilizado apenas em estudos.

Causas da Fibromialgia:

Ainda não se sabe exatamente se há uma causa da fibromialgia, mas existem alguns fatores em comum em alguns pacientes:

Fator genético: a fibromialgia é recorrente em pessoas da mesma família, por isso, caso exista algum caso na família, é bom prestar atenção;Traumas psicológicos e estresse: problemas como traumas na infância, perdas, términos de relacionamentos, problemas profissionais e em casa;Traumas físicos: acidentes de carro, principalmente os que afetam a região do pescoço; Distúrbios psicológicos: depressão e ansiedade são comuns nos pacientes fibromiálgicos, podendo desencadear a doença ou ser uma consequência dela;Menos fibras nervosas: os pacientes com fibromialgia apresentam menor densidade de fibras nervosas na pele;Infecções: a fibromialgia pode aparecer logo após infecções bacterianas ou virais.Fibromialgia e o estigma de gênero

Como a maioria das pessoas com fibromialgia são do sexo feminino, a doença foi transformada em uma característica do gênero, tachando as pacientes de dramáticas, que estão com TPM ou imaginando a dor. Mas essa síndrome não é drama de mulher!

Por conta desse preconceito, várias gerações de mulheres passaram a vida com dor, sem diagnóstico e em silêncio. Dessa forma, a depressão causada pela doença se agrava, piorando a dor no corpo e formando um ciclo onde um sintoma piora o outro.

Pesquisas ainda estão sendo feitas para descobrir por que o sexo feminino tem mais fibromialgia, mas não há nada confirmado ainda. Há a possibilidade da doença estar ligada à serotonina, que é um neurotransmissor que influencia o sono, o ritmo cardíaco, a produção de hormônios, o processamento da dor e outras funções fisiológicas importantes.

Existe ainda a possiblidade de pessoas do sexo masculino desenvolverem fibromialgia, embora sejam 10% do total de pacientes com diagnóstico. Esses pacientes também merecem um diagnóstico preciso e cuidados adequados, por mais que representem uma taxa menor do que pacientes do sexo feminino. Se você se identifica com os sintomas, aborde a possibilidade com médicos de sua confiança para mais investigações.

Fibromialgia e Depressão:

As duas doenças se agravam como se fosse um ciclo, no qual a fibromialgia é causada ou desencadeia a depressão, que por sua vez, piora os sintomas da fibromialgia.

O mal estar generalizado e dores crônicas causam anormalidades no sistema nervoso, alterando a forma como os pacientes lidam com o estresse. Então os pacientes começam a se isolar, ter picos de ansiedade, sentir falta de energia e ter sentimentos de culpa, piorando a depressão. Afinal, pacientes também se isolam por não receberem empatia e compreensão de outras pessoas (seja família, amigos ou colegas e chefes no trabalho), além da possibilidade dos ambientes não serem confortáveis para tais pacientes devido a falta de lugar para sentar, estresse por barulho, multidões...

Quando o fibromiálgico tem depressão, ele passa por mais dificuldades no tratamento, pois é preciso tratar as duas doenças juntas. 

Tratamento da Fibromialgia:

A fibromialgia não tem cura, mas não oferece risco de vida e seus sintomas podem ser controlados de forma que a pessoa possa ter uma vida normal e ativa. Em alguns casos, os sintomas diminuem a ponto de praticamente desaparecer, mas em outros, é necessário fazer um controle por toda a vida. Entender isso é fundamental para que o paciente leve o tratamento da melhor forma possível.

Por isso, não desanime! Você merece qualidade de vida.

Há medidas que podem ser adotadas pela própria pessoa no dia a dia, que controlam a maior parte dos sintomas, como:

Atividades físicas: a prática regular de atividades físicas é a melhor forma de controlar as dores da fibromialgia. Podem ser atividades tanto aeróbicas quanto as anaeróbicas, como fisioterapia, pilates, caminhada, alongamento, natação, musculação e até uma corrida leve. A dor diminui porque os exercícios liberam endorfina, melhorando o fluxo do sangue e trazendo um relaxamento corporal. Além disso, os exercícios vão melhorar o humor, a qualidade de vida, a depressão, a ansiedade, o sono e a fadiga;

Alimentação saudável: os alimentos ajudam na fibromialgia de acordo com as substâncias presentes neles, como triptofano e melatonina. Confira abaixo uma listagem que podem serem recomendados.

Alimentos ricos em triptofano: arroz integral, mel, carnes magras, iogurte desnatado, queijos brancos, leguminosas, nozes, damasco, açaí, banana.Alimentos ricos em melatonina: amendoim, aveia, cereja, vinho.Alimentos antioxidantes: frutas como açai, goji berry, maçã; verduras, chá verde, cúrcuma, cacau.Alimentos que atuam na redução do estresse/cortisol: abacate.Suplementos coadjuvantes: ômega 3, óleo de prímula, resveratrol, coenzima Q10 e complexo B.Também é bom diminuir o consumo de alimentos ultraprocessados, açúcar, gordura, cafeína e corante.

Bons hábitos para controle de estresse: praticar meditação ou participar de algum grupo de apoio pode ajudar a pessoa a compreender e lidar com a doença, conseguindo apoio e autoconhecimento.

Com relação ao tratamento com profissionais da saúde, o ideal é fazer um tratamento multifuncional, pois cada profissional vai ser responsável por uma parte dos sintomas, podendo englobar:

Reumatologista: que geralmente dá o diagnóstico e poderá indicar, caso seja necessário, algum analgésico ou relaxante muscular.

Psicólogo: que vai ajudar a tratar a depressão do paciente perante a fibromialgia. A terapia cognitivo comportamental é uma das formas de abordar a fibromialgia, pois leva em conta a forma como o paciente reage aos acontecimentos do dia a dia. Ela ajuda o paciente a compreender e interpretar melhor suas atitudes e sentimentos frente à doença, para poder enfrentá-la de forma eficiente.

Psiquiatra: também vai ajudar na parte da depressão, dependendo do caso, com indicação de algum antidepressivo ou neuromodulador, que vão agir nos neurotransmissores da dor. Também pode ser indicado medicamentos para melhorar o sono, já que as pessoas com fibromialgia tem dificuldade para dormir bem.

Fisioterapeuta: vai analisar e auxiliar o paciente para que faça exercícios corretos em cada caso, para que os exercícios possam ajudar e não correr o risco de causar alguma lesão.

Terapeutas diversos: diversos terapeutas podem complementar o tratamento com acupuntura, massagens, florais e yoga. 

Fitoterapia na Fibromialgia:

A natureza disponibiliza diversas plantas com várias ações que podem auxiliar nos sintomas da fibromialgia.

Plantas com ação anti-inflamatória (que vão ajudar a controlar as dores e inflamações causadas pela doença):

Unha de gato, Ipê roxo, Canela de velho, Erva baleeira, Arnica Montana, Dilênia, Garra do Diabo.

Plantas com ação adaptógena (que vão dar mais disposição para o paciente, diminuindo a fadiga)

Rhodiola rosea, Aswaganda, Ginseng coreano.

Plantas com ação calmante (que vão dar uma noite de sono melhor, amenizar o estresse e ansiedade)

Hipérico, Kawa, Mulungu, Valeriana.

Portanto, continue se cuidando! E se você ainda não começou a se cuidar, porém se identifica com as informações abordadas ao longo do texto, não esqueça de buscar orientações dos profissionais de saúde para melhorar sua qualidade de vida. " NÃO USE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA " ( A SAÚDE É UM EQUILÍBRIO, NÃO UM DESTINO. APESAR DE TODOS OS SEUS ABORRECIMENTOS, A DOENÇA PODE REALMENTE NOS ENSINAR ALGO VALIOSO, SOBRE AUTOCOMPAIXÃO, EXPECTATIVAS E A BUSCA DO VERDADEIRO BEM- ESTAR ).

sexta-feira, setembro 8

COMO AS TERÁPIAS INTEGRATIVAS PODEM AJUDAR NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO?

O "Setembro Amarelo" é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio e a importância da saúde mental. A campanha foi criada no Brasil em 2015, mas desde então ganhou reconhecimento internacional e é celebrada em vários países ao redor do mundo. O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

O amarelo é a cor escolhida para simbolizar a campanha, pois representa a esperança e a vida, dois elementos fundamentais na prevenção do suicídio. O objetivo do Setembro Amarelo é aumentar a conscientização sobre os problemas relacionados à saúde mental, reduzir o estigma em torno das doenças mentais e promover o diálogo aberto sobre temas como depressão, ansiedade, transtornos de humor e suicídio.

A depressão desempenha um papel significativo na campanha do Setembro Amarelo, pois é uma das principais condições de saúde mental associadas ao risco de suicídio.

É crucial lembrar que a depressão é uma condição médica tratável, e as pessoas que sofrem com ela não estão sozinhas. A campanha Setembro Amarelo desempenha um papel vital na quebra do silêncio em torno da saúde mental e no apoio àqueles que estão enfrentando a depressão, incentivando-os a procurar ajuda e esperança. 

AS TERAPIAS INTEGRATIVAS NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO:

As terapias integrativas, também conhecidas como terapias complementares, podem ser benéficas como parte de um plano de tratamento abrangente para a depressão. É importante ressaltar que essas terapias não devem substituir o tratamento médico tradicional, mas podem ser usadas como complemento para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar mental. Aqui estão algumas maneiras pelas quais as terapias integrativas podem ajudar em casos de depressão:

Redução do estresse: Muitas terapias integrativas, como a meditação, o mindfulness, a acupuntura e a ioga, podem ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade, que são frequentemente associados à depressão. A redução do estresse pode melhorar o humor e a capacidade de enfrentar os sintomas da depressão.

Promoção da autorreflexão: Terapias como a psicoterapia holística, a terapia artística e a escrita terapêutica podem incentivar a autorreflexão e a expressão emocional. Isso pode ajudar os interagentes a compreenderem melhor seus sentimentos e pensamentos, o que é importante no tratamento da depressão.

Equilíbrio energético: Terapias como a cromoterapia, acupuntura e a medicina tradicional chinesa se baseiam na ideia de equilibrar a energia vital do corpo, conhecida como "qi" ou "chi". Essas terapias podem ajudar a melhorar a circulação de energia e aliviar sintomas como fadiga, falta de energia e desequilíbrios emocionais associados à depressão.

Promoção da conexão social: Participar de terapias de grupo, como a dança terapêutica ou grupos de apoio baseados em terapias integrativas, pode ajudar as pessoas com depressão a se conectarem socialmente e a se sentirem menos isoladas.

Abordagem holística: Terapias integrativas como Florais de Bach, Aromaterapia, Naturopatia e Terapia Bioortomolecular abordam a pessoa como um todo, levando em consideração os aspectos físicos, emocionais, mentais e espirituais da saúde. Isso pode ser benéfico, pois a depressão muitas vezes afeta múltiplos aspectos da vida de alguém.

Melhora da qualidade de vida: Mesmo que as terapias integrativas não sejam um tratamento direto para a depressão, elas podem melhorar a qualidade de vida, aliviando sintomas como dor crônica, insônia e estresse, que muitas vezes acompanham a depressão.

Complemento ao tratamento convencional: As terapias integrativas podem ser usadas em conjunto com tratamentos médicos tradicionais, como terapia cognitivo-comportamental e medicamentos antidepressivos. Essa abordagem integrativa pode fornecer um suporte mais amplo para o tratamento da depressão.

A FITOTERAPIA COMO COMPLEMENTO NO TRATAMENTO PARA DEPRESSÃO:

As causas da depressão são diversas e podem estar relacionadas ao estilo de vida, traumas, confusões mentais ou acontecimentos como a perda do emprego, dificuldades financeiras, perda de entes queridos, entre outros.  A boa notícia é que existe um grande número de ervas que podem ser utilizadas.
Alcaçuz: possui compostos chamados de monoamina oxidase (MAO), responsáveis pelas propriedades antidepressivas da planta. Sua forma de extrato é segura para o consumo moderado. ⠀
Erva-de-São-João: estudos comprovam que o uso de um dos seus compostos ativos - a hipericina - resultam em melhoras significativa desses sintomas, além de apresentar menos efeitos colaterais que os medicamentos controlados e melhorar a qualidade do sono. Pode ser consumida por infusão.
Gengibre: esta raiz também é muito usada para casos de ansiedade e depressão, por apresentar efeitos tônicos, ou seja, melhora as funções do organismo.⠀

Ginkgo Biloba: pode ajudar a tratar a depressão em idosos, que sofrem redução do fluxo sanguíneo para o cérebro.⠀
Não esqueça que é preciso saber manipular corretamente essas ervas para que o resultado seja satisfatório. " NÃO TOME MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SEM CONHECIMENTO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE OU UM FITOTERÁPEUTA "( A DOENÇA É UM EQUILÍBRIO, NÃO UM DESTINO. APESAR DE TODOS OS SEUS ABORRECIMENTOS, A DOENÇA PODE REALMENTE NOS ENSINAR ALGO VALIOSO, SOBRE AUTOCOMPAIXÃO, EXPECTATIVAS E A BUSCA DO VERDADEIRO BEM- ESTAR ).

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