terça-feira, agosto 30

" SÁLVIA OFFICINALIS L. " CHÁ-DA-GRECIA UMA PLANTA COM VÁRIAS PROPRIEDADES TERÁPEUTICAS:

Nome científico: 
Salvia officinalis L.
Família: 
Lamiaceae
Sinonímia científica: 
Não há sinônimo segundo o sistema de APG III (Angiosperm Phylogeny Group).
Partes usadas: 
Sumidades floridas.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Flavonoides, triterpenos, ácido oleânico, diterpenos, óleo essencial, limoneno, pineno, humuleno, linanol livre e esterificado, bornil.
Propriedade terapêutica: 
Antiespasmódica, antioxidante, anti-inflamatória, antisséptica, antidispéptica.
Indicação terapêutica: 
Higine bucal e vaginal, distúrbios estomacais, astenia, diminui a transpiração, regula a menstruação.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: common sage, garden sage
  • Francês: sauge officinale

Origem, distribuição
De origem Mediterrânea, desde a costa sul da Espanha até Marselha e Itália.

Descrição:
É um subarbusto com as hastes quadradas e muito ramificadas, com folhas verdes, oblongas, lanceoladas, sendo as de baixo pecioladas e as superiores menores e sésseis.

As flores são quase sempre violetas (há algumas brancas) agrupadas de 3 em 3 em cada verticilo. Possui frutos  indeiscentes, secos, uniloculares, monospermos (aquênios) e que resulta de um só carpelo. Planta mediterrânea, é bastante cultivada em jardins por seu uso na culinária.

Na França os produtos comerciais com sálvia usam indistintamente a sálvia de Espanha (S. lavandulifolia), a sálvia esclarada (S. sclarea ) e a S. officinale (esta que descrevemos), conhecida também como chá-da-grecia, por terem as três quase os mesmos princípios ativos.

Em algumas partes da Europa, principalmente na região dos Balcãs, a sálvia é cultivada para obtenção de óleo essencial. Existem diversas variedades de sálvia e a maioria delas serve mais como ornamental que pelas suas propriedades medicinais.

Uso popular e medicinal
Usa-se a planta toda mas principalmente as sumidades floridas e as folhas, colhidas quando as hastes começam a florir.

Tem a fama de ser panaceia (curar tudo, de "salva", salvar, curar), mas a experimentação não confirma tudo o que dizem dela. A ação antiespasmódica do extrato hidroalcoólico é comprovada por estudo em íleo de cobaia (a parte final do intestino delgado, na maioria dos vertebrados superiores) sob estimulação elétrica.

Também é antioxidante (pelos diterpenos e ácido rosmarínico que possui).

É usada localmente para higine bucal e vaginal (há creme dentifrício que a contém) e oralmente para distúrbios estomacais, como estimulante geral, em astenia e para diminuir a transpiração.

Usa-se também para regular a menstruação.

Os livros citam ainda a S. triloba L, S. fruticosa Mill, com muito cineol, cânfora, borneol, terpinol e só 7% de tuona; e a S. pratensis L.

É rica em flavonoide (3%), um derivado luteolol por substituição de hidróxi e metóxi no carbono 6. Tem triterpenos derivados do ursano (ácido ursólico quase sempre), ácido oleânico, diterpenos (carnosol, manool, rosmanol, lactona do éter metílico, ácido carnósico e ácidos fenóis: rosmarínico), óleo essencial caracterizado pela presença de cânfora, cineol e cetonas monoterpênicas bicíclicas como as tuionas (são quase 60% do óleo); limoneno, pineno, humuleno, linanol livre e esterificado, bornil.

A sálvia de Espanha não tem tuionas e o cineol e a cânfora são os mais comuns, e a outra sálvia citada é rica em linalol (de 10 a 30%) e esclareol, um diterpeno usado na indústria de perfumes.

Validada pela presença de tuiona que dá cor vermelha em presença de hidróxido de sódio.

 Dosagem indicada:

Antidispéptico (uso interno), anti-inflamatório e antisséptico da cavidade oral (uso externo). Componentes: folhas secas (3 g); água q.s.p. (150 mL). Preparar por infusão. Modo de uso: (interno) acima de 12 anos, tomar 150 mL, 10 minutos após o preparo, 2 a 3 vezes ao dia após as refeições. Externo: após higienização, aplicar o infuso com auxílio de algodão sobre o local afetado, 3 vezes ao dia. Fazer bochechos ou gargarejos 1 ou 2 vezes ao dia.

 Advertência: não usar em gestantes e lactantes. Não usar em pessoas com insuficiência renal, hipertensão arterial e tumores mamários estrógeno dependentes. Não ingerir a preparação após o bochecho e gargarejo. Doses acima das recomendadas podem causar neurotoxicidade e hepatotoxicidade.

Se preferir fazer um vinho: 80 g de sálvia em um litro de vinho. Macera-se oito dias e tomam-se três colheradas de sopa após as refeições.

Também pode-se tomar 100 g de folhas de sálvia, sumidades floridas de tasneirinha e vinho branco.

Para regrar os ciclos menstruais. Exemplifica-se 2 fórmulas de supositórios:

  1. Extrato hidroalcoólico de salvia, 0,25 g em 5 g de manteiga de cacau
  2. Fórmula universal de Garnier: extrato fluido de sálvia (2 g), 0,10 g de extrato fluido de solano (erva-moura), unguento popúleo 1 g, 3 g de manteiga de cacau, cera branca em qsp (2 vezes ao dia).

 Toxicidade
Embora o extrato hidroalcoólico seja pouco tóxico, o óleo é neurotóxico pela presença das alfa e beta-tuionas: pode gerar crises convulsivas pós hipersalivação. Vômitos foram relatados. Há quem diga que o campferol também pode ser responsabilizado por estas ações indesejáveis.

Outros usos
Na cosmética (infusão) é um bom adstringente para pele oleosa, escurecer os cabelos, combater a caspa e inflamações do couro cabeludo. 

Costuma-se fazer um dentifrício caseiro com sal marinho e sálvia, para remover tártaro e clarear os dentes.

Na aromaterapia o óleo essencial de sálvia é usado como antioxidante, extimulante, tônico, desinfetante, adstringente, sendo indicado para cabeça e cérebro. Ativa os sentidos, a memória e fortalece os nervos. 

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