quarta-feira, fevereiro 7

HISTÓLOGIA DO TECIDO ÓSSEO:

O tecido ósseo é o componente principal do esqueleto e seu principal objetivo é fornecer suporte para os tecidos moles adjacentes e proteger órgãos vitais, através da caixa craniana, caixa torácica e canal medular. 

O TECIDO ÓSSEO TAMBÉM TEM ESSSA FUNÇÃO:

De alojar e proteger a medula óssea, responsável pela gênese de todas as células sanguíneas
Proporciona apoio aos músculos esqueléticos, transformando suas contrações em movimentos úteis; 
Constitui um sistema de alavancas que amplia as forças originadas na contração muscular. 

Além dessas funções, os ossos funcionam como depósito de cálcio, fosfato e outros íons, armazenando-os e liberando-os de maneira controlada para manter constante a sua concentração nos plasma. São capazes de absorver toxinas e metais pesados, minimizando, assim, seus efeitos adversos em outros tecidos.

Trata-se de um tipo especializado de tecido conjuntivo formado por células e por material extracelular calcificado, a matriz óssea. 

CÉLULAS DO TECIDO ÓSSEO:

As células do tecido ósseo pertencem a duas linhagens distintas e equilibradas. 

As células da linhagem osteoblástica, são formadas pelos osteoblastos e osteócitos, que são derivadas de células osteoprogenitoras de origem mesenquimal; 

As células da linhagem osteoclástica são os osteoclastos, originados de monócitos produzidos na medula hematopoética.

OSTEÓCITOS:

Os osteócitos são células achatadas encontradas no interior da matriz óssea e ocupam espaços denominados lacunas. Cada lacuna contém apenas um osteócito e delas partem vários canalículos que permite contato com osteócitos adjacentes por meio de junções comunicantes, por onde podem passar pequenas moléculas e íons de um para o outro. 

Não existe difusão de substâncias através da matriz calcificada do osso, pois esta é impermeável. Por esse motivo, a nutrição dos osteócitos depende dos canalículos que existem na matriz, em cujo interior circulam substâncias que possibilitam as trocas de moléculas, íons e gases entre os capilares sanguíneos e os osteócitos. 

OSTEOBLASTOS:

São células que sempre estão nas superfícies ósseas, lado a lado, enfileiradas em um arranjo que lembra um epitélio simples, mas não o seja. Quando em intensa atividade sintética, os osteoblastos são cuboides, com citoplasma muito basófilo. Em contrapartida, em estado pouco ativo, tornam-se achatados, e a sua basofilia citoplasmática é pouco intensa. 

Os osteoblastos são as células que sintetizam a parte orgânica da matriz óssea (colágeno tipo I, proteoglicanos e glicoproteínas) e fatores que influenciam a função de outras células ósseas. Tem capacidade de concentrar fosfato de cálcio e participa da mineralização da matriz. 

Após sintetizar matriz extracelular, o osteoblasto fica aprisionado na matriz orgânica recém-sintetizada que o circunda e passa a ser chamado de osteócito.

A matriz, então, deposita-se ao redor do corpo da célula e de seus prolongamentos e passa por deposição de cálcio, formando as lacunas que contêm os osteócitos e os canalículos. A matriz óssea recém-formada, adjacente aos osteoblastos ativos e ainda não calcificada, recebe o nome de osteoide.

OSTEOCLASTO:

Os osteoclastos convivem com os osteoblastos e osteócitos, mas pertencem a uma linhagem celular bastante diferente, sendo derivados de monócitos que, no interior do tecido ósseo, fundem-se para formar os osteoclastos multinucleados.

São células móveis, de tamanho muito grande e multinucleadas, responsáveis pela reabsorção do tecido ósseo. Carregam citoplasma de aspecto granuloso (algumas vezes contendo vacúolos), fracamente basófilo nos osteoclastos jovens e muito acidófilo nos maduros.

Ficam localizados na superfície do tecido ósseo ou em túneis no interior das peças ósseas. Nas áreas de reabsorção são encontrados, frequentemente, ocupando pequenas depressões da matriz escavadas pela atividade dessas células e conhecidas como lacunas de Howship, ou seja, área de recente reabsorção óssea.

A histologia de uma trabécula óssea revestida por tecido mesenquial, com evidência aos componentes do tecido, como osteócitos no interior do osso envolvidos por matriz óssea; osteoblastos na superfície óssea, dispostos como se fossem um epitélio, com células cúbicas ou achatadas; osteoclasto, célula grande e multinucleada situada na superfície do osso. 

FISIOLOGIA OSTEOCLÁSTICA:

A superfície ativa dos osteoclastos mantém-se direcionada à superfície óssea e apresenta inúmeros prolongamentos irregulares com formato de folhas ou pregas que se ramificam e se inserem. Em torno dessa área com prolongamentos há uma região de citoplasma, a zona clara, que é pobre em organelas, mas contém muitos filamentos de actina.

Este é um local de adesão do osteoclasto à matriz óssea e cria um microambiente fechado entre a superfície ativa da célula e a superfície óssea, no qual ocorre a reabsorção. 

Para este processo reabsortivo, os osteoclastos secretam ácido para o interior desse microambiente sob a forma de íons de hidrogênio (H+), além de colagenase e outras hidrolases (enzimas degradadoras de tecido) que atuam localmente, tanto digerindo a matriz orgânica como dissolvendo os cristais de sais de cálcio. 

A atividade dos osteoclastos é coordenada por citocinas (pequenas proteínas sinalizadoras que atuam localmente) e por hormônios, como a calcitonina, produzida pela glândula tireoide, e o paratormônio, secretado pelas glândulas paratireoides. Algumas dessas ações não são diretas sobre os osteoclastos, mas são desencadeadas e mediadas por meio de osteócitos.

Enzimas contidas nos lisossomos originados no complexo de Golgi são exocitadas para o microambiente fechado pela zona clara, onde atuam confinadas do restante do tecido. Íons H+ também produzidos pelo osteoclasto são transferidos para o mesmo microambiente, acidificando-o. O pH ácido promove a dissolução dos minerais da matriz e fornece o ambiente ideal para a ação das enzimas hidrolíticas dos lisossomos. Assim, a matriz é removida e capturada pelo citoplasma dos osteoclastos, onde possivelmente a digestão continua, sendo seus produtos transferidos para o exterior do osteoclasto.

MATRIZ ÓSSEA:

A matriz óssea é constituída de uma parte orgânica e de uma parte inorgânica. Cerca de 95% da parte orgânica da matriz é formada por fibras colágenas constituídas principalmente por colágeno do tipo I, e o restante, por proteoglicanos e glicoproteínas. 

Dentre as glicoproteínas e sialoproteínas, destacam-se a osteonectina, que parece ser importante para o mecanismo de calcificação da matriz, e a osteopontina. Além disso, vários fatores de crescimento fazem parte da matriz orgânica.

A parte inorgânica representa cerca de 50% do peso da matriz óssea. Os íons mais encontrados são o fosfato e o cálcio. Há também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato em pequenas quantidades. Após a remoção do cálcio, os ossos mantêm sua forma intacta e tornam-se tão flexíveis quanto os tendões.

Por outro lado, a destruição da parte orgânica, que é principalmente colágeno, pode ser realizada por incineração e também deixa o osso com sua forma intacta, porém tão quebradiço que dificilmente pode ser manipulado sem se partir. 

Não existe ainda uma explicação totalmente aceita para o mecanismo de calcificação ou mineralização. Sabe-se que a calcificação começa pela deposição de sais de cálcio sobre as fibrilas colágenas, um processo que parece ser induzido por proteoglicanos e glicoproteínas da matriz.

A deposição dos sais de cálcio é também influenciada pela concentração desses minerais em vesículas que brotam do citoplasma dos osteoblastos e são expelidas para a matriz. Além disso, existe ainda a possível participação da enzima fosfatase alcalina, sintetizada pelos osteoblastos.

PERIÓSTEO E ENDÓSTEO:

A superfície externa e interna dos ossos é recoberta por uma camada composta de tecido conjuntivo e de células osteogênicas, constituindo, respectivamente, o periósteo e o endósteo.

A camada mais externa do periósteo contém principalmente fibras colágenas e fibroblastos. Possui destaque as fibras de Sharpey, que são feixes de fibras colágenas do periósteo que penetram o tecido ósseo e prendem firmemente o periósteo ao osso.

A camada interna do periósteo, justaposta ao tecido ósseo, é mais celularizada e apresenta células osteoprogenitoras, morfologicamente semelhantes aos fibroblastos. Essas células se multiplicam por mitose e se diferenciam em osteoblastos, desempenhando papel importante no crescimento dos ossos.

Já o endósteo reveste as superfícies internas do osso e geralmente é constituído por uma delgada camada de células osteogênicas achatadas, que revestem as cavidades do osso esponjoso, por exemplo. 

Além de fornecer novos osteoblastos para o crescimento, remodelação e recuperação do osso após traumas mecânicos, o endósteo e, principalmente, o periósteo são importantes para a nutrição do tecido ósseo em função da existência de vasos sanguíneos em seu interior.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ÓSSO ESPONJOSO E ÓSSO COMPACTO?

Ao observar uma peça óssea serrada é possível verificar, do ponto anatômico, que sua superfície é formada por tecido ósseo sem cavidades visíveis, o osso compacto, e, interiormente, por uma parte com muitas cavidades intercomunicantes, o osso esponjoso.

Essa classificação é principalmente macroscópica e não histológica, pois os componentes do osso compacto e os tabiques que separam as cavidades do osso esponjoso têm a mesma estrutura histológica básica. 

ÓSSOS LONGOS:                        

Neles as extremidades (ou epífises) são formadas por osso esponjoso revestido por uma delgada camada superficial de osso compacto. A diáfise (parte cilíndrica) é quase totalmente formada por osso compacto, com pequena quantidade de osso esponjoso na sua superfície interna, delimitando o canal medular. Nos ossos longos, o osso compacto é chamado também de osso cortical.
Ossos chatos: são aqueles que constituem a abóbada craniana e neles, existem duas camadas de osso compacto, as tábuas interna e externa, separadas por osso esponjoso que, nessa localização, recebe o nome de díploe. 

As cavidades do osso esponjoso e o canal medular da diáfise dos ossos longos são ocupados pela medula óssea. No recém-nascido, tem cor vermelha, devido à sua grande quantidade de sangue, e é ativa na produção de células do sangue (medula óssea hematógena). Pouco a pouco, com a idade, vai sendo infiltrada por tecido adiposo, com diminuição da atividade hematógena, transformando-se na medula óssea amarela.

Sendo assim, estes termos referem-se apenas ao aspecto visual que o tecido ósseo adquire a depender do local em que se encontre, uma vez que mantém as mesmas características histológicas. 

TECIDO ÓSSEO LAMENTAR E NÃO-LAMENTAR:

Do ponto de vista histológico, existem dois tipos de tecido ósseo: o imaturo, primário ou não lamelar; e o maduro, secundário ou lamelar. 

Ambos contêm os mesmos tipos celulares, e os constituintes da matriz são muito semelhantes. O tecido primário é sempre o primeiro a ser formado, tanto no desenvolvimento embrionário como na reparação das fraturas. É um tecido temporário e substituído por tecido secundário. 

No tecido ósseo não-lamelar, as fibras colágenas se dispõem irregularmente, sem orientação definida, enquanto, no tecido ósseo secundário ou lamelar, essas fibras se organizam em lamelas, que se arranjam em uma disposição muito ordenada.

Além disso, no adulto é muito pouco encontrado, persistindo apenas próximo às suturas dos ossos do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção de tendões.                        
DESAFIO: " JOGA FORA O SAL REFINADO E PASSA A USAR O SAL GROSSO BATIDO NO LIQUIDIFICADOR ".

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