terça-feira, abril 2

GLUTAMINA: O QUE É, COMO FUNCIONA, QUANDO É INDICADO O USO

A glutamina tem se tornado uma suplementação cada vez mais discutida na atualidade. Considerando seus benefícios, é importante que o profissional de saúde esteja familiarizado com os benefícios e indicações desse suplemento para o bem-estar do seu paciente.

O QUE É GLUTAMINA?

Trata-se de um aminoácido de grande abundância no organismo humano, podendo ser sintetizado por ele e, por isso, um aminoácido não-essencial.

Esse aminoácido está diretamente envolvido em diversas funções, como a proliferação e desenvolvimento de células. Ainda, devido à sua relação com o sistema imunológico e à recuperação muscular, a glutamina tem tomado espaço no universo da atividade física.

Por esse motivo, entender quando ela está indicada é de suma importância. Em indivíduos de 70kg, a glutamina se apresenta em cerca de 70-80g, distribuída por diversos tecidos corporais.

Tecidos considerados consumidores de glutaminase costumam ser o sistema imune, rins e intestino. Assim, o tecido com maior atividade de sua síntese é o tecido muscular esquelético.

PARA QUE SERVE A GLUTAMINA?

A glutamina, como vimos está envolvida em diversas atividades orgânicas.

Ela possui atuação no aumento da reserva de glicogênio muscular, o que favorece a manutenção da massa muscular e geração de energia. Ainda, é observada uma redução na taxa de oxidação do aminoácido L-leucina, favorecendo a síntese muscular.

Somado à isso, ela ainda evita a produção excessiva de amônia (NH3). Esse composto está diretamente associado à fadiga. Ainda, evitam uma resposta inflamatória exacerbada à exercícios físicos prolongados.

Aspectos moleculares: o que temos de evidências científicas?
A síntese de glutamina é feita a partir do glutamato, com ação das enzimas sintetase e a glutaminase.

Por meio da catálise de conversão de glutamato em glutamina, é utilizada como fonte de nitrogênio a amônia (NH3). Esse é um processo que exige consumo de ATP, a fim de regular o metabolismo celular do nitrogênio.

A regulação da atividade da glutamina sintetase é feita por diversos fatores. Dentre eles, glicocorticoides, hormônios tireoidionos, homônio do crescimento e insulina.

Pensando nisso, pacientes com problemas intestinais podem se beneficiar grandemente com essa suplementação. Isso porque se trata de um ótima fonte energética para a microbiota intestinal. Como consequência, tem-se o alívio de prisão de ventre e diarreia.

Pacientes com ritmo atlético de treino costumam consumir esse aminoácido como estratégia de recuperação muscular. Como comentamos, o potencial de recuperação muscular é intrínseco ao consumo da glutamina. Assim, associado à resposta inflamatória controlada também favorece o desempenho do atleta.

Embora a glutamina não seja recomendada para pacientes enfermos graves, as evidências quanto à outros grupos é feita.

Em ambiente hospitalar, pacientes com queimaduras graves, além dos que sofreram uma perda de massa muscular importante, merecem a indicação de glutamina. Ainda, a fim de diminuir o REMIT, pacientes pós-cirúrgicos também recebem indicação.

COMO CONSUMIR GLUTAMINA?

O horário de consumo da glutamina pode favorecer efeitos orgânicos distintos. Pensando em atletas, o consumo da glutamina antes do treino pode prevenir a fadiga e ainda aumentar o desempenho. Por outro lado, se ela for consumida após o treino, a recuperação muscular poderá ser otimizada.

A suplementação desse aminoácido varia de acordo com a necessidade nutricional e prática de atividade física do indivíduo. Assim, a recomendação geral é de 8-15g diárias, juntamente com água.

Apesar disso, a sua suplementação não é recomendada no contexto de pacientes internados. Alguns estudos relatam até mesmo aumento de dano potencial, podendo levar à encefalopatia.

QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS DA GLUTAMINA SINTETASE?

A ação não apenas da glutamina, mas da glutamina sintetase são relevantes para a homeostase orgânica.

No cérebro, essa enzima é utilizada como um agente na redução de concentração de amônia. Como consequência dessa ação, ocorre a desintoxicação e síntese de glutamina para uma nova síntese de glutamato.

No pulmão, a concentração de glutamina plasmática se regula, sendo essencial em situações patológicas ou de estresse. Ainda, nos rins a a enzima é fundamental no metabolismo do nitrogênio e manutenção do pH no organismo.

Possíveis efeitos colaterais do uso excessivo desse aminoácido
Como o consumo de qualquer substância exógena em excesso, o consumo prolongado do aminoácido gera efeitos colaterais.

Assim, com um uso excessivo e a longo prazo, é possível levar a alterações no transporte de aminoácidos. Embora a sua via de síntese seja própria, ela também compartilha com transportadores com outros aminoácidos.

Com isso, a ingestão aumentada pode prejudicar a distribuição de aminoácidos entre tecidos e sua absorção no intestino e rins. Devido a suplementação excessiva, o aumento da produção de glutamato e amônia pode prejudicar o metabolismo endógeno.

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