quarta-feira, maio 1

ANATOMIA DO NARIZ: FUNÇÃO, VASCULARIZAÇÃO E CAVIDADE

O nariz é o órgão do aparelho respiratório que fica situado acima do palato duro e no andar médio da face, contendo o órgão periférico do olfato. 

O nariz carrega importantes aspectos estéticos e funcionais. Sua presença é fundamental para a concepção de uma face normal " podendo ser acometida por enfermidades sistêmicas, como no caso da hanseníase virchowiana, por exemplo " mesmo que se apresente de tamanhos e formatos distintos, baseados em aspectos étnicos e raciais. 

QUAL A FUNÇÃO DO NARIZ?

Além da sua participação fundamental na estética facial, o nariz tem relevantes funções de inspiração e expiração do ar de que necessitamos.

Esta estrutura apresenta condições anatômicas especiais para desempenhar as seguintes funções: olfação, respiração, filtração de impurezas e umidificação do ar inspirado, além de recepção e eliminação de secreções dos seios paranasais e ductos lacrimonasais.

ANATOMIA DO NARIZ:

Está incluída a parte externa do nariz, o esqueleto e a cavidade nasal, que é dividida em direita e esquerda pelo septo nasal. 

COMO É A PARTE EXTERNA DO NARIZ?

A parte externa do nariz é a porção visível externamente do órgão, que se projeta na face. Seu esqueleto estrutural é principalmente cartilaginoso. As dimensões e o formato dos narizes variam muito, principalmente por causa das diferenças nessas cartilagens. 

O dorso do nariz estende-se da raiz até o ápice " ou, ponta " do nariz. A face inferior do nariz é perfurada por duas aberturas piriformes, as narinas " aberturas nasais anteriores " , que são limitadas lateralmente pelas asas do nariz. A parte óssea superior do nariz, inclusive sua raiz, é coberta por pele fina.

A pele sobre a parte cartilaginosa, móvel e macia do nariz é coberta por pele mais espessa, que contém muitas glândulas sebáceas " comum surgir muitas acnes e comedões" A pele estende-se até o vestíbulo do nariz " região interna, após as narinas ", onde há um número variável de pêlos rígidos "chamados de vibrissas ". 

As vibrissas geralmente estão úmidas, e atuam na filtração de partículas de poeira do ar que adentra a cavidade nasal. A junção da pele e da túnica mucosa está além da área que tem pelos, mais posteriormente.

ESQUELETO DE SUSTENTAÇÃO DO NARIZ:

O esqueleto de sustentação do nariz é formado por duas estruturas: osso e cartilagem hialina. 

A parte óssea do nariz consiste em ossos nasais, processos frontais das maxilas, parte nasal do osso frontal e sua espinha nasal, e partes ósseas do septo nasal. 

Já a parte cartilaginosa do nariz é formada por cinco cartilagens principais: duas cartilagens laterais " processos laterais das cartilagens do septo ", duas cartilagens alares " que formam as asas do nariz " e uma cartilagem do septo. 

As cartilagens alares, em forma de U, são livres e móveis. Elas dilatam ou estreitam as narinas quando há contração dos músculos que atuam sobre o nariz, sendo comum o surgimento do sinal semiológico  "batimento de asa de nariz " quando lactentes e crianças apresentam importante desconforto e esforço respiratório.. 

O septo nasal divide a cavidade nasal em duas partes, região esquerda e região direita. Ele é formado por uma parte óssea e uma parte cartilaginosa móvel flexível. Os principais componentes do septo nasal são a lâmina perpendicular do osso etmoide, o vômer e a cartilagem do septo. 

A fina lâmina perpendicular do etmoide, que forma a parte superior do septo nasal, desce a partir da lâmina cribriforme. Superiormente a essa lâmina ela se estende como a crista etmoidal. O vômer, um osso fino e plano, forma a parte posteroinferior do septo nasal, com alguma contribuição das cristas nasais da maxila e do palatino. 

A cartilagem do septo tem uma articulação importante com as margens do septo ósseo.

CAVIDADE NASAL DO NARIZ:

São as regiões abertas entre cada lado do nariz e o septo, ou seja, são bilaterais " direita e esquerda ". A entrada da cavidade nasal é anterior, através das narinas. Posteriormente a cavidade se encerra na parte nasal da faringe, sendo finalizada nos cóanos.

Trata-se de uma porção anatômica revestida por túnica mucosa, com exceção do vestíbulo nasal, que é revestido por pele. A túnica mucosa do nariz está firmemente unida ao periósteo e pericôndrio dos ossos e cartilagens que sustentam o nariz. 

A túnica mucosa é contínua com o revestimento de todas as câmaras com as quais as cavidades nasais se comunicam, como a parte nasal da faringe na parte posterior, os seios paranasais nas regiões superior e lateral, e com o saco lacrimal e a túnica conjuntiva na parte superior. 

Os dois terços inferiores da túnica mucosa do nariz correspondem à área respiratória e o terço superior é a área olfativa. Fisiologicamente, o ar inspirado pelo nariz passa sobre a área respiratória, onde é aquecido e umedecido antes de atravessar o restante das vias respiratórias superiores até os pulmões. 

A área olfativa contém o órgão periférico do olfato, " região com epitélio especializado, formado por células quimiorreceptoras dotadas de prolongamentos muito sensíveis, cílios ".

Na inspiração, as narinas captam inúmeras moléculas dispersas no ar e as levam até essa área posterior da cavidade, permitindo contato dessas partículas de odor e fragrância com o receptor, levando a uma resposta sensorial importante e a percepção sensitiva de cheiros e aromas  "olfato ".

Nas cavidades, são encontrados as conchas nasais " superior, média e inferior " que se curvam em sentido inferomedial, pendendo da parede lateral como persianas ou cortinas curtas. As conchas ou cornetos são estruturas muito convolutas, semelhantes a rolos, que oferecem uma grande área de superfície para troca de calor.

Tanto seres humanos com conchas nasais simples, semelhantes a lâminas, quanto animais com conchas complexas, têm um recesso ou meato nasal  "passagem na cavidade nasal " sob cada formação óssea. Desse modo, a anatomia da cavidade nasal pode ser dividida em cinco passagens: 

um recesso esfenoetmoidal posterossuperior;
três meatos nasais laterais "superior, médio e inferior ";
um meato nasal comum medial, no qual se abrem as quatro passagens laterais. 

A concha nasal inferior é a mais longa e mais larga sendo formada por um osso independente " de mesmo nome, concha nasal inferior " coberto por uma túnica mucosa que contém grandes espaços vasculares que aumentam afetando o calibre da cavidade nasal. Já as conchas nasais média e superior são processos mediais do osso etmoide. 

A infecção ou irritação da túnica mucosa pode ocasionar o rápido surgimento de edema, com obstrução de uma ou mais vias nasais daquele lado, gerando obstrução nasal e dificuldade para respirar, como na rinite alérgica.

Quanto aos limites das cavidades nasais, infere-se que elas possuem teto, assoalho e paredes medial e lateral, bem definidas: 

TETO:

curvo e estreito, com exceção da extremidade posterior, onde o corpo do esfenoide, que é oco, forma o teto. É dividido em três partes " frontonasal, etmoidal e esfenoidal ", nomeadas de acordo com os ossos que formam cada parte.

ASSOALHO:

O assoalho é mais largo do que o teto e é formado pelos processos palatinos da maxila e pelas lâminas horizontais do palatino.
Parede medial: é formada pelo septo nasal

PAREDES LATERAIS:

As paredes laterais são irregulares por causa de três lâminas ósseas, as conchas nasais, que se projetam inferiormente, como persianas. 

VASCULARIZAÇÃO DO NARIZ:

A irrigação arterial das paredes medial e lateral da cavidade nasal tem cinco origens: 

Artéria etmoidal anterior da artéria oftálmica;
Artéria etmoidal posterior da artéria oftálmica;
Artéria esfenopalatina da artéria maxilar;
Artéria palatina maior da artéria maxilar;

Ramo septal da artéria labial superior da artéria facial. 
A parte anterior do septo nasal é a sede de um plexo arterial anastomótico do qual participam todas as cinco artérias que vascularizam o septo área de Kiesselbach. 

A drenagem venosa fica sob responsabilidade de um rico plexo venoso submucoso situado profundamente à túnica mucosa do nariz e proporciona escoamento sanguíneio por meio das veias esfenopalatina, facial e oftálmica. O plexo venoso é uma parte importante do sistema termorregulador do corpo, trocando calor e aquecendo o ar antes de entrar nos pulmões. 

O sangue venoso do nariz drena principalmente para a veia facial através das veias angular e nasal lateral. Cabe lembrar que a vascularização nasal está localizada no “triângulo perigoso” da face em razão das comunicações com o seio cavernoso.

Em relação à inervação do nariz, sabe-se que a inervação da região posteroinferior da túnica mucosa do nariz é feita principalmente pelo nervo maxilar, através do nervo nasopalatino para o septo nasal, e os ramos nasal lateral superior posterior e nasal lateral inferior do nervo palatino maior até a parede lateral.

A inervação da parte anterossuperior provém do nervo oftálmico " NC V, em seu primeiro ramo "  através dos nervos etmoidais anterior e posterior, ramos do nervo nasociliar. A maior área da parte externa do nariz " dorso e ápice " também é suprida pelo NC V.

Os nervos olfatórios, associados ao olfato, originam-se de células no epitélio olfatório na parte superior das paredes lateral e septal da cavidade nasal. Os processos centrais dessas células " que formam o nervo olfatório " atravessam a lâmina cribriforme e terminam no bulbo olfatório, a expansão rostral do trato olfatório, no sistema nervoso central.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?