A fitoterapia chinesa, assim como a Aculpultura é uma modalidade terapêutica da medicina tradicional chinesa. Nesse caso, são utilizados ingredientes de origem animal e mineral para produção de um fitoterápico.
Muitas vezes, o termo é usado para descrever toda a farmacopeia de origem chinesa.
São diversos os ingredientes que compõem as fórmulas. Todas as receitas são pensadas de forma a maximizar os benefícios e minimizar efeitos colaterais. Tal conhecimento vem sendo transmitido ao longo dos anos, especialmente nas diversas regiões da China.
Mas a modalidade não parou no tempo. Através da experimentação empírica e de diversas pesquisas, vem sendo realizadas atualizações e registros na farmacopeia oficial.
Também vem sendo estabelecidas uma base científica e legal nos moldes das ocidentais desde 1929.
Ao longo deste estudo você será apresentado à técnica. Saberá ainda quais são os seus benefícios, como funciona e quando o tratamento é indicado.
O que é a fitoterapia chinesa?
A fitoterapia chinesa é uma vertente da Medicina Tradicional Chinesa voltada ao estudo e aplicação de plantas medicinais e suas propriedades. Também são considerados benefícios, toxidade e modo de atuação.
Sua base está na teoria Yin Yang, na teoria dos 5 elementos, no sistema de
meridianos, na farmacopeia, nos métodos de tratamento baseado na utilização das plantas
medicinais, na catalogação das plantas utilizadas no tratamento e na organização das fórmulas herbáceas.
Embora se trate de um tema menos conhecido, em especial se comparado à acupuntura, a modalidade já é reconhecida.
Histórico
Como vimos, a fitoterapia nasceu na China. A modalidade se desenvolveu a partir de observações empíricas e experiências acumuladas ao longo de muitos anos.
Acredita-se que a técnica seja utilizada desde o início da história chinesa no tratamento de doenças.
Existem evidências de que há mais de cinco mil anos, por volta de 2852 e 2597 antes de Cristo, na época dos três imperadores, as ervas já eram bastante populares.
Um importante tratado também marca a sua história. O tratado de HUAN TI NEI JING, de 770 antes de Cristo, descreve a teoria das ervas, as quatro propriedades e cinco sabores.
Com o passar dos anos a modalidade era aprimorada e atualizada, de forma que foram sendo prescritas novas fórmulas, agora mais bem elaboradas, que não mais se baseavam apenas em ervas isoladas.
As plantas medicinais
As plantas medicinais são a base da fitoterapia chinesa, como podemos ver até aqui. São mais de 12.800 substâncias da Matéria Médica Chinesa já identificadas.
Uma única fórmula de fitoterapia pode conter sete ou mais plantas, imagine então quantas são as variações possíveis. A escolha da fórmula levará em conta o tratamento necessário em cada caso.
Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, temos as seguintes classificações de plantas conforme a sua característica energética:
De acordo com as suas propriedades térmicas
- Quente;
- Morna
- Fria;
- Fresca;
- Neutra.
De acordo com os sabores
- Azedo;
- Amargo;
- Doce;
- Picante;
- Salgado.
De acordo com suas direções
- Ascendente;
- Descendente
- Circulante;
- Submersão.
Indicação
A fitoterapia chinesa é recomendada em diversos casos. Sua atuação é focada no tratamento de desequilíbrios funcionais, drenando excessos e reajustando deficiências.
Com base na indicação, os ingredientes serão combinados. Assim, poderão, conforme suas características, produzir efeitos terapêuticos.
A prescrição é personalizada, porém, em geral, busca tratar a doença de forma ampla, fortalecendo o organismo e prevenindo complicações. Esse é um dos principais fatores que diferenciam essa modalidade da alopatia, que foca apenas nos sintomas da condição apresentada pelo paciente.
A partir de uma primeira análise, são realizadas então associações entre as plantas, sempre considerando sua classificação e suas propriedades.
Ervas mornas ou quentes são classificadas como Yang (ideia de interação entre forças opostas), sendo indicadas para fortalecer o corpo e ajudando no tratamento de doenças relacionadas ao frio.
Como exemplos podemos citar o gengibre seco e a canela.
As ervas frias ou frescas são chamadas Yin e ajudam a reduzir o calor, aliviando inflamações e acalmando os nervos. Possuem ainda função antibiótica, sedativa e auxiliam nos casos de doenças acompanhadas de febre.
Como exemplos podemos citar a scutellaria, o coptis e a gardênia.
Assim como acontece com as propriedades térmicas, que fazem variar a função da planta, se dá com as suas demais características.
Contraindicação e possíveis efeitos colaterais
Praticamente não existem contraindicações. Contudo, como ressalta o Colégio Brasileiro de Aculpultura é importante ter conhecimento da MTC para utilizar fitoterapia chinesa.
Quanto aos efeitos colaterais, cada mistura tem os seus. Além disso, como se trata de mistura na maioria dos casos, esses efeitos podem ser consequência da interação entre diferentes princípios ativos.
Evidências para medicina tradicional chinesa
Durante muito tempo houve grande preconceito por parte da comunidade médica ocidental em relação à medicina tradicional chinesa. Sem dúvidas, o maior exemplo da mudança desse cenário é a aculpultura já reconhecida como especialidade médica no Brasil.
Contudo, é ainda complicado obter evidências de qualidade sobre os princípios ativos das ervas da MTC não são purificados.
Por causa disso, também é difícil determinar a dose de cada erva. São poucas as informações disponíveis sobre biodisponibilidade, farmacocinética e farmacodinâmica. Por último, seria necessário prever a forma como os principios ativos interagem entre si, que é, na verdade, complexa e variável.
Apesar dos desafios, muitos pesquisadores já demonstraram os benefícios da modalidade. Estudos preliminares com o Tripterygium wilfordii (trovão de Deus) demonstraram atividades anti-inflamatórias e sugeriram eficácia clínica no tratamento da artrite reumatoide, por exemplo. Também foram provados benefícios em casos de síndrome do cólon irritável.
Além disso, estudos preliminares mostraram que o astrágalo pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes tratados com quimioterapia para câncer de pulmão.
Embora tais avanços devam ser considerados, é fato que são necessários novos estudos e pesquisas mais aprofundadas sobre o tema.
Benefícios da fitoterapia chinesa
A fitoterapia chinesa tem se difundido, inclusive no ocidente, e existem bons motivos para isso. A tendência é isso se tornar ainda mais comum, diante da reaproximação da população com a natureza para alcançar melhor qualidade de vida.
E os benefícios são muitos, a terapia é capaz de contribuir em casos de doenças complexas e de difícil resolução.
A modalidade é importante não só no tratamento, mas também na prevenção de diversas patologias e no cuidado com o uso exagerado de medicamentos.