sábado, fevereiro 3

LEAKY GUT: O QUE É? COMO PODE SER TRATADA?

Mais do que absorver nutrientes e eliminar toxinas, o intestino está ligado a diversos outros órgãos e processos do organismo. Ele também age, por exemplo, na produção de neurotransmissores e hormônios (que influenciam no bem estar e também no ganho ou perda de peso) e no controle do sistema imunológico e das inflamações pelo corpo.

Por isso, qualquer desequilíbrio no intestino deve ser evitado, sob risco de afetar a saúde geral. Entre as doenças que merecem atenção está a leaky gut (síndrome do intestino permeável), que é quando a barreira intestinal não exerce sua função como deveria e permite a passagem de substâncias indevidas. Esse quadro gera um desequilíbrio no organismo como um todo e pode se manifestar através de alergias,fadiga crônica e diabetes, por exemplo.

A boa notícia é que é possível fortalecer a mucosa intestinal através da boa escolha dos  alimentos e incluindo suplementos específicos na dieta. 

O QUE É LEAKY GUT?

O termo em inglês “leaky gut” está ganhando a atenção crescente, mas a abordagem científica sobre a síndrome do intestino permeável é algo novo. O que já se sabe é que a leaky gut tem início no excesso de substâncias nocivas ao intestino, como resíduos de agrotóxicos nos alimentos e substâncias liberadas pelo excesso de estresse no organismo, entre outras.

Essas substâncias podem ultrapassar a barreira intestinal e provocar uma resposta inflamatória intestinal. Com o tempo, esse mecanismo inflamatório pode atacar as células da mucosa intestinal e romper suas junções das células epiteliais, gerando a síndrome do intestino permeável.

EFEITOS DA LEAKY GUT:

Todos nós temos algum grau de permeabilidade no intestino, já que essa barreira não é completamente impenetrável. E nem deveria ser, pois é por ali que absorvemos os nutrientes dos alimentos. Mas, com a junção das células intestinais prejudicada, acaba ocorrendo a passagem para a corrente sanguínea de alérgenos (substâncias que podem induzir uma reação alérgica) e imunocomplexos (que se depositam em partes do corpo e causam inflamação localizada e lesões dos tecidos), além de micro-organismos.

Hoje já se sabe que a leaky gut está ligada a doenças em diversos órgãos:

No intestino: síndrome do intestino irritável, doença de Crohn e intolerância ao glúten;

No cérebro: depressão, ansiedade, déficit de atenção, hiperatividade, síndrome da fadiga crônica;

Na pele: eczema e psoríase;
Também há ligações entre a síndrome do intestino permeável e doenças autoimunes, como lúpus, diabetes tipo 1 e esclerose múltipla, além de outras doenças ligadas ao sistema imunológico, como artrite reumatóide, asma, fibromialgia, artrite e alergias em geral.

SINTOMAS DA LEAKY GUT:

Antes que essas doenças se manifestem, podem surgir sintomas menos intensos, mas que também costumam ser ligados à síndrome do intestino permeável. Separei algumas:

Acne (espinhas)
Rosácea
Constipação (prisão de ventre)
Diarréia
Gripes frequentes
Sensibilidade alimentar
Em todos os casos, é importante destacar que o diagnóstico da leaky gut não pode ser feito com base em apenas um sintoma, devendo sempre ser confirmado por um profissional de saúde. 

O QUE CAUSA LEAKY GUT:

Pesquisas apontam que o estilo de vida moderno pode ser uma das principais causas da síndrome do intestino irritável. O excesso de estresse, por exemplo, contribui para o desequilíbrio da flora intestinal e estimula processos inflamatórios no órgão. A dieta ocidental padrão, pobre em fibras e rica em açúcar e gorduras trans e saturadas, também pode iniciar esse processo. Além disso, o uso excessivo de álcool tende a sobrecarregar órgãos como o fígado, que libera substâncias tóxicas que afetam o intestino, gerando um desequilíbrio e o aumento da inflamação

Outros fatores de risco para a leaky gut são:

Proliferação do fungo cândida
Ingestão de alimentos com resíduos de agrotóxicos
Ingestão de alimentos com corantes, saborizantes e adoçantes artificiais
Excesso de medicamentos
Excesso de alimentos pró inflamatórios

COMO TRATAR A LEAKY GUT:

Não há tratamento medicamentoso estabelecido para a cura da síndrome do intestino permeável. Por isso, o foco deve se manter na eliminação de fatores que possam causar ou ampliar a leaky gut. 

Selecione melhor seus alimentos Invista em fontes de alimentos naturais, ricos em antioxidantes e elevado teor antiinflamatório, como peixes e sementes ricos em ômega 3, vegetais e frutas. Evite produtos que utilizem versões artificiais de corantes, saborizantes, adoçantes ou conservantes. Teste a reação do seu organismo aos alimentos potencialmente alergênicos, como derivados de leite, produtos com trigo, crustáceos e amendoim. O bom é que todas essas informações estão na própria embalagem dos alimentos. 

Dedique atenção à sua alimentação, Em tempos de tantos estímulos, é preciso direcionar a atenção para o momento da nossa alimentação. Isso garante uma melhor mastigação, que é a primeira etapa na digestão dos alimentos. 

Controle seus níveis de estresse Apesar de ser uma reação natural do organismo, o estresse pode se tornar prejudicial se não for administrado. Entre as ferramentas mais utilizadas para isso estão o sono de qualidade e a prática de exercícios físicos. É possível também baixar os níveis de estresse através do contato com a natureza.                                  
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quinta-feira, fevereiro 1

COMO É FEITO O TESTE RESPIRATÓRIO DE HIDROGÊNIO NO AR EXPIRADO? VAMOS ENTENDER!

A análise do hidrogênio no ar expirado vem se tornando  uma importante ferramenta para o diagnóstico de algumas condições clínicas que afetam o trato gastrointestinal.

O método se baseia no fato de que carboidratos não  absorvidos no intestino delgado sofrem fermentação  bacteriana no intestino grosso, com produção de hidrogênio, que é absorvido pelo epitélio intestinal, transportado para os pulmões pela corrente sanguínea e exalado  na respiração. A execução do exame, portanto, implica a  coleta da respiração exalada mediante sopros seriados do  paciente em um equipamento de medição de hidrogênio  por sensor eletroquímico.

O teste começa com coleta do sopro em jejum e, depois, em tempos seriados após ingestão de um carboidrato – lactulose para investigação de sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado e lactose para investigação  de intolerância a esse açúcar, por um período de três horas.

Para a acurácia dos resultados, os pacientes devem  seguir dieta pobre em alimentos fermentáveis no dia anterior ao exame, bem como a higiene oral e o jejum preconizados, além de procederem a sopros efetivos durante  a coleta.

Vale ponderar que o teste de hidrogênio no ar expirado  fica limitado em indivíduos com microbiota intestinal produtora de metano. Evidentemente, pode haver situações  duvidosas, de modo que cada resultado deve ser interpretado individualmente, à luz da história clínica.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE:

A lactose é o principal carboidrato presente no leite de  mamíferos e necessita da enzima lactase para sua digestão. Após os 2 anos de idade, os níveis dessa enzima se reduzem, o que configura um padrão maturacional normal.  Contudo, ocorrem mutações no gene que codifica a lactase em algumas populações, cuja presença leva o organismo a continuar a produzi-la. A não persistência da lactase afeta dois terços da população mundial e acarreta má absorção de lactose, podendo ou não ocasionar sintomas.

A fisiopatologia da condição decorre do fato de que a  lactose não absorvida no intestino delgado vai para o cólon, onde é fermentada por bactérias, com formação de gases H2 , CH4 , CO2 e ácidos graxos de cadeia curta, além de  aumento de água na luz intestinal. Entre as manifestações  clínicas clássicas estão distensão abdominal, flatulência e  diarreia, que, quando presentes, caracterizam a intolerância  à lactose.

Não existe um método diagnóstico padrão-ouro nesse  contexto, mas, por ser seguro e não invasivo, o teste do hidrogênio no ar expirado é hoje considerado o exame de escolha para essa finalidade. A má absorção de lactose é baseada na elevação dos níveis de hidrogênio durante o exame. Já  a presença de sintomas durante o teste indica intolerância à  lactose.

SOBRECRESCIMENTO BACTERIANO NO INTESTINO DELGADO:

Caracterizado por aumento anormal da quantidade de bactérias e/ou alterações qualitativas na população bacteriana do  intestino delgado, o sobrecrescimento bacteriano no intestino  delgado (SBID) é favorecido por anormalidades anatômicas  e de motilidade intestinal, como na neuropatia autonômica  causada pelo diabetes, supressão ácida e imunodeficiências,  além de distúrbios gastrointestinais funcionais, a exemplo da  síndrome do intestino irritável. Causa dor e distensão abdominal, flatulência e diarreia, com possibilidade de provocar  deficiências nutricionais específicas e comprometimento do  estado nutricional.

O padrão-ouro para o diagnóstico de SBID é o estudo da  microbiota no conteúdo jejunal, que, no entanto, tem custo  alto e é invasivo e de difícil execução. Dessa forma, a análise do hidrogênio no ar expirado vem ocupando lugar de  destaque na investigação de suspeita desses casos, como na  síndrome da alça cega, em alterações do trânsito intestinal,  em ressecções gástricas e intestinais e em deficiências nutricionais sem outra causa documentada, como na de vitamina  B12.

DIETA HOLÍSTICA PARA QUEM ESTÁ COM A BEXIGA DOLOROSA E PROSTÁTITE CRÔNICA:

As sensibilidades alimentares são cada vez mais conhecidas, porém, nem sempre são diagnosticadas.

Os  alimentos mais frequentemente envolvidos com alergia alimentar são:ovos, peixes e frutos do mar, soja, amendoim, nozes, castanhas e glúten. O consumo desses alimentos pode desencadear uma reação alérgica no organismo. A bexiga contém células capazes de liberar grandes quantidades de histamina e outras substância inflamatórias causando dor e outros sintomas irritativos.

Alguns estudos sugerem que mais de 90% pessoas conseguem identificar algum tipo de alimento, bebidas ou suplementos alimentares que provocam piora dos sintomas. Para alguns, os sintomas podem piorar até cerca de 4 horas após o consumo desses alimentos.  Sendo assim, a eliminação de alguns alimentos pode trazer benefícios.

Entre os alimentos que devem ser evitados podemos citar o café, bebidas alcoólicas, alimentos temperados. Todos os tipos de temperos industrializados, vinagre e molhos para saladas, são altamente desaconselháveis.

Mas Infelizmente a lista de alimentos potencialmente prejudiciais é ampla e o efeito sobre cada indivíduo é variável. Alguns esquemas de tratamento recomendam afastar todos os alimentos suspeitos durante trinta dias. Se houver melhora dos sintomas, cada alimento pode ser reintroduzidos gradativamente, avaliando-se seu efeito sobre uma possível piora dos sintomas.

O consumo de alimentos ou suplementação moderada com substâncias anti-oxidandes também poderia trazer benefícios. O uso de bicarbonato de sódio nas refeições parece produzir melhora dos sintomas.

O uso glicerofosfato de cálcio tem sido recomendado durante as principais refeições pois, agiria diminuindo a acidez dos alimentos.

ALIMENTOS QUE SÃO PERMITIDOS:

FRUTAS:

Frutas não muito doces ou pequenas quantidades de suco de frutas; escolher entre maças, peras, damasco, cereja, mirtilo, blueberries, pêssegos, framboesa, morango, caqui.  Pode haver uma certa intolerância até que a bexiga esteja recuperada.

VEGETAIS:

VEGETAIS CRUS ASSADOS OU NO VAPOR:

Escolher entre vagens, abobrinha, brócolis, couve-flor, repolho chinês, alcachofra, inhame, batata doce, pepino, aipo, cenoura, alface e outros vegetais e ervas verdes. 

Evite somente os vegetais que parecem problemáticos. Algumas pessoas parecem especialmente sensíveis aos vegetais ricos em oxalato; couve, beterraba, espinafre, ruibarbo.

Muitas pessoas também reagem negativamente aos vegetais da família das solanáceas (batata, tomate, pimentão).

GRÃOS:

Arroz, milheto(milho safrinha), amaranto, trigo sarraceno, arroz selvagem, quinoa e outros grãos, porém em pequenas quantidades. Também podemos tentar pequenas quantidades de pão e massas que não contenham glúten.

PROTEÍNAS:

Salmão, truta, linguado, bacalhau. Os frutos do mar devem ser frescos ou congelados, evitando a liberação de grandes quantidades de histamina.  Perú, frango, carneiro e carne de gado. Evitar carne  de porco e de gado confinado.

CASTANHAS, SEMENTES E ÓLEOS:

Óleo de oliva virgem e extra virgem, óleo de girassol, óleo de gergelim, manteiga de amêndoas e óleo de coco. Nozes, sementes de abóbora, amêndoas, gergelim, tohini (pasta de gerglim). O coco não deve conter açúcar.

BEBIDAS:

Água mineral, leite de arroz, leite de amêndoas e leite de cânhamo. Chás de ervas suaves e bem diluídos. Sucos de frutas e vegetais frescos, escolhidos entre os permitidos. 

TEMPEROS:

Endro, orégano, coentro, alecrim, tomilho, açafrão, sal marinho, algas, gengibre. Se tiver  intolerância ao alho; tente pequenas quantidades. A tolerância à canela também é variável. 

ADOÇANTES:

Xarope de agave e stevia. Algumas pessoas não toleram o aspartame.

O leite com pequena quantidade de  café descafeinado também pode ser adoçado com pequenas quantidades de mel.

ALIMENTOS QUE DEVEM SER EVITADOS:

FRUTAS:

Frutas cítricas. Indivíduos parcialmente curados podem utilizar lima e limão em pequenas quantidades, apenas como tempero. Frutas secas, especialmente aquelas com grande quantidade de dióxido de enxofre, normalmente utilizado para manter a cor. Uvas. Há outras frutas que pioram alguns indivíduos, apesar de derem alcalinas e anti-inflamatórias.

VEGETAIS:

Batata, berinjela, pimentas vermelhas ou verdes, tomates. Evitar esses alimentos pode ser importante se o paciente apresenta artrite ou dores articulares. Os tomates crus parecem ter melhor tolerância do que os cozidos.

GRÃOS:

Grão que contêm glúten, incluindo trigo, cevada, centeio. A aveia pode ser tolerado por alguns.

PROTEÍNA ANIMAL:

Carne de gado confinado e porco. Alimentos processados como bacon, salame, copa, defumados e outros embutidos. Alguns embutidos contêm glúten.

MARISCOS:

Ovos; algumas pessoas podem tolerar os ovos utilizados no preparo de biscoitos, bolos e outros produtos. 

NOZES:

Amendoim e manteiga de amendoim. Evitar outras nozes escuras, descoloradas, ou aquelas com odor rançoso. 

LEGUMES:

Feijão e lentilha, exceto em pequenas quantidades. Aquelas sensíveis aos alimentos ricos em oxalato devem ter cuidado especial.

PRODUTOS DE USO DIÁRIO:

Leite, creme, iogurte, queijo e outros produtos feitos com leite de vaca. Evitar também a manteiga; todas as margarinas e pastas que contêm gordura trans. Evitar também a maioria dos óleos refinados, especialmente os processados com calor.

BEBIDAS:

Bebidas carbonadas; soda; chá preto; álcool; suco de frutas cítricas.

TEMPEROS:

Pimenta Caiena. Páprica, pimenta preta e outras pimentas.

ADOÇANTES:

Açúcar refinado, incluindo o branco e o mascavo. Açúcar de milho. Aspartame, sacarina. 

RECOMENDÇÃO:

Reintroduza cada alimento procurando identificar aqueles que lhe fazem mal mas, sempre evite glúten, açúcar.

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?