terça-feira, maio 28

MEMÓRIA: QUAIS SÃO OS TIPOS DE MEMÓRIAS E A UTILIZAÇÃO DE CADA UMA

A memória é o armazenamento de informações e fatos obtidos através de experiências ouvidas ou vividas. Relaciona-se fortemente à aprendizagem que é a obtenção de novos conhecimentos, pois utiliza a memória para reter tais informações no cérebro. Existem duas formas de adquirir e armazenar informações:

MEMÓRIA DE PROCEDIMENTO:

Utilizada para armazenar e verificar informações não verbalizadas como habilidades motoras, sensitivas ou intelectuais.

MEMÓRIA DECLARATIVA:

Utilizada para armazenar e relembrar fatos e/ou dados recebidos pelos sentidos, criação de idéias, raciocínios que se subdividem em:

MEMÓRIA IMEDIATA:

Sua duração é de poucos segundos, pois ao utilizá-la é descartada pelo cérebro. Pode ocorrer armazenamento de tais dados inconscientemente.

MEMÓRIA DE CURTO PRAZO:

Sua duração é de poucas horas e por este fato pode haver perda de suas informações se caso ocorrer algum tipo de agressão ao cérebro.

MEMÓRIA DE LONGO PRAZO:

Sua duração pode chegar a anos de forma definitiva onde se encontra toda nossa autobiografia e conhecimento adquirido ao longo da vida. Para isso, o cérebro utiliza mecanismos de repetições, recordações e idéias associativas.

O sistema de memorização envolve o lobo temporal, o neocórtex temporal, hipocampo, amígdala, tálamo, hipotálamo e córtex pré-frontal. Tais regiões cerebrais atuam como armazenadores que classificam fatos e eventos, estímulos sensoriais, respostas emocionais, resolução de problemas e comportamento.

A memória pode ser desenvolvida e estimulada com técnicas mentais, uma boa alimentação, cuidados com a ingestão de medicamentos e técnicas de relaxamento, exercícios físicos.

segunda-feira, maio 27

O QUE É PLASTICIDADE CEREBRAL?


O QUE É PLASTICIDADE CEREBRAL?

Plasticidade foi introduzido por volta de 1930, por um fisiologista alemão? Treinos de exercício para nosso cérebro já aparecem em relatos do século XVIII, porém, esse termo nunca foi tão usado como hoje. Quando falamos em plasticidade, estamos indicando a capacidade de nosso organismo adaptar-se às mudanças ambientais (externas e internas) com o auxílio de diferentes órgãos comandados pelo nosso SNC (sistema nervoso central). Graças à essa incrível capacidade, crianças que sofreram acidentes graves que, muitas vezes, resultaram em perda de massa encefálica ou perdas na capacidade de movimentarem-se, falarem ou ouvirem, por exemplo, podem se recuperar, chegando bem à idade adulta, de forma semelhante àquelas que não passaram pelo mesmo sofrimento.

Uma vez que nosso cérebro tem a incrível capacidade de se  (autorreorganizar ), sendo mediado pelo meio em que vivemos, a cada nova experiência temos possibilidade de estimular novas conexões ou ( sinapses ). 

Quando estimulados, aprendemos e nosso cérebro se modifica no formato e na função. Por isso, é importante conhecermos sobre plasticidade cerebral e sobre o quanto atividades que nos estimulam  são importantes para nosso desenvolvimento.

Assim como as experiências de sofrimento podem impactar o funcionamento de nosso sistema nervoso, mudanças significativas em neuroplasticidade cerebral ocorrem como consequência de processo terapêuticos. Há quase um século, pesquisadores já afirmava que tanto os comportamentos observáveis quanto aqueles que acontecem (sob a pele do organismo que não são vistos, mas sentidos) são regidos pelos mesmos princípios. Pensar, sentir e agir tem funções específicas na forma como cada um interage com o meio.  Assim, entendemos que sendo dotados de flexibilidade seremos sempre, cada um dentro de seus limites, capazes de reabilitação ou adaptação.

Alterações de comportamento provocadas pela psicoterapia têm sido evidenciadas em estudos com utilização de neuroimagem, demonstrando restauração de caminhos neurais, que estavam com seu funcionamento alterado. 

Em diferentes transtornos, como ocorre no caso do TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), Transtornos Depressivos ou de Ansiedade, como os de Pânico e Agorafobia, a literatura científica aponta a capacidade de neuromodulação (normalização da ativação cerebral ), por meio das mudanças nos mecanismos do medo. De forma oposta, ocorre a intensificação ou ( cronificação ) de alguns quadros, quando não há tratamento efetivo. Por meio do processo psicoterapêutico, terapeuta e cliente vão manejando possibilidades de forma a estimularem mudanças funcionais, a depender das necessidades apresentadas.  

Este é um caminho que precisamos percorrer, não somente pelas possibilidades alcançadas, mas sobretudo por cada etapa construída no processo, que pode ser tanto sentida como observada.

domingo, maio 26

NEUROCIÊNCIA DO COMPORTAMENTO HUMANO

O comportamento humano é um terreno fértil para a exploração da neurociência moderna. O estudo do cérebro e sua relação com as ações e reações humanas é fascinante, e suas implicações são profundas. À medida que nos aprofundamos nesse campo, descobrimos novas maneiras de entender e até mesmo moldar o comportamento humano.

A REVOLUÇÃO DA ANÁLISE COMPORTAMENTAL BASEADA NO CÉREBRO:

Em um mundo onde os questionários autorrespondentes muitas vezes deixam lacunas, a análise do comportamento com base na neurociência promete uma abordagem mais precisa e objetiva. O comportamento humano é complexo, e a neurociência oferece ferramentas poderosas para decifrar seus segredos.

Os avanços tecnológicos estão nos aproximando da capacidade de analisar o comportamento com base no funcionamento cerebral. Áreas específicas do cérebro já estão sendo associadas a traços de personalidade e habilidades emocionais. Funções como atenção e disciplina podem ser avaliadas por meio de exames funcionais do cérebro.

PROMESSA PARA ESTIMULAÇÃO CÉREBRAL:

O futuro parece promissor com a incorporação de tecnologia na estimulação cerebral para moldar comportamentos desejados. Estamos caminhando para implantes de chips, estimulação magnética e medicamentos desenvolvidos especificamente para esse propósito. A conexão direta entre cérebros e máquinas também é uma possibilidade empolgante.

NEUROFEEDBACK: O QUE VAI MOLDAR O CÉREBRO PARA O SUCESSO:

Uma estratégia promissora é o neurofeedback, que utiliza eletroencefalogramas para monitorar a atividade cerebral. Protocolos de estimulação por imagens e sons podem reprogramar a forma como nosso cérebro lida com situações específicas. Embora seja uma ferramenta poderosa, deve ser usada com cuidado e orientação profissional.

FAZENDO USO DE ACELERADORES CONGNITIVOS:

Outra abordagem que está ganhando destaque é o uso de medicamentos originalmente destinados ao tratamento do déficit de atenção. Pessoas que precisam de um impulso extra de atenção e concentração estão recorrendo a esses “aceleradores cognitivos”. No entanto, seu uso é controverso, e seus efeitos a longo prazo ainda são desconhecidos.

DESCOBRINDO OS MISTÉRIOS DO COMPORTAMENTO HUMANO:

A neurociência revelou que nossos cérebros são incrivelmente maleáveis, moldando-se em resposta à interação entre nossa genética e o ambiente que nos rodeia. O autoconhecimento torna-se essencial à medida que buscamos atingir todo o potencial de nosso cérebro.

À medida que exploramos as complexidades do comportamento humano com base na neurociência, estamos abrindo novos horizontes. Essas descobertas têm o potencial de transformar como recrutamos, treinamos e desenvolvemos pessoas. Embora enfrentemos desafios éticos e científicos, o poder da neurociência está moldando o futuro do comportamento humano de maneiras emocionantes e inovadoras.

sábado, maio 25

OCITOCINA: O QUE É, PARA QUE SERVE, E QUAL É A SUA FUNÇÃO

Entre tantos hormônios que atuam no organismo, a ocitocina é muito valorizada por regular nossas reações e sentimentos para com outras pessoas.

Esse hormônio exerce importantes funções no organismo e nas sensações de prazer e afeto. Por isso, tem o título que conhecemos como “hormônio do amor”.

No entanto, suas funções vão muito além disso.  

PARA QUE SERVE A OCITOCINA?

Estudos mostram que a ocitocina é um hormônio que serve para regular o funcionamento de diversos processos no organismo. 

Ela é produzida pelo hipotálamo uma área do cérebro, e armazenada na glândula pituitária, um órgão do tamanho de uma ervilha, localizado na base do crânio. 

Quando liberada, ela atua como um neurotransmissor, ou seja, permite a ligação entre neurônios, ativando ou desativando processos do sistema nervoso. 

A ocitocina forma, junto com a serotonina, a dopamina, a noradrenalina e a endorfina, um grupo conhecido como “hormônios da felicidade”, por sua capacidade de regular as sensações humanas. 

A ocitocina é conhecida como o “hormônio do amor” devido ao seu papel nos comportamentos afetivos humanos. 

Ela aumenta a confiança interpessoal e regula alguns aspectos da cognição, como o olhar “olhos nos olhos” e o amor entre pares. 

Promove ainda, a sensação de segurança, uma vez que os efeitos dela modelam a capacidade de uma pessoa perceber emocionalmente a proximidade de outra pessoa, sendo esse um efeito característico das relações amorosas. 

A ocitocina também tem influência nas relações sexuais. Vários estudos evidenciaram que ela é crucial para o prazer subjetivo durante as relações, tanto para homens quanto para mulheres. 

Seus receptores estão presentes em vários órgãos, particularmente nos órgãos genitais masculino e feminino. Isso indica que a ocitocina pode facilitar a atividade sexual, principalmente a ejaculação e o orgasmo, induzindo as contrações musculares necessárias para facilitar o transporte de espermatozoides e o efeito da lubrificação. 

A estimulação mamária é uma das formas de promover a liberação da ocitocina no organismo. É a partir do estímulo feito pelo bebê que o organismo feminino entende que deve liberar o fluxo de leite. 

Nesse campo materno, ela participa ainda do parto natural, estimulando as contrações uterinas. Mas, além do amor entre pares e materno, esse hormônio atua também em outros processos do sistema nervoso.

Estudos científicos indicam que a oxitocina inibe o centro de medo no cérebro, facilitando a diminuição dos seus estímulos. O estudo indica que, quando administrada pelo nariz, esse hormônio ativa um circuito dentro da amídala, inibindo as respostas do medo. Outra pesquisa mostra que ela pode ajudar na recuperação de pessoas com estresse pós-traumático. 

A ocitocina reduz a liberação do hormônio ACTH, que estimula a produção do cortisol. Assim, a ocitocina pode interferir na produção do hormônio que está ligado aos efeitos do estresse no organismo. 

Diante disso, não podemos negar que a ocitocina é essencial para os processos do nosso organismo e para a nossa própria existência. 

QUAIS SÃO OS RISCOS DA FALTA DE OCITOCINA?

E muito importante entender que a ocitocina é um hormônio que se faz presente em todos os aspectos das nossas vidas. 

Não é difícil imaginar os efeitos que a falta do hormônio teria no organismo humano. 

A pessoa que produz quantidades insuficientes de ocitocina apresenta instabilidades mentais e físicas. 
Entre elas estão.

Palidez;
Falta de expressões emocionais;
Estresse;
Diminuição da libido;
Diminuição da função cognitiva, memória e atenção;
Distúrbio do sono;
Falta de lubrificação durante o sexo;
Diminuição da capacidade de chegar ao orgasmo;
Tensão e dores musculares;
Maior sensibilidade à dor;
Dificuldade de amamentar; 
Ansiedade e medo excessivos.

Como esses sintomas também são relacionados a outras doenças, é importante consultar um profissional de saúde para diagnóstico e tratamento adequados. 

Para evitar tais sintomas e estimular a produção de ocitocina pode-se tomar algumas atitudes como ter uma alimentação completa e balanceada, rica em aminoácidos, passar tempo com entes queridos, ter relações sexuais e praticar ações que levam ao relaxamento tais como yoga. 

Além de alimentos e ações que estimulem sua produção, a ocitocina também pode ser ingerida diretamente. 

Ela pode ser manipulada por farmácias de manipulação, sob prescrição de profissional habilitado, e pode ser disponibilizada em cápsulas, comprimidos sublinguais ou ainda em spray nasal, para melhores absorção e ação. 

Um estudo da Universidade de Zurique mostrou que as pessoas que recebem apoio social, ou ingerem ocitocina, registram aumento da calma e diminuição dos índices de ansiedade. 

sexta-feira, maio 24

EXAME PARASITOLÓGICO


EXAME PARASITOLÓGICO: 

DEFINIÇÃO:

Utilizado para identificação das diversas infestações parasitárias (ovos e larvas de helmintos e cistos de protozoários) e na triagem das infecções intestinais. A intensidade do parasitismo influi no número de formas parasitárias eliminadas. Conhecido também por Exame Parasitológico de Fezes (EPF).

INDICAÇÃO CLÍNICA: 

Exame útil na investigação de helmintíases e protozooses intestinais.

PREPARO DO PACIENTE:

Evacuar/defecar em recipiente limpo e seco. Evitar que se misture com urina;

Obter um pouco de amostra do início, meio e fim das fezes; se tiver muco, pus ou sangue, preferir;

Colocar a amostra em frasco bem vedado;

Se coletado com conservante, observar as orientações contidas no frasco;

O número de amostras a serem coletadas e a periodicidade dependem da orientação médica;

É recomendável o exame de fezes em 03 amostras colhidas em dias diferentes, pois a ausência de parasitas em uma amostra de fezes não elimina a possibilidade da presença do mesmo no organismo;

Identificar o frasco com nome completo sem abreviaturas.

VALORES DE REFERÊNCIA:

Resultado negativo:

“Não foram encontrados ovos ou larvas de helmintos na amostra analisada”.

“Não foram encontrados cistos ou trofozoítos de protozoários na amostra analisada”.

INTERPRETAÇÃO E CONDUTA:

Realizar consulta de enfermagem, iniciando com a anamnese para queixas de diarreia, vômitos, prurido anal, anemia, perda de peso e apetite. Em seguida proceder ao exame físico por meio da palpação abdominal e avaliação das mucosas.

MARCADORES DO ANTICORPOS ESPECÍFICOS


1 ) TOXOPLASMOSE:

DEFINIÇÃO:

A toxoplasmose é uma zoonose que adquire especial relevância para a saúde pública quando a mulher se infecta, pela primeira vez, durante a gestação pelo risco elevado de transmissão vertical e acometimento fetal.

A presença de anticorpos IgG indica imunidade ou exposição prévia ao Toxoplasma gondii. A presença de anticorpos da classe IgM é útil no diagnóstico da toxoplasmose aguda ou recente. Para diferenciar entre infecções adquiridas recentes e infecções passadas, as amostras positivas para anticorpos IgG e IgM devem ser testadas para avidez de IgG. Um alto índice de avidez para anticorpos IgG é um forte indicador de que a infecção ocorreu há mais de 4 meses.

Em gestantes, há o risco de infecção fetal, pois, na fase aguda, os parasitas permanecem três semanas em circulação, aproximadamente, o que facilita a transmissão transplacentária. O teste sorológico é útil para o diagnóstico da toxoplasmose ou, então, para saber se o indivíduo já teve a infecção provocada pelo toxoplasma no passado. Sinônimo são Anticorpos anti-toxoplasma gondii.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

ANTICORPOS ANTI-TOXOPLASMOSE GONGII- IGM:

Exame de triagem para a Toxoplasmose de pessoas assintomáticas, sendo de indicação formal na rotina laboratorial da gestante juntamente com a IgG. É usado também para o diagnóstico de infecção aguda e congênita pelo Toxoplasma gondii.

ANTICORPOS ANTI-TOXOPLASMOSE GONDII-IGM:

Exame aplicado no diagnóstico de infecção pelo Toxoplasma gondii; na triagem de pessoas assintomáticas, e como marcador epidemiológico de contato prévio com o agente infeccioso da Toxoplasmose.

AVIDEZ- IgG

Exame aplicado quando IgG e IgM são reagentes realiza-se o teste de avidez, que avalia o tempo de infecção.

PREPARO DO PACIENTE:

Necessário jejum mínimo de 4 horas.

INTERPRETAÇÃO E CONDUTA:

Deve realizar anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual.

VALOR DE REFERÊNCIA:

TOXOPLASMOSE IgM:

Não reagente: índice inferior a 0,50

Indeterminado: índice de 0,50 a 0,59

Reagente: índice superior a 0,59

• Toxoplasmose IgG:

Não reagente.

• AVIDEZ IgG:

Fraca avidez: Índice menor que 0,200

Inconclusivo: Índice entre 0,200 e 0,300

Forte avidez: Índice maior que 0,300

Observações 

Todo recém-nascido cuja mãe teve diagnóstico de certeza ou suspeita de toxoplasmose adquirida na gestação deve ser submetido à investigação completa para o diagnóstico da toxoplasmose congênita, incluindo exame clínico e neurológico, exame oftalmológico completo com fundoscopia, exame de imagem cerebral (ecografia ou tomografia computadorizada), exames hematológicos e de função hepática.

Na presença de alta avidez, deve-se considerar como diagnóstico de infecção antiga, não havendo necessidade de tratamento nem de testes adicionais. Se a avidez for baixa, deve-se iniciar imediatamente o uso de espiramicina, pois pode ser uma infecção recente.

A infecção fetal pelo T. gondii pode provocar abortamento, crescimento intrauterino restrito (CIUR), morte fetal, prematuridade e a síndrome da toxoplasmose congênita: retardo mental, calcificações cerebrais, microcefalia, hidrocefalia, retinocoroidite, hepatoesplenomegalia.

Quanto mais precoce a idade gestacional, na qual a mulher apresenta a primoinfecção, mais grave será o acometimento fetal, entretanto o risco da transmissão para o feto é maior nas idades gestacionais mais avançadas.

A IgG anti- T. gondii surge ao final da segunda semana de infecção (aproximadamente 7 a 10 dias após o surgimento da IgM); apresenta um pico dos títulos entre seis e oito semanas seguido de decréscimo gradual e manutenção de níveis séricos baixos e detectáveis por toda a vida.

Se no primeiro exame solicitado na primeira consulta detecta-se anticorpos IgM, caso a gestação tenha menos de 16 semanas, deve ser feito imediatamente o teste de avidez de IgG, na mesma amostra de soro.

Noticiar à Vigilância Epidemiológica os casos de toxoplasmose aguda na gestação.

2 ) RUBÉOLA:

DEFINIÇÃO:

A rubéola é uma doença aguda, de alta contagiosidade, que é transmitida pelo vírus do gênero Rubivirus, da família Togaviridae.

A infecção por rubéola na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe, como aborto e natimorto (feto expulso morto) e para os recém-nascidos, como malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e outras). Para o diagnóstico da rubéola são feitos exames laboratoriais, disponíveis na rede pública em todos os estados, para confirmação ou descarte de casos, como titulação de anticorpos IgM e IgG para rubéola. Sinônimo: Anti-Rubéola – IgM, sorologia para Rubéola.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

ANTICORPOS ANTI- RUBÉOLA IgG:

Exame de triagem para a Rubéola de pessoas assintomáticas, sendo de indicação formal na rotina laboratorial da gestante juntamente com a IgG.

É usado também para o diagnóstico de infecção aguda e da Rubéola congênita.

ANTICORPOS ANTI-RUBÉOLA IgG:

Exame aplicado no diagnóstico de infecção pelo Toxoplasma gondii; na triagem de pessoas assintomáticas, e como marcador epidemiológico de contato prévio com o vírus da rubéola.

AVIDEZ IgG:

Este exame pode confirmar se a IgM detectada no teste sorológico é indicativa de doença aguda ou não.

PREPARO DO PACIENTE:

Jejum mínimo de 4 horas

Interpretação e condutas

Deve realizar anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual.

VALOR DE REFERÊNCIA:

RUBÉOLA IgM:

Não reagente: índice inferior a 0,80

Indeterminado: índice de 0,80 a 1,19

Reagente: índice superior ou igual a 1,20

Rubéola IgG:

Não reagente.

Avidez IgG:

Baixa avidez: inferior a 30% -infecção aguda

Indeterminado: 30 a 60% - não permite definir o provável período

Alta avidez: superior a 60% - infecção pregressa. 

A gestante com IgG antivírus da rubéola positivo significa contato prévio com esse vírus. Nessa situação, o risco de transmissão vertical é mínimo. A gestante com IgG antivírus da rubéola não reagente ou negativo indica que ela é suscetível, ou seja, não entrou em contato com o vírus da rubéola. Portanto a mesma deverá ser vacinada contra a rubéola (tríplice ou dupla viral) logo após o parto, preferencialmente ainda na maternidade.

Um resultado positivo de anticorpo IgM indica infecção congênita ou recente.

A dosagem de anticorpos da classe IgM para determinação de infecção na fase aguda é recomendada para todas as faixas etárias.

A determinação de anticorpos IgM contra rubéola geralmente não é recomendada quando o cliente tem mais de 6 meses de idade.

A gestante com IgG antivírus da rubéola positivo, significa contato prévio com esse vírus. Nessa situação, o risco de transmissão vertical é mínimo.

OBSERVAÇÕES:

A rubéola adquirida nas primeiras 12 semanas de gestação está associada com risco de 95% de más-formações no bebê. A presença de IgM no soro de um neonato é considerada como a confirmação da rubéola congênita 3.

A presença de IgM no soro da gestante sugere infecção aguda ou recente. Entretanto, estes anticorpos podem estar presentes por vários meses após infecção natural, vacinação ou reinfecção assintomática, situações onde a transmissão fetal é menos provável.

A IgG anti-Rubéola surge ao final da terceira semana de infecção (aproximadamente 7 a 10 dias após o surgimento da IgM); apresenta um pico dos títulos entre seis e oito semanas seguido de decréscimo gradual e manutenção de níveis séricos baixos e detectáveis por toda a vida

quinta-feira, maio 23

HEMATOSPERMIA OU HEMOSPERMIA E DEFINIDA COMO SANGUE NO ESPERMA

O sangue no ejaculado pode causar grande preocupação para alguns homens.A hemospermia pode ser o primeiro indicador de outras doenças urológicas. Hematospermia foi escrita há séculos. Hipócrates, Galeno, Morgagni e Fournier descreveram essa condição. 

FISIOPATOLOGIA:
 
semen-specimen Para uma compreensão das causas da hemospermia, um conhecimento prático da anatomia do complexo ejaculatório é útil. As vesículas seminais têm a função de produzir e armazenar fluido seminal, que é essencial para a fertilidade masculina. Estas são bem estudadas pela ultrassonografia. As vesículas seminais são estruturas pares que se encontram cefálicas à próstata por trás da bexiga . Elas são simétricas, bem definidas, saculares, alongadas. Em um ultrassom transretal, as dimensões são estimados em 30 ± 5 mm de comprimento, 15 ± 4 mm de largura, e 13,7 ± 3,7 mL, em volume médio. A idade do paciente e do grau de crescimento da próstata pode causar a variação no tamanho das vesículas seminais.

SANGUE-NO-ESPERMA:

Os achados de uma ressonância magnética também podem ajudar a delinear a anatomia normal da vesícula seminal: a intensidade do sinal das vesículas seminais pode ser comparada com os tecidos ao redor (ou seja, muscular, esquelético, gordura, urina). As vesículas seminais e ampolas dos vasos deferentes se unem para formar o duto ejaculatório. O ducto ejaculatório entra na próstata ao nível da uretra,( ao nível do verumontanum).

HISTÓRIA CLÍNICA:

 A história do paciente se concentra em trauma, infecção e distúrbios hemorrágicos.
A maioria dos homens com hemospermia são jovens (idade média, menores que 40 anos) e têm os sintomas que variam em duração de 1 a 24 meses.
A maioria dos pacientes tem mais de um episódio, que ocorrem ao longo de semanas a meses. Hemospermia crônica tem sido determinada quando o sangue no ejaculado que persiste por mais de 10 ejaculações: quando requer avaliação mais aprofundada.
 
EXAME FÍSICO:

O exame físico deve incluir a medição da pressão arterial do paciente porque a hipertensão pode estar associada com hemospermia. Essa associação é bem reconhecida, porém, o mecanismo exato pelo qual isso ocorre é desconhecido. Pode ter uma base semelhante à associação da hipertensão com hemorragias nasais.
O pênis deve ser cuidadosamente inspecionado para descartar todas as lesões que podem sangrar.

Os vasos deferentes devem ser palpados ao longo de seu curso inteiro para garantir a sua presença e para afastar qualquer endurecimento ou nódulos. 

Qualquer nodularidade na ausência dos vasos deferentes, antes de alguma cirurgia (incluindo vasectomia) deve aumentar a preocupação de uma infecção tuberculosa. Quando presentes, os nódulos raramente representam extensão de neoplasias malignas da próstata ou da bexiga.

Ao exame retal digital, atenção especial deve ser dada às vesículas seminais e da presença de massas medianas. As vesículas seminais são estruturas normalmente não palpáveis. Se eles são palpáveis, isto geralmente indica patologia subjacente significativa. Em homens mais velhos (mais de 50 anos), a atenção especial deve ser dada à próstata porque a hemospermia pode ocasionalmente ser um prenúncio de câncer de próstata.
 
QUAIS SÃO AS CAUSAS:

Hematospermia é geralmente associada a condições inflamatórias das vesículas seminais ou da próstata. A condição é muitas vezes auto-limitada e resolve dentro de 1 a 2 meses. Se a hemospermia persistir para além de 2 meses, uma investigação adicional é recomendada para determinar a causa. Em aproximadamente metade dos casos, a etiologia é idiopática. No entanto, isto pode refletir uma avaliação incompleta.

CONDIÇÕES DA PRÓSTATA:

A etiologia mais comum é a biópsia da próstata, que produz hemospermia auto-limitada a alguns dias. Em uma série de casos, a prostatite foi citada como a etiologia em 30% dos pacientes. Outros autores têm reconhecido o câncer de próstata como um fator etiológico. 

Neoplasias malignas são responsáveis por 2% dos casos. Em um estudo de longo prazo de seguimento de 150 pacientes com hemospermia, apenas 6 pacientes evoluíram para carcinoma de próstata, e nenhum tinha carcinoma de próstata diagnosticado no momento da avaliação inicial.

No entanto, um estudo recente realizado por Han et al relataram um aumento significativo do risco de câncer de próstata entre os homens com hemospermia. De 139 homens com hemospermia, 19 (13,7%) foram diagnosticados com câncer de próstata. Na coorte total de 26.126 pacientes, a taxa de detecção do câncer de próstata foi de 6,5%. Na análise de regressão logística, a presença de hemospermia foi um preditor significativo do diagnóstico de câncer de próstata. Esta ainda é uma área controversa da investigação. 

Mais recentemente, Prando (2008) relatou uma série de 86 homens com hemospermia e descobriu o câncer de próstata em apenas um paciente.

Hemospermia também pode ser causada por telangiectasia da próstata e varizes locais. Para diagnosticar essa condição, pode ser necessária uma cistoscopia realizada após uma ereção por indução farmacológica.

A hemospermia não é um sintoma da síndrome reconhecida como prostatite crônica.

Pode haver um número significativo de pacientes com cálculos da próstata.
É possível uma dilatação cística do utrículo prostático, em associação com hemospermia
Outras causas: braquiterapia, biópsia da próstata, resseção endoscópica da próstata.
 
CONDIÇÕES DA URETRA:

 Uretrite tem sido reconhecida como uma causa da hemospermia, especialmente em homens mais jovens.
Outras lesões da uretra levando a hemospermia incluem cistos, pólipos, condilomas, estenoses, pólipos benignos da uretra.
 
VESÍCULAS SEMINAIS:

CISTOS ADQUIRIDOS DA VERSICULAS SEMINAIS:

Cisto congênito resultado de um erro no desenvolvimento embrionário e estão associados com a agenesia renal ipsilateral e / ou da ausência congênita ipsilateral dos vasos deferentes.  

Cistos adquiridos geralmente resultam de processos infecciosos, neoplasias das vesículas seminais e são uma causa rara de hemospermia.
Mais recentemente, amiloidose das vesículas seminais foi descrito estar relacionado com hemospermia.

Lesões hemorrágicas ou cistos da vesícula seminal e ducto ejaculatório são as causas mais identificáveis de hemospermia.
 
INFECÇÕES:

 Infecções e doenças inflamatórias correspondem a 40% dos casos. 

CAUSAS INFECCIOSAS INCLUEM:

Tuberculose, esquistossomose, hidatidose, infecções por citomegalovírus, herpes, Chlamyia trachomatis, Enterococcus faecalis e Ureaplasma urealyticum.
 
TRAUMA:

Injeção esclerosante hemorroidária, instrumentação uretral, e testicular, trauma contuso perineal e biópsia prostática trans retal também devem ser incluídos nesta categoria.
 
DOENÇAS SISTEMÁTICAS:

Hipertensão, doença hepática crônica, amiloidose, linfoma e diáteses hemorrágicas.
 
DIAGNÓSTICO:
 
A história do paciente é típica. Raramente chega-se ao ponto de fazer um exame do conteúdo do esperma. Na avaliação do paciente devemos descartar o uso de ácido acetilsalicílico o qual altera a coagulação. Todo o paciente deve ser examinado do ponto de vista urológico principalmente os que apresentam sintomas paralelos.

EXAME DE URINA, UROCULTURA COM ANTIBIOGRAMA FAZEM PARTE DA ROTINA DO DIAGNÓSTICO:

URETROCISTOSCOPIA:

As vesículas seminais são bem estudadas pela ultrassonografia. 

As vesículas seminais são estruturas pares que se encontram cefálicas à próstata por trás da bexiga e tem uma aparência de gravata borboleta em uma imagem transversal. 

Elas são simétricas, bem definidas, saculares, alongadas. Caudalmente, as vesículas seminais se divergem lateralmente.                                

As dimensões das vesículas seminais variam com a idade, mas não com o estado ejaculatório. Em um ultrassom transretal, as dimensões são estimadas em 30 ± 5 mm de comprimento, 15 ± 4 mm de largura, e 13,7 ± 3,7 mL, em volume médio. A idade do paciente e do grau de crescimento da próstata pode causar a variação no tamanho das vesículas seminais. Cálculos prostáticos ou de ductos ejaculadores, obstrução dos ductos deferentes e vesículas seminais, cistos prostáticos ou de condutos deferentes poderão aparecer como causa da hemospermia.

UMA URETROCISTOSCOPIA PODE MOSTRAR ALTERAÇÕES DA MUCOSA UROTELIAL:

Os achados de uma ressonância magnética também podem ajudar a delinear a anatomia normal da vesícula seminal: a intensidade do sinal das vesículas seminais pode ser comparada com os tecidos ao redor (ou seja, muscular, esquelético, gordura, urina). As vesículas seminais e ampolas dos vasos deferentes se unem para formar o duto ejaculatório. O ducto ejaculatório viaja através da próstata e entram na uretra, ao nível do verumontanum. A junção entre a vesícula seminal e ducto ejaculatório está dentro da próstata e é difícil de ver em um sistema saudável desobstruído.

TRATAMENTO:
 
TRATAMENTO-HEMATOSPERMIA:

O tratamento pode ser conservador com interrupção da atividade sexual por um breve período, evitar traumatismos sobre a próstata (períneo) como andar de bicicleta, moto ou fazer hipismo. Drogas antiinflamatórias podem ser usadas com um efeito questionável. Inibidores do crescimento prostático têm sido usados ultimamente com relativo sucesso como a finasterida. Em casos selecionados o uso de Destilbenol pode ajudar na hiperplasia da vesícula seminal. Quando uma causa objetiva for encontrada deve ser tratada. Por exemplo, uma prostatite bacteriana pode ser causa de hemospermia.                        

Nessa situação, antibióticos devem ser instituídos.

PODEMOS CONCLUIR QUE:

A hematospermia é uma condição benigna e auto-limitada na maioria dos casos, porém que acarreta grande desconforto e ansiedade ao paciente.

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?