quarta-feira, dezembro 20

O QUE É DIVERTICULITE AGUDA? DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO:

Dentre as possíveis causas de abdômen agudo, a diverticulite não pode ser ignorada principalmente diante de pacientes idosos e é preciso verificar fatores como infecções, isquemia, obstrução e perfuração de vísceras diante desse contexto.

A diverticulite representa um quadro emergencial com potencial cirúrgico para sua resolução, principalmente diante de alguma perfuração, pois esta pode evoluir rapidamente para um quadro séptica.

Podemos classificar essa patologia em não complicada, quando há apenas a inflamação; ou complicada, quando está associada a perfuração, obstrução intestinal, abscessos ou fístulas.

Essa pode ser uma causa de condições graves do trato gastrointestinal como abcessos retroperitoneais.

Epidemiologia da Diverticulite:

A diverticulite aguda pode acometer até 15% dos pacientes com doença diverticular. Apesar da sua incidência aumentar com o avançar da idade, houve um aumento, nos últimos anos, de casos associados a pacientes jovens. 

Aproximadamente 25% dos pacientes com diverticulite evoluem com complicações associadas ao quadro, sendo a principal delas a formação de abscesso, que pode chegar até 17% dos casos complicados.

Alguns pacientes podem permanecer assintomáticos, enquanto cerca de até 20% podem desenvolver sintomas. 

Fisiopatologia:

Os divertículos são saculações formadas na parede intestinal, a partir da protrusão da mucosa e submucosa através da camada muscular. O cólon sigmoide é o segmento do intestino grosso mais acometido pela diverticulite. 

Uma série de fatores culminam na formação dessas dilatações saculares anormais, as quais temos o aumento das pressões intraluminais, alteração da motilidade e dieta pobre em fibras, por exemplo.

Esses divertículos do lado esquerdo do cólon, sobretudo no sigmoide, costumam apresentar uma base mais estreita, sendo mais susceptíveis a obstrução por fecalitos. 

Com a persistência do processo obstrutivo, há um comprometimento do fluxo arterial e venoso, favorecendo um processo inflamatório e consequentemente, microperfurações no corpo diverticular.

Os divertículos tendem a se formar no lado mesentérico das tênias cólicas antimesentéricas – região onde a parede na qual os vasos retos penetram. Para ser considerado verdadeiro, o divertículo precisa envolver todas as camadas da parede intestinal.

No contexto patológico, alterações locais percebidas na diverticulite incluem a hipertrofia das camadas musculares e diminuição do diâmetro do lúmen. Essas herniações ocorrem geralmente no cólon sigmoide e no descente.

Quadro clínico da Diverticulite:

O quadro clínico da diverticulite vai depender da extensão do processo inflamatório e das complicações associadas. De um modo geral, o sintoma mais comum é a dor em fossa ilíaca esquerda devido ao maior envolvimento do cólon sigmoide. 

A dor ocorre como resposta a perfuração de um divertículo colônico que provoca uma inflamação ao liberar os fluidos fecaloides que antes ocupavam o divertículo que se rompeu.

Náuseas, vômitos e alteração do ritmo intestinal são sintomas inespecíficos que também podem estar presentes. A ingesta alimentar é um fator que, na grande maioria dos casos, contribui para a exacerbação .

Diverticulite complicada:

Nos casos de diverticulite complicada, a dor abdominal costuma ser mais difusa, com sinais de irritação peritoneal.

Alguns pacientes podem apresentar massa palpável, sugerindo a presença de um abscesso peridiverticular. 

Sinais de instabilidade hemodinâmica:

Sinais de instabilidade hemodinâmica não são muito frequentes, mas podem estar presentes nos quadros mais graves, onde há perfuração com peritonite fecal ou peritonite purulenta difusa. 

A presença de sangramento nas fezes não costuma ter relação com a diverticulite, estando mais associado a doença diverticular do cólon direito.

Sintomas genitourinários:

Sintomas genitourinários, como:

  • Disúria
  • Pneumatúria
  • Flatos vaginais

Podem ser referidos por alguns pacientes. Nesses casos, devemos pensar na presença de fístulas colovesicais, que é uma das complicações da diverticulite aguda.

Exame físico:

Ao exame físico, não é incomum que o paciente apresente distensão abdominal e consiga referir especificamente a localização da dor no contexto de perfuração contida.

Durante a palpação do abdome é possível que seja percebida a presença de uma massa dolorosa. É interessante realizar uma descompressão no local doloroso para verificar se há reflexo de defesa, pois isso pode indicar perfuração intra-abdominal.

Contudo, para realizar um bom exame físico, é preciso dominar a semiologia abdominal. 

Nos exames laboratoriais, não é incomum que ocorra uma leucitose.

Diagnóstico de Diverticulite:

O diagnóstico da diverticulite pode ser dado a partir da anamnese e exame físico, mas o uso de exames complementares de imagem é bem-vindo para confirmar a hipótese diagnóstica. 

A colonoscopia, embora seja um bom exame para o diagnóstico da doença diverticular, está contraindicada na suspeita do quadro agudo da diverticulite devido ao risco de perfuração. 

Nesses casos, a tomografia computadorizada (TC) do abdome deve ser realizada devido a alta sensibilidade e especificidade, além de permitir afastar outros diagnósticos diferenciais, como a apendicite aguda e o câncer colorretal.

A TC permite o profissional de saúde identificar a localização específica, extensão e gravidade da doença. Por meio desse exame é possível ainda verificar se existem complicações como abcessos ou fístulas associadas ao quadro.

A tomografia computadorizada ainda permite classificar a diverticulite em 4 estágios, através da escala de Hinchey, quando estamos diante de uma diverticulite complicada por perfuração: 

  • Estágio I: abscesso pericólico confinado; 
  • Estágio II: abscesso à distância (intra-abdominal ou retroperitoneal); 
  • III: peritonite purulenta difusa. 
  • Estágio IV: peritonite fecal.

Os estágios I e II toleram, geralmente, o uso de antibióticos e drenagem percutânea. Os estágios III e IV, entretanto, estão mais associados a intervenção cirúrgica de urgência devido a possibilidade de sepse e a presença de sinais de peritonite generalizada.

A conduta a ser escolhida para o tratamento considera principalmente se o quadro é compatível com uma diverticulite complicada ou não complicada, por isso realizar um diagnóstico preciso é tão importante.

Tratamento da Diverticulite:

O tratamento da diverticulite é baseado na classificação do quadro em não complicado ou complicado, pois a conduta será distinta em cada um deles. Para isso, deve-se analisar a apresentação inicial do quadro do paciente.

Diverticulite não complicada:

O tratamento da diverticulite não complicada geralmente é conservador e consiste em antibioticoterapia por 7 a 10 dias, visando cobrir germes gram-negativos e anaeróbios, num contexto ambulatorial.

É importante que durante o tratamento seja avaliado se o paciente não evoluiu com febre ou qualquer instabilidade hemodinâmica. Ao sinal de qualquer progressão negativa do quadro, esse paciente deve ser reavaliado.

Os pacientes refratários ao tratamento clínico ou com complicações associadas devem ser submetidos a um tratamento mais invasivo. 

Mesmo que o paciente melhore com o tratamento medicamentoso, é importante saber que existe um percentual significativo de pacientes que terão outros episódios e, em algum momento, a abordagem cirúrgica pode ser necessária.

Diverticulite complicada:

Na diverticulite complicada, há a presença de perfuração, fístula, obstrução ou ainda, abcesso. Nesse contexto, a maioria dos pacientes precisarão ser abordados cirurgicamente conforme a presença de qualquer uma dessas condições.

Obstruções na diverticulite:

A diverticulite aguda raramente está associada a estenoses, mas quando isso ocorre é preciso considerar que há uma inflamação crônica por trás do quadro. 

A obstrução é comumente parcial e tem início insidioso, mas isso não significa que sintomas obstrutivos mais graves estão isentos nesse contexto.

Se a obstrução ocorrer no intestino delgado, a passagem de uma sonda nasogástrica é uma estratégia para descomprimir a região enquanto utiliza-se o tratamento com antibióticos. 

Abcessos na diverticulite:

Na presença de abcesso, geralmente pélvico ou pericólico, o tratamento depende dos achados radiográficos, tamanho e relação anatômica do abcesso com estruturas intra-abdominais adjacentes.

Diante de abcessos com mais de 4 cm, é possível lançar mão de drenagem percutânea guiada por tomografia ou ultrassonografia. Abcessos menores podem ser tratados numa abordagem medicamentosa com antibióticos.

Fístulas na diverticulite:

Diante de fístulas, complicações comuns da diverticulite como resultado de aderência local e comunicação com o intestino, o médico pode utilizar antibióticos de amplo espectro na tentativa de resolver a inflamação.

É necessário excluir a possibilidade de câncer de cólon ou doença de Crohn como causa da fístula antes de prosseguir para a ressecção eletiva do cólon.

terça-feira, dezembro 19

INTESTINO IRRITÁVEL E DOENÇA DE CROHN: QUAIS OS SINTOMAS? QUAIS AS DIFERENÇAS? COMO TRATAR?

Você teve sintomas de diarreia, constipação e dores abdominais? Pode ser a Síndrome do Intestino Irritável (SII), que tem certas semelhanças com a Doença de Crohn. Hora de entender mais sobre o assunto! Há muitas formas de tratamento, lembrando que fitoterápicos podem ajudar no tratamento. 

Desconfortos e dores abdominais são sintomas desagradáveis e muitas vezes subestimados quando pensamos em cuidar da nossa saúde. Afinal, são sintomas nada específicos e podem ocorrer por diversas razões. Porém, não devemos ignorar sinais do nosso corpo e nem esperar por mais dor para buscar ajuda!

Se você tem notado diarréias ou constipação com frequência, dores e mudança na consistência das fezes, é melhor ir atrás de orientação para checar se é a Síndrome do Intestino Irritável (SII), Doença de Crohn ou até mesmo outra coisa.

Vamos ver alguns dados sobre essas duas doenças?

  • A Síndrome do Intestino Irritável é considerada comum, com 2 milhões de casos relatados ao ano no Brasil.

  • O sexo feminino tem mais chance de ter a Síndrome do Intestino Irritável, relatando piora dos sintomas no período menstrual.

  • Já a Doença de Crohn atinge ambos os sexos na mesma proporção.

  • Os casos por ano da Doença de Crohn são 150 mil no Brasil.

  • Pessoas judias asquenazes têm maior tendência a manifestar a Doença de Crohn.

  • Tanto SII quanto a Doença de Crohn não tem cura, embora existam tratamentos!

O que é a Síndrome do Intestino Irritável (SII)?

A Síndrome do Intestino Irritável é um distúrbio que atinge justamente o final do trato digestivo, o intestino, causando dores na área abdominal, gases e diarreia e/ou constipação. Esses sintomas são recorrentes e pioram a qualidade de vida dos pacientes, que sentem dor e constrangimento pelos sintomas. Geralmente, a SII aparece na adolescência, mas pode surgir no começo da idade adulta.

Por se manifestar em intervalos sem regularidade definida, pode demorar um pouco para as pessoas perceberem que não são sintomas isolados e que devem buscar ajuda. Essa demora também é influenciada pela faixa etária mais comum em que se manifesta a SII, já que adolescentes estão entendendo mais sobre o próprio corpo — porém, adolescentes geralmente não têm muita familiaridade ou condições de irem atrás de orientação e ajuda do profissional de saúde sozinhos.

Além das dores e da diarreia e/ou constipação, existem outros sintomas importantes para ficarmos atentos. 

Sintomas da Síndrome de Intestino Irritável:

A SII não é nada silenciosa: pacientes relatam dores e quem sofre de constipação ou diarreia com frequência distingue muito bem os sintomas e sabe quando a frequência de visitas ao banheiro mudou, tanto para mais quanto para menos — afinal, pacientes com SII podem sofrer de Prisão de Ventre ou intestino muito solto.

Veja abaixo todos os sintomas relacionados com a Síndrome de Intestino Irritável:

  • Dores no abdômen
  • Cólicas
  • Constipação (prisão de ventre/intestino preso)
  • Diarreia (intestino solto)
  • Sensação de não esvaziar o intestino
  • Gases
  • Mal-estar
  • Perda de apetite
  • Muco nas fezes
  • Inchaço

Pacientes com SII também sofrem impactos emocionais pelo distúrbio, já que os sintomas causam constrangimento. Embora transtornos psicológicos possam ser anteriores ao surgimento desse distúrbio ou possam simplesmente ocorrer de forma paralela, quem tem Síndrome do Intestino Irritável costuma conviver com o receio de não controlar gases ou a diarreia — pior ainda se não for capaz de encontrar um banheiro logo.

Causas da Síndrome de Intestino Irritável:

Não existe uma causa definida para SII. Até o momento, não foram identificadas causas anatômicas em exames laboratoriais e é provável que seja multifatorial. Ao que se define hoje, a Síndrome de Intestino Irritável é um distúrbio de interação intestino-encéfalo que pode ser agravado por uma série de fatores:

  • Fatores psicológicos e psiquiátricos — Mais comuns são ansiedade e depressão, mas não se descartam outros transtornos e questões psicológicas não resolvidas, que podem envolver até casos de violência/abuso físico e/ou sexual. A piora da ansiedade e/ou depressão agrava os sintomas de SII.
  • Fatores fisiológicos — Sensibilidade intestinal e alteração da motilidade intestinal. O intestino mais sensível tem mais tendência à irritação e inflamação, bem como aumentar suas contrações. Flutuações hormonais também interferem, mas são sutis.

Outros aspectos importantes a serem lembrados nos fatores de agravamento de SII são:

  • Alimentação
  • Estresse
  • Uso de medicamentos

Diagnóstico da Síndrome de Intestino Irritável:

A SII necessita de diagnóstico do profissional de saúde que é feito com base nos sintomas — averiguando frequência e gravidade. Também é importante descartar outras doenças! Mais detalhes são vistos em exames físicos, por exemplo a colonoscopia. Doenças diferentes e mais graves podem ser confundidas com SII, portanto é muito importante buscar acompanhamento do  profissional de saúde até chegar o diagnóstico e também durante o tratamento.

Alguns detalhes verificados pelos profissionais de saúde são:

  • Se o paciente tem intolerância à lactose
  • Se o paciente é celíaco
  • Alterações recentes na dieta
  • Se a diarreia foi induzida por medicamentos ou até abuso de laxantes
  • Ocorrência ou não de gastrite
  • Se é Síndrome pós-colecistectomia
  • Ocorrência ou não de doenças parasitárias e/ou bacterianas

Tratamento da Síndrome de Intestino Irritável:

Todo tratamento deve ser conversado muito bem entre profissionais de saúde e pacientes, já que é necessário manter cuidados efetivos e também que sejam fáceis para incluir na rotina. A SII não tem cura, então boa parte desses cuidados seguirá para a vida inteira — lembrando que, dependendo da remissão ou avanço de sintomas, o tratamento poderá ser adaptado.

É possível minimizar ou evitar os sintomas através de mudanças no estilo de vida, mas há pacientes que precisam de intervenções medicamentosas e terapia também.

Então se você tem dúvidas de como tratar, confira diretrizes básicas de cuidados com SII:

Alimentação:

Quando pacientes recebem o diagnóstico de SII, podem surgir dúvidas sobre o que comer, mas profissionais de saúde também vão esclarecer como será a melhor alimentação durante o diagnóstico. Em geral, evita-se itens como bebidas gaseificadas, bebidas estimulantes, alimentos ricos em gordura, frituras, pimentas e ultraprocessados/embutidos.

Até mesmo alguns alimentos considerados mais saudáveis devem ser consumidos em moderação, dependendo da sensibilidade, mas isso deve ser analisado individualmente.

Em geral, recomenda-se moderar o consumo de alimentos que "fermentam" e produzem muito gás no organismo, potencialmente sensibilizando o trato digestivo — seriam os alimentos com alto teor FODMAPS, como feijão, lentilhas, ervilhas, repolhos, couve-flor, produtos lácteos, adoçantes... Isso depende da gravidade dos sintomas, se é sentido mais constipação ou diarréia e quais são a recomendação do profissional de saúde. 

É favorável manter o alto consumo de líquidos, principalmente água. Ingerir fibras é importante, mas não se esqueça de beber muita água. E também não precisa ser uma dieta exageradamente rica em fibras, principalmente no começo ou se seu principal sintoma for constipação. Acrescente fibras aos poucos.

Pacientes com SII ainda podem ter uma alimentação muito interessante, com alimentos probióticos, ovos, frutas (como morangos, melões, tangerinas), carnes brancas e itens sem lactose ou desnatados, dependendo da sensibilidade.

Atividades físicas:

Exercícios físicos regulares ajudam no combate ao estresse e também auxiliam as funções intestinais, especialmente nos pacientes de SII cujo sintoma principal seja a constipação. Não existem regras muito específicas para decidir qual atividade física é melhor para SII, o importante é que pacientes consigam aderir a uma rotina regular.

Algumas fontes indicam atividades aeróbicas como caminhadas ou danças, além de exercícios de baixo impacto que envolvam mais especificamente a relação entre corpo, mente e espiritualidade, como yoga e Tai Chi. Não existem dados sobre contraindicações para musculação, apenas recomenda-se não exagerar na intensidade de quaisquer exercícios. Há evidências de que atividades físicas regulares contribuem para a microbiota do intestino!

Terapia:

A Síndrome do Intestino Irritável tem grande relação com os estados emocionais dos pacientes. Inclusive, é comum dizer que o intestino é o "segundo cérebro", por produzir grande quantidade de neurotransmissores e ser também um responsável por transformar estímulos psíquicos em respostas físicas no corpo — algo chamado de somatização visceral. Por exemplo, em situações de estresse, ansiedade e depressão, é possível que pessoas desenvolvam sintomas de diarreia ou constipação. Em pacientes com SII, essa relação é bem evidente e merece muita atenção.

Assim, a terapia para quem tem SII é muito indicada para melhorar a qualidade de vida e o lado psíquico, trazendo mais segurança para lidar com desafios da rotina.

Também existem Fitoterápicos específicos para ajudar na Ansiedade.

Intervenção Medicamentosa:

São vários os medicamentos envolvidos no tratamento de SII, principalmente no cuidado com sintomas mais intensos de dor.

Em pacientes cujo principal sintoma seja a constipação, são administrados laxantes. Já quem sente mais diarreia, terá a recomendação de antidiarreicos.

Fármacos antiespasmódicos, do grupo de anticolinérgicos, são recomendados sem grande frequência para interromper as contrações da musculatura visceral. É possível também discutir-se o uso de suplementos e de probióticos em casos de pacientes que sofreram de diarreias muito frequentes.

Antidepressivos podem auxiliar no tratamento também, embora seja necessário discutir-se bem os benefícios e efeitos colaterais esperados.

Não aposte na automedicação, não inicie e/ou interrompa o tratamento recomendado por profissionais antes do prazo determinado.

Glúten e a Síndrome de Intestino Irritável:

Há indícios controversos sobre a relação do glúten e sintomas de SII. Para relembrar, o glúten é um composto de proteínas presente na composição de grãos e cereais, como trigo e aveia. Glúten não faz mal para pessoas que não sejam celíacas ou que não tenham sensibilidade, então não há necessidade de evitar alimentos com glúten se você não for celíaco, intolerante ou se não tiver sintomas negativos associados ao glúten — lembrando sempre que, ao notar prejuízos na saúde, é necessário consultar um profissional de saúde. 

Existem estudos, como o da " Universidade de Palermo " ( Itália)  que avaliam a existência de benefícios na exclusão de glúten em pacientes com SII. No entanto, novos estudos duplo-cego conduzidos pela "Universidade uppsala e a Universidade Chalmers de tecnologia ( Suécia) avaliaram que o glúten não teve impacto significativo nos pacientes com SII.

A Sensibilidade Não-Celíaca ao Glúten apresenta sintomas que se sobrepõem ao SII; deste modo, há a possibilidade de que pacientes diagnosticados com a Síndrome de Intestino Irritável tenham, na realidade, a Sensibilidade Não-Celíaca ao Glúten. Ou é possível que essas duas condições coexistam em alguns pacientes.

E o que fazer?

Primeiramente, você pode buscar atendimento médico para conferir a existência da doença celíaca através de testes alérgicos.

Se você tiver a Doença Celíaca, aí o ideal é evitar glúten mesmo. E se não for isso, você pode começar a monitorar e avaliar sua dieta para conferir sensibilidade ou não ao glúten, mesmo que seja a Sensibilidade Não-Celíaca ao Glúten.

Dietas livres de glúten exigem muita atenção e também investimento em alimentos específicos. Portanto, fazer esse monitoramento trará mais clareza se será necessário ou não eliminar esse item da sua alimentação. Procure entender mais sobre o glúten e leia rótulos antes de comprar comida!

É possível prevenir a Síndrome de Intestino Irritável?

Não existem indícios que seja possível prevenir o surgimento da Síndrome do Intestino Irritável ou detectar o distúrbio antes que os sintomas apareçam. A causa exata é desconhecida e, até o momento, não há cura. Pessoas com rotinas menos estressantes, que mantêm alimentação saudável e atividades físicas regulares, possivelmente podem desenvolver SII mais tarde do que geralmente ocorre na adolescência; mas caso elas já sejam propensas à síndrome, ela tem chance de surgir sem avisos.

 

E qual é a diferença entre a Síndrome de Intestino Irritável e a Doença de Crohn?

Antes de falar qual é a principal diferença entre a SII e a Doença de Crohn, vamos lembrar o que é a Doença de Crohn: é uma doença inflamatória e crônica, que também não tem cura e nem causas ou origens específicas. Porém, ela apresenta mais complicações e pode oferecer mais riscos à saúde de pacientes em caso de sintomas sem tratamento.

A principal diferença entre SII e a Doença de Crohn é que a Doença de Crohn é considerada uma doença autoimune.

A Doença de Crohn afeta o intestino na maior parte dos casos, mesmo que possa afetar qualquer parte do trato gastrointestinal. Tem sintomas semelhantes à SII, como diarreia, flatulências, inchaço e cólica, mas existem diferenças notáveis:

  • Dores nas articulações
  • Febre
  • Náusea e vômito
  • Sangue nas fezes
  • Fadiga e enfraquecimento (devido a perda de nutrientes)
  • Perda de apetite
  • Perda de peso

Nesse caso, são usados medicamentos diferentes no tratamento, como anti-inflamatórios corticosteroides e até mesmo imunossupressores. Também são indicadas vitaminas em caso de perda de nutrientes, mas em geral o tratamento da Doença de Crohn requisita mais atenção porque necessita de exames periódicos para avaliar a presença de câncer colorretal — já que pacientes com Doença de Crohn tem mais chance de desenvolvê-lo.

Se o paciente estiver tomando imunossupressores, também é necessário investigar possíveis interações medicamentosas com quaisquer outros fármacos que sejam necessários tomar, evitar vacinas durante o período de uso do medicamento e até cirurgias.

As recomendações gerais de pacientes com SII servem para Doença de Crohn: Buscar orientações profissionais de saúde para uma alimentação mais adequada (monitorando quais itens não fazem bem), buscar atividades físicas moderadas, tentar evitar estresse e cuidar da saúde emocional. Para pacientes de Crohn, também indica-se avaliar sempre o aspecto das fezes.

6 Fitoterápicos para irritações no Intestino:

E será que existem aliados na natureza para nos ajudar a tratar a irritações no intestino?

Felizmente, sim! Apenas mantenha em mente que há casos em que é necessário manter medicamentos convencionais (alopáticos) com acompanhamento, pelo menos por um tempo. Também é possível usar os fitoterápicos junto dos alopáticos, com o conhecimento e acompanhamento de profissionais da saúde.

1 ) Boswelia — Apesar das inúmeras indicações tradicionais da Boswellia serrata, como febres e tosses, hoje a medicina aposta mais em estudos da eficácia dessa espécie para inflamações. Ela inibe uma enzima que faz parte de processos inflamatórios e pode amenizar inflamações associadas à SII e também Doença de Crohn. Porém, é muito importante que o paciente não tenha sintomas de gastrite! 

2 ) Tanchagem — Essa é uma planta muito versátil. Para Síndrome de SII e Doença de Crohn, pode trazer benefícios por suas ações anti-inflamatórias através de glicosídeos iridóides e ácidos ursólico e oleanólico. Assim, auxilia no alívio de inflamações gastrointestinais. 

3 ) Macela— A Macela serve principalmente para o alívio de dores gástricas, como desconfortos no estômago, e cólicas. Tradicionalmente, ajuda em dores e induz relaxamento, sendo usada de forma semelhante à Camomila, embora sejam plantas diferentes.

4 ) Camomila — A Camomila é sempre lembrada como uma opção de chá que oferece aconchego e ela também vai auxiliar nos sintomas de SII porque, além de favorecer a tranquilidade emocional, ajuda a acalmar o intestino. 

5. Capim limão — Para a surpresa de muita gente, o Capim Limão também é uma opção interessante para amenizar sintomas de SII. Além de ajudar em cólicas, seus efeitos calmantes são indicados para nervosismo e inquietação, que agravam a constipação ou diarreia. 

6 ) Lipia- O uso medicinal associado à Lípia se refere principalmente aos seus efeitos calmantes. Os constituintes do óleo essencial são responsáveis pelos efeitos sedativos e relaxantes, amenizando sintomas de SII quando provocados por estresse. 

segunda-feira, dezembro 18

ESTRUTURA E FUNÇÃO DAS MITOCÔNDRIAS E CLOROPLASTOS:

Mitocôndrias são as "usinas de energia" da célula, quebrando moléculas de combustível e capturando energia na respiração celular.
Cloroplastos são encontrados em plantas e algas. Eles são responsáveis pela captura de energia luminosa para fabricar açúcares na fotossíntese.
Mitocôndria e cloroplastos provavelmente começaram como bactérias que foram englobadas por células maiores (a teoria endossimbiótica).

INTRODUÇÃO:

Você deve saber que o seu corpo é feito de células (trilhões delas). Você também deve saber que a razão pela qual você precisa de comida — como vegetais — é para que você tenha energia para fazer coisas como praticar esportes, estudar, andar e até mesmo respirar.
Mas o que acontece exatamente no seu corpo para transformar a energia armazenada no brócolis de forma que o seu corpo consiga usá-la? E como a energia acaba armazenada no brócolis?
As respostas para estas perguntas têm muito a ver com duas importantes organelas: mitocôndrias e cloroplastos.
Cloroplastos são organelas encontradas nas células dos brócolis, assim como nas células de outras plantas e algas. Elas capturam a energia da luz e a armazenam como moléculas de combustível nos tecidos das plantas.
Mitocôndrias são encontradas dentro de suas células, e também nas células de plantas. Elas convertem a energia armazenada nas moléculas do brócolis (ou outras moléculas combustíveis) em uma forma que a célula consegue utilizar.
Vamos estudar com mais detalhes estas duas organelas    muito importantes.    

CLOROPLASTOS:

Cloroplastos são encontrados somente em plantas e algas fotossintetizantes. (Humanos e outros animais não possuem cloroplastos.) O papel do cloroplasto é realizar um processo chamado fotossíntese.
Na fotossíntese, a energia luminosa é coletada e usada para construir açúcares a partir do dióxido de carbono. Os açúcares produzidos na fotossíntese podem ser usados pela célula da planta, ou podem ser consumidos por animais que comem plantas, como os humanos. A energia contida nestes açúcares é colhida através de um processo chamado respiração celular, o qual acontece dentro das mitocôndrias das células das plantas e dos animais.
Cloroplastos são organelas em forma de disco encontradas no citosol da célula. Eles possuem membranas externa e interna com um espaço intermembranar entre elas. Se você atravessasse as duas camadas de membrana e alcançasse o espaço no centro, você descobriria que ele contém discos de membrana conhecidos como tilacóides, dispostos em pilhas interconectadas chamadas de grana (singular, granum).
Diagrama de um cloroplasto, mostrando membrana externa, membrana interna, espaço intermembranar, estroma e tilacoides em pilhas, chamadas grana.
Diagrama de um cloroplasto, mostrando membrana externa, membrana interna, espaço intermembranar, estroma e tilacoides em pilhas, chamadas grana.
_Imagem modificada de "Chloroplast mini," de Kelvin Ma (CC BY 3.0)._
A membrana de um disco tilacoide contém complexos de coleta de luz que incluem a clorofila, um pigmento que dá às plantas a sua cor verde. Discos tilacoides são ocos e o espaço dentro do disco é chamado de espaço tilacoide ou lúmen, enquanto o fluido envolvendo os tilacoides é chamado de estroma.

MITOCÔNDRIAS:

Mitocôndrias(singular, mitocôndria) são geralmente chamadas de usinas de energia ou fábricas de energia da célula. A função delas é produzir um suprimento constante de adenosina trifosfato (ATP), a principal molécula carregadora de energia da célula. O processo de fabricar ATP usando energia química de combustíveis, tais como os açúcares, é chamado de respiração celular, e muitos desses passos acontecem dentro da mitocôndria.
As mitocôndrias são suspensas no citosol gelatinoso da célula. Elas possuem formato oval e possuem duas membranas: uma externa, envolvendo toda a organela, e uma interna, com muitas saliências internas chamadas cristas que aumentam a área de superfície.
Eletromicrografia de uma mitocôndria, mostrando matriz, cristas, membrana externa e membrana interna.
Eletromicrografia de uma mitocôndria, mostrando matriz, cristas, membrana externa e membrana interna.

O espaço entre as membranas é chamado de espaço intermembranar, e o compartimento delimitado pela membrana interna é chamado de matriz mitocondrial. A matriz contém DNA mitocondrial e ribossomos. Falaremos brevemente sobre o porquê da mitocôndria (e dos cloroplastos) possuirem o seu próprio DNA e ribossomos.
A estrutura em múltiplos compartimentos da mitocôndria parece complicada para nós. Isso é verdade, mas acaba sendo muito útil para a respiração celular, permitindo que as reações sejam mantidas separadas e diferentes concentrações de moléculas sejam mantidas em diferentes "cômodos". Como funciona?
Embora as mitocôndrias sejam encontradas na maioria dos tipos celulares de humanos (assim como na maioria dos tipos celulares de outros animais e plantas), os seus números variam dependendo da função da célula e de sua demanda de energia. Por exemplo, as células musculares possuem tipicamente alta demanda de energia e grande número de mitocôndrias, enquanto que as células vermelhas do sangue, que são altamente especializadas para transporte de oxigênio, não possuem mitocôndrias.
De onde estas organelas se originaram?
Tanto as mitocôndrias quanto os cloroplastos contêm o seu próprio DNA e ribossomos. Por que estas organelas precisariam de DNA e ribossomos, quando existe DNA no núcleo e ribossomos no citosol?
Fortes evidências apontam para a endossimbiose como resposta para o enigma. Simbiose é a relação no qual organismos de duas espécies separadas vivem em uma relação próxima e dependente. Endossimbiose (endo- = “dentro”) é um tipo específico de simbiose onde um organismo vive dentro do outro.

domingo, dezembro 17

CONHEÇA OS BENEFÍCIOS DA TROFOTERAPIA:

Você já ouviu falar em Trofoterapia?⠀⠀

Trata-se do meio pelo qual podemos conservar e também recuperar a saúde através de uma dieta adequada às necessidades do nosso corpo.⠀

O QUE É A TROFOTERAPIA:

Neste caso, Trofo = alimentação e terapia = cura. Portanto, é a ciência que visa curar todas as doenças, especialmente doenças crônicas, exclusivamente através do uso de alimentos específicos. O poder curativo baseado na alimentação deve ser purificador, regenerador, especializado e individualizado para cada paciente, especialmente usando alimentos chamados catalíticos (frutas suculentas e doces acídicos), macios e frescos, além de caldos vegetais, todos devidamente selecionados, combinados e adaptados a cada caso, sem a necessidade de drogas sintéticas, tóxicas ou paliativas, operações ou outras aplicações.⠀⠀

A trofologia é baseada no vegetarianismo e no naturalismo científico, que tem ido contra os hábitos de produção e consumo de alimentos da nossa sociedade - nos quais os alimentos são ultraprocessados, enriquecidos e concentrados. Ela também tem relação com o crudivorismo, que defende que os alimentos crus têm muito mais vitaminas e substâncias minerais do que os alimentos cozidos. Dada a adaptação dos seres humanos à dieta com fogo, é normal misturar alimentos crus e cozidos em uma proporção justa, sempre mantendo uma ordem: primeiro os crus e depois os cozidos.⠀ 

HISTÓRIA:

Esta terapia aparece com alguns médicos naturistas como Bircher Benner, Lahmann, Eduardo Alfonso, Brauchle, Casanova Lenti e Martin Scola. Eles explicam que os seres humanos são essencialmente frugívoros, assim, sua dieta deve ser baseada essencialmente em frutas e vegetais, acompanhadas de cereais e sementes de leguminosas, raízes, legumes e laticínios, elementos que mantêm perfeitamente uma contribuição de vitaminas, proteínas e sais minerais para o corpo humano.

Por outro lado, trofólogos como os neo hipocráticos aceitam o quadro naturista geral da teoria da saúde e da doença que vêm da Grécia Antiga, exposta por Hipócrates, e veem nos excessos de alimentos proteicos e na desnaturação dos alimentos que consumimos a origem de um desequilíbrio ácido no sangue e a sobretaxa de substâncias tóxicas residuais no corpo como o surgimento da patologia da maioria das doenças, exceto doenças hereditárias e traumáticas.

OBJETIVO DA TROFOTERAPIA:

O principal objetivo desta terapia é regular e recuperar funções fisiológicas em seres humanos sem causar efeitos colaterais, fazendo com que o próprio corpo tenha condições de se manter saudável com o uso de alimentos.

TIPOS DE ALIMENTOS:

  • Doces: Frutas doces (maçã, mamão, melancia, melão, banana, uva, pêra, pêssego, damasco, manga, chirimoya, cereja, regalia, figo, data, yaca, nispero, etc.); cenoura e beterraba; frutas secas (uva passas, ameixa, etc.); mel vegetal (arroz, malte, cana, cevada, milho, etc); pratos de arroz (chañar, tuna, figo, figo).
  • Ácidos: Frutas ácidas (limão, toranja, laranja, abacaxi, abacaxi, abacaxi, kiwi,

maracujá, etc); limão; vinagre; tomate.

  • Legumes: Folhas verdes e legumes.
  • Amidos: Farinhas (pães, massas, biscoitos, bolos, pizzas, etc.); grãos integrais ou cereais refinados (trigo, aveia, cevada, centeio, arroz, milho, sorgo, trigo-sarraceno e outros); raízes (mandioca, batata, batata doce; etc); vegetais feculentos, castanhas
  • Proteínas: Fungos e leveduras (50% proteína); quinoa, amaranto, etc (40%); soja e derivados (30%), leguminosas (feijão preto, feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilhas e outros), carnes (15% a 20%), nozes (castanha, amêndoa, avelã; caju, etc).
  • Gorduras: Óleos vegetais, azeitonas, coco, castanha do pará, linhaça, chia, gergelim, girassol (e outras sementes), gordura do leite e tecido adiposo.

SISTEMA DO CORPO HUMANO: VAMOS ENTENDER COMO FUNCIONA CADA UM DELES!

Os sistemas do corpo humano são constituídos por órgãos que atuam de forma integrada e realizam funções específicas no nosso organismo.

Silhuetas com diferentes sistemas do corpo humano.
Os sistemas do corpo humano atuam no funcionamento do nosso organismo.
Os sistemas do corpo humano são compostos por órgãos que atuam em conjunto para realizar funções semelhantes e específicas. O desempenho integrado de todos os sistemas garante o funcionamento adequado do organismo. Diversos órgãos contribuem para mais de um sistema.

O número de sistemas do corpo humano pode variar de acordo com a literatura escolhida. Neste artigo serão abordados 11 sistemas: cardiovascular, digestivo, esquelético, muscular, nervoso, respiratório, urinário, endócrino, linfático, reprodutivo, e tegumentar.

Sistemas são grupos de órgãos que atuam em conjunto para realizar determinadas funções no organismo.

A integração entre os sistemas garante o bom funcionamento do corpo humano.

Entre os sistemas do corpo humano, encontramos o digestivo, o esquelético, o cardiovascular e o respiratório.

O maior sistema do corpo humano é o tegumentar.

A célula, apesar de não ser tradicionalmente considerada um sistema, pode ser reconhecida como o menor sistema do corpo humano.

Quantos e quais são os sistemas do corpo humano?
O número de sistemas pode variar de acordo com os critérios estabelecidos pelos especialistas na área. Isso ocorre devido à complexa interconexão e interdependência entre alguns sistemas, levando à diluição de funções específicas dentro de sistemas mais amplos.

Um exemplo disso é o sistema imunológico, cujas funções são compartilhadas e interligadas com os sistemas linfático, vascular e endócrino. Outro exemplo é o sistema sensorial, intimamente ligado ao sistema nervoso e ao sistema tegumentar. Esses sistemas trabalham em conjunto para transmitir informações sensoriais e responder adequadamente aos estímulos recebidos.

Neste artigo Abordaremos 11 sistemas do corpo humano, destacando suas funções e componentes de cada um:

cardiovascular;

digestivo;

esquelético;

muscular;

nervoso;

respiratório;

urinário;

endócrino;

linfático;

reprodutivo;

tegumentar.

Sistemas do corpo humano e suas funções
Sistema cardiovascular: é composto pelo coração e pelo sistema circulatório de vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares), formando uma rede contínua que transporta sangue pelo corpo. Suas principais funções incluem o transporte de oxigênio, nutrientes e hormônios por todo o corpo, e a eliminação de dióxido de carbono e outros resíduos metabólicos. 
O coração e os vasos sanguíneos compõem o sistema cardiovascular.

Sistema digestório:                        

É formado por um conjunto de órgãos do trato gastrointestinal e órgãos digestivos acessórios. O trato gastrointestinal se estende da boca ao canal anal e inclui boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e canal anal. Os órgãos acessórios são compostos por língua, glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula biliar. A função desse sistema é quebrar os alimentos em partículas menores para que possam ser absorvidas pelo organismo e usadas como energia. 

Sistema endócrino:                        

É formado pelas glândulas endócrinas, como a hipófise, o pâncreas, a tireoide e os testículos. Esses órgãos especializados estão espalhados pelo corpo e produzem hormônios. Dessa forma, a principal função desse sistema é garantir a produção dos hormônios, os quais regularão diversas funções biológicas de órgãos-alvo no organismo. 

Sistema esquelético: 

É constituído por ossos e cartilagens, formando o esqueleto do nosso corpo. Há 206 ossos em um corpo humano adulto. O local de união desses ossos é chamado de articulação, que é amparada por cartilagens e ligamentos. Suas principais funções são: proteção dos órgãos contra impactos, produção de células sanguíneas, suporte e movimento do organismo, e armazenamento de cálcio. 

Sistema linfático:                              

É formado por linfa, plexos linfáticos, vasos linfáticos, linfonodos e órgãos linfoides, constituindo uma ampla rede que transporta e elimina toxinas e resíduos do corpo, recircula substâncias importantes para a manutenção do organismo (como proteínas) e defende o corpo de patógenos. 

Sistema muscular:                          

É composto por todos os músculos do corpo. Existem três tipos de músculos: liso, estriado cardíaco e estriado esquelético. O músculo liso é encontrado nas paredes dos vasos sanguíneos e órgãos ocos, como o estômago. O músculo esquelético está ligado aos ossos do esqueleto. O músculo cardíaco forma o miocárdio. As funções do sistema muscular incluem a movimentação do corpo e a contração dos órgãos. 


Os sistemas muscular e esquelético                  desempenham importantes funções na movimentação do corpo.

Sistema nervoso:                            

É dividido em sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) e sistema nervoso periférico (nervos e gânglios). Os órgãos se comunicam por meio dos neurônios, que transmitem sinais de informação pelo corpo. Sua principal função é captar estímulos do meio externo e interno e formular respostas a eles. 

Sistema reprodutor (ou genital):  

É constituído pelos órgãos sexuais internos e externos. Ele apresenta diferenças morfológicas e funcionais significativas entre os sexos. Os órgãos sexuais externos femininos são os lábios, o clitóris e a abertura vaginal, formando a vulva. Os órgãos internos incluem os ovários, as tubas uterinas, o útero e a vagina. Os órgãos sexuais externos masculinos são os testículos e o pênis. Epidídimo, ducto deferente e glândulas acessórias compõem os órgãos internos. Esse sistema atua no processo de reprodução e na produção de hormônios relacionados a esse processo.

Sistema respiratório:                    

 É constituído por cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e pulmões. Esses órgãos trabalham em conjunto para fornecer oxigênio ao organismo e eliminar dióxido de carbono. 

Sistema tegumentar:                      

É formado por um conjunto de órgãos que cobrem externamente o corpo, como a pele, os anexos cutâneos (unhas, por exemplo), as glândulas sudoríparas e os receptores sensoriais. Suas principais funções são: constituição de uma camada de proteção contínua ao longo do corpo contra eventos prejudiciais (como perda de água, calor e ferimentos externos); excreção de resíduos; síntese de vitamina D; e detecção de mudanças físicas e mecânicas (como dor, pressão e temperatura). 

O sistema tegumentar reveste e protege o corpo. Fazem parte dele a pele e as unhas.

Sistema urinário:                            

É composto por rins, ureteres, uretra e bexiga urinária — os órgãos responsáveis pela produção e eliminação da urina. Suas principais funções são: eliminação de resíduos corporais (substâncias tóxicas e em excesso) e regulação do volume, pressão e pH sanguíneo. 

Importância dos sistemas do corpo humano
Cada sistema trabalha com um conjunto de órgãos para otimizar e coordenar suas funções. Ainda, os sistemas estão interligados e formam uma rede integrada no corpo humano. As interações entre os diferentes sistemas são essenciais para o funcionamento adequado do organismo, uma vez que permitem a manutenção de respostas fisiológicas em atividade, fornecem proteção e defesa contra agentes externos, e atuam na regulação e no equilíbrio de diversas funções corporais.

Alterar ou interromper a comunicação entre os órgãos de um sistema ou entre sistemas pode levar a disfunções no corpo, comprometendo a integridade do organismo como um todo. Pneumonia, febre, falência de órgãos e outras condições podem ocorrer quando as interações entre os sistemas não estão funcionando corretamente. Portanto, compreender e preservar as comunicações entre os sistemas é fundamental para a saúde do organismo humano.

sexta-feira, dezembro 15

A SUPLEMENTAÇÃO A LONGO PRAZO DE VITAMINA D PODE REDUZIR A PROGRESSÃO DE ANORMALIDADES NA ARTICULAÇÃO DO JOELHO:

A osteoartrite (OA) é a forma mais comum de artrite e uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo, afetando aproximadamente 10% da população mundial. Embora a OA possa ocorrer em quase qualquer articulação, a OA de joelho é o tipo mais comum.


Deficiência de Vitamina D na Osteoartrite:

Várias deficiências de vitaminas foram identificadas em indivíduos com OA, incluindo redução nos níveis de vitamina C e D.

A deficiência e insuficiência de vitamina D, definida principalmente como a concentração sérica de 25-hidroxivitamina D inferior a 50 nmol/L e entre 50 a 75 nmol/L, respectivamente, é comum em todo o mundo e a possui uma prevalência de 45% em alguns países.

Evidências sobre a Deficiência de Vitamina D na Osteoartrite:

Um estudo demonstrou que 24% dos pacientes com OA avançada (e próxima TKR) eram deficientes em vitamina D;

Estudos epidemiológicos anteriores relataram que a deficiência de vitamina D estava associada a dor musculoesquelética crônica e depressão, mas os mecanismos subjacentes eram complexos e pouco claros

Resultados:

Esse estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da vitamina C e D nas imagens de ressonância magnética (RM), medidas de composição da cartilagem (T2) e estrutura articular (cartilagem, menisco e medula óssea), usando dados da Osteoarthritis Initiative (OAI) coorte. Os resultados encontrados foram:

A maior ingestão de vitamina C foi associada a valores médios de T2 da cartilagem, valores de T2 da tíbia medial e pontuações de WORMS da tíbia medial (intervalo de coeficiente padronizado -0,07 a -0,05);

A maior ingestão de vitamina D foi associada a uma menor pontuação de WORMS total da cartilagem e pontuação de WORMS do fêmur medial (intervalo de coeficiente padronizado -0,24 a -0,09);

O uso consistente de suplementos de vitamina D pelo menos uma vez por semana durante 4 anos foi associado à piora significativamente menor da cartilagem, menisco e anormalidades da medula óssea (intervalo de odds ratio 0,40-0,56).

Conclusão:

A suplementação de vitamina D durante 4 anos foi associada a uma progressão significativamente menor de anormalidades na articulação do joelho.

QUAL A RELAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO COM OS DISTÚRBIOS DA TIREÓIDE?


A secreção dos hormônios tireoidianos é regulada à distância pelo Hipotálamo, a mesma região cerebral que é mobilizada desde o início do estresse. O Hipotálamo produz o neuro-hormônio chamado Hormônio de Liberação de Tireotropina (TRH), o qual, chegando na Hipófise, estimula a produção de outro hormônio, o Hormônio Estimulador da Tireoide (TSH). 

O TSH hipofisário, por sua vez, irá agir na Tireoide estimulando a produção de Tiroxina (T4), hormônio tiroideano. A Tiroxina é muito importante na regulação do metabolismo, principalmente dos carboidratos, proteínas e lipídios. Além disso, a tiroxina potencializa a ação de outros hormônios, como por exemplo as catecolaminas e o hormônio do crescimento. 

A Tiroxtina, caindo na circulação, acaba por estimular retroativamente a própria Hipófise, para que esta interrompa a secreção de TSH. Este mecanismo de retroalimentação é chamado de feedback e permite um controle do nível do hormônio tireodiano. 

As alterações do Hipotálamo durante o estresse, consequentemente as alterações da Hipófise, podem resultar em desordem na produção da Tiroxina, o hormônio da tireoide. Tanto pode ocorrer um excesso como uma deficiência de Tiroxina, provocando respectivamente o hiper e o hipotireoidismo. 

Na Fase de Alarme do estresse é comum o hipertireoidismo e no Esgotamento o hipotireoidismo, embora essas alterações possam acontecer inversamente. 

O mais curioso em relação à tireoide é a reciprocidade entre essa glândula e as emoções: o estresse leva à alterações da tireoide, que levam à alterações emocionais e, fechando o círculo vicioso, as emoções podem alterar mais ainda o funcionamento da tireoide.

No Hipertireoidismo, por exemplo, seja ele devido a qualquer causa, ocorre produção excessiva de hormônios pela tireoide, gerando um quadro de irritação e ansiedade, além de suor excessivo, taquicardia, emagrecimento, pele quente, tremores e insônia, podendo ainda ocorrer aumento de volume do pescoço e dos olhos. Por outro lado, também a ansiedade pode resultar em hipertireoidismo, pelos mecanismos hipofisários que já vimos acima. 

O Hipertireoidismo causado pela Doença de Graves é uma doença bastante grave, capaz de afetar substancialmente a qualidade de vida. Ela incide em aproximadamente 2% das mulheres e 0,250 0 dos homens. Apesar de ser considerada uma doença autoimune, associada à imunoglobulina G, uma proteína que se liga e estimula o receptor do Hormônio Estimulador da Tireoide (TSH), pode ser desencadeada por fatores ambientais e, principalmente pelo estresse. 

Também o Hipotireoidismo, onde a tireoide passa a produzir pouco hormônio, pode gerar sintomas como desânimo, apatia e depressão, além de fraqueza, diminuição da memória, aumento de peso, pele seca, queda de cabelos, intestino preso, etc. 

A depressão, por sua vez, também pode levar ao hipotireoidismo. Como, exatamente, se desenvolve um quadro depressivo no Hipotireoidismo ainda não está bem esclarecido.

O quadro psicológico classicamente associado ao hipotireoidismo é um quadro de ansiedade severa e agitação, manifestado por alucinações, comportamento paranoico e até demência, quadro este conhecido por "loucura mixedematosa”. Esse tipo de demência associada ao hipotireoidismo é, felizmente, reversível com a reposição hormonal. 

O PAPEL DA ALIMENTAÇÃO NOS DISTÚRIOS DA TIREOIDE:

A alimentação desempenha um papel importante nos distúrbios da tireoide, pois certos nutrientes são essenciais para o funcionamento adequado dessa glândula. A tireoide produz hormônios que regulam o metabolismo do corpo, o crescimento e o desenvolvimento, entre outras funções vitais.

A deficiência de iodo é uma das principais causas de distúrbios da tireoide em todo o mundo. O iodo é um mineral necessário para a produção dos hormônios tireoidianos. Uma alimentação pobre em iodo pode levar ao hipotireoidismo, uma condição em que a tireoide não produz hormônios suficientes. O sal iodado, frutos do mar e algas marinhas são boas fontes de iodo.

Além disso, alguns alimentos contêm substâncias conhecidas como bociogênicos, que interferem na função da tireoide. O consumo excessivo de bociogênicos pode aumentar o risco de hipotireoidismo ou bócio, que é o aumento do tamanho da tireoide. Exemplos de alimentos bociogênicos incluem vegetais crucíferos (como brócolis, couve-flor, repolho e couve), soja e produtos derivados da soja. No entanto, é importante ressaltar que o consumo desses alimentos em quantidades moderadas geralmente não causa problemas na maioria das pessoas.

Por outro lado, algumas pessoas com distúrbios da tireoide, como hipertireoidismo ou doença de Graves, podem se beneficiar de uma dieta específica. Essas condições podem estar associadas a um aumento do metabolismo, e certos alimentos, como aqueles ricos em cafeína ou estimulantes, podem agravar os sintomas. Nessas situações, um profissional especializado pode recomendar uma dieta adequada às necessidades individuais.

É importante destacar que os distúrbios da tireoide são condições complexas e a alimentação por si só não é capaz de curar ou prevenir completamente essas doenças. O diagnóstico e o tratamento adequados devem ser fornecidos por um profissional de saúde, como um endocrinologista. No entanto, adotar uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes pode contribuir para o bom funcionamento da tireoide e para a saúde em geral.

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?