terça-feira, abril 30

NUTRACÊUTICOS: COMO PODEM AUXILIAR NA SAÚDE HUMANA

Pesquisas mostram um alto índice de pessoas que vivem com obesidade, hipertensão, diabetes ou câncer. 

Essa situação demonstra que, cada vez mais, é necessário  dar atenção à alimentação e a um estilo de vida saudável, essenciais para quem busca curar ou evitar patologias e, até mesmo, garantir longevidade e qualidade de vida.

Mesmo assim ainda é muito difícil seguir uma dieta equilibrada devido a correria do dia a dia. 

Portanto vamos entender mais um pouco sobre os nutracêuticos e como eles podem nos auxiliar nesse processo. 

O QUE SÃO OS NUTRACÊUTICOS?

O termo, criado em 1989 pela Foundation for Innovation in Medicine dos Estados Unidos, é definido como “uma substância que pode ser um alimento ou parte de um alimento que proporciona benefícios medicinais, incluindo prevenção ou tratamento de doenças”. 

A legislação brasileira não apresenta nenhuma nomenclatura oficial para o termo nutracêuticos, entretanto, pode ser chamado como substância bioativa, que seria a definição oficial mais compatível.  A substância bioativa é definida como nutrientes ou não nutrientes que possuem ação metabólica ou fisiológica específica.

HÁBITOS ALIMENTARES:

compreendem um dos fatores não genéticos mais importantes para a longevidade. Alguns alimentos possuem compostos bioativos que podem auxiliar na prevenção de doenças, podendo ser comercializados em diferentes apresentações farmacêuticas como cápsulas ou comprimidos.

QUAL A INFLUÊNCIA DOS NUTRACÊUTICOS NA SAÚDE HUMANA?

De maneira geral, os nutracêuticos são reconhecidos como suplementos alimentares que fornecem de forma concentrada um composto bioativo presente nos alimentos, com o objetivo de trazer benefícios à saúde. Lembrando que o termo não deve ser confundido com o de alimentos funcionais, que inclui alimentos prontos para o consumo, seja ele integral, fortificado, enriquecido ou melhorado, com efeito potencialmente benéfico à saúde quando consumidos regularmente.

Os nutracêuticos possuem o objetivo de melhorar a saúde através de seus efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e moduladores do sistema imunológico. Promovem bem-estar, regulam e equilibram o organismo, fornecendo compostos que complementam a alimentação. Dessa forma  podem prevenir doenças e auxiliar na redução de sintomas  de determinadas doenças.

SEPAREI ALGUNS NUTRACÊUTICOS MAIS COMUNS:

ÔMEGA-3:

Encontrado principalmente no óleo de peixe de linhaça, auxilia na redução do risco de doenças cardiovasculares e degenerativas, tem função anti-inflamatória, auxiliando em diversas doenças, tais como câncer, asma e rinite;

LICOPENO:

Presente na melancia, goiaba, tomate, entre outros. Auxilia na redução do risco de doenças cardiovasculares e ajuda na proteção contra o câncer;

PROBIÓTICOS:

Presentes no leite fermentado e iogurtes. Atuam no bom funcionamento do intestino e auxiliam na redução do risco de câncer de intestino por exemplo. 

QUERCENTINA: 

Principal flavonóide na alimentação, é encontrada em alimentos como cebola, maçã, brócolis, entre outros. Potente antioxidante e anticarcinogênico, com efeitos protetores aos sistemas renal, cardiovascular e hepático.

LUTEINA: 

Carotenóide de pigmentação amarela encontrado em vegetais folhosos verde escuro, milho, gema do ovo, entre outros. Auxilia na redução do risco de doenças oculares relacionadas à idade, como degeneração macular (DM) e catarata;

ZEAXANTINA:

Carotenóide de pigmentação amarelo-alaranjada encontrado no ovo, brócolis, milho, dentre outros. Possui ação antioxidante que previne o envelhecimento, reduz o colesterol LDL, promove proteção à visão e estimula o sistema imunológico;

RESVERATROL:

Eencontrado nas cascas de uvas roxas. Potente ação antioxidante, protege o interior dos vasos sanguíneos, reduz o colesterol LDL, auxilia na prevenção do câncer, na melhora da cognição e no aspecto da pele.

CONCLUSÃO:

A suplementação de nutracêuticos não substitui uma alimentação equilibrada, mas pode auxiliar na melhora do funcionamento do organismo, potencializando um excelente resultado para o ser humano. 

segunda-feira, abril 29

SISTEMA GENITAL FEMININO: FISIOLOGIA E PRINCIPAIS FUNÇÕES

O sistema genital feminino é composto por dois grupos de órgãos, os internos e os externos.

Os órgãos internos são o útero, os ovários, as tubas uterinas e a vagina. Já os externos são o monte do púbis, os grandes lábios, os pequenos lábios e o clitóris.

FISIOLOGIA DOS OVÁRIOS:

Os ovários, parte crucial do sistema genital feminino, desempenham funções vitais na produção de óvulos e na regulação hormonal. A ovogênese, processo de formação de óvulos, ocorre periodicamente, resultando na maturação de um óvulo maduro durante cada ciclo menstrual.

CICLO MESTRUAL:

Intrinsecamente ligado aos ovários, é governado por flutuações hormonais. Estrogênio e progesterona, os principais hormônios sexuais femininos, são liberados pelos ovários em diferentes fases do ciclo. O momento crucial é a ovulação, quando um óvulo é liberado de um dos ovários, estimulado pelo hormônio luteinizante (LH).

Após a ovulação, o folículo transforma-se no corpo lúteo, que secreta progesterona e estrogênio. Esses hormônios preparam o útero para a possível implantação de um óvulo fertilizado. Se a gravidez não ocorre, o corpo lúteo degenera, diminuindo os níveis de progesterona e iniciando um novo ciclo menstrual.

Os ovários, portanto, são centrais na orquestração de eventos hormonais e reprodutivos. Seu papel na produção de óvulos e regulação hormonal é essencial para a saúde e a fertilidade femininas.

PRINCIPAISFUNÇÕES DO ÚTERO:

O útero, também conhecido como matriz, é um órgão fundamental no sistema genital feminino. Sua forma é semelhante à de uma pera, e sua localização na pelve torna-o central para o processo reprodutivo.

O útero é composto por três camadas distintas. A camada interna, chamada endométrio, é vital durante o ciclo menstrual. Ao longo desse ciclo, o endométrio passa por mudanças cíclicas, espessando-se e se tornando mais vascularizado em preparação para a possível implantação de um óvulo fertilizado.

No cenário de uma gravidez bem-sucedida, o útero é o local onde o embrião se implanta e se desenvolve. O miométrio, a camada muscular do útero, desempenha um papel crucial nas contrações uterinas durante o parto.

Além disso, o útero está conectado ao colo do útero, que se abre para a vagina. O colo do útero é um ponto-chave na saúde reprodutiva, sendo o local onde ocorre a coleta de células para exames como o Papanicolau, importante na detecção precoce de condições como o câncer cervical.

TUBAS UTERINAS:

Estrutura essencial no sistema genital feminino as tubas
uterinas, também conhecidas como trompas de Falópio, são estruturas tubulares essenciais no sistema genital feminino. Elas conectam os ovários ao útero, desempenhando um papel crucial no processo de fertilização.

Essas tubas têm aproximadamente 10 a 12 centímetros de comprimento e são compostas por três partes principais: a infundíbulo, o amplo e o ístmo. O infundíbulo é a parte alargada próximo ao ovário, e sua extremidade tem projeções em forma de dedos chamadas fímbrias, que ajudam a capturar o óvulo liberado durante a ovulação.

Quando um óvulo é liberado de um dos ovários, as fímbrias ajudam a guiá-lo para o interior da tuba uterina. A fertilização geralmente ocorre na ampola, a parte média da tuba, onde o óvulo pode encontrar um espermatozoide.

FUNÇÕES DAS TUBAS UTERINAS:

As tubas uterinas desempenham um papel crucial na fertilização, mas também têm funções adicionais. Elas proporcionam um ambiente propício para a fertilização, facilitando a união dos gametas masculino e feminino.

Além disso, as células ciliadas ao longo das tubas ajudam a transportar o óvulo fertilizado em direção ao útero. É importante notar que, em casos de obstrução ou danos às tubas uterinas, a fertilidade pode ser afetada, dificultando a ocorrência natural da gravidez. Portanto, a saúde e a funcionalidade das tubas uterinas são cruciais para o sucesso do processo reprodutivo  feminino.

VAGINA:

A vagina é um órgão tubular e muscular do sistema genital  feminino, localizado entre a vulva e o colo do útero. Este canal flexível é responsável por várias funções, incluindo o ato sexual, a passagem do fluxo menstrual e a via de parto durante o parto.

Anatomicamente, a vagina é constituída por tecidos musculares e membranas mucosas. Sua elasticidade permite acomodar mudanças de tamanho durante o ato sexual e, mais notavelmente, durante o parto, quando se expande para permitir a passagem do bebê.

Esse órgão também desempenha um papel importante na autolimpeza. As glândulas na parede vaginal produzem um muco que ajuda a manter a umidade e o equilíbrio bacteriano adequado, contribuindo para a saúde geral da região.

A flora vaginal, composta por bactérias benéficas, é uma parte fundamental do sistema imunológico local, ajudando a prevenir infecções. No entanto, desequilíbrios podem ocorrer, levando a infecções fúngicas ou bacterianas, destacando a importância da higiene adequada e do monitoramento da saúde vaginal.

Em termos de saúde reprodutiva, a vagina serve como o canal de parto, permitindo que o bebê passe do útero para o mundo exterior. Durante o ciclo menstrual, ela também desempenha um papel na saída do fluxo menstrual.

MONTE DO PÚBIS:

O monte do púbis é uma região rica em tecido adiposo, localizada à frente da sínfise púbica.

GRANDES LÁBIOS:

Os grandes lábios são pregas cutâneas que protegem o óstio da uretra, o clitóris e a vagina. Os pequenos lábios circundam o vestíbulo da vagina, também como fator de proteção.

CLITÓRIS:

O clitóris é um órgão erétil com grande quantidade de terminações nervosas sensitivas que atuam exclusivamente na estimulação sexual.

PUBERDADE FEMININA:

Durante a puberdade, o hipotálamo inicia gradualmente a liberação do GnRH, que estimula a hipófise a secretar de hormônios gonadotróficos: LH e FSH. Esse hormônios estimulam os ovários a produzir os hormônios sexuais femininos, levando a menarca, a primeira menstruação de uma mulher, que marca o início de sua vida reprodutiva.

A menarca pode ocorrer entre 9 e 16 anos, com idade média, no Brasil, de 12 anos e 4 meses. Os primeiros ciclos menstruais costumam ser irregulares e podem permanecer assim por até 2 ou 3 anos.

Chamamos de menacme o período fértil da mulher. Este intervalo de tempo ocorre entre a menarca e a menopausa. Durante o menacme acontecem os ciclos sexuais mensais femininos ou ciclos menstruais. A duração média do ciclo menstrual é de 28 dias, variando entre 25 e 35 dias. Nesse período de 28 dias, existem 2 diferentes ciclos que ocorrem ao mesmo tempo: o ciclo ovariano e o ciclo endometrial.

FISIOLOGIA DA MENOPAUSA:

A menopausa é uma fase natural na vida de uma mulher que marca o fim da sua capacidade reprodutiva. Ela ocorre geralmente entre os 45 e 55 anos, embora a idade exata possa variar. Durante esse período, a fisiologia do corpo feminino passa por várias mudanças significativas devido à diminuição dos hormônios sexuais, especialmente estrogênio e progesterona.

Na menopausa, os ovários diminuem gradualmente a produção de óvulos e hormônios reprodutivos. As mulheres podem passar por vários sintomas, incluindo ondas de calor, sudorese noturna, alterações de humor, secura vaginal, diminuição da libido e alterações no sono.

domingo, abril 28

TUMORES CÉREBRAIS NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

O cérebro é o centro do pensamento, sentimento, memória, fala, visão, audição, movimento, entre outros. A medula espinhal e os nervos cranianos transmitem os sinais entre o cérebro e o corpo. Esses sinais conduzem aos músculos informações entendidas pelos sentidos e coordenam as ações dos órgãos internos.

O cérebro é protegido pelos ossos do crânio. Da mesma forma, a medula espinhal é protegida pelos ossos da coluna vertebral.

O cérebro e a medula espinhal são rodeados e protegidos pelo líquido cefalorraquidiano (LCR). O LCR contém basicamente água com proteínas, açúcar (glicose), glóbulos brancos e hormônios. Esse líquido é produzido pelo plexo coroide, que está localizado nos ventrículos. Tanto os ventrículos, como os espaços em torno do cérebro e da medula espinhal são preenchidos com LCR.

ESTRUTURA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL:

Sistema nervoso central
As principais áreas do SNC incluem o cérebro, cerebelo e tronco cerebral. Cada uma destas partes tem uma função especial.

CÉREBRO:

O cérebro é o centro de controle do corpo enviando mensagens ao longo das fibras nervosas. O cérebro é dividido em duas metades, os hemisférios cerebrais direito e esquerdo. Os hemisférios cerebrais controlam o movimento, o pensamento, a memória, as emoções, os sentidos e a fala. Os sintomas causados por um tumor num hemisfério cerebral dependendo da sua localização, podem incluir convulsões, problemas na fala, mudanças de humor, mudanças na personalidade, fraqueza ou paralisia em parte do corpo, problemas na visão ou na audição ou em outros sentidos.
 
CEREBELO:

O cerebelo está localizado abaixo e na parte posterior do cérebro. O cerebelo mantém o equilíbrio e a postura, controla o tônus muscular e os movimentos voluntários. Os tumores do cerebelo podem causar problemas de coordenação dos movimentos, perda do equilíbrio, diminuição do tônus da musculatura esquelética, problemas de deglutição ou sincronização dos movimentos oculares, e alteração do ritmo da fala.
 
TRONCO CÉREBRAL:

O tronco cerebral ou tronco encefálico está situado entre a medula espinhal e o cérebro. É a área do SNC responsável pelo controle da pressão arterial, deglutição, respiração e batimentos cardíacos. O tronco cerebral possui três porções: o bulbo raquidiano, a ponte (protuberância) e o mesencéfalo. É no tronco encefálico que se encontra fixo o cerebelo. Tumores nesta região podem provocar fraqueza, visão dupla, rigidez muscular ou problemas com a sensibilidade, movimentos dos olhos, audição, movimento facial, coordenação dos pés ou deglutição.
 
NERVOS CRANIANOS:

Os nervos cranianos são os que se conectam com o encéfalo. Esses nervos transmitem sinais diretamente entre o cérebro e o rosto, olhos, língua, boca e algumas outras áreas. Os tumores que acometem os nervos cranianos podem provocar problemas de visão, problemas de deglutição, perda de audição, paralisia facial, dormência ou dor, entre outros.
 
MEDULA ESPINHAL:

A medula espinhal é composta por fibras nervosas que transportam sinais relacionados ao controle muscular, sensação e controle da bexiga e intestino. Os tumores da medula espinhal podem provocar fraqueza, paralisia ou dormência.

SISTEMA NERVOSO CENTRAL:

GLÂNDULA PITUITÁRIA E HIPOTÁLAMO:

A glândula pituitária ou hipófise é uma glândula, situada na sela túrcica (cavidade óssea localizada na base do cérebro), ligado ao hipotálamo pelo pedúnculo hipofisário. A hipófise é responsável por várias funções do organismo como crescimento, metabolismo, produção de corticoides naturais, menstruação e produção de óvulos, produção de espermatozoides, e produção de leite nas mamas. O crescimento de tumores próximos à glândula pituitária ou do hipotálamo, assim como a cirurgia ou radioterapia nessas áreas podem interferir nessas funções.
 
GLÂNDULA PINEAL:

A glândula pineal não é exatamente uma parte do cérebro, na verdade é uma pequena glândula endócrina localizada entre os hemisférios cerebrais. A glândula pineal produz a melatonina. Esse hormônio sincroniza os vários ritmos circadianos do organismo com o ciclo dia/noite. As alterações diárias da melatonina, com seu pico se situando durante a noite, agem em receptores do próprio hipotálamo, que se encarregam de sincronizar o ciclo vigília/sono do corpo e o funcionamento de outros hormônios. Os tumores mais frequentes da glândula pineal são denominados pineoblastomas.
 
BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA:

A barreira sangue cérebro (barreira hematoencefálica) é uma estrutura que atua principalmente para proteger o sistema nervoso central de substâncias químicas presentes no sangue, permitindo ao mesmo tempo a função metabólica normal do cérebro. É composta de células endoteliais, que são agrupadas nos capilares cerebrais. Essa densidade aumentada restringe muito a passagem de substâncias a partir da corrente sanguínea, muito mais do que as células endoteliais presentes em qualquer lugar do corpo. Infelizmente, essa barreira também impede a entrada dos medicamentos quimioterápicos usados para destruir as células cancerígenas.
 
PLEXO COROIDE:

O plexo coroide é a área do cérebro localizada dentro dos ventrículos que produz o líquido cefalorraquidiano (LCR) para nutrir e proteger o cérebro.

TIPOS DE CÉLULAS E TECIDOS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: 

O sistema nervoso central (SNC) é formado por vários tipos de células e tecidos:

NEURÔNIOS:

Os neurônios são as células mais importantes no cérebro. Eles são responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio interno e externo, possibilitando ao organismo a execução de ações e respostas adequadas. Ao contrário de muitos outros tipos de células que podem crescer e se dividirem para reparar os danos causados por uma lesão ou uma doença, os neurônios param de se dividir cerca de um ano após o nascimento. Os neurônios não costumam formar tumores, mas muitas vezes são danificados por tumores que se iniciam nas proximidades.
 
CÉLULAS GLIAIS: 

São células de suporte do cérebro. As células gliais podem se tornar cancerígenas e crescer formando um tumor cerebral. Os tumores que se desenvolvem nas células gliais são denominados gliomas. Existem três tipos de células gliais, além de um quarto tipo denominado micróglia, que não é verdadeiramente uma célula glial, mas faz parte do sistema imunológico:

ASTRÓCITOS:

Essas células têm a função de sustentação e nutrição dos neurônios. Quando o cérebro está lesionado, os astrócitos formam o tecido de cicatrização para reparar o dano. Os principais tumores que se iniciam nestas células são os astrocitomas ou glioblastomas.

OLIGODENDRÓCITOS: 

Essas células são responsáveis pela produção da bainha de mielina, uma substância gordurosa, que tem a função de isolante elétrico para os neurônios do SNC. Os tumores que se iniciam nestas células são chamados oligodendrogliomas.

CÉLULAS EPENDIMÁRIAS: 

São células epiteliais colunares que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal. Em algumas regiões, essas células são ciliadas, facilitando a movimentação do líquido cefalorraquidiano. Os tumores que se iniciam nessas células são chamados ependimomas.

MICRÓGLIA:

Eestas células participam do processo de inflamação e reparação do SNC, secretam também diversas citocinas reguladoras do processo imunológico e removem os restos celulares que surgem nas lesões do SNC.

CÉLULAS NEUROECTODÉRMICAS:

As células neuroectodérmicas são células primitivas, provavelmente remanescentes das células embrionárias, e encontradas em todo o cérebro. O tumor mais comum dessas células no cerebelo é o meduloblastoma.
 
MENINGES:

As meninges são membranas de tecido conjuntivo que revestem e protegem o cérebro e a medula espinhal. Apesar de sua função protetora, as meninges podem ser alvo de patologias importantes, como tumores benignos, meningiomas e as conhecidas meningites.

sábado, abril 27

MEDO: O QUE É? QUAIS SÃO AS CAUSAS? COMO TRATAR?

O medo faz parte da vida. Essa emoção geralmente ocorre quando você percebe uma ameaça ao seu bem-estar pessoal. Por isso, é importante saber os tipos de medo que existem e quais os tratamentos para aqueles mais persistentes.

VAMOS ENTENDER O QUE É O MEDO:

O medo pode ser descrito como a antecipação mental do perigo a ser enfrentado. Em outras palavras, é a ansiedade sentida antes de enfrentar alguma situação que põe em risco o indivíduo. vale ressaltar que sentir medo é normal e é instintivo a todo ser humano.

Dessa maneira, o medo pode levar as pessoas a experimentarem uma ampla gama de mudanças físicas e mentais. No entanto, o medo exagerado ou irracional pode se tornar prejudicial. Nessas situações, o medo tende a interferir diretamente na felicidade do indivíduo, enfraquecendo o seu senso de segurança e a sua capacidade de agir normalmente.

QUAIS SÃO OS TIPOS DE MEDO:

Sentir medo é algo que todo ser humano sente ao longo da vida. Dessa forma, não há uma idade específica para isso. Muitos nem se lembram como seu maior temor surgiu, mas o medo está lá mesmo assim. Esse sentimento é associado com a ansiedade e com o estresse e o melhor é saber que existe cura.

Como o medo é comum a todos os seres humanos, existem vários tipos de medo. Portanto saber qual é o tipo de medo que você sente pode ser essencial para o autoconhecimento e, se houver necessidade, para um tratamento.
Separei alguns tipos de medo mais comuns que existem:

Falar em público;
Ficar sozinho;
Morrer;
Altura;
Voar;
Sangue;
Escuro;
Lugar fechado;
Ficar doente;
Tempestade;
Animais;
Injeção.

O QUE CAUSA O MEDO?

É provável que todas as pessoas vão vivenciar algum tipo de medo algum dia. Os humanos e os animais possuem reações inatas a certos estímulos, como ruídos inesperados ou altos. Alguns desses estímulos podem variar de uma pessoa para outra. No entanto, alguns tipos de medo são mais frequentemente vistos na maioria das pessoas.

Além disso, novos medos são frequentemente aprendidos todos os dias. Assim, estímulos indutores de medo associados com objetos ou eventos que normalmente não são assustadores podem causar novos medos.

Os efeitos do medo no cérebro
A resposta de uma pessoa ao perigo geralmente envolve muitas áreas diferentes do cérebro. Entretanto, pesquisadores no campo da psicologia identificou a amígdala como essencial no processamento do medo. Quando uma pessoa é confrontada com uma situação potencialmente perigosa, a amígdala envia sinais excitatórios para outras áreas do cérebro. Desse modo, é possível garantir que essas áreas se tornem mais alertas.

Um estudo seguiu uma mulher com doença de Urbach-Wiethe, uma condição que resulta no enrugamento e endurecimento de partes do cérebro. Nesse caso, partes de sua amígdala tinham sido afetadas. Assim, ela não sentia medo quando se deparava com casas assombradas, grandes aranhas ou cobras venenosas.

No entanto, ainda assim experimentou forte medo quando solicitada a inalar dióxido de carbono (um gás que causa asfixia).

Portanto, algo ficou claro para os pesquisadores: ainda que fatores externos perigosos não desencadeiam uma resposta de medo, ameaças à saúde interna podem causar. Isso ocorre principalmente pelo fator de sobrevivência.

OS EFEITOS FÍSICOS E EMOCIONAIS DO MEDO:

Sem o medo, as chances de sobrevivência de um indivíduo provavelmente diminuiriam. Desta forma, o medo pode ser saudável. Ele ajuda as pessoas a se afastarem de situações perigosas, prejudiciais ou ainda fatais ao desencadear uma resposta de luta ou de fuga. Assim, é uma reação corpórea que pode ser extremamente útil ao ser humano.

O medo pode fazer ainda com que alguém experimente uma percepção aprimorada do espaço e do tempo. Além disso, os sentidos de visão, audição e olfato podem ser aumentados. Ademais, em situações de risco de vida, esses ajustes na percepção podem aumentar a chance de sobrevivência de uma pessoa. Portanto o medo frequentemente afeta as pessoas física e emocionalmente.

ALTERAÇÕES FÍSICAS CAUSADA PELO MEDO:

Você pode experimentar uma variedade de respostas físicas ao sentir medo como, separei alguns exemplo:

Paralisia temporária;
Batimento cardíaco irregular;
Dor de estômago, dor de cabeça ou náuseas;
Tontura ou desmaio;
Suor;
Chorar;
Tensão muscular (contrair-se ou tremer);
Engasgar-se;
Padrões de sono irregulares;
Perda de apetite;
Respiração rápida ou superficial.
Alterações psicológicas causadas pelo medo
Os efeitos psicológicos do medo também podem ser representados por diversos sintomas, separei alguns exemplos.

Pensamentos intrusivos ou perturbadores;
Perda de foco;
Confusão;
Terror;
Ansiedade;
Raiva;
Desespero;
Dormência;
Desamparo.

MEDO E A SAÚDE MENTAL:

O medo tem sido associado a inúmeras preocupações com a saúde mental e comportamental. Portanto, é fundamental o equilíbrio desse sentimento para que uma pessoa viva de forma saudável.

Por exemplo, os problemas de ansiedade geralmente envolvem o medo de um evento ou ocorrência futura. As pessoas afetadas por alucinações ou delírios também podem experimentar altos níveis de medo.

Além disso, indivíduos afetados por humores negativos podem ficar com medo de certos acontecimentos como rompimento, perda ou fracasso.

Assim, o medo é listado como um fator contribuinte ou sintoma de condições, separei alguns. 

Ansiedade generalizada;
Fobias Específicas;
Obsessões e compulsões;
Ansiedade social;
Paranoia;
Pânico;
Estresse pós-traumático;
Depressão;
Esquizofrenia. 

Diferença entre medo e fobia
Há uma distinção entre medo e fobia. Enquanto o medo é uma resposta emocional a uma ameaça real ou percebida, uma fobia, no entanto, é semelhante a um medo com uma diferença: a ansiedade é tão forte que interfere na qualidade de vida do indivíduo. Portanto, o medo intenso característico da fobia geralmente é desproporcional à ameaça real daquilo.

Além disso, a fobia muitas vezes paralisa o indivíduo ou faz com que ele evite determinados lugares e situações. Se você apresenta sinais de medo constante ou incapacitante, é necessário buscar ajuda profissional.

TRATAMENTO:

O tratamento mais recomendado para o medo irracional é a terapia. Contudo, a terapia deve ser feita com um profissional qualificado da área. Nesse contexto, você pode consultar um psicólogo, terapeuta ou psicanalista. Em casos mais graves, contudo, é indicado realizar uma análise médica psiquiátrica.

A saúde da mente é essencial para o equilíbrio humano e através da terapia é possível chegar à cura. Portanto, quanto mais cedo a pessoa procurar tratamento, maiores são as chances de levar uma vida normal.

CONCLUSÃO:

Ao longo do artigo, vimos que o medo é inato do ser humano. Dessa forma, é essencial para criar alertas em casos de emergência. Assim, o medo é indispensável para a sobrevivência da espécie. No entanto, quando há um excesso de medo é preciso averiguar a sua origem.

Também podemos perceber os tipos mais comuns de medo e os seus efeitos no organismo humano. Além disso, é importante distinguir o medo da fobia. A fobia, por sua vez, é um medo patológico e que precisa ser tratado. Para isso, é necessário o acompanhamento do profissional de saúde a fim de obter a cura.

 " NÃO DEIXE QUE O MEDO ATRAPALHE A SUA CONFIANÇA "

sexta-feira, abril 26

CISTITE: CAUSAS, SINTOMAS, PREVENÇÃO E TRATAMENTO

Cistite é uma infecção e/ou inflamação da bexiga. Em geral, é causada pela bactéria Escherichia coli, presente no intestino e importante para a digestão. No trato urinário, porém, essa bactéria pode infectar a uretra (uretrite), a bexiga (cistite) ou os rins (pielonefrite). Outros microorganismos também podem provocar cistite. Homens, mulheres e crianças estão sujeitos à cistite. No entanto, ela ocorre mais nas mulheres porque as características anatômicas femininas favorecem sua ocorrência. A uretra da mulher, além de muito mais curta que a do homem está mais próxima do ânus. Nos homens, depois dos 50 anos, o crescimento da próstata provoca retenção de urina na bexiga e pode causar cistite.

SINTOMAS:

Necessidade urgente de urinar com frequência;
Quantidade pequena de urina eliminada em cada micção;
Ardor durante a micção;
Dores na bexiga, nas costas e no baixo ventre;
Febre;
Sangue na urina nos casos mais graves.

TRATAMENTO:

O tratamento das cistites infecciosas requer o uso de antibióticos ou quimioterápicos que serão escolhidos de acordo com o tipo de bactéria encontrada no exame laboratorial de urina. Especialmente nas mulheres, o retorno das cistites pode ser frequente e mais grave, mas, se o tratamento for seguido à risca, a probabilidade de cura é grande. Por isso, é preciso tomar os medicamentos respeitando o tempo recomendado pelo médico mesmo que os sintomas tenham desaparecido com as primeiras doses.

PREVENÇÃO:

Beba muita água. O líquido ajuda a expelir as bactérias da bexiga;
Urine com frequência. Segurar a urina na bexiga por longos períodos é uma contraindicação importante. Urinar depois das relações sexuais favorece a eliminação das bactérias que se encontram no trato urinário;
Redobre os cuidados com a higiene pessoal. Mantenha limpas as regiões da vagina e do ânus;
Evite roupas íntimas muito justas ou que retenham calor e umidade, porque facilitam a proliferação das bactérias;
Suspenda o consumo de fumo, álcool, temperos fortes e cafeína. Essas substâncias irritam o trato urinário;
Troque os absorventes higiênicos com frequência para evitar a proliferação de bactérias.

quinta-feira, abril 25

QUAL A RELAÇÃO DA MICRÓBIOTA INTESTINAL COM TRANTORNOS DEPRESSIVOS?

A ligação direta do eixo intestino-cérebro é cada vez mais debatida como um fator importante no desenvolvimento das doenças mentais, principalmente no transtorno depressivo maior. 

Hà um eixo de comunicação bidirecional entre cérebro e intestino, onde anormalidades na microbiota intestinal afetam o cérebro e o comportamento. 

Neste sentido, as perturbações na microbiota intestinal, que favorecem a disbiose, são consideradas fator de risco chave para o transtorno depressivo, e a regulação desta é um método de terapia e prevenção da depressão. 

Esse artigo analisou o impacto do tratamento com probióticos no desenvolvimento do transtorno depressivo maior, por meio de uma revisão bibliográfica integrativa de estudos clínicos publicados nos últimos 5 anos.  Ao total, foram selecionados 8 artigos, nos quais as bactérias estudadas pertencem aos gêneros Bifidobacterium, Lactobacillus e Lactococcus. 

Os artigos apontam que a intervenção com probióticos atua no transtorno depressivo maior por três mecanismos de ação. 

Referindo-se a produção de ácidos graxos de cadeia curta, reduzindo o pH intestinal e retardando o crescimento de bactérias patogênicas. Promovendo a síntese de IgA a qual protege a barreira intestinal, impedindo a passagem de LPS para a circulação, diminuindo a inflamação sistêmica. 

Conclusão: Através do aumento dos níveis plasmáticos de triptofano e a diminuição da concentração de quinurenina, consequentemente melhorando a produção de serotonina. Assim, o cuidado com a microbiota intestinal e o uso de probióticos pode auxiliar no tratamento de transtornos depressivos e também na prevenção, atuando como uma nova opção terapêutica. 

terça-feira, abril 23

ESQUIZOFRÊNIA: UM OLHAR PSICANÁLITICO

A ESQUIZOFRENIA:

A indústria farmacêutica e seus recentes avanços, não possibilitaram um pleno conhecimento e entendimento pela comunidade científica das causas, da evolução e dos resultados proporcionados pela doença em cada indivíduo. Em termos psicanalíticos, o conceito de “esquizofrenia” foi ampliado por Bleuler, passando do entendimento como “demência precoce”, referenciado por Kraepelin, para ser definido como uma “cisão da mente”, na qual os pensamentos e suas associações são carregadas de prejuízos.

A esquizofrenia apresenta características peculiares, o que a distingue de outros transtornos.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais (2002), a esquizofrenia se manifesta através de delírios e/ou alucinações, desvantagem social e ocupacional entre outros sintomas. Mais uma vez, a esquizofrenia se caracteriza como “mente fendida ou estilhaçada”.

CARACTERÍSTICAS DOS TRANSTORNOS DA ESQUIZOFRENIA:

Trata-se de doença mental crônica e incapacitante, podendo ser adquirida na adolescência ou princípio da idade adulta, entre 20 e 30 anos de idade. Apresenta sintomas positivos, como diminuição ou perda das funções psíquicas, afetividade e motivação reduzidas, discurso carregado de pobreza e diminuição do contato social além de sintomas negativos, tais como funcionamento psíquico distorcido, alucinações e delírios. (Neurociência, 2005).

Segundo estudiosos aspectos psicodinâmicos como conflitos intrapsíquicos, fatores de aprendizagem, ou seja, o comportamento disfuncional é aprendido.

Quando há impasses na manifestação do conteúdo do pensamento ou quando seus processos se rompem, fisiológicos, quando se apresentam prejuízos no contato sináptico, estrutura cerebral e níveis hormonais e humanístico-existenciais.
Quando o comportamento incomum decorre de escolhas conscientes do indivíduo, escolhas estas derivadas da percepção individual de cada situação, que se mostra singular para cada indivíduo, são alguns dos fenômenos presentes na etiologia e desenvolvimento da esquizofrenia.

ASPECTOS PSICALITICOS DA ESQUIZOFRENIA:

Para estudiosos o conceito psicanalítico de saúde mental se mostra na habilidade individual de promover vinculação com os demais, portanto modos de enfrentar o mal-estar e os problemas os quais se apresentam. Freud, em sua teoria, analisa o comportamento disfuncional como consequência de uma linha de fenômenos caracterizada pelo conflito que leva à ansiedade, e a partir daí, o indivíduo se utiliza de mecanismos de defesa para redução desta ansiedade, mecanismos estes que podem deteriorar a percepção do real e levar ao transtorno.

A ansiedade é suficiente para desencadear manifestações de defesa, quais sejam: repressão, supressão, negação, projeção, deslocamento, regressão, identificação, racionalização, compensação, intelectualização e formação reativa. Quando o indivíduo não encontra a resolução de um conflito por vias normais, torna-se ansioso, manifestando as defesas acima descritas.

Na psicanálise, as manifestações incomuns resultantes de conflitos intrapsíquicos promovem estresse, e sua não resolução distorce e prejudica o funcionamento da personalidade. Em relação ao componente familiar, este representa um papel de importância no desenvolvimento do indivíduo, uma vez que o processo de identificação se origina no sentimento de pertencimento tanto quanto no de separação.

INTERAÇÕES FAMILIARES:

Nas famílias, estes dois aspectos são simultâneos, o que permite construção da identidade pessoal e da socialização. Porém, em relação às interações familiares carregadas de conflitos, há presença do “duplo vínculo”, aspecto este essencial na manifestação esquizofrênica, onde a pessoa se encontra no embate entre sensações de aceitação (amor) e de rejeição, simultâneas e contraditórias, o que causa confusão no sujeito.

Para estudiosos o duplo vínculo sofrido na infância pode explicar o surgimento da esquizofrenia em adultos jovens.O esquizofrênico como tal é o resultado desta comunicação conflituosa, de relações carregadas de ameaças, confusão e imobilização o que o faz não diferenciar o literal do metafórico. Dessa forma, o componente da família imerso nesta dinâmica, encontra na esquizofrenia uma forma de expressar sua confusão, sem entrar em confronto direto com o elemento que o ataca.

De acordo com estudiosos na esquizofrenia o pensamento se mostra incoerente, bem como as ações e a afetividade da pessoa com o transtorno, o que se soma a um afastamento da realidade, a um encontro sobre si mesmo e a um contato interno com produções fantasísticas (autismo) e proximidade com manifestações delirantes mais ou menos acentuadas e fundamentalmente mal sistematizadas.

FREUD E A ESQUIZOFRENIA:

Para Freud em Neurose e Psicose (1924), nas manifestações severas de psicose, a realidade não é percebida de nenhuma forma ou sua percepção não produz efeito (Freud, 1996). Dessa forma, na esquizofrenia, o real se modifica configurando-se como singular ao sujeito, passando a influenciar sua forma de funcionamento mental.

Ainda em Neurose e Psicose (1924), Freud propõe que o ego se encontra a serviço dos impulsos do id, há uma recusa das realidades interna e externa, nasce uma nova realidade, um novo real interno e externo. Este processo ocorre no psicótico como consequência de uma frustração muito forte de seu desejo. O impasse primordial da psicose encontra-se na falha do desenvolvimento egóico e em sua interação com o real externo.

Há um espaço na interação entre mundo externo e interno, e a manifestação da esquizofrenia se caracteriza por sintomatologia a qual requer um esboço de cura ou um processo de reconstrução (Freud, 1996). Há uma tentativa de remendar a fenda existente entre o ego e a realidade, para Freud, os delírios e alucinações são reconhecidos como fenômenos protetores do indivíduo contra a angústia.

O QUE É PARANOIA:

De acordo com estudiosos tanto a esquizofrenia como a paranoia encontram- se na manifestação psicótica, ou seja, no campo da potencialidade psicótica. O desenvolvimento psicopatológico da psicose, o que inclui esquizofrenia, pode ser analisado pela atuação de um pensamento delirante primário adquirido sem repressão, o qual ao romper sua membrana, pode entorpecer o espaço psíquico com seu teor, havendo transferência do potencial ao manifesto.

A forma delirante do pensamento na esquizofrenia caracteriza-se pelo pensamento delirante primário existente na fala do psicótico, o qual pretende explicar sua origem, apesar de incomum na compreensão dos demais.

Para estudiosos o discurso do Eu psicótico tem o objetivo de compensar possível vazio existente no expressar-se do Outro e também de outros, ao discurso faltante lhe é dada nova significação com o intuito de preencher o vazio característico deste Eu fragilizado. Para melhor entendimento da estrutura delirante do pensamento, torna-se adequada uma análise das origens do conflito característico das psicoses.

CONFLITOS NA FASE ORAL:

Segundo estudiosos os conflitos presentes na fase oral, estágio este no qual o eu do indivíduo entra em contato com seu ego especular, se constitui numa etapa em que este eu sofre intensa ruptura em sua estrutura, onde a parte identificada deve preencher a parte identificante para a formação e evolução do ego do sujeito.

Na psicose ocorre uma falha neste processo de formação psíquica, causada por situações conflituosas entre o eu em ascensão e o eu materno, através do viés no discurso parental referente a este novo ser. Normalmente, todos os indivíduos ao nascerem, fazem parte de um lugar determinado e esperado no contexto familiar bem como na cultura a qual estão inseridos.

O psicótico, neste processo, receberá estas informações de forma distorcida, o que afetará sua percepção quanto a suas origens e seu existir, ocupará seu lugar no mundo de forma confusa ou muito frágil, sem um aval para que seu “eu” possa prevalecer sem adversidades.

A ESQUIZOFRENIA É A FIGURA MATERNA:

A figura materna do psicótico não possui a percepção da lei que direciona a cultura e todo seu meio; portanto, não a transmite a seu descendente, o que torna esta mãe a própria lei. De acordo com estudiosos há dificuldades nestas mulheres em perceber seus filhos como autônomos e singulares, são resistentes à castração simbólica, fenômeno este o qual o psicótico irá rejeitar plenamente.

O sujeito psicótico se torna um “objeto orgânico”, uma continuação do corpo da mãe, a qual o reconhece como um prolongamento de seu corpo fisiológico, como algo destruidor e mortal que não traz vida. Conforme estudiosos o precário reconhecimento do eu-corpo-outro presente no psicótico, devido à falha inicial de sua mãe na transmissão da lei, o tornará possuidor de um corpo não limitado, com fragmentos cujos limites são obscuros.

Portanto há uma angústia resultante da não delimitação entre o corpo e o mundo. A estrutura psicótica proporciona uma perda dos limites do ego, não há distinção entre o eu e o não eu, entre o eu e o mundo, entre o corpo e o não corpo, entre o sujeito e o objeto.

O ego não tem autonomia
Este funcionamento mental caracterizado pela indiferenciação entre o eu e o outro é um mecanismo primitivo de função, e apesar do esquizofrênico ter a consciência do eu constituído, assim como do eu e do não-eu, de seu corpo e o corpo materno, seu ego não tem autonomia, o que explica o impasse em delimitar corpo e outro, sujeito e objeto.

Dessa forma, o mundo interno e externo se tornam interligados, a relação estabelecida pelo sujeito com seu corpo será semelhante à estabelecida com o outro, podendo esta tornar-se negativa ou constituir uma defesa contra um outro intrusivo, o sintoma resulta da teoria infantil de que seus pensamentos são de conhecimento dos demais, situação infantil precoce na qual a criança nada pode fazer individualmente, sendo o aprendizado da utilização de seus membros bem como a aquisição da linguagem e do pensamento mecanismos recebidos através deste outro ao qual se relaciona.

De acordo com estudiosos, a forma reforçada no indivíduo esquizofrênico, este entendimento infantil acerca do conhecimento por parte dos outros sobre seus pensamentos se propaga para a vida adulta, cujas consequências o motivarão a se defender por meio desenvolvimento de fenômenos delirantes, funcionando o delírio como uma defesa contra a angústia.

PODEMOS CONCLUIR QUE:

sobre a esquizofrenia
Diante das informações acima descritas, podemos concluir que o desenvolvimento da esquizofrenia envolve aspectos como funcionamento da dinâmica familiar, predominantemente conflituosa, constituição do ego nos primeiros anos de vida através do relacionamento materno, o qual se mostra deficiente quanto à castração simbólica e, portanto, da ascensão do eu da criança, entre outros.

Estes fatores proporcionarão à pessoa uma ruptura com a realidade, bem como sensação de que seus pensamentos são de conhecimento dos demais devido a não delimitação de sua personalidade na fase oral, portanto, seu ego será insuficientemente formulado.

A esquizofrenia é um fenômeno complexo, o qual exige ainda mais estudos a seu respeito além dos aspectos psicanalíticos e gerais acima expostos, o que torna necessária uma maior compreensão de sua dinâmica. 

segunda-feira, abril 22

BIOACUMULAÇÃO E BIOMAGNIFICAÇÃO: UM DESCARTE DESCONTROLADO DE MEDICAMENTOS NOS RIOS E MARES PREJUDICA A NOSSA CADEIA ALIMENTAR


BIOACUMULAÇÃO:

Bioacumulação é o processo pelo qual substâncias são absorvidas pelos organismos. Ocorre que algumas substâncias despejadas no ambiente demoram longos períodos para serem completamente decompostas, contaminado a água e a matéria orgânica presente no solo, rios e mares. Esses resíduos de remédios são então absorvidos pelos pequenos animais que habitam esses ambientes, e ficam acumulados nos seus tecidos. Sendo assim, conforme aumenta o tempo que os animais são expostos aos resíduos, essas concentrações em seus tecidos tendem a aumentar. 

BIOMAGNIFICAÇÃO:

Biomagnificação é o acúmulo progressivo dessas substâncias ao longo da teia alimentar. Os resíduos depositados nos tecidos dos animais pequenos são então ingeridos pelos animais maiores, e o ciclo pode se repetir várias vezes. Dessa forma, e após se alimentarem de diversos animais pequenos, os consumidores do topo da cadeia acabam retendo uma grande quantidade desses poluentes. 

Graças aos fenômenos citados acima, os medicamentos despejados sem tratamento nos corpos d’água conseguem retornar para as pessoas, e como esse envenenamento ocorre de forma muito lenta, é difícil prever quais são as consequências a longo prazo. Algumas pesquisas já começaram a demonstrar os prováveis danos à saúde. 

Estudos indicam que a ingestão de água ou alimentos contaminados por fármacos pode acarretar problemas como disfunções no sistema endócrino e reprodutivo e distúrbios metabólicos. Diversos compostos químicos são capazes de interferir no metabolismo. Entre eles, destacam-se os que estão presentes em hormônios, anti-inflamatórios, antidepressivos, hidrocarbonetos poliaromáticos e pesticidas. 

De acordo com pesquisadores já foram identificadas diversas formas de contaminantes farmacológicos nas mais distintas regiões do mundo – incluindo analgésicos, anti-inflamatórios, antipiréticos, antibióticos, beta bloqueadores e disruptores (ou
desreguladores) endócrinos. O estudo chamou atenção, particularmente, para os disruptores endócrinos encontrados, já que são substâncias causadoras de desregulação hormonal. 

Outros fármacos, também encontrados em recursos hídricos de diferentes países, foram o Ibuprofeno, Paracetamol e o Naproxeno. O primeiro já foi associado a danos celulares e genéticos, além da interferência no sistema imune de animais marinhos, e os três apresentaram efeitos tóxicos descritos na literatura, como alterações genéticas e estresse oxidativo. 

CONCLUSÃO:

Tendo ciência de que o descuido com a natureza sempre provoca consequências negativas, é urgente que as novas legislações voltadas para a preservação ambiental sejam cumpridas e fiscalizadas. Além disso, a educação e a conscientização são peças fundamentais não só para essa, mas para qualquer transformação profunda na sociedade.

" SAÚDE NÃO É AUSÊNCIA DE DOENÇA, SAÚDE É QUALIDADE QUALIDADE DE VIDA ".                           

sábado, abril 20

N- ACETILCISTEINA: O QUE É? PARA QUE SERVE? QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS


O QUE É NAC:

Seu corpo usa N-acetilcisteína (NAC) para fazer seus próprios antioxidantes. Clinicamente, é usado para tratar a toxicidade do paracetamol e fluidificante de muco. 

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DO NAC:

Antioxidante poderoso.

Fornece pre cursores para produção de glutationa.

Pode proteger os pulmões, intestino, cérebro, fígado e rins.

Pode se defender contra toxinas e poluentes.

Pode ajudar a prevenir a gripe.

Potencial para melhorar a fertilidade.

Pode ajudar com muitos problemas crônicos de saúde.

O QUE OS ESTUDOS DIZEM SOBRE O NAC?

1 ) NAC PARA MEMÓRIA:

O estresse oxidativo resulta em danos dos radicais livres nas células cerebrais. Levando à neurodegeneração e, finalmente, Alzheimer, Parkinson e outros distúrbios neuronais relacionados à idade. Proteínas e DNA são danificados, resultando em inflamação, dano aos tecidos e apoptose celular (morte celular).

NEUROPROTEÇÃO:

O NAC, como precursor da glutationa , é um potente antioxidante, antiinflamatório e eliminador de radicais livres. Seu cérebro é especialmente vulnerável à inflamação, radicais livres e danos oxidativos. Afetando cognição , potencialização de longo prazo, memória e humor.
Neurotransmissores 

O NAC modula osníveis de glutamato e aliberação de dopamina no cérebro. O excesso de glutamato no cérebro é tóxico para as células cerebrais, afetando a saúde, a cognição, a memória e o humor dos neurônios . E o NAC protege os receptores de dopamina. Influenciando os níveis de dopamina e a função do cérebro. Mesmo protegendo os terminais nervosos dopaminérgicos do uso crônico de metanfetaminas.
Ansiedade e depressão

O NAC reduz a irritabilidade, ansiedade e depressão. O NAC aumenta a capacidade antioxidante do corpo e equilibra os neurotransmissores excitatórios e inibitórios no cérebro. Resultando em menos ansiedade e depressão.

2 ) O NAC MEDICINA DE EMERGÊNCIA:

O NAC tem sido muito estudado nas unidades de terapia intensiva, como uma possível forma de reduzir os danos aos órgãos antes e após a cirurgia. Ele ajudou a proteger o fígado de 70 pacientes com doença pulmonar, quando administrado pouco antes da cirurgia cardíaca.

Pode ajudar com complicações de ataque cardíaco, respiração assistida, cirurgia abdominal e pancreatite quando usado em casos de emergência, antes ou após a cirurgia.

3 ) DESINTOXICAÇÃO:

Ao aumentar os níveis de glutationa e combater o estresse oxidativo, o NAC pode ajudar a proteger o corpo de várias toxinas e poluentes.

METAIS PESADOS:

De acordo com alguns estudos, o NAC pode ser um remédio seguro para a toxicidade crônica do chumbo. Reduziu os níveis de chumbo e aumentou as enzimas antioxidantes nas células vermelhas e brancas do sangue em 171 trabalhadores expostos ao chumbo após 3 meses.

A combinação de NAC e zinco também pode proteger contra a toxicidade do mercúrio em ratos, evitando o acúmulo de mercúrio no fígado e no sangue. Estudos clínicos precisariam confirmar este efeito.

PESTICIDAS:

O NAC pode ajudar no envenenamento por pesticidas, aumentando a desintoxicação. O NAC dado a 30 pessoas que sofrem de envenenamento por pesticidas aumentou a glutationa e reduziu a necessidade de tratamentos adicionais.

O NAC também reduziu os danos de um pesticida muito tóxico (fosforeto de alumínio) em um estudo. Ele encurtou o tempo de internação, melhorou a respiração e aumentou a sobrevida das pessoas expostas a esses pesticidas.

4 ) DOENÇA PULMONAR: DPOC

O NAC é comumente usado para reduzir a inflamação e o muco em pessoas com doenças pulmonares, como bronquite crônica ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Ele pode quebrar o muco e repor a glutationa nos pulmões, o que reduz os danos às vias aéreas e as dificuldades respiratórias.

De acordo com uma grande revisão, o NAC melhorou os sintomas e evitou o agravamento da doença em pessoas com bronquite crônica, sem efeitos colaterais. Ele precisava ser tomado por pelo menos 3 - 6 meses, pois 2 meses de NAC não melhorou a DPOC em um estudo.

Combinado com a vitamina C, o NAC aumentou o estado nutricional e antioxidante em 79 pessoas com DPOC.

Altas doses durante 1 ano foram seguras e melhoraram a capacidade pulmonar e respiratória em pessoas com DPOC em outro estudo.

O NAC também foi administrado junto com o oxigênio, o tratamento típico da DPOC. Em 45 pacientes, pode prevenir o dano oxidativo que pode resultar do tratamento prolongado com oxigênio.

5 ) SAÚDE DO FÍGADO:

NAC aumenta a glutationa, a maior quantidade da qual está no fígado. É por isso que o NAC está sendo investigado por seu potencial de proteger o fígado de inflamação, envenenamento por drogas e doenças hepáticas graves.

Se o fígado estiver danificado, a inflamação e o estresse oxidativo sempre aumentam. Há algumas evidências de que o NAC pode proteger o fígado reduzindo a inflamação e aumentando as reservas de antioxidantes.

O NAC reduziu os danos ao fígado em 86% de todos os casos, de acordo com um estudo com 69 pacientes. Pode proteger o fígado de fatores como álcool em excesso e poluentes ambientais.

O uso de NAC ajudaram a aumentar a função hepática melhor do que a glutationa em um estudo com 75 pacientes com hepatite B.

6 ) ESTRESSE OXIDATIVO:

Em vários estudos, o NAC aumentou o status antioxidante após apenas 8 dias. Também aumentou os níveis e a atividade da glutationa e reduziu os marcadores de dano oxidativo em mais de 30%.

O estresse oxidativo excessivo pode danificar as células e estar na base de muitas doenças crônicas, desnutrição e exposição a toxinas. Ao repor a glutationa , o NAC pode ser capaz de proteger as células e órgãos que estão sob ataque oxidativo.

7 ) GRIPE:

Como o NAC diminui a resposta inflamatória do corpo, alguns pesquisadores acreditam que ele pode ajudar a prevenir a gripe ou reduzir os sintomas de um resfriado comum. Em um estudo com 262 idosos, o NAC reduziu o risco de pegar gripe em 54%. Pode ser especialmente útil nos meses de inverno, quando a temporada de gripe toma conta.

NAC também é algumas vezes adicionado como um complemento aos tratamentos padrão de inflamação e infecções dos seios da face.

Nas células, o NAC reduziu a replicação do vírus da gripe. Se o vírus não consegue se replicar rapidamente, é mais fácil combatê-lo.

8 ) SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO (SOP)

O citrato de clomifeno é considerado o padrão ouro para ajudar as mulheres com SOP a atingir a ovulação, mas mais da metade das mulheres não reage a ele. O NAC está sendo pesquisado como uma alternativa potencial ou abordagem complementar, mas os estudos até agora têm resultados mistos.

No maior estudo de NAC em 150 mulheres com SOP que anteriormente não responderam aos tratamentos, o NAC adicionado ao citrato de clomifeno melhorou as taxas de ovulação e gravidez após apenas 5 dias. Outro estudo com mais de 100 mulheres confirmou isso.

Em 60 mulheres com SOP, o NAC melhorou a qualidade dos óvulos. Também aumentou a saúde do embrião durante a fertilização in vitro.

Mulheres com SOP geralmente sofrem de ganho de peso. NAC pode melhorar os sintomas metabólicos em 46 mulheres com SOP melhor do que a metformina (um medicamento antidiabético). Ajudou a reduzir:

 1 ) Lipídios do sangue.

 2 ) Glicose de jejum.

 3 ) Insulina.

NAC teve benefícios semelhantes à metformina em um estudo com 100 mulheres com SOP. Ele reduziu a testosterona alta, a insulina alta, os ciclos irregulares e o IMC após 6 meses. Ao contrário da metformina, o NAC também reduziu o colesterol total e LDL.

O NAC melhorou a sensibilidade à insulina em outro estudo com 31 mulheres com SOP ao longo de 5 a 6 semanas.

O NAC sozinho não ajudou mulheres com SOP de difícil tratamento em outros estudos. Possivelmente funciona melhor quando combinado com os medicamentos padrão do que quando usado isoladamente.

9 ) SAÚDE DO CORAÇÃO:

Em quase 100 pacientes que tiveram ataques cardíacos, o NAC acelerou a recuperação em curto prazo. A longo prazo, alguns pesquisadores acreditam que pode melhorar a saúde cardíaca e reduzir complicações.

O dano oxidativo é uma das causas subjacentes das doenças cardíacas. O NAC evitou danos ao coração em camundongos com diabetes.

Também reduziu os danos ao coração em ratos com insuficiência cardíaca crônica, ao mesmo tempo que melhorou a fadiga e a tolerância ao exercício.

As arritmias cardíacas graves também estão relacionadas ao estresse oxidativo. No sangue coletado de pacientes, aqueles que tomaram NAC tinham antioxidantes mais elevados e inflamação reduzida.

CONCLUSÃO:

Além desses benefícios o NAC ainda tem mais uma série de beneficios para o organismo. Essa molécula vem sido muito estudada nos dias de hoje por seus vários beneficios a saúde.                                                                " A DOENÇA OU A SAÚDE VEM DO NOSSO EQUILÍBRIO INTESTINAL ".

sexta-feira, abril 19

ANAFILAXIA: SINTOMAS, DIAGNÓSTICO, CAUSAS E TRATAMENTO

A anafilaxia é uma reação alérgica aguda grave que se incia imediatamente ou após algumas horas, após ao contato a alguma substância alergênica, como alimento, medicamento, veneno de inseto ou material, causando sintomas como dificuldade para respirar, sensação de garganta fechada, inchaço na boca, língua ou rosto, formação de bolhas na pele ou urticária.

A anafilaxia, também conhecida por choque anafilático, é causada por uma reação exagerada do sistema imunológico, ao ter contato com a substância alergênica, produzindo rapidamente anticorpos e substâncias, como histamina, leucotrienos e prostaglandinas, resultando nos sintomas, podendo ser fatal se não for tratada rapidamente.

Em caso de suspeita de anafilaxia deve-se procurar atendimento médico imediatamente ou o pronto-socorro mais próximo para que o tratamento seja feito o mais rápido possível, e geralmente, inclui a aplicação de adrenalina, corticoides e anti-histamínicos injetáveis, soro na veia, broncodilatadores e monitoração dos sinais vitais.

PRINCIPAIS SINTOMAS DE ANAFILAXIA:

Inchaço dos lábios, língua e/ olhos;
Coceira e vermelhidão na pele;
Inchaço da garganta, com a sensação de bolo na garganta, como se estivesse fechada;
Coceira na garganta;
Dificuldade para respirar e sensação de falta de ar;
Respiração mais ofegante, podendo ser notado chiado ao respirar;
Alteração dos batimentos cardíacos e diminuição da pressão;
Palidez;
Tontura ou desmaio.
Os sintomas da anafilaxia iniciam-se imediatamente após o contato com a substância alergênica, evoluindo rapidamente, geralmente dentro de uma hora, sendo que essa primeira hora é fundamental para o tratamento, pois a maioria dos casos de fatalidade ocorre nesse período, se não tiver atendimento médico rápido.

Por isso, ao surgir os sintomas de anafilaxia ou choque anafilático deve-se procurar o atendimento médico imediatamente, o pronto-socorro mais próximo ou ligar para o SAMU, para que o tratamento seja feito o mais rápido possível. 

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DA ANAFILAXIA:

O diagnóstico da anafilaxia é feito no hospital pelo clínico geral através avaliação dos sintomas e do contato com substâncias alergênicas, não sendo necessários exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. Desta forma, o médico deve iniciar o tratamento imediatamente para evitar complicações.

POSSÍVEIS CAUSAS DA ANAFILAXIA:

A anafilaxia é causada por uma reação exagerada do sistema imunológico ao se ter contato com alguma substância alergênica, fazendo com que o corpo produza anticorpos, como a imunoglobulina Ig-E, além de outras substâncias, como histamina, prostaglandinas, leucotrienos, triptase, fatores de ativação plaquetárias e fator de necrose tumoral (TNF-alfa), resultando nos sintomas.

ALGUMAS SUBSTÂNCIAS  ALERGÊNICAS QUE PODEM LEVAR O DESENVOLVIMENTO DA ANAFILAXIA:

Alimentos, como ovo, leite, soja, glúten, trigo, amendoim, nozes e outros frutos secos, peixe, camarão, moluscos, crustáceos e Kiwi;
Medicamentos, sendo mais comum com antibióticos, dipirona, ácido acetilsalicílico, anti-inflamatórios, anestésicos ou vacinas;
Veneno de insetos, como abelhas, formigas, marimbondo ou vespas;
Materiais, como látex ou tecidos sintéticos;
Metais, como níquel, cobalto, cromo ou prata;
Ácaro, mofo, pólen, pêlo ou saliva de animais;
Tintas ou esmaltes;
Produtos medicinais, como iodo ou mercúrio;
Contrastes radiológicos, como iodo ou gadolínio;
Produtos cosméticos, como perfumes, cremes, sabonetes ou shampoo;
Plantas, como urtiga ou hera venenosa;
Variações de temperatura, como no caso da alergia ao frio.
Além disso, embora seja raro a anafilaxia pode surgir quando exercícios físicos, como corrida, caminhada ou ciclismo, ou qualquer outro tipo de esporte, são realizado nas primeiras duas horas após a ingestão de determinados alimentos, como ômega 5 presente no trigo, por exemplo, sendo conhecida como anafilaxia induzida pelo exercício.

TRATAMENTO:

O tratamento da anafilaxia deve ser iniciado o mais rápido possível no hospital com a administração de adrenalina injetável diretamente no músculo e desobstrução das vias aéreas. Se necessário, o médico pode repetir a adrenalina intramuscular, a cada 5 minutos até um máximo de 3 administrações.

Além disso, outros remédios podem ser administrados como anti-histamínicos, como a difenidramina, cimetidina ou ranitidina por via intramuscular ou endovenosa, e corticoides, como a metilprednisolona ou hidrocortisona, diretamente na veia.

Para a hipotensão, pode ser administrado soro fisiológico ou uma solução cristaloide diretamente na veia. Depois disso, a pessoa fica em observação no hospital, onde são monitorados os seus sinais vitais.

Outros remédios que podem ser utilizados após a pessoa estar estabilizada, são corticoides, como metilprednisolona ou prednisolona, broncodilatadores inalatórios, como salbutamol, por exemplo.

Nos casos da pessoa ter o risco de ter reações alérgicas graves, o médico pode receitar injeção de adrenalina para a pessoa ter sempre consigo, e usar em casos de emergência, até que seja atendida no hospital.                                                                           
" A DOENÇA OU A SAÚDE VEM DO NOSSO EQUILÍBRIO INTESTINAL ".

terça-feira, abril 16

DOR NA ESCÁPULA: CAUSAS, SINTOMAS E TRATAMENTO

A dor na escápula pode ser causada por má postura, levantar peso de forma errada, uso excessivo da articulação, pancadas ou acidentes, podendo ocasionar lesões musculares ou fratura na escápula, por exemplo, mas também pode ser causada por problemas cardíacos, no fígado ou vesícula biliar.

Dependendo da sua causa, a dor na escápula pode estar acompanhada de outros sintomas, como dificuldade para movimentar o braço, dor que irradia para o ombro ou braço, dor no peito, coloração amarelada da pele e olhos, falta de ar ou palidez.

Na presença de dor na escápula, é importante sempre consultar o ortopedista, para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento mais adequado. No caso de problemas cardíacos deve-se procurar o pronto-socorro imediatamente.

AS PRINCIPAIS CAUSAS DA DOR NA ESCÁPULA SÃO:

1) MÁ POSTURA:

A dor na escápula pode ser causada por má postura, por ficar longos períodos sentado em frente ao computador, por usar muito celular ou tablet, o que pode gerar uma tensão na musculatura dos ombros, refletindo na escápula.

O que fazer: deve-se fazer mudanças no estilo de vida, alterando a postura ao trabalhar em frente ao computador, optando por manter as costas apoiadas na cadeira, além de reduzir o tempo de uso de celular ou tablet sempre que possível. Além disso, exercícios como alongamentos ou aqueles indicados pelo fisioterapeuta, podem ser realizados para melhorar a postura.

2 ) PANCADAS EM ACIDENTES:

A dor na escápula pode ser causada por traumas, como uma pancada forte provocada por queda, um acidente de trânsito ou uma lesão esportiva, por exemplo, podendo causar fraturas na escápula.

Além disso, pancadas ou acidentes podem causar compressão do nervo supraescapular, causando dor intensa na escápula. No entanto, essa compressão também pode estar à síndrome do manguito rotador. Entenda o que é a síndrome do manguito rotador.  

O que fazer: após um acidente ou queda que tenha gerado um trauma na região da escápula é necessário procurar atendimento de ortopedista que irá solicitar exames como raio X para verificar se tem fratura. Caso a fratura seja confirmada, o médico pode indicar o uso de remédios para aliviar a dor, fisioterapia e imobilização com tipoia e talas, e em casos mais graves, cirurgia.

1 ) LEVANTAR PESO DE FORMA ERRADA:

Levantar peso de forma errada ou carregar objetos pesados, pode provocar lesões musculares ou em ligamentos, resultando em dor na escápula. 

Esse tipo de lesão é mais comum em pessoas que praticam atividades físicas como musculação ou crossfit, ou que trabalham em profissões que exijam carregar peso como trabalhadores da construção civil, mecânicos ou enfermeiros, por exemplo.

O que fazer: aplicar uma compressa morna na região durante 15 minutos, 2 vezes por dia, ou aplicar uma pomada anti-inflamatória. Além disso, também é importante evitar levantar pesos nesse período e manter uma postura correta no dia a dia, bem como realizar alongamentos para diminuir a tensão muscular e aliviar o desconforto. 

4 ) O USO EXCESSIVO DA ARTICULAÇÃO:

O uso excessivo da articulação, também pode causar dor na escápula, e geralmente ocorre devido a esforços repetitivos, sendo mais comum de surgir em pessoas que praticam esportes como vôlei ou basquete, ou profissões como pintor ou dentista, por exemplo.

Esses movimentos repetitivos podem causar lesões musculares ou nos ligamentos, entorse ou bursite, resultando na dor na escápula.

O que fazer: deve-se evitar o uso excessivo da articulação e aplicar compressas frias na primeiras 48 horas no local para aliviar o desconforto. Caso a dor seja intensa, deve-se consultar o ortopedista para que seja avaliado o tipo de lesão e indicado o tratamento mais adequado.

5 ) PROBLEMAS NA COLUNA:      

Alguns problemas na coluna, como hérnia de disco cervical, espondilose cervical ou osteoporose, podem causar dor na escápula, além de outros sintomas como dor que irradia para os braços ou dedos, fraqueza nos braços, sensação de queimação ou dormência dos dedos das mãos, por exemplo.

O que fazer: deve-se consultar o ortopedista para identificar a condição que está causando dor na escápula, e assim ser indicado o tratamento mais adequado. 

6 ) BURSITE NO OMBRO:

A bursite é a inflamação da bursa, uma pequena bolsa cheia de líquido que serve como um amortecedor entre os ossos, tendões e músculos, podendo afetar a região do ombro, causando dor na escápula.

A bursite no ombro, geralmente, está associada a traumas ou movimentos repetitivos do ombro, como no caso de atletas ou pessoas que trabalham com pintura, carpintaria ou limpeza, por exemplo.  

O que fazer: o tratamento deve ser orientado pelo ortopedista para reduzir a inflamação da bursa, podendo ser indicado o uso de remédios anti-inflamatórios, fisioterapia, injeção de corticoide na articulação do ombro ou até cirurgia. Além disso, para complementar o tratamento médico, pode-se fazer uma compressa de gelo no local, por cerca de 20 minutos, 1 ou 2 vezes ao dia.

7 ) ESCÁPULA ALADA:

A escápula alada, também conhecida por discinesia de escápula, ocorre quando o posicionamento e o movimento da escápula acontece de forma incorreta, dando a sensação de estar fora do lugar, provocando dor e incômodo na região do ombro. 

A escápula alada pode acontecer em qualquer um dos lados do corpo, no entanto, é mais comum do lado direito e pode ser provocada por artrose, fratura de clavícula não consolidada, paralisias e alterações dos nervos do tórax e cifose.

O que fazer: o tratamento deve ser feito pelo ortopedista que pode indicar medicamentos para aliviar a dor, entretanto, na maioria dos casos, é recomendada a realização de cirurgia para reparação dos nervos da parte de trás do tórax.

8 ) FIBROMIALGIA:

A fibromialgia é uma das doenças reumatológicas mais comuns, cujo principal sintoma é a dor generalizada, em vários pontos do corpo, inclusive na escápula. 

Além disso, outros sintomas da fibromialgia são fadiga, rigidez muscular, formigamento nas mãos e também depressão e distúrbios do sono, levando a uma piora da qualidade de vida.

O que fazer: o tratamento deve ser orientado pelo reumatologista que pode indicar o uso de remédios analgésicos ou antidepressivos, fisioterapia ou exercício físico. 

9 ) SÍNDROME DA ESCÁPULA CREPITANTE:

A síndrome da escápula crepitante ocorre quando, ao mexer o braço e o ombro, se ouve um estalo na escápula, causando dor intensa. 

Esta síndrome é provocada por excesso de atividade física e traumas no ombro, sendo muito comum em adultos jovens.

O que fazer: o tratamento consiste no uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, para aliviar a dor e reduzir a inflamação, fisioterapia para fortalecimento dos músculos escapulares e cinesioterapia. 

10 ) DOENÇA DE GORHAM:

A doença de Gorham é uma alteração rara sem causa definida, que provoca perda óssea, causando dor na região escapular. 

A dor na escápula gerada por esta doença tem inicio súbito, aparece de repente, sendo que a pessoa pode ter dificuldade de movimentar o ombro. 

O que fazer: o tratamento é definido pelo ortopedista, dependendo da localização da doença e dos sintomas apresentados pela pessoa, sendo que podem ser indicados medicamentos para ajudar na reposição de osso, como os bifosfonatos, e cirurgia.

11 ) PROBLEMAS CARDÍACOS:

Alguns problemas cardíacos, como ruptura da artéria aorta ou infarto, podem causar dor intensa e repentina na região da escápula. 

Além disso, podem surgir outros sintomas como dor forte e intensa no peito, dor que irradia para o ombro ou braço, falta de ar, tontura, mal estar, náuseas, suor frio ou palidez.

O que fazer: deve-se procurar ajuda médica imediatamente ou o pronto-socorro mais próximo, pois são condições graves que podem colocar a vida em risco, se não tratadas rapidamente. 

12 ) PROBLEMAS NO FÍGADO E NA VESÍCULA BILIAR:

O surgimento de pedras na vesícula e problemas no fígado, como abscessos, hepatite e até mesmo o câncer podem levar ao aparecimento de dor na escápula, principalmente do lado direito.

Este sintoma também pode estar acompanhado de outros sinais como coloração amarelada da pele e olhos, dor nas costas, também do lado direito, enjoos, febre e diarreia.

O que fazer: deve-se consultar o clínico geral para que exames sejam feitos para confirmar se existe algum problema no fígado ou na vesícula biliar e depois disso, o médico poderá recomendar o tratamento mais adequado de acordo com a doença diagnosticada.

É importante procurar atendimento médico ou o pronto-socorro imediatamente se a dor na escápula estiver acompanhada de sintomas como, como:

Dor tipo pontada no peito;
Falta de ar;
Paralisia de um lado do corpo;
Suor excessivo;
Tosse com sangue;
Palidez;
Aumento dos batimentos cardíacos.
Além disso, outro sintoma que se deve ficar atento é o desenvolvimento de febre que, quando surge, pode indicar alguma infecção e, nestes casos, poderá ser recomendado outros exames para descobrir a causa deste sintomas. 

segunda-feira, abril 15

LEUCEMIAS: QUAIS OS TIPOS DE CÂNCERES NO SANGUE? ORIGEM E TRATAMENTO

Câncer no sangue é uma forma genérica de se referir a um grupo de doenças malignas que afetam os componentes do sangue e da medula óssea. Essas doenças são conhecidas como “cânceres hematológicos” ou “neoplasias hematológicas” e incluem leucemias, linfomas e mielomas múltiplos.

No Brasil, atualmente a leucemia é o 9º câncer mais comum entre os homens e o 11º entre as mulheres. houve 6.837 mortes por leucemias, sendo 3.692 de homens e 3.145 de mulheres. Em 2020, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima o surgimento de 10.810 novos casos, sendo dentre eles de 5.920 do sexo masculino e 4.980 do sexo feminino.

O QUE É LEUCEMIA?                    

A leucemia é um câncer que afeta os glóbulos brancos, que são as células responsáveis pela defesa do corpo contra infecções.

Na leucemia, a medula óssea produz glóbulos brancos anormais e imaturos em grande quantidade, que acabam se acumulando no sangue e atrapalhando a função normal do sistema imunológico.

O QUE É HEMITOPOIESE?

As leucemias são doenças malignas que se caracterizam pela quebra do equilíbrio da produção dos elementos do sangue, causada pela proliferação descontrolada de células. Tendo isso em vista, é fundamental conhecermos como este processo ocorre normalmente, a fim de entendermos as alterações encontradas na leucemia.

A hematopoiese é o processo pelo qual são formadas as células do sangue. Envolve todos os fenômenos relacionados a origem, multiplicação e maturação das células precursoras das células sanguíneas.

No período pós-natal, a medula óssea constitui o único local de produção da porção celular do sangue, isto é, de eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Apesar de essas três linhagens celulares serem distintas umas das outras, elas são oriundas de uma célula-mãe única, chamada célula pluripotente.

MEDULA ÓSSEA:

A medula óssea é um tecido líquido gelatinoso que preenche a cavidade interna de vários ossos e é responsável pela produção de células que compõem o sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas).

Na medula óssea, as células pluripotentes proliferam-se e podem ser estimuladas tanto a autorrenovar-se quanto a dar origem a células progenitoras diferenciadas. Essas células, que originam as distintas linhagens de células sanguíneas, são chamadas de células comprometidas. Elas possuem um maior grau de diferenciação, sendo assim unipotentes, isto é, capazes de originar apenas uma determinada linhagem sanguínea.

COMO SÃO CONSTITUÍDAS AS SÉRIES SANGUÍNEAS?

AS SÉRIES SANGUÍNEAS SÃO CONSTITUÍDAS PELOS:

Eritrócitos: também chamados de hemácias ou células vermelhas
Células granulocíticas
Monócitos
Linfócitos
Plasmócitos
Plaquetas (ou trombócitos).
Os glóbulos vermelhos são basicamente responsáveis pelo transporte de oxigênio. Os glóbulos brancos possuem função de defesa do organismo. Por fim, as plaquetas são responsáveis pela coagulação sanguínea, evitando hemorragias.

PROCESSO DE HEMATOPOIESE NA MEDULA ÓSSEA:

É importante estar atento ao fato de que os granulócitos, os monócitos, os linfócitos e os plasmócitos recebem a denominação geral de leucócitos, os glóbulos brancos do sangue. Além disso, vale lembrar que as células granulocíticas, ou granulócitos, incluem os mastócitos, neutrófilos, basófilos e eosinófilos.

ETIOLOGIA DAS LEUCEMIAS:

As leucemias, geralmente, são de origem desconhecida. Sua principal característica é o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.

Nessa condição, uma célula que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética que a transforma em uma célula cancerosa ou leucêmica, como pode ser chamada. Essa célula anormal, além de não funcionar de maneira adequada, multiplica-se mais rápido e morre menos do que as células normais, fazendo com que as células saudáveis da medula sejam progressivamente substituídas.

Dessa forma, além de perderem a função de defesa do organismo, os leucócitos doentes produzidos descontroladamente reduzem o espaço na medula óssea para a fabricação das outras células que compõem o sangue. Adicionalmente, os glóbulos brancos não se desenvolvem por completo e caem na corrente sanguínea antes de estarem preparados, não exercendo assim as suas funções corretamente.

Esses leucócitos anormais que atingem a corrente sanguínea podem também invadir outros órgãos, tais como:

Fígado;
Baço;
Linfonodos;
Rins;
Cérebro.

Resumidamente, nas leucemias há uma produção inadequada das células de defesa, o que predispõe o organismo a infecções. Em adição, o acúmulo de células anormais na medula óssea prejudica a produção de outros tipos celulares, predispondo o indivíduo a anemia e hemorragias, entre outros sintomas.

O sangue normal contém células vermelhas, células brancas e plaquetas. Na leucemia, há produção exagerada de leucócitos danificados, diminuindo assim a produção de hemácias e plaquetas. Essa proporção pode ser observada no sangue dos pacientes. 

DIAGNÓSTICO DA LEUCEMIA:

O diagnóstico da leucemia envolve uma série de etapas para identificar a presença da doença, determinar o tipo específico de leucemia e avaliar o estágio da doença.

Anamnese e exame físico
O médico realizará uma entrevista detalhada com o paciente para coletar informações sobre os sintomas, histórico médico, histórico familiar e outros aspectos relevantes para o diagnóstico.

Em seguida, um exame físico será realizado para verificar a presença de sinais físicos da leucemia, como aumento dos gânglios linfáticos, baço ou fígado.

EXAME DE SANGUE:

A análise de amostras de sangue é um passo importante no diagnóstico da leucemia. Os exames de sangue podem revelar a presença de células leucêmicas anormais, bem como fornecer informações sobre a contagem de:

Glóbulos brancos
Glóbulos vermelhos
Plaquetas no sangue
Exame de medula óssea (mielograma)
Para confirmar o diagnóstico de leucemia e determinar o tipo específico, é necessário realizar uma biópsia da medula óssea.

Nesse procedimento, uma pequena amostra de medula óssea é coletada, geralmente da parte posterior do quadril, e examinada sob um microscópio para detectar a presença de células leucêmicas.

Citogenética e biologia molecular
Análises adicionais podem ser realizadas para avaliar as características genéticas das células leucêmicas. A citogenética estuda os cromossomos para identificar anomalias genéticas específicas que podem estar relacionadas à leucemia.

A biologia molecular analisa os genes e moléculas presentes nas células leucêmicas para obter informações adicionais sobre a doença.

IMUNOFENOTIPAGEM:

Esse teste utiliza marcadores específicos para determinar o tipo de células leucêmicas presentes na medula óssea e no sangue.

Essa informação é útil para classificar a leucemia em subtipos específicos, como leucemia linfocítica aguda (LLA) ou leucemia mieloide aguda (LMA).

COMO É FEITO A CLASSIFICAÇÃO DAS LEUCEMIAS:

As leucemias são classificadas de acordo com o tipo de leucócitos que afetam. Baseando-se neste critério, temos dois grandes grupos de leucemias, separados segundo a linhagem de células brancas acometida.

Uma leucemia é chamada linfocítica, linfoblástica ou linfoide quando atinge as células linfoides, isto é, aquelas derivadas do precursor linfoide (células NK, linfócitos T, linfócitos B e plasmócitos). Quando uma leucemia é classificada como mieloide ou mioloblástica, significa que as células alteradas são as mieloides, derivadas do precursor mieloide (mastócitos, basófilos, neutrófilos, eosinófilos e monócitos).

Em pacientes com leucemia, o crescimento celular ocorre descontroladamente e há um rápido aumento de leucócitos anormais.

Leucemias agudas e crônicas
As leucemias podem também se apresentar de duas outras maneiras distintas, diferindo agora em relação não mais ao tipo celular acometido, mas sim quanto a velocidade de reprodução celular e da evolução da doença.

Nas leucemias agudas observamos o rápido crescimento de células imaturas, que não desempenham seu papel como deveriam e que se multiplicam aceleradamente. Nas leucemias crônicas há um aumento de células maduras, porém anormais. Elas se reproduzem de forma um pouco mais lenta e podem ter mantidas algumas de suas funções.

Existem mais de 12 tipos de leucemias, mas que podem ser agrupados em quatro grupos primários, conforme a classificação discutida:

Leucemia mieloide aguda (LMA)
Mieloide crônica (LMC)
Leucemia linfocítica aguda (LLA)
Leucemia linfocítica crônica (CLL).

LMA – Leucemia mieloide aguda
A LMA é um tipo de câncer que afeta as células mieloides imaturas na medula óssea, resultando em uma produção excessiva de glóbulos brancos imaturos e anormais.

Essas células cancerígenas, também conhecidas como blastos, substituem as células sanguíneas normais, incluindo glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas.

FISIOPATOLOGIA DA LMA:

A LMA ocorre devido a mutações genéticas nas células mieloides, que fazem com que elas se multipliquem descontroladamente. Com o acúmulo de células cancerígenas imaturas na medula óssea, a produção de células sanguíneas normais é prejudicada, resultando em uma quantidade insuficiente de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas circulando no sangue.

Esse desequilíbrio afeta a capacidade do organismo de combater infecções, coagular o sangue e transportar oxigênio adequadamente.

Manifestações clínicas
Os sintomas da LMA podem variar, mas geralmente incluem:

FADIGA E FRAGUESA:

Palidez e dificuldade para respirar
Infecções frequentes devido à supressão do sistema imunológico
Sangramentos inexplicados, como gengivas sangrando ou hematomas
Aumento de gânglios linfáticos ou do baço
Dores ósseas ou articulares
Perda de peso não intencional
Leucemia Mieloide Crônica (LMC)
A leucemia mieloide crônica é uma doença clonal da célula progenitora hematopoiética.

Nessa doença, há a multiplicação excessiva de células precursoras da linhagem mieloide sanguínea, sendo que a transformação maligna ocorre nas células mais maduras.

O CROMOSSOMO PH:

Diferentemente dos outros tipos de leucemias, em que a etiologia costuma ser desconhecida, nos pacientes com LMC é possível identificar a presença de uma mutação genética bem definida, conhecida como cromossomo Philadelphia (Ph). Trata-se de uma translocação entre os cromossomos 9 e 22, nas localizações q34 e p11, representada por t(9;22) (q34; p11).

Essa fusão de genes dá origem a um gene híbrido, chamado BCR-ABL, que irá definir a transcrição de uma proteína com alta atividade de tirosina quinase. Essa atividade enzimática está envolvida com a regulação da proliferação celular. Dessa forma, quando há essa mutação genética, observamos a alteração nessa regulação, fazendo com que as células se proliferem desgovernadamente.

A translocação cromossômica e oncogenes associados na leucemia mieloide crônica. Bases Patológicas das Doenças, 8. ed.
Epidemiologia
A ocorrência de LMC corresponde a 14% da ocorrência de todas as leucemias. No Brasil, observa-se a incidência de 1,6 casos a cada 100 mil habitantes por ano.

É uma doença que costuma acometer adultos mais velhos, por volta dos 50 ou 60 anos, sendo apenas 4% dos pacientes crianças. É observada uma discreta predominância de casos no sexo masculino.

O único fator de risco bem conhecido para o aparecimento da mutação –cromossomo Ph –, e portanto, da doença, é a exposição a radiação ionizante (raios X e gama). Normalmente, ela é proveniente de procedimentos médicos e o risco oferecido depende da dose, da exposição e da idade do paciente.

QUADRO CLÍNICO:

O quadro clínico da LMC é caracterizado por uma hiperplasia mieloide acompanhada de leucocitose, neutrofilia e basofilia. É muito comum também a presença de esplenomegalia, observada em mais de 80% dos casos.

A história natural da doença é dividida em três fases: fase crônica, fase acelerada e crise blástica. A fase crônica costuma ser pouco sintomática e geralmente tem duração de 3 a 5 anos. Na fase acelerada, há o aparecimento de mais sintomas e observa-se a duração de alguns meses.

Por fim, na crise blástica a doença passa a se comportar como uma leucemia aguda, porém com quadro clínico mais grave do que o observado quando a doença já tem início agudamente, como é o caso da LMA. Essa fase é considerada fatal e, algumas vezes, pode ser alcançada sem que o paciente passe pela fase acelerada.

Na fase crônica, o paciente pode estar assintomático ou apresentar poucos sintomas. Quando os sintomas se manifestam, eles costumam aparecer sob a forma de:

Fadiga
Perda de peso
Sudorese
Febre
Palidez, devido a anemia associada
Além disso, a maioria dos pacientes apresenta esplenomegalia importante. A intensidade dos sintomas está relacionada ao grau de leucocitose no sangue periférico, observado no hemograma, e com a presença de organomegalias.

Leucemia linfocítica aguda (LLA)
A Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) é um tipo de câncer que afeta as células linfoides imaturas na medula óssea, resultando em uma produção excessiva de linfócitos imaturos e anormais. Essas células cancerígenas, também conhecidas como blastos linfoides, substituem as células sanguíneas normais na medula óssea, prejudicando a produção adequada de glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas.

A LLA é mais comum em crianças, mas também pode afetar adultos. Existem dois principais subtipos de LLA com base no tipo de linfócitos afetados:

LLA de linfócitos B (LLA-B)
LLA de linfócitos T (LLA-T)
A LLA-B é mais comum em crianças, enquanto a LLA-T é mais comum em adolescentes e adultos jovens.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICA:

Sintomas: Os sintomas da LLA podem variar dependendo do estágio da doença, mas geralmente incluem:

Fadiga e fraqueza
Palidez e dificuldade para respirar
Infecções frequentes devido à redução das células normais do sistema imunológico
Sangramento excessivo ou hematomas
Aumento dos gânglios linfáticos ou do baço
Dor óssea ou articular
Perda de peso não intencional
Inchaço abdominal (principalmente em crianças)
Leucemia linfocítica crônica (CLL)
A Leucemia Linfocítica Crônica (CLL) é um tipo de câncer do sangue e da medula óssea que afeta os linfócitos, um tipo de glóbulos brancos. Ao contrário da Leucemia Linfocítica Aguda (LLA), a CLL é uma doença crônica de progressão lenta, onde as células leucêmicas se acumulam gradualmente na medula óssea e no sangue ao longo do tempo.

A CLL é mais comum em adultos mais velhos, geralmente acima de 60 anos, e a causa exata ainda não é completamente compreendida. Algumas pesquisas indicam que mutações genéticas podem estar envolvidas no desenvolvimento da CLL, mas a influência de outros fatores ambientais e de estilo de vida ainda é objeto de estudo.

COMO É FEITO O TRATAMENTO DA LEUCEMIA:

O tratamento da leucemia pode variar significativamente com base no tipo específico da doença, estágio, idade do paciente, condição geral de saúde e outras características individuais. Geralmente, o tratamento da leucemia envolve uma abordagem multidisciplinar, combinando diferentes modalidades terapêuticas. As principais opções de tratamento incluem:

Quimioterapia
Radioterapia
Imunoterapia

Transplante de células-tronco: o transplante de células-tronco é uma opção de tratamento que pode ser considerada em alguns casos de leucemia em que a quimioterapia ou outros tratamentos não são suficientes. Nesse procedimento, células-tronco saudáveis são coletadas do paciente ou de um doador compatível e são então infundidas no paciente após a destruição das células cancerígenas por altas doses de quimioterapia ou radioterapia.

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?