terça-feira, maio 21

MARCADORES DO METABOLISMO LIPÍDICO:


1 ) DOSAGEM DO COLESTEROL TOTAL E FRAÇÃO:

DEFINIÇÃO:

O colesterol é um lipídeo, esteroide transportado na corrente sanguínea como lipoproteína. As lipoproteínas são divididas, de acordo com a sua densidade, em cinco classes: quilomícrons, lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL), lipoproteínas de baixa densidade (LDL), lipoproteínas de densidade intermediária (IDL) e lipoproteínas de alta densidade (HDL). A HDL é conhecida como “colesterol bom” e a LDL é conhecida como “colesterol ruim”. O colesterol é utilizado na produção de hormônios esteroides, na constituição das membranas celulares e como precursor dos ácidos biliares, progesterona, vitamina D, estrogênios, glicocorticoides e mineralocorticoides.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

Avaliar risco de doença cardíaca, doença arterial coronariana (DAC) e aterosclerose;

A identificação de pacientes assintomáticos que estão mais predispostos a estas patologias é importante para a prevenção;

Traçar perfil lipídico quando solicitado em combinação HDL, LDL e triglicerídeos.

PREPARO DO PACIENTE:

Jejum não obrigatório;

Evitar ingestão de álcool 72 horas antes do teste;

Manter o uso de drogas que não possam ser interrompidos, mas, em pacientes em uso de Nacetilcisteína (NAC) ou Metamizol (Dipirona), a punção venosa deve ser realizada antes de sua administração devido à possibilidade de ocorrerem resultados falsamente reduzidos;

Executar o teste nas primeiras 24 horas após um evento isquêmico (IAM), pois os valores correspondem efetivamente ao perfil lipídico do paciente.

INTERPRETAÇÃO:

A interpretação clínica dos resultados deverá levar em consideração o motivo da indicação do exame, o estado metabólico do paciente e estratificação do risco para estabelecimento das metas terapêuticas. Realizar consulta de enfermagem, iniciando com a anamnese direcionada à alimentação, estilo de vida, realização de exercício físico, tabagismo, alcoolismo, incluindo todos os fatores de risco para doenças cardiovasculares, além da ocorrência de doenças cardiovasculares anteriormente. Em seguida realizar exame físico atentado, para o Índice de Massa Corporal (IMC), formato do abdome.

VALORES DE REFERÊNCIA:

É recomendado que na avaliação do perfil lipídico de um indivíduo, seja considerada a média de duas dosagens de colesterol, obtidas em intervalos de 1 semana e máximo de 2 meses após a coleta da primeira amostra. Deve-se estar atento ás condições pré-analíticas do paciente e a preferência pela mesma metodologia e laboratório.

VALORES ELEVADOS:

Idade;

Gravidez;

FARMÁCOS: betabloqueadores, esteroides anabolizantes, vitamina D, anovulatórios orais e epinefrina;

Obesidade;

Tabagismo;

Álcool;

Alimentação com alto teor de colesterol e gorduras;

Falta de exercícios físicos;

Insuficiência renal;

Hipotireoidismo;

Doença de armazenamento do glicogênio (doenças de Gierke e Werner);

Hipercolesterolemia familiar;

Diabetes Mellitus;

Hipertensão Arterial.

VALORES DIMINUÍDOS:

Desnutrição;

Doença hepática;

Anemias crônicas;

Infecção;

Hipertireoidismo;

Estresse.

CONDUTAS:

Quando o resultado for acima do esperado, o colesterol alto e o HDL baixo, o enfermeiro deverá explicar ao paciente os riscos e indicar algumas maneiras para reduzir o valor, como:

Encaminhamento ao cardiologista e nutricionista;

Realizar atividades físicas (indicação de acordo com a idade) como caminhada;

Reduzir o consumo de alimentos gordurosos;

Reduzir o consumo de álcool;

Reduzir o consumo de carboidratos;

Consumir em maior quantidade alimentos que possuam gordura boa;

Consumir alimentos ricos em fibras.

OBSERVAÇÕES:

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apresentou as Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, que abrange uma avaliação dos riscos de desenvolvimento de aterosclerose, controle dos lipídeos, tratamento com drogas, atividades físicas e redução do tabagismo.   

DOSAGEM DE TRIGLICERÍDEOS:

DEFINIÇÃO:

Os triglicerídeos constituem uma importante fonte de energia para o corpo. São armazenados no tecido adiposo como glicerol, monoglicerol e ácidos graxos, convertidos pelo fígado em triglicerídeos.

INDICAÇÃO CLÍNICA: 

Avaliar risco de doença cardiovascular e arteriosclerose;

Associado à dosagem de colesterol e frações, é útil na avaliação de dislipidemias.

PREPARO DO PACIENTE:

Jejum não obrigatório;

Evitar ingestão de álcool 72 horas antes do teste;

Realizar o teste nas primeiras 24 horas, após infarto agudo do miocárdio (IAM), pois os valores correspondem efetivamente ao perfil lipídico do paciente.

INTERPRETAÇÃO:

ALTERAÇÕES:

Níveis inferiores a 150 mg/dL não estão associados a qualquer doença;

Entre 250 a 500 mg/dL, podem ter relação com doença vascular periférica, constituindo um marcador para pacientes predisposições genéticas para hiperlipoproteinemias;

Acima de 500 mg/dL, alto risco de o paciente desenvolver pancreatite;

Acima de 1.000 mg/dL, relação com hiperlipidemia, especialmente do tipo I ou tipo V;

Níveis superiores a 5.000 mg/dL estão associados a xantoma eruptivo, arco corneano, lipemia retiniana, hipertrofia hepática e/ou esplênica.

Além das dislipidemias primárias, algumas condições ou doenças estão associadas a elevação de triglicerídeos como obesidade, intolerância à glicose ou diabetes mellitus II, hiperuricemia, hepatites virais, alcoolismo, tabagismo, cirrose biliar, obstrução biliar extra hepática, síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, síndrome de Cushing, gravidez, infecção, doenças inflamatórias, algumas doenças do estoque do glicogênio e uso de algumas drogas (estrogênios, contraceptivos orais, prednisona).

Níveis baixos de triglicerídeos podem ser encontrados na abetalipoproteinemia, hipobetalipoproteinemia, má absorção, desnutrição e hipertireoidismo.

CONDUTAS:

Resultado acima dos valores de referência, o enfermeiro deverá orientar o paciente.

Encaminhar ao cardiologista e nutricionista;

Aconselhar a realização de atividades físicas (indicação de acordo com a idade);

Reduzir o consumo de alimentos gordurosos;

Reduzir o consumo de álcool;

Reduzir o consumo de carboidratos;

Consumir em maior quantidade alimentos que possuam gordura boa;

Consumir alimentos ricos em fibras.

OBSERVAÇÕES:

A variação diurna faz com que os triglicerídeos sejam mais baixos pela manhã e mais altos depois do meio dia.     

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