domingo, julho 9

TIPOS DE MEDO: COMO PODEMOS DEFINIR E TRATAR?

Antonio sergio/ psicanalista 

O medo faz parte da vida. Essa emoção geralmente ocorre quando você percebe uma ameaça ao seu bem-estar pessoal. Por isso, é importante saber os tipos de medo que existem e quais os tratamentos para aqueles mais persistentes.

Entenda o que é o medo:

O medo pode ser descrito como a antecipação mental do perigo a ser enfrentado. Em outras palavras, é a ansiedade sentida antes de enfrentar alguma situação que põe em risco o indivíduo. Nesse contexto, vale ressaltar que sentir medo é normal e é instintivo a todo ser humano.

Dessa maneira, o medo pode levar as pessoas a experimentarem uma ampla gama de mudanças físicas e mentais. No entanto, o medo exagerado ou irracional pode se tornar prejudicial. Nessas situações, o medo tende a interferir diretamente na felicidade do indivíduo, enfraquecendo o seu senso de segurança e a sua capacidade de agir normalmente.

Os tipos de medo:

Sentir medo é algo que todo ser humano sente ao longo da vida. Dessa forma, não há uma idade específica para isso. Muitos nem se lembram como seu maior temor surgiu, mas o medo está lá mesmo assim. Esse sentimento é associado com a ansiedade e com o estresse e o melhor é saber que existe cura.

Como o medo é comum a todos os seres humanos, existem vários tipos de medo. Nesse contexto, saber qual é o tipo de medo que você sente pode ser essencial para o autoconhecimento e, se houver necessidade, para um tratamento.
Confira a seguir os tipos de medo mais comuns que existem:

  • Falar em público;
  • Ficar sozinho;
  • Morrer;
  • Altura;
  • Voar;
  • Sangue;
  • Escuro;
  • Lugar fechado;
  • Ficar doente;
  • Tempestade;
  • Animais;
  • Injeção.

O que causa o medo?

É provável que todas as pessoas vão vivenciar algum tipo de medo algum dia. Os humanos e os animais possuem reações inatas a certos estímulos, como ruídos inesperados ou altos. Alguns desses estímulos podem variar de uma pessoa para outra. No entanto, alguns tipos de medo são mais frequentemente vistos na maioria das pessoas.

Além disso, novos medos são frequentemente aprendidos todos os dias. Assim, estímulos indutores de medo associados com objetos ou eventos que normalmente não são assustadores podem causar novos medos.

Os efeitos do medo no cérebro:

A resposta de uma pessoa ao perigo geralmente envolve muitas áreas diferentes do cérebro. Entretanto, a pesquisa no campo da psicologia identificou a amígdala como essencial no processamento do medo. Quando uma pessoa é confrontada com uma situação potencialmente perigosa, a amígdala envia sinais excitatórios para outras áreas do cérebro. Desse modo, é possível garantir que essas áreas se tornem mais alertas.

Um estudo seguiu uma mulher com doenças de Urbach- wiethe uma condição que resulta no enrugamento e endurecimento de partes do cérebro. Nesse caso, partes de sua amígdala tinham sido afetadas. Assim, ela não sentia medo quando se deparava com casas assombradas, grandes aranhas ou cobras venenosas.

No entanto, ainda assim experimentou forte medo quando solicitada a inalar dióxido de carbono (um gás que causa asfixia).

Portanto, algo ficou claro para os pesquisadores: ainda que fatores externos perigosos não desencadeiam uma resposta de medo, ameaças à saúde interna podem causar. Isso ocorre principalmente pelo fator de sobrevivência.

Os efeitos físicos e emocionais do medo:

Sem o medo, as chances de sobrevivência de um indivíduo provavelmente diminuiriam. Desta forma, o medo pode ser saudável. Ele ajuda as pessoas a se afastarem de situações perigosas, prejudiciais ou ainda fatais ao desencadear uma resposta de luta ou de fuga. Assim, é uma reação corpórea que pode ser extremamente útil ao ser humano.

O medo pode fazer ainda com que alguém experimente uma percepção aprimorada do espaço e do tempo. Além disso, os sentidos de visão, audição e olfato podem ser aumentados. Ademais, em situações de risco de vida, esses ajustes na percepção podem aumentar a chance de sobrevivência de uma pessoa. Nesse contexto, o medo frequentemente afeta as pessoas física e emocionalmente.

Alterações físicas causadas pelo medo:

Você pode experimentar uma variedade de respostas físicas ao sentir medo como, por exemplo:

  • Paralisia temporária;
  • Batimento cardíaco irregular;
  • Dor de estômago, dor de cabeça ou náuseas;
  • Tontura ou desmaio;
  • Suor;
  • Chorar;
  • Tensão muscular (contrair-se ou tremer);
  • Engasgar-se;
  • Padrões de sono irregulares;
  • Perda de apetite;
  • Respiração rápida ou superficial.

Alterações psicológicas causadas pelo medo:

Os efeitos psicológicos do medo também podem ser representados por diversos sintomas, entre eles estão:

  • Pensamentos intrusivos ou perturbadores;
  • Perda de foco;
  • Confusão;
  • Terror;
  • Ansiedade;
  • Raiva;
  • Desespero;
  • Dormência;
  • Desamparo.

Medo e a saúde mental:

O medo tem sido associado a inúmeras preocupações com a saúde mental e comportamental. Portanto, é fundamental o equilíbrio desse sentimento para que uma pessoa viva de forma saudável.

Por exemplo, os problemas de ansiedade geralmente envolvem o medo de um evento ou ocorrência futura. As pessoas afetadas por alucinações ou delírios também podem experimentar altos níveis de medo.

Além disso, indivíduos afetados por humores negativos podem ficar com medo de certos acontecimentos como rompimento, perda ou fracasso.

Assim, o medo é listado como um fator contribuinte ou sintoma de condições como:

  • Ansiedade generalizada;
  • Fobias Específicas;
  • Obsessões e compulsões;
  • Ansiedade social;
  • Paranoia;
  • Pânico;
  • Estresse pós-traumático;
  • Depressão;
  • Esquizofrenia

Diferença entre medo e fobia:

Há uma distinção entre medo e fobia. Enquanto o medo é uma resposta emocional a uma ameaça real ou percebida, uma fobia, no entanto, é semelhante a um medo com uma diferença: a ansiedade é tão forte que interfere na qualidade de vida do indivíduo. Portanto, o medo intenso característico da fobia geralmente é desproporcional à ameaça real daquilo.

Além disso, a fobia muitas vezes paralisa o indivíduo ou faz com que ele evite determinados lugares e situações. Se você apresenta sinais de medo constante ou incapacitante, é necessário buscar ajuda profissional.

Como tratar o medo:

O tratamento mais recomendado para o medo irracional é a terapia. Contudo, a terapia deve ser feita com um profissional qualificado da área. Nesse contexto, você pode consultar um psicólogo, terapeuta ou psicanalista. Em casos mais graves, contudo, é indicado realizar uma análise médica psiquiátrica.

A saúde da mente é essencial para o equilíbrio humano e através da terapia é possível chegar à cura. Portanto, quanto mais cedo a pessoa procurar tratamento, maiores são as chances de levar uma vida normal.

Podemos Concluir que:

Ao longo do estudo, aprendemos que o medo é inato do ser humano. Dessa forma, é essencial para criar alertas em casos de emergência. Assim, o medo é indispensável para a sobrevivência da espécie. No entanto, quando há um excesso de medo é preciso averiguar a sua origem.

Também podemos perceber os tipos mais comuns de medo e os seus efeitos no organismo humano. Além disso, é importante distinguir o medo da fobia. A fobia, por sua vez, é um medo patológico e que precisa ser tratado. " SEJA FONTE DE AMOR ".

sábado, julho 8

O QUE É NARCISISMO PARA PSICANÁLISE?

Antonio sergio/ psicanalista 

É importante diferenciar o narcisismo para a psicanálise e do senso comum, pois no popularmente a pessoa narcísica é uma pessoa sem humildade, egocêntrica e até cruel, veremos são conceitos mais amplos a essas características. Inicialmente o conceito de narcisismo não é de Freud e sim de Paul Nacke em 1899, se referindo ao narcisismo um estado de amor por si mesmo, em 1910 Freud se refere ao narcisismo em sua obra “ Três ensaios da sexualidade, como a escolha objetal dos homossexuais.

 O narcisismo para a psicanálise:

Havia o funcionamento basal do sexual, homossexual passaria pelo narcisismo e assim escolheria o objeto sexual ,a pessoa do mesmo sexo para se relacionar, “lembrando sempre uma visão do início do século XX “, com tais concepções seria o narcisismo o desvio do objeto do sexo, então estaria no campo das perversões, todavia Freud não sustenta este conceito e em 1914 em sua obra Introdução ao Narcisismo nos condessa o Narcisismo em basicamente em: libido do eu e Libido do objeto; Narcisismo primário e Narcisismo secundário e eu ideal e ideal de eu.

Observado a oposição no destino entre a diferença na libido do eu e o libido do objeto, tratando do libido indo e vindo para o outro, do objeto e para o eu, do eu para o objeto. E analisar a consequência e suas direções na existência do sujeito é a distinção do libido, a parte do eu e de uma outra que se liga a objetos, a separação e sequências, uma outra pulsão sexual e pulsão eu, pode direcionar transferências impostas (neurose obsessivas, histerias paranoias).

Conforme os estudos de Freud, o narcisismo e o estudo das parafrenias assim como as neuroses de transferências que rastreiam os impulsos instintuais libidinais a paranoia do eu, a partir do exageros e distorções que aparentemente são normais ou simples. Apresentar essa diferença de afeições e neurose de transferência do eu e a força a ligação imediata o libido liberado pelo objeto simbólico, e retornado para eu (sujeito é como se houvesse uma megalomania do psíquico.

O narcisismo para a psicanálise e Freud:

A partir de Freud, o narcisismo primário suponho que na criança a teoria do libido confirmado por interferência direta e observação , sabe-se que a nítida superestimação, que na escolha do objeto como estimação narcísica, dominar essa relação afetiva os pais exerce afecções a criança sem limites com a negação de sexualidade infantil, compreender as fases (culturas, defeitos que são dominantes na vida).

As perturbações da criança narcisa e o Complexo de Castração é a oposição de sua vontade e desejos ,mas essencial e ser dependente e com a fixação na infância, muitas relações são mantidas neste contexto. Para entender, Freud cita a força libidinal em situação: Uma pessoa adoecida ,” deixa de amar o outro “, isso porque a preocupação com sua doença e a mesma irá fazer todo investimento libidinal naquele órgão doente /ou quadro clínico que a causa sofrimento, dessa forma este sujeito ao melhorar retira o investimento libidinal da doença e volta a amar, ou seja reverte o libido de si mesmo a outro objeto; como isso certamente a compreensão da vida e sofrimento para o eu e o movimento recolhimento(apoio) não isolamento.

Durante a vida amorosa do narcisista, Freud cita dois tipos a escolha por anaclisia (de ligação) ou narcisa objetal. A escolha amorosa anaclisia ou por ligação a pessoa narcisista escolhe seus parceiros amorosos como argumentos de vivência anterior (pode ser inconsciente), por identificação, que de si importante que reflete no outro ;ou ela seria como o outro que escolheu. Sim, o aspecto seu no outro é importante na representação narcisa e o próprio eu, é como se procurasse a si mesmo como objeto “eu me vejo no Outro”, as relações narcísicas não evoluem para outra fase, geralmente são sujeito com os mesmos sintomas e nisso há unem e residem a escolhas e mesmo o sexo.

Uma definição freudiana:

A Definição de freudiana é que os homens parte do narcisismo primário e em sua essência se dirige o amor a parceira na ótica do narcisismo secundário, há um esvaziamento de seu próprio libido a ser amado a (a parceira escolhida a paixão) e o apaixonamento faz o empobrecimento da libido e a desvalorização do eu. Enquanto as mulheres possuem o narcisismo original e na puberdade não o transforma em secundário e sim, existe um super.

Valorização do eu ,um contentamento de si mesmo, no qual as mulheres se colocam em posição a qual a necessidade de ser amada é maior a que amar o outro. Obs. Uma época em que as mulheres não podem escolher.

Características de escolha e caminho para a pessoa narcísica escolher o objeto (pessoa amada)

O que é ela mesma (a si mesmo);

O que ela gostaria de ser;

A parte dela foi parte do outro;

A pessoa foi ou seria.

O tipo de escolha anaclisia (de ligação) Uma mulher nutriz (que cuide); Um homem protetor.

O narcisismo para a psicanálise e a relação com o outro:

Claramente a formação narcísica coloca de maneira clara a relação do outro a relação, outro e o existir por conta do outro narcísico como objeto o deseja e coloca o como necessidade o objeto de desejo/o ame a afirmação de si narcísico. O narcisista no relacionamento amoroso tem três etapas: a idealização, chamada de Love Bombing (explosão de amor) a desvalorização o descarte.

As coisa começam mudar como o outro já se acostumou com que ele oferecia, tentará manipular ele próprio te ceder outros desejos ,o narcisista é vulnerável vive uma eterna competição consigo mesmo e faz o outro se sentir culpado é uma pessoa mal resolvida; e descarte ocorre quando a vítima ou se iguala e alimentar sua autoestima ou há vazio sem igual da auto estima, a prática é triste abusiva, e não é fácil mudar um narcisista até mesmo dificilmente procuram ajuda, pois não acreditam ter um problema.

Lembrando que o narcisismo pode-se entender como uma nova identificação com a imagem, em três tempos distintos: o sujeito se enxerga em ver a imagem do outro “há um desconhecimento crônico, a distinção entre o eu e o sujeito, há uma indeterminação o sujeito e partido significante simbólico é impossível de se identificar com o modo absoluto; ”o sujeito está conflitivo de se identificar”.

Podemos Concluir que?

Por fim, surge como o reconhecimento de imagem simboliza a relação espetacular, que pode ser dual simbólica ,uma vez que a dualidade na ordem do real não se confunde ,o olhar para si postura ereta a perfeição ,atração ideal e compasso perfeito e não é o real, segundo Lacan, a instância que se chama o “Eu ideal” o estádio do espelho que impotência motora é inalcançável, nem uma segunda instância a identificação onde se encontra pontos partida do eu, pois havendo acréscimos de ideais de beleza, trabalho, padrões, sempre são repostos os objetivos.

Certamente ,o conceito de eu ideal é ou ideal de eu é atual, tendo em vista que a busca pelo corpo ideal perfeito a necessidade contínua de aprovação do outro ,interligando com a busca incessante do ângulo perfeito em se fie ,as harmonizações em do rosto e corpo perfeitos e buscas de likes na construção da imagem no olhar do outro.

Resumindo a formação do ideal e sublimação também se relacionam a causa de neuroses, que as exigências do Eu favorece a repressão ,a sublimação dessas exigências a assegurar a satisfação narcísica a partir do ideal de Eu pelo ideal levado à instância de surgimento das doenças paranoides ,doenças isoladas (somáticas), neurose de transferência, histeria ….; a consciência moral reproduz regressivamente (autocrítica ). ”Eu e libido e reconhece o ideal ,mas não o reconhece o exterior e a dinâmicas da consciência. " SEJA FONTE DE AMOR ".

O QUE SIGNIFICA TEÓLOGIA FILOSÓFICA?

A teologia filosófica é um ramo da teologia em que os métodos filosóficos são utilizados para chegar a uma compreensão mais clara das verdades divinas. Existe um debate sobre se a teologia e a filosofia devem estar envolvidas no esforço do homem para chegar à verdade, ou se a revelação divina pode, ou deve, se manter sozinha. Ao longo dos séculos, tem havido várias teorias diferentes sobre o quão extensivamente os sistemas filosóficos devem ser aplicados aos conceitos teológicos. Alguns dizem que os dois devem ser absolutamente separados, que não têm nada a ver com o outro. Outros dizem que a filosofia e a razão são necessárias para que o homem entenda corretamente a revelação divina. Ainda outros tomam uma abordagem moderada, dizendo que a filosofia é uma ferramenta útil, mas que não deve ser totalmente confiada.

A teologia filosófica surgiu nos séculos 18 e 19, quando os pensadores positivistas, modernistas e iluministas atacaram o Cristianismo. Os teólogos queriam uma maneira de explicar e defender as suas crenças e descobriram que podiam usar métodos filosóficos para defender a revelação divina. O uso da filosofia para analisar e explicar a teologia não foi sem precedentes. Tomás de Aquino, Agostinho e outros teólogos da Antiguidade tinham usado as ideias de Aristóteles e Sócrates em seus escritos em um esforço para pensar e compreender os conceitos apresentados na Bíblia. Muitos apologistas modernos ainda usam argumentos filosóficos. Por exemplo, os argumentos teleológicos e ontológicos para a existência de Deus são enraizados firmemente na teologia filosófica.

A Bíblia diz que esquadrinhar um assunto, ou buscar a verdade que Deus tem ocultado, é glorioso (Provérbios 25-2). Deus nos deu a capacidade de argumentar, e não há nada de errado em estudar filosofia. Ao mesmo tempo, devemos ser cautelosos. Há muitos perigos espirituais no estudo da filosofia. Deus nos adverte para evitar "os falatórios inúteis e profanos e as contradições do saber, como falsamente lhe chamam" (1 Timóteo 6-20 ). As teorias feitas pelo homem e a especulação humana não podem acrescentar nada de valor à Palavra de Deus, a qual é suficiente para nos habilitar "para toda boa obra" (2 Timóteo 3:16-17). Jó e seus três amigos tentaram entender os caminhos de Deus através do raciocínio humano e falharam. No final, Deus lhes disse que estavam obscurecendo a revelação por "palavras sem conhecimento" ( Jó 38-2 ).

A teologia filosófica é uma ferramenta que pode ser usada de maneira correta ou errada. É uma questão de motivo e prioridade: se tentarmos entender os caminhos e os pensamentos de Deus confiando em construções feitas pelo homem, ficaremos desapontados. O homem tem tentado provar a sua capacidade de se aproximar de Deus desde a torre de Babel. No entanto, se motivados pelo amor e pelo desejo de conhecer Deus, usarmos nossas mentes para entender melhor a Palavra, nosso estudo será recompensado. A filosofia não é a própria verdade, mas é subordinada à verdade. A filosofia pode se tornar uma ferramenta para compreender melhor a verdade. A inspirada e inerrante Palavra de Deus é de suprema importância. Qualquer filosofia humana deve ocupar um lugar secundário. A Bíblia é o juiz das nossas filosofias, e não o contrário (ver Hebreus 4-12) Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS ORIENTA, NOS CONSOLA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA " ( SEJA FONTE DE AMOR).

quarta-feira, julho 5

ENTENDENDO O QUE SIGNIFICA TEÓLOGIA DO NOVO TESTAMENTO:

" SEJA FONTE DE AMOR "

A teologia do Novo Testamento é o estudo do que Deus revelou sobre Si mesmo no Novo Testamento. O sistema da teologia do Novo Testamento toma as várias verdades que os livros do Novo Testamento nos ensinam sobre Deus e as apresenta de forma organizada. O Novo Testamento revela a vinda do Messias prevista no Antigo Testamento (Isaías 9), a rejeição do Messias por Israel, o cumprimento da Lei, o nascimento da igreja do Novo Testamento (o corpo de Cristo), a era da igreja, o evangelho de Jesus Cristo e as instruções para os cristãos em Jesus Cristo.

A frase nova aliança (ou novo testamento) foi falada por Cristo na Última Ceia ( Lucas 22:20 ). Paulo citou a nova aliança como a substância do ministério a que foi chamado ( 2 Coríntios 3-6 ). O Antigo Testamento é o registro do chamado e da história da nação judaica, e contém a Lei Mosaica - a Antiga Aliança à qual Israel estava obrigada por muitos anos. O Novo Testamento trata da história e da aplicação da redenção de Cristo da Lei  (Gálatas 4:4-5 ), uma redenção que Ele forneceu através da Sua morte na cruz ( Efésios 1-7 ). Sendo a Nova Aliança, substitui a Antiga ( Hebreus 8:6, 13 ).

A teologia é o estudo das doutrinas da Bíblia, seguindo a revelação progressiva que Deus fez ao homem desde o início dos tempos até o fim do livro do Apocalipse. A teologia do Novo Testamento trata principalmente do estudo da cristologia, eclesiologia e soteriologia. Além disso, promove nossa compreensão da escatologia, pneumatologia, angelologia, hamartiologia e outros campos da doutrina! Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS ORIENTA, NOS CONSOLA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

DETERMINISMO PSÍQUICO, INCONSCIENTE E LIVRE ARBÍTRIO: COMO A PSICANÁLISE PODE NOS AJUDAR EM NOSSAS ESCOLHAS?

Antônio sergio/psicanalista 
Sigmund Freud tem uma frase célebre que abarca a questão em epígrafe: “O ego não é o senhor da sua própria casa” (Freud, 1917/1976b, p. 178). A consciência é um atributo excepcional nos processos psíquicos e os processos inconscientes ocorrem com maior frequência, sem que saibamos disso. Temos consciência de apenas uma pequena parcela daquilo que nos move. Tudo o que não sabemos, tudo aquilo que não temos consciência é da ordem do inconsciente.

O intuito da Psicanálise é iluminar os conteúdos do inconsciente para que possam ser conhecidos e elaborados pelo analisando (paciente), permitindo que ele faça escolhas conscientes e não mais seja dirigido por algo que desconhece.

E afinal, o que é Determinismo psíquico?
Determinismo psíquico ou princípio da causalidade significa que tudo o que acontece na vida psíquica é decorrente de um evento anterior, há uma causa para que aquilo ocorra. Nada acontece por acaso, não há descontinuidade da vida mental. Nada é acidental. Há uma cadeia de conexões, de eventos anteriores que faz com que vivenciemos determinada experiência.

Para a Teoria Freudiana, esquecer ou perder algo não é obra do acaso. Se alguém perde a chave de casa, em uma sessão de análise, é possível saber qual o desejo ou a intenção daquele que a perdeu. Há algo muito além daquilo que percebemos, há algo da ordem do inconsciente que faz com que as coisas aconteçam, ainda que possamos pensar em “acaso”. Os sonhos são outro exemplo da ocorrência do determinismo psíquico: são imagens encadeadas, consequência de eventos psíquicos anteriores e que se relacionam de maneira significativa com a vida psíquica do sonhador.

Os próprios sintomas são desencadeados por acontecimentos anteriores, vez que mente e corpo são únicos e funcionam de maneira interligada. Tudo tem uma causa antecedente, ainda que desconhecida (inconsciente). Se um pensamento, um esquecimento acidental, um sonho ou um sintoma não parecem se relacionar com o que aconteceu antes, significa que este processo de encadeamento é da ordem do inconsciente. Tudo o que pensamos e dizemos é determinado pelo inconsciente.

Um dos pilares da Psicanálise é a “associação livre de ideias”, onde o paciente fala o que lhe vem à mente, a fim de possibilitar ao psicanalista, perceber o que passa pelo inconsciente daquele. Freud apontava que muitas pessoas contestavam a suposição de um determinismo psíquico invocando um sentimento especial de que existe um livre-arbítrio. No entanto, até mesmo esse sentimento, considerado por Freud como um sentimento “normal”, é passível de explicação, pois existe algo que o justifica: “Pelo que posso observar, porém, ele não se manifesta nas grandes e importantes decisões da vontade: nessas ocasiões, tem-se antes o sentimento de compulsão psíquica, e de bom grado se recorre a ele.

Em contrapartida, é justamente nas decisões indiferentes e insignificantes que se prefere asseverar que teria sido igualmente possível agir de outra maneira, que se agiu por uma vontade livre e não motivada (Freud, 1901: 250).” Assim, a cada momento que Freud pretendeu, pela via das ciências naturais, tecer uma explicação linear do inconsciente a partir dos seus efeitos, deparou-se com pontos de obstáculo que impedem que se faça uma explicação causal.

Se a repetição do sintoma é o que demonstra que há algo fixado, que há uma certa estrutura, como ter acesso a esse invariável se do inconsciente só temos seus fragmentos ficcionais e contingentes? Como é possível o sujeito repetir no futuro uma vivência do passado? Não há linearidade nessa questão, o inconsciente é atemporal e se move para o passado, presente ou futuro. De acordo com essa afirmativa, consideremos que mesmo sendo o sentimento do
livre-arbítrio algo que encontra sentido na vida consciente, ela logo perde seu espaço quando passamos a dar crédito à existência de uma vida psíquica que não se organiza de maneira caótica e misteriosa, mas sim de maneira determinada, onde se fazem presentes leis e princípios. Pensar no inconsciente, tal como Freud o postulou, é pensar que mesmo quando a consciência deixa o sujeito livre de suas funções, ainda assim o sujeito passa a não estar totalmente entregue a uma situação psíquica de liberdade, já que o funcionamento inconsciente não deixou de estar atuante.

Se todas as nossas vivências são decorrência do princípio da causalidade, é possível afirmar que muitas vezes experenciamos situações repetitivas, como nos relacionarmos com pessoas que nos abandonam, nos colocarmos em situações de risco com frequência etc. e o determinismo psíquico se coloca, pois o resultado de tais experiências é resultado de causas anteriores e se não a conhecemos, continuaremos a repetir.

Com a psicopatologia da vida cotidiana, Freud não só enxergou uma ampla atuação do determinismo inconsciente, como estreitou a tênue linha que separava a condição mental “normal” e “patológica”. Dessa forma, a psicanálise fundou-se como uma ciência do psiquismo, na qual admite-se a existência de forças inconscientes que prevalecem sobre as conscientes, de maneira a revelar que o inconsciente vem restringir a liberdade consciente do sujeito, seja em grau maior, nos quadros ditos “patológicos”, seja em grau menor, nas chamadas psicopatologias da vida cotidiana.

Ao igualar os processos psíquicos que existem nos quadros “patológicos” e “normais”, a psicanálise parece não deixar brechas para a suposição de que em algum segmento de nosso psiquismo possamos estar absolutamente livres de influências determinantes de outros elementos psíquicos. Isto implica que nossa vida cotidiana, dita “normal”, está absolutamente impregnada de formações do inconsciente, nos expondo ao terrível fato de que mesmo não estando sujeito a grandes patologias, ainda assim não podemos considerar nossas ações, comportamentos e intenções como sendo de uma natureza completamente livre.

Nossas decisões são bastante restritas. Diante do determinismo psíquico, nosso livre-arbítrio é bem menos livre do que possamos supor. Ele também é determinado pelo princípio da causalidade enquanto ignorarmos nosso inconsciente. O sujeito que se lança em uma análise, é, portanto, aquele que vai poder, através da palavra e do deslizamento das representações – que até então estavam no centro de suas vivências traumáticas e recalcadas – direcionar as forças psíquicas para uma saída que seja possível e menos angustiante para ele.

As escolhas estão impregnadas de nossa história ancestral, nossa biologia, sociedade em que estamos inseridos, bem como, da história de nossa concepção e nossas relações interpessoais. O inconsciente trabalha nos movendo em direção a nossas pulsões, aos nossos desejos.

Não há como escolher aquilo que desconhecemos, ainda que inconscientemente. Toda vontade ou arbítrio, se desenha com as linhas do que já foi vivenciado pelo sujeito ou sua ancestralidade. O homem não está no comando de sua vida, não sendo, portanto, senhor de seu destino, e sem saber, age movido por seus desejos mais escondidos." SEJA FONTE DE AMOR ".

ENTENDENDO O COMPLEXO DE ÉDIPO: CONCEITO E HISTÓRIA!

Complexo de Édipo é um termo psicanalítico criado por Sigmund Freud para explicar o vínculo triangular entre mãe, pai e filho, na fase que vai aproximadamente dos 4 anos de idade da criança até o início da puberdade. Freud cunhou esse termo em sua teoria de estágios psicossexuais do desenvolvimento ou teoria da sexualidade.

  • conceito de Complexo de Édipo, ou seja, o que é o Édipo,
  • o personagem da tragédia clássica grega do mito de Édipo, que inspirou Freud (Édipo-Rei, da tragédia grega de Sófocles),
  • o que seria um Édipo bem ou mal resolvido (e como isso afeta adolescentes e adultos) e
  • atualidade do Complexo de Édipo e sua possibilidade de aplicação para vários formatos de estruturas familiares.

O que é complexo de Édipo?

Complexo de Édipo é um termo basicamente usado para descrever os sentimentos de um menino à sua mãe (atração) e ao seu pai (repulsa). Isto é, o desejo do menino pela mãe e o consequente ciúme que ele sente do pai. É como se o filho visse o pai como um rival, ao querer a atenção e afeto de sua mãe.

Afinal, a criança antes se confundia com a própria mãe durante a gestação. Depois, na fase de amamentação e  nos primeiros meses de vida, a criança começa a se diferenciar da mãe, mas continua tendo da mãe um grande foco de atenção. Gradativamente, a criança sente que a mãe lhe diminui a atenção, e percebe a existência do pai como uma suposta causa.

Freud, em sua teoria do desenvolvimento psicossexual infantil, afirmou que a origem da vida psicossexual se divide em fases, das quais se destacam:

  • Fase Oral: do nascimento até aproximadamente dois anos de idade.
  • Fase Anal: de cerca dos dois anos de idade até cerca de três ou quatro anos de idade.
  • Fase Fálica: dos três ou quatro anos até aproximadamente seis anos de idade, normalmente quando surgiria o Complexo de Édipo.
  • Fase de Latência: dos seis anos de idade até o início da puberdade, quando tende a se declinar ou se dissolver o Complexo de Édipo.

De acordo com Freud, o complexo de Édipo tem um papel muito importante na fase falica do desenvolvimento psicossexual. Para Freud, a conclusão bem resolvida desta etapa envolveria a identificação do menino com o pai, isto é, o menino deixar de rivalizar-se com o pai e passar a aceitar a impossibilidade do incesto. E isso contribuiria para o desenvolvimento de uma identidade sexual madura e independente.

O complexo de Édipo é um conjunto de elementos psíquicos e relacionais que:

  • inicia-se na fase fálica (ou no final da fase fálica) e tende a se resolver na fase de latência (dos 6 aos 13 anos);
  • como regra, é marcado por uma rivalidade com o pai e um desejo pela mãe (e por sua atenção), sendo o oposto também possível (rivalidade com a mãe e desejo pelo pai, especialmente no caso das meninas);
  • pai ou a pessoa que faça a função paterna é ao mesmo tempo uma barreira ao desejo da criança e um ideal que a criança passa a buscar para si, conforme o Édipo vá se resolvendo;
  • superego tende a se formar e fortalecer na fase de latência, em que o pai deixa de ser um oponente (resolvendo o Édipo) e torna-se um exemplo, e quando há a introjeção das regras sociais e morais que a criança/adolescente passará a adotar em sua jornada.

Complexo de Édipo: Resumo da História:

O Complexo de Édipo foi proposto pela primeira vez por Freud em seu livro A interpretação dos sonhos. Ainda que Freud só tenha começado a usar o termo, formalmente, a partir de 1910.

A denominação desse termo é retirada da peça de Sófocles intitulada “Édipo Rei”. Na peça, o personagem Édipo “acidentalmente” mata o seu próprio pai (Laio) e acaba se casando com a sua própria mãe (Jocasta).

A peça “Édipo Rei” de Sófocles faz parte de uma trilogia, que inclui também as obras “Antígona” e “Édipo em Colono”. No enredo de Édipo Rei, o rei de Tebas (Laio) é advertido pelo oráculo para que não tenha filho, pois, se o tivesse, este filho mataria o próprio pai (o rei Laio).

O nascimento e o abandono de Édipo:

Laio não acata o conselho: tem um filho. Depois, temendo a profecia, Laio se arrepende e ordena que o filho seja sacrificado.

Então, um servo do rei Laio deixa o bebê tebano para morrer no Monte Citerão, entre Tebas e Corinto, amarrando o bebê pelos calcanhares, em uma árvore. Entretanto, um pastor coríntio salva o bebê e o leva para sua cidade, onde o bebê é adotado pelo rei Pólibo.

Ao bebê, os pais adotivos dão o nome de Édipo, que costuma ser traduzido como “aquele que tem os pés furados” ou “aquele que foi pendurado pelos pés”.

Já jovem, ao consultar o oráculo de Delfos para saber sobre a sua origem, Édipo ouve uma terrível profecia. A de que o seu destino é matar o seu pai e desposar a sua própria mãe. Para supostamente fugir desta profecia, Édipo abandona Corinto, acreditando que Pólibo é seu verdadeiro pai.

Uma marca das tragédias é o fato de que o destino apresenta “coincidências” e que estas coincidências são inescapáveis, por mais que os personagens tentem fugir delas. E assim será com Édipo, envolto em uma trama inescapável.

Édipo enfrenta a comitiva e, depois, a Esfinge:

Em suas andanças, Édipo encontra por uma estrada um homem idoso (que estava acompanhado de uma comitiva), com quem Édipo acaba discutindo. Então, Édipo mata esse homem e quase toda a sua comitiva, restando apenas um sobrevivente da comitiva.

Quando Édipo chega a Tebas, a Esfinge que afligia a cidade com grandes castigos propõe a Édipo (como a qualquer outro que tentasse entrar na cidade) um enigma: “qual animal tem quatro patas de manhã, duas patas à tarde e três à noite?“.

Édipo desvenda o enigma da Esfinge: a resposta é o homem. No início da vida o ser humano engatinha (4 patas), na idade adulta caminha sobre duas pernas (patas) e, idoso, caminha com duas pernas mais uma bengala (3 patas). Manhã, tarde e noite representariam as fases da vida humana.

Ao responder o enigma, Édipo salva a sua vida e a da cidade: pois a Esfinge se suicida.

Édipo é nomeado rei de Tebas e casa-se com Jocasta:

Como recompensa pela destruição da Esfinge, Édipo é nomeado rei de Tebas e desposa a irmã do então rei Creonte. Esta esposa de Édipo é Jocasta, viúva de Laio, que fora assassinado.

Após 15 anos, uma peste assola Tebas.

O oráculo de Delfos é perguntado sobre o que deve ser feito para salvar a cidade. O oráculo responde que o assassino do rei Laio deve ser punido, só assim a peste seria interrompida. Então, o cego Tirésias diz a Édipo que o assassino de Laio está mais perto do que todos imaginariam.

Nesse momento, um mensageiro de Corinto chega a Tebas e revela que o rei de lá falecera e diz que Édipo é filho legítimo do rei Laio. Também é quando aparece o sobrevivente da comitiva de Laio. Quem, por sinal, é o mesmo homem que abandonara o bebê no Monte Citerão.

Está cumprido o destino trágico na História de Édipo:

O jovem que agora está diante dele é o rei de Tebas, Édipo. Assim, revela-se que Édipo:

  • matou o pai (Laio) e
  • casou-se com a mãe (Jocasta).

E fez as duas coisas “sem saber” que Laio era seu pai e que Jocasta era sua mãe.

Após essa descoberta, Édipo fica desolado. Fura os próprios olhos e, cego, passa a perambular sem destino pelo mundo, como seu castigo. A rainha Jocasta comete suicídio.

O mito de Édipo realmente aconteceu?

Édipo é uma obra teatral trágica atribuída ao grego Sófocles. É uma obra de ficção, embora seja polêmico se haveria uma base de personagens reais (ao menos em parte). Isso porque história, filosofia e arte se misturavam na antiguidade clássica. Mas, obviamente, muito (se não tudo) disso tem a dimensão ficcional. Ainda assim, entendia-se na tradição clássica e na Poética (Aristóteles) que o teatro era forma de conhecimento, por mobilizar:

  • pathos: a emoção, os sentimentos, a catarse;
  • ethos: a conduta ética e moral, ou seja, o julgamento do certo e o errado;
  • logos: a lógica e o conhecimento.

Da mesma forma ocorre com o mito de narciso (que se afogou nas águas) deu origem à expressão narcisismo, e tantas outras expressões que herdamos da tradição greco-romana.

A questão é que Freud não toma o Édipo como uma inauguração do que os seres humanos depois disso passariam a viver.

Mas sim a partir da pergunta: por que essa tragédia de 2.500 anos atrás ainda hoje é tão marcante e nos comove tanto, ainda que inconscientemente? Por que o “sem querer querendo” de Édipo mobiliza nossa empatia, seríamos também capazes do que Édipo fez ou alguma vez ambiguamente desejamos isso?

Por exemplo, em Sófocoles o inescapável (típico das tragédias) é anunciado pelo Oráculo (determinação divina), mas, para o complexo de Édipo, Freud não vê como um desejo divino, mas como parte do desenvolvimento psicossexual e do inconsciente da criança, um junção entre a predisposição biológica e o convívio social.

Então, a questão para Freud não é construir o humano como cópia do mito, mas sim pensar que este mito é “cópia” (mimesis) do humano, é construção humana (e as razões para ter comovido naquela época e nos comover até hoje).

Outras perguntas: “por que em praticamente todas as culturas o incesto é (e era) um tabu?“; “por que é tão forte o apego do menino pela mãe?”; “seria razoável pensar que o pai pode ser visto por este menino como um seu rival, que lhe rouba a mãe?”.

Então, Freud toma o mito de Édipo como alegoria para propor um Complexo de Édipo, que trata do desejo do menino pela mãe, a rivalidade com o pai, e os custos sociais (superego) de quando a interdição do incesto não é respeitada. Mesmo quem rejeite o complexo de Édipo terá que propor uma teoria psicológica sobre como a mente se forma na idade infantil e quais as influências das funções materna/paterna nisso.

Características do Complexo de Édipo: Freud:

Todos os seres humanos devem a sua origem a um pai e a uma mãe. Para Freud, não haveria, assim, como escapar dessa triangulação (bebê – mãe – pai), a qual constitui o centro do conflito humano. Essa triangulação define a estrutura psíquica do sujeito. E ela não está presente apenas na infância do sujeito, mas em toda a sua vida.

Complexo de Édipo é um conceito universal para a compreensão sobre o que é psicanálise. Um conceito que fala sobre sentimentos como o amor e o ódio, quando direcionados àqueles que mais nos são próximos, nossos pais. É também uma teoria sobre a maturidade psíquica: um sujeito só se torna psiquicamente autônomo quando supera a infantilização da fase de dependência a seus pais.

fase fálica começa a trazer à criança várias proibições até então desconhecidas. É quando a criança começa a perceber que a sociedade lhe impõe regras, limites e costumes. A criança já não pode mais fazer o que quer (seu id não pode ser plenamente atendido), e a sua liberdade começa a ser cerceada, em função de uma vida social mais complexa, com novos agentes.

Nesse momento, a criança começa a identificar mais claramente as distinções entre si e os seus genitores. Sendo, portanto, uma das fases mais importantes do desenvolvimento, psicológico e sexual. Segundo Freud, os reflexos da idade edipiana poderá se refletir por toda a vida adulta do sujeito. Inclusive em sua vida sexual, sua realização profissional, sua maturidade psíquica, sua capacidade de se relacionar afetivamente com outras pessoas etc.

O superego é herdeiro do Complexo de Édipo:

Conforme ocorra a superação bem resolvida do complexo de Édipo, vai se estruturando o superego. Atua como uma autoridade moral internalizada pela pessoa. Por isso, este momento de superação é, para Freud, essencial ao desenvolvimento psicossexual do indivíduo.

Diz-se que o superego é o herdeiro do Complexo de Édipo, afinal:

  • função paterna como detentora da moral se impõe sobre a criança, que deve aceitar a impossibilidade de derrotar o pai, identificando-se com este;
  • isso se dá na forma de uma introjeção psíquica no superego: e a criança, por um processo metonímico, passa a aceitar também a existência de uma moral social.

No livro Mal Estar da Civilização. Freud sugere que o mito de Édipo está na base não só do indivíduo, mas também na base da cultura. A escola, a religião, a moral, a família, o poder de polícia, os ideais de normalidade, as leis são alguns exemplos de construções sociais que buscam impor aos mais novos as regras que vão preservar o status quo das gerações anteriores.

Assim como o pai faz em relação ao filho, a sociedade criaria a cultura (sinônimo de civilização, em Freud) e todos os seus aparelhos em razão do temor de que os jovens (os “filhos”) ataquem as regras de funcionamento que já organizam esta sociedade.

O tabu do incesto:

A expressão “incesto” pode parecer muito forte à nossa moral adulta. Podemos pensar que isso é incabível à concepção de uma criança.

Mas devemos lembrar que, possivelmente,

  • tabu do incesto só é forte no mundo adulto porque, quando crianças, o introjetamos, ainda que não nos recordemos disso;
  • psique do bebê não nasce pronta: é até lógico supormos que este amontoado de pulsões destine seus primeiros afetos pulsionais em direção à mãe, primeiro porque não se distingue dela;
  • bebê nasce apenas com o id (apenas pulsões e um instinto em buscar satisfação), sendo que só depois desenvolverá o ego (para se diferenciar do resto) e o superego (para introjetar a moral);
  • a maior parte do tempo, a criança convive com sua mãe e seu pai: é de se supor que se direcionem a estas pessoas seus afetos de amor e ódio.

Complexo de Édipo bem e mal resolvido:

Diz-se que há um Édipo mal resolvido quando uma pessoa em idade adulta apresenta sinais que deem a entender que ela não superou adequadamente o Complexo de Édipo na passagem da infância para a adolescência.

Significa que a pessoa ainda apresenta sinais:

  • de estar ainda vivendo o Complexo de Édipo, ou
  • de querer reviver aquela época em que tinha desejo pela mãe (ou pelo pai) e rivalizava com o pai (ou com a mãe).

Por outro lado, diz-se que o Complexo de Édipo foi bem resolvido quando, nesta passagem da infância/adolescência, a pessoa aceita a impossibilidade do incesto com a mãe (ou o pai) e a impossibilidade de continuar odiando ferozmente o pai (ou a mãe). A partir desta aceitação, passa a focar seus afetos e energia libidinal em outras pessoas e coisas. É de certa forma normal haver um distanciamento em relação aos pais, tão comum a partir do início da adolescência.

O Complexo de Castração:

Quando Freud elaborou a ideia de um Complexo Edipiano, imaginou essencialmente a referência aos meninos. Depois, especialmente no texto “A dissolução do Complexo de Édipo” (1924), propôs algumas diferenças entre meninos e meninas na questão edipiana.

Freud considerava que o primeiro afeto de uma criança (menino ou menina) é sempre pela mãe. Isso porque a criança está em seu começo de diferenciação e desenvolvimento. É natural que o amor se volte para a pessoa com quem a criança mais teve contato.

A diferenciação entre meninos e meninas aconteceria num segundo momento do Édipo, como explicaremos a seguir.

Basicamente, a menina pode passar a ter afeto pelo pai e rivalidade com a mãe, que é vista como sua concorrente. Além do mais:

  • temor da castração, que nos meninos representa o medo de perder o pênis,
  • na menina pode ser entendido como a castração já realizada (falta do pênis).

Freud até supõe que o complexo de castração seja universal: no menino, o temor; na menina, a castração imaginariamente já realizada. Mas poderia também ser remetido a outros símbolos típicos de temores. 

No verbete “Complexo de Castração“, do Vocabulário de Psicanálise de Laplanche & Pontalis, há formas mais amplas de ver a questão:

“… a fantasia de castração é encontrada sob diversos símbolos:

  • o objeto ameaçado pode ser deslocado (cegueira de Édipo, arrancar dos dentes, etc.),
  • o ato pode ser deformado, substituído por outros danos à integridade corporal (acidente, sífilis, operação cirúrgica), e mesmo à integridade psíquica (loucura como conseqüência da masturbação),
  • agente paterno pode encontrar os substitutos mais diversos (animais de angústia dos fóbicos).

O complexo de castração é igualmente reconhecido em toda a extensão dos seus efeitos clínicos: inveja do pênis, tabu da virgindade, sentimento de inferioridade, etc.; as suas modalidades são descobertas no conjunto das estruturas psicopatológicas, em particular nas perversões…”

Obviamente o complexo de castração não é literal apenas no sentido da perda do pênis. Pode ser delocado, deformado ou substituído para outros temores. E até mesmo o agente castrador pode não ser (na cabeça da criança) apenas o pai, pode ser outra pessoa ou objetos fóbicos. Não é uma castração no sentido literal. Inclusive, até mesmo o temor da castração pode não ser literal, pois pode ocorrer de diferentes formas em diferentes pessoas.

Costuma-se entender em psicanálise a castração como uma alegoria das interdições. Assim, quando um paciente diz que teve uma “família castradora”, possivelmente esteja querendo dizer que a família impôs regras rígidas demais e um pensamento baseado em regras dogmáticas e autoritárias.

A diferença do Édipo em meninos e meninas:

Em termos de afeições e rivalidades com pai/mãe e a fase de maior autonomia e do superego que deve vir com a resolução (dissolução ou encerramento) do Complexo de Édipo, entende-se que o fenômeno ocorre tanto com meninos e meninas.

O que pode variar é com quem o menino se identifica (mãe ou pai) e com quem rivaliza. Da mesma forma, com a menina, que pode se identificar mais com o pai e rivalizar com a mãe.

Embora seja o chamado “padrão”:

  • atração da criança pelo(a) pai/mãe de sexo oposto e
  • rivalização com o(a) pai/mãe de mesmo sexo,

é possível também haver uma atração do menino para com o pai e uma rivalidade para com a mãe. E, na menina, uma atração pela mãe e uma rivalidade com o pai.

Em termos da psique humana e da complexidade das relações afetivo-familiares, entende-se hoje que é temerário arriscar uma universalização. Há que se olhar para cada história.

Ainda assim e mesmo com críticas ou adaptações ao modelo edipiano original, é possível ao analista:

  • olhar para cada realidade familiar e de formação da criança, e
  • entender que existam as atrações e rivalidades sugeridas pelo Complexo de Édipo,
  • tanto para meninas quanto para meninos,
  • e ver como o Édipo pode ter ocorrido em cada caso, de maneira a marcar a formação da personalidade até a vida adulta.

Alguns autores seguem uma linha do psicanalista Carl Gustav Jung  no sentido de denominar esta fase análoga ao Complexo de Édipo para as meninas como Complexo de Electra. Freud, por sua vez, preferiu denominar apenas como Complexo de Édipo e, em alguns ajustes, diferenciar sua manifestação e sua resolução entre meninos e meninas.

As funções de pai e de mãe no Complexo de Édipo:

É importante entendermos:

  • a função de mãe: que pode ser sintetizada com as ideias de proteção e amor, um ideal de volta ao passado e de possibilidade de realização dos desejos do Id, de quando a criança tinha a proteção uterina e a atenção integral da mãe (na verdade, quando a criança se confundia com a mãe);
  • a função de pai: que seriam os limites impostos pelo dever, um ideal de caminhar para o futuro e de independência, que pode impor o receio ou angústia ao novo para a criança, razão para a criança nutrir ainda maior animosidade em relação ao pai.

Estas funções independem se de fato há uma mãe e um pai como casal. A função de afeto e a função de dever podem ser desempenhadas por outras pessoas e outras composições familiares, por pais adotivos, por famílias complexas (em que avôs/tios etc. convivem no mesmo ambiente) e até mesmo uma mãe ou um pai sozinhos.

Para além do Édipo e outros modelos familiares:

Passado mais de um século desde a elaboração freudiana, é fato que o Complexo de Édipo permanece como parte da compreensão do desenvolvimento psicossexual infantil e como parte da compreensão das regras impostas pela vida em sociedade.

Também houve críticas e complementações acerca da teoria freudiana (dentro da psicanálise, da psicologia, da filosofia, da pedagogia e da sociologia), especialmente quanto aos riscos da universalização da teoria freudiana, aos outros formatos de família e ao desenvolvimento de bebês do sexo feminino.

Mesmo os psicanalistas que buscam atualizar a obra freudiana precisam oferecer em seu lugar, assim como Freud o fez, uma teoria sobre:

  • Como a psique humana se forma e se diferencia / desapega da mãe etc.?
  • Como ocorre a passagem da criança em direção à autonomia?
  • Quais os momentos e eventos de passagem em direção à maturidade psíquica?
  • Quais os reflexos na vida adulta dos eventos (ou sua falta) necessários a esta transição psíquica?

No Livro “Édipo: o complexo do qual nenhuma criança escapa”, o psicanalista J.D.Nasio, amplia a triangulação do Complexo de Édwipo para situações em que a mãe não mora com o pai. De certa forma, a mesma ideia de Nasio poderia ser aplicada a quaisquer modelos de família:

“Pergunta: como se dá o Edipo quando a mãe vive sozinha com o filho?

Resposta: Plenamente, sob a condição de que a mãe seja desejante. Pouco importa que a mãe viva sozinha, o que conta é que seja apegada a alguém, que deseje alguém; e, no caso de não ter nenhum parceiro amoroso, o que conta é que seja interessada por outra coisa que não o filho, que o amor pelo filho não seja o único amor de sua vida. Em suma, há o Edipo a partir do momento em que a mãe deseja um terceiro entre ela e o filho. Eis o pai! O pai é o terceiro que a mãe deseja.”

Como se Resolve o Complexo de Édipo?

A forma de resolver o Édipo também pode ser diferente em meninos e meninas. Em ambos, resolver (ou superar) significa a saída do Édipo: isso passa por aceitar a impossibilidade de incesto, introjetar esta norma moral e destinar o afeto de amor/ódio para outros objetos.

Complementando estes pontos em comum, Freud propões especificiadades:

  • No menino: aceitar a impossibilidade do incesto com a mãe, superar a rivalidade com o pai e introjetar o pai como um símbolo de referência moral.
  • Na menina: aceitar a impossibilidade do incesto com o pai, superar a rivalidade com a mãe e canalizar sua energia para um afeto substituto, em especial a maternidade.

Para resolver esta fase edipiana, é necessário desenvolver uma identidade saudável e mais autônoma. A criança deve:

  • identificar-se com o genitor do mesmo sexo (o menino com o pai, a menina com a mãe) e
  • deixar de desejar o genitor de sexo oposto.

Assim, a criança resolve o conflito incestuoso e característico do Complexo de Édipo.

A demanda colocada aos pais na educação psicológica da criança é permitir que a criança se autonomize e deixe de colocar seu afeto (amor e animosidade) apenas em relação ao núcleo familiar.

Para isso, a criança (e, depois, o adolescente) buscará outros ideais e objetos, como brinquedos, amigos, professores, super-heróis, artistas etc. E, por vezes, até mesmo rejeitará a atenção dos pais. Isso é comum como a diferenciação necessária à autonomia.

De acordo com Freud, essa fase edipiana envolve o id e o ego da seguinte forma:

  1. O primitivo id quer eliminar o pai, e o ego, realista, sabe que o pai é muito mais forte.
  2. É quando surge a angústia de castração no menino, que teme que o pai mais forte se imponha contra ele.
  3. Ao descobrir as diferenças físicas entre o homem e a mulher, a criança acha que o pênis do sexo feminino foi removido.
  4. Com isso, o menino também acha que o seu pai irá castrá-lo por desejar a sua mãe: é o chamado complexo de castração. 
  5. Para resolver esse conflito, o filho deve ceder e se identificar com o pai. Isto é, aceitar o pai, manter uma relação com o pai e elaborar um apreço à figura paterna. Afinal, se o filho desafiar o pai, estará numa posição vulnerável depois.
  6. Ao mesmo tempo, o filho deve abdicar-se do incesto com a mãe (você, psicanalista, não interprete isso pela via moralista, pense que esta atração da criança é pulsional e ainda é confuso para a sexualidade e a personalidade em formação).

Basicamente, para superar o complexo de Édipo e seguir em frente, o filho deverá aceitar a supremacia do pai e a impossibilidade de ter o amor conjugal pleno com sua mãe. Assim, o “eu” estará livre para se fixar a outros objetos de amor. Isto é, realizar-se com outra pessoa, ter uma profissão, assumir um papel de responsabilidade pessoal, familiar e social.

Diz-se que houve um complexo de Édipo mal resolvido quando a criança não consegue fazer esta passagem de afeto, mantendo-se infantilizada na idade adulta, insegura em relação a ambientes e pessoas, incapaz de assumir responsabilidades, presa ao afeto/proteção da mãe e à rivalidade com o pai, não conseguindo tomar decisões sozinha, projetando em outras pessoas o papel de pai/mãe.

Sinais no adulto de um Édipo bem ou mal resolvido:

Por esta visão de J. D. Nasio, o complexo de Édipo seria universal, isto é, todas as crianças passariam por ele, independentemente do modelo familiar. Bastaria o desejo que a mãe tenha por outra pessoa (ou até mesmo “coisa”, como o trabalho etc.) e que isso seja visto pela criança como “roubando-lhe” a mãe.

Neste sentido, o Complexo de Édipo bem resolvido não dependeria do formato familiar, mas sim ocorreria quando a criança (até provavelmente perto da adolescência) conseguisse:

  • ir se desprendendo deste desejo pela mãe e do desejo que a mãe lhe deseje e lhe seja exclusiva; e
  • deixar de conflitar ou rivalizar com o pai (ou quem ocupe este lugar, no ponto de vista da criança),
  • de forma que a criança passe a destinar seu afeto a outras pessoas, coisas, sonhos profissionais etc., com maior autonomia.

Do lado oposto, um Complexo de Édipo mal resolvido seria quando a criança não se desapega do desejo pela mãe e não consegue deixar de conflitar com seu pai. Normalmente, isso reflete-se em condições diversas inclusive na idade adulta, como:

  • a incapacidade de se relacionar de maneira saudável com outra pessoa,
  • auto-estima frágil ou baixa
  • incapacidade de assunção de responsabilidades e relacionamentos,
  • elevado grau de dependência em relação a outras pessoas,
  • comportamento infantilizado e assunção de conceitos infantis,
  • projeção das funções de pai/mãe em outras pessoas,
  • revivência da condição de filho(a) no relacionamento com outras pessoas,
  • angústia ou ansiedade em circunstâncias em que sente perder o ideal de “escudo protetivo” que trazia da infância,
  • superproteção aos próprios filhos, como forma de reviver a dependência emocional do seu Édipo.

Como a psicanálise trata o Édipo mal resolvido em adultos?

Observe que alguns dos “sintomas” enumerados acima podem ter outras razões. É a combinação de alguns destes fatores que permitem-nos suspeitar de um Édipo mal resolvido. Entendemos que não seja possível nem relevante rotular alguém como tendo um complexo de Édipo mal resolvido.

O psicanalista experiente em clínica buscará outro caminho: naturalmente, reflexões sobre a convivência com o pai ou a mãe (ou a falta desta convivência) surgirão na livre associação que o analisando (paciente) fará. Caberá ao psicanalista propor elaborações a respeito destes vínculos e as reverberações em fase adulta, isso de forma qualitativa.

Na medida em que estas temáticas e estes “sintomas” sejam repetitivos, o analista poderá ir firmando sua tese da questão edípica, mas ainda assim pronunciar ao analisando que ele é um caso de Édipo mal resolvido parece pouco proveitoso. O importante será avançar a terapia em favor de um melhor bem-estar que o fortalecimento do ego pode propiciar.

Mesmo na idade adulta, é possível buscar esta resolução do Édipo. A nosso ver, embora não seja mais possível “voltar no tempo” e mudar as relações com pai/mãe, é possível ao adulto buscar o fortalecimento do ego, em terapia psicanalítica:

  • compreendendo melhor a si e seus processos mentais,
  • superando ou minimizando os mecanismos de defesa do ego (como a projeção),
  • lidando melhor com as demandas da realidade externa e
  • melhorando a qualidade de suas relações interpessoais.

Casais com grandes diferenças de idade são sinais de Édipo mal resolvido?

Uma pessoa que busque se relacionar com um(a) parceiro(a) mais velho(a):

  • Seria sinal de um Édipo que foi mal resolvido e que permanece na idade adulta?
  • Seria indício de buscar reconstruir a relação afetiva edipiana, com um substituto para o pai ou para a mãe?

Entendemos que existe esta possibilidade, mas a generalização é muito perigosa.

Quão mais velho precisaria ser o parceiro para que haja esta conclusão? Três anos, 10 anos, 20 anos, 30 anos? Entendemos que é muito relativo, não é possível alcançar uma determinação exata. Seria preciso conhecer melhor cada caso. Cada psique é única em sua constituição.

Talvez um comportamento infantilizado e uma dependência emocional exagerada em relação ao parceiro poderiam ser elementos um pouco mais fortes de um Édipo mal resolvido do que uma questão apenas de constatação de diferença de idade.

Se disséssemos o contrário, seríamos levianos. Bastaria UM exemplo de um casal em que a pessoa mais jovem apresenta mais maturidade e um ego mais fortalecido, e a pessoa mais velha seria mais imatura e com outros indícios de um Édipo mal resolvido para derrubar por terra a tese da diferença de idade nos relacionamentos como sendo um fator edipiano.

Centralidade e Universalidade no complexo de Édipo:

Na psicanálise, fala-se sobre:

  • centralidade do Édipo: este complexo como sendo um fator central para entendimento da psicanálise e da psique humana;
  • universalidade do Édipo: este complexo como sendo um fator universal, isto é, aplicável a todas as crianças.

O caráter universal do complexo de Édipo seria um ponto polêmico. A defesa deste ponto de vista decorre de uma razão biológica no desenvolvimento psíquico humano. Ademais, toda criança ampara-se no relacionamento com adultos, por mais falhos que este seja.

Por outro lado, o aspecto cultural seria responsável por diferentes manifestações desta interação. Uma forma de conceber um entendimento a respeito é pensar que o biológico e o amparo do(s) adulto(s) contribuem com o caráter universal do Édipo, enquanto as diferentes culturas, orientações, interações com os adultos e as diferentes personalidades determinariam o aspecto cultural ou idiossincrático do Édipo.

Ainda quem rejeite o complexo de Édipo, reconhece haver elementos edipianos aplicáveis. É parte da reflexão de Édipo que um psicanalista, psicólogo, pedagogo ou filósofo deve responder: como se dá a passagem da criança/adolescente para a autonomia? Deixar de rivalizar com o pai é parte disso? Dá-se por temor? Coincide com o momento da vida em que a criança percebe as interdições? Como o Édipo se vincula à perda e posterior destino a outros afetos? E quando não há determinado desenvolvimento, isso afeta a forma de ser e conviver do adulto?

Enfim, são questões que na psicanálise/psicologia praticamente se inauguraram com Freud e que outros psicanalistas e pensadores de diversas áreas se debruçariam depois. Questões que abrem a quem recusa o Édipo e que, no lugar, precisa pensar esta transição.

Todas as ideias da psicanálise podem ser questionadas (obviamente isso demanda uma porção de leitura), a questão a nosso ver é buscar entender a ideia inicial e pensar articulações de como isso pode ser refutado, ampliado ou confirmado.

A atualidade do Complexo de Édipo:

Para alguns psicanalistas como Donald winnicott, o Édipo não é tão central no desenvolvimento psíquico. Na verdade, Winnicott parte da ideia edipiana de Freud, mas imagina que este aspecto de identificação / diferenciação em relação especialmente à mãe ocorra mais cedo na vida do bebê e não necessariamente tenha uma relação direta com períodos bem marcados de fases de desenvolvimento psicossexual.

Não há que se tomar o Complexo de Édipo necessariamente como uma relação literal. Há que se pensar o desejo pela mãe (ou pelo pai) não só como sexual, mas por todo o caráter simbólico e protetivo que representa.

Existem nuances, a depender de cada unidade familiar. Daí se discuta hoje se o Édipo seria de fato universal (isto é, aplicável a todas as crianças). Na visão de J. D. Nasio, sim.

Podemos pensar em funções paterna/materna, em vez de figuras estanques. Podemos pensar quais pessoas representam para a criança os ideias de amor/proteção e de animosidade/independência. E também pensar que, embora haja uma preponderância de sentimentos em relação a cada um dos pais, a criança não vê o pai/mãe apenas como adversário ou apenas como afeto.

Nas fases fálica/latência que concide com a temática edipiana, costuma-se também despontar até mesmo uma orientação para a sexualidade, conforme o menino / a menina se sintam mais envolvidos por sua mãe / seu pai.

O afeto que a criança tem pelo pai não é somente hostilidade, nem pela mãe é somente amor. Podemos pensar talvez numa supremacia de um ou de outro sentimento para com cada progenitor. Mas há que se considerar a ocorrência de ambos os sentimentos antagônicos direcionados a uma mesma pessoa, o que em psicanálise se chama de ambivalência. 

Além disso, há que se pensar a relação do Complexo no desenvolvimento diferente de meninos e meninas e também nos diferentes modelos familiares (mãe sozinha, pai sozinho, duas mães, dois pais, adoção tardia, criação por avós etc.). E pensar que até mesmo dentro de cada conjunto (menino/menina) existam diferenças, por causa do caráter único de cada sujeito." SEJA FONTE DE AMOR "

VAMOS ENTENDER O QUE SIGNIFICA ISRAELOLOGÍA!

Israelologia é a área do estudo teológico especificamente focada no que a Bíblia ensina sobre Israel. O autor principal sobre esta questão nos últimos anos tem sido Arnold Fruchtenbaum, Ph.D., fundador do Ministério Ariel (Ariel Ministries em inglês). Seu principal foco é mostrar o que a plenitude das Escrituras ensina sobre a terra e o povo de Israel. O Dr. Fruchtenbaum rejeita especificamente a teologia de substituição (a crença de que a Igreja substituiu o Israel do Antigo Testamento). Como ele observa, apenas o dispensacionalismo, "com a sua clara distinção entre Israel e a Igreja, pode, de fato, fornecer uma doutrina bíblica sistematizada de Israel".

A obra de Fruchtenbaum é muitas vezes adotada por aqueles que defendem o dispensacionalismo e amplamente rejeitada por aqueles que não o fazem. No entanto, o estudo da Israelologia oferece muito discernimento para todos os cristãos. Por exemplo, a Israelologia mostra como a Igreja e Israel têm um papel agora. A Igreja é chamada, como os primeiros apóstolos e cristãos foram, a compartilhar a mensagem do evangelho com o povo judeu como uma das muitas nações incluídas na Grande Comissão ( Mateus 28:18-20 ).

Além disso, a nossa visão de Israel influencia a nossa visão da Lei Mosaica do Antigo Testamento. A Israelologia examina como a Igreja primitiva lidava com a prática do judaísmo e defendia a leitura e o estudo das Escrituras do Antigo Testamento.

Um resultado final e importante do estudo da Israelologia é um respeito mais profundo pelo povo judeu contemporâneo. O crescente antissemitismo em partes do mundo muitas vezes molda Israel em uma luz altamente negativa. No entanto, uma visão bíblica adequada de Israel assinala a visão alta de Deus sobre Israel e seu futuro. Os cristãos são chamados a mostrar amor ao povo de Israel e a orar por eles ( Salmo 122:6 ).

A Israelologia é um estudo muitas vezes negligenciado entre os cristãos, talvez por causa de crenças pré-concebidas relacionadas aos tempos finais ou à teologia da substituição. No entanto, todos os cristãos são chamados a estudar para se mostrarem aprovados (2 Timóteo 2-15 ). Nosso estudo deve incluir o que a Bíblia ensina sobre o povo de Abraão e a terra que Deus lhes prometeu ( Gênesis 12:1-3 ) Que Deus nos abençoe, nos guarde e nos dê a paz, " LEIA A BÍBLIA, A BÍBLIA ELA NOS FORTALECE, NOS CONSOLA, NOS ORIENTA, NOS CONDUZ, E AINDA NOS ANIMA ".

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?