sábado, dezembro 23

GLUTATIONA: O QUE É? PARA QUE SERVE? O ANTIOXIDANTE MAIS PODEROSO DO ORGANISMO

A glutationa é o antioxidante mais abundante no sistema de combate aos radicais livres. Ela também tem papel ativo na recuperação celular e na eliminação de toxinas. 

A Glutationa é considerada a mãe de todos os antioxidantes, fundamental para a desintoxicação do organismo e para dar suporte ao sistema imune. 

Talvez você nunca tenha ouvido falar, mas essa molécula é capaz de manter a saúde do corpo e prevenir uma série de doenças.

GLUTATIONA: O QUE É?

A glutationa é uma molécula simples, composta por três aminoácidos: cisteína, glicina e glutamina. Está presente em todas as células do corpo e é produzida de forma natural, principalmente por meio de uma alimentação saudável, de uma suplementação adequada e da prática de atividades físicas.

Além disso, sua composição contém grupos químicos de enxofre, capazes de livrar o organismo de elementos nocivos, como toxinas e radicais livres.

Ou seja, ela protege de forma eficaz todas as células do corpo.

Podemos entender que a glutationa tem a capacidade de maximizar a atividade de outros antioxidantes, como as vitaminas C e E e o ácido lipóico ou alfa-lipóico, além dos obtidos por meio de uma alimentação rica em frutas e vegetais frescos.

GLUTATIONA: PARA QUE SERVE?

Por estar presente na maior parte das células, a glutationa já é considerada fundamental em diferentes processos e funções do organismo.

Por outro lado, a sua deficiência tem sido associada  a diversas doenças e complicações de saúde, como:

  • Alzheimer e Parkinson (relacionadas à idade);
  • coronárias e autoimunes;
  • artrite, asma e outras condições inflamatórias;
  • câncer;
  • disfunção mitocondrial;
  • fraqueza muscular e fadiga.

Além disso, a glutationa possui vários benefícios para o nosso organismo. Separei alguns para melhor entendermos: 

  • ação antioxidante; 
  • eliminação de toxinas;
  • transporte de aminoácidos;
  • síntese de proteínas;
  • proteção contra radiações solares;
  • combate aos sinais de envelhecimento e declínio cognitivo;
  • suporte ao sistema imune;
  • proteção e recuperação celular;
  • cicatrização.

Agora, vou te explicar como a glutationa atua em cada um deles.

Ação antioxidante:

Os radicais livres são responsáveis por danificar ou destruir importantes componentes celulares, se não neutralizados, causando o estresse oxidativo das células.

Nesse sentido, o poder antioxidante da glutationa está em proteger as células da ação desses radicais, mas sem perder a sua utilidade no organismo.

Isso porque ela atua de forma simultânea. Por um lado, neutraliza a ação dos radicais. Por outro, recicla a si mesma e aos outros antioxidantes para reutilização no organismo, como por exemplo as vitaminas C e E.

É por isso que a glutationa é um dos antioxidante mais poderoso do organismo.

Eliminação de toxinas:

Outra função importante é a desintoxicação do organismo.

Seus compostos de enxofre atuam como um ímã na atração de radicais livres e toxinas, mercúrio e metais pesados, que são excretados pelas fezes e urina. 

Por isso que, o papel da glutationa é remover as toxinas das células e proteger o organismo contra os efeitos prejudiciais de agentes como radiação, produtos químicos e poluição.

Transporte de aminoácidos:

A glutationa também é responsável pelo transporte de aminoácidos.

Eles desempenham funções vitais no organismo e, por isso, precisam ser transportados para o corpo.

Entre suas principais funções estão: construção de tecidos, músculos, hormônios, enzimas e células do sistema imunológico.

Síntese de proteína: 

A glutationa também exerce um papel importante na síntese de proteínas. No caso de situações de extremo estresse oxidativo, ocorre depleção ou diminuição da síntese proteica e, como sabemos, as proteínas são parte fundamental na composição de células e tecidos no organismo, inclusive do nosso sistema imunológico. 

Portanto, a síntese proteica tem um papel fundamental para a recuperação e o fortalecimento do organismo, bem como para atenuar casos de sarcopenia (perda de massa muscular em decorrência do envelhecimento) e também atua na produção dos anticorpos, fortalecendo ainda mais o sistema imune. 

Proteção contra radiações solares: 

A intensa exposição solar causa danos às células, como o estresse oxidativo. Nesse sentido, os antioxidantes ajudam a diminuir o impacto da radiação solar e, consequentemente, as doenças relacionadas.

Pois quanto mais produzimos radicais livres, devido à exposição aos fatores de estresse oxidativo, mais vamos consumir glutationa para combatê-los. Isso pode diminuir sua concentração nas células e nos deixar mais suscetíveis às doenças mencionadas acima. Por isso, o consumo de antioxidantes, como a glutationa, são essenciais para uma vida mais saudável.

Combate aos sinais de envelhecimento:

A glutationa é um dos antioxidantes que ajudam na  desintoxicação prevenção de doenças e resistência ao declínio, relacionados ao envelhecimento.

Isso porque a sua função é proteger as células e as mitocôndrias contra os danos oxidativos e peroxidativos. 

Ela também está relacionada ao fornecimento de energia, uma vez que sua síntese depende do trifosfato de adenosina (ATP), molécula que fornece energia celular. 

Mas podemos entender que quando o corpo envelhece a capacidade de produzir glutationa diminui. 

Mas podemos entendermos que existem maneiras de otimizar a molécula no organismo por meio de uma alimentação saudável e suplementação adequada, como veremos mais adiante.

Declínio cognitivo: 

Um ensaio clinico recente sugere que a combinação de glicina e N-acetilcisteína (GlyNAC), precursores da glutationa, podem melhorar fatores causais associados ao envelhecimento, como:

  • estresse oxidativo;
  • disfunção mitocondrial;
  • inflamações;
  • resistência à insulina;
  • disfunção endotelial;
  • gordura corporal;
  • toxicidade genômica;
  • força muscular;
  • capacidade de praticar exercícios;
  • e função cognitiva.

De acordo com os autores do estudo, a estratégia nutricional pode aumentar as defesas celulares e promover um envelhecimento mais saudável.

Os pesquisadores também descobriram que a principal razão da deficiência de glutationa em adultos mais velhos pode ser a síntese diminuída causada pela menor disponibilidade de glicina e cistina. 

Suporte imune: 

A glutationa também tem um papel importante na resposta imune do organismo. 

Como já vimos ela é fundamental para a síntese proteica, inclusive para a produção de anticorpos. 

A glutationa é necessária para a ocorrência da proliferação linfocitária que conduz a uma resposta imunologico capaz de eliminar células indesejáveis, tais como aquelas infectadas por vírus ou cancerígenas. Além disso, atua na redução de inflamações e, consequentemente, fortalece diversas funções do organismo.

Proteção e recuperação celular:

Por ser o principal desintoxicante e antioxidante do corpo, a glutationa protege as células do organismo. Em contrapartida, a redução dos seus níveis promove o envelhecimento celular.

Além da idade, outros fatores podem impactar nos níveis desta molécula, separei algumas pra entendermos melhor. 

  • exposição à poluição, metais pesados e radiação UV;
  • uso excessivo de álcool;
  • sedentarismo;
  • má alimentação;
  • estresse;
  • uso de medicamentos;
  • condições genéticas.

Cicatrização: 

Assim como outros antioxidantes, a glutationa acelera o processo de cicatrização, pois age na redução das reações inflamatórias e no combate do estresse oxidativo das células.

Além disso, ela mantém os patógenos no meio exterior, evitando que corpos indesejados acessem o organismo. Aqui, mais uma vez, há uma forte ligação com a síntese proteica, pois a melhora desse mecanismo efetiva e acelera a cicatrização.

Reposição de glutationa:

Conforme citado anteriormente, o envelhecimento é apenas um dos fatores que atuam na redução dos níveis da molécula no organismo.

Além de evitar todas as condições relacionadas ao aumento na produção de radicais livres e que geram estresse oxidativo, é importante buscar alternativas para aumentar os níveis da glutationa no corpo.

Nesse sentido, as melhores alternativas são aumentar o consumo de alimentos e o uso de suplementos que apoiam a produção da molécula, além da prática regular de exercícios físicos.

Aumento dos níveis de glutationa:

Alimentos integrais, ricos em aminoácidos e contendo enxofre costumam ser boas fontes de glutationa.

  • Proteína do soro de leite de alta qualidade;
  • Leite não pasteurizado e que não contenha pesticidas, hormônios ou antibióticos;
  • Frutas e vegetais frescos;
  • Alimentos ricos em enxofre, como alho, cebola e vegetais crucíferos (brócolis, couve, repolho, couve-flor, agrião, entre outros);
  • Curcumina.

Da mesma forma, exercícios físicos também aumentam os níveis da molécula no organismo. Eles são responsáveis por impulsionar o sistema imunológico, melhorar a desintoxicação e aumentar as defesas antioxidantes do corpo.

Comece devagar. Escolha uma atividade física prazerosa, inicie com calma e aumente até conseguir praticar 30 minutos por dia. 

Uso de suplementos:

Porém, é possível aumentar o nível da molécula ao tomar outros suplementos, como:

  • Whey Protein de boa qualidade, sem açúcar e aditivos químicos;
  • N-acetil-cisteína;
  • Ácido alfa-lipóico;
  • Nutrientes de metilação (folato e vitaminas B6 e B12);
  • Selênio;
  • Vitaminas C e E;
  • Cardo-mariano, também conhecido como Cardo-leiteiro (usado há muito tempo em doenças do fígado).

ENTENDENDO A FISIOLOGIA DOS VASOS SANGUÍNEOS :

Os vasos sanguíneos são estruturas tubulares que estão espalhadas por todo o corpo e são distribuídos por todo o corpo. A principal função do desses vasos é o transporte de sangue por todo o organismo, como estão espalhado por todo corpo precisa sofrer adaptações como alteração no tamanho e características das suas paredes.

Artérias: as artérias tem três camadas na constituição da sua parede, uma camada externa, uma media e uma intima (de fora para dentro dessa ordem). As artérias tem como principal função levar o sangue rico em nutrientes e oxigênio, já bombeado pelo coração, ate os tecidos. Como as artérias recebem esse sangue diretamente do coração elas precisam ter uma parede que suporte toda a pressão que esse sangue chega, sendo assim a sua camada externa da essa resistência fazendo com que o sangue consiga fluir com força necessária, ela é elástica e resistente. Já a camada mais interna (intima) é suave permitindo que o sangue faça todo o trajeto com mais facilidade e rapidez.

Veias: as veias são similares as artérias, porem elas transportam o sangue em uma pressão mais baixa, sendo assim, não são tao resistentes quanto uma artéria. Elas também são compostas por três camadas: uma camada mais externa, uma media e uma interna (de fora para dentro). Como as veias transportam o sangue com menor pressao isso quer dizer que, elas levam o sangue da periferia do corpo ate o coraçao, ou seja, levo o sangue com menos pobre em nutrientes e oxigenio para que ele possa passar novamente pelo processo de hematose e continuar seu ciclo. Como esse sangue transportado pelas veias vem das extremidades o corpo desenvolveu nessa estrutura valvulas para que seja possivel esse sangue retornar vencendo a gravidade. Dessa forma, a principal funçao das valvulas venosas é impedir que o sangue se mantenha acumulado, impede a estase venosa na porçao mais distal do nosso corpo. A musculatura da regiao auxilia a empurrar esse sangue pelas veias quando é realizada contração.

Capilares: diferentemente das artérias e veias, os capilares tem calibre muito inferior, são bem mais finos , menores e frágeis, são microtúbulos formados por apenas uma camada celular. Esses vasos são tao estreitos que os glóbulos vermelhos não conseguem passar sem precisar se dobrar. Por mais que esses vasos sejam bem sensíveis as trocas gasosas acontecem da mesma maneira, as células sanguíneas dentro do capilar liberam seu oxigênio que atravessa a camada celular e vai para o tecido adjacente. Apesar de simples esses capilares também são sofrem 

divisões: Capilares contínuos: são capilares que como o próprio nome diz não apresentam nenhuma interrupção. Esse tipo é mais comumente encontrado em tecidos musculares, conjuntivos, nervosos e glândulas exócrinas.

  • Capilares fenestrados: são capilares que tem uma continuidade porem apresentam poros em sua estrutura. Esses poros podem estar cobertos por uma membrana fina denominada diafragma ou não. Esse tipo de capilar é encontrado em órgãos como intestino, pâncreas, rins e em glândulas endócrinas.
  • Capilares sinusoides: são capilares onde ha uma descontinuidade de células. Esses capilares normalmente apresentam trajetos mais tortuosos e o diâmetro relativamente maior. São encontrados em medula óssea, baço e fígado.

Pressão arterial:

A pressão arterial é a pressão do sangue que as artérias precisam resistir durante sístole e a diástole. Durante a sístole é quando ocorre a pressão máxima exercida e na diástole a mínima. O valor dessa pressão é extremamente importante e pode ser aferido a partir das artérias presentes no braço. Quando ocorre o aumento do valor dessa pressão caracterizamos como hipertensão arterial (HAS), uma doença crônica, silenciosa, que acomete homens e mulheres e que pode acabar evoluindo e trazendo complicações, dessa forma, essa medida é um indicador de saúde bastante importante usado na pratica medica, a partir dele é possível prevenir doenças como: infarto, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal entre outras. Quando ocorre o diagnostico dessa patologia é de extrema importância explicar ao paciente que o tratamento não é apenas medicamentosos, mas envolve uma importante alteração nos hábitos de vida, desde mudança na alimentação ate o inicio da pratica de atividade física.

Insuficiência venosa:

Nas veias, assim como nas artérias, há possibilidade de ocorrer prejuízo que cause uma doença crônica. As válvulas das veias podem acabar perdendo a integridade por alguns motivos como inflamação ou por algum tipo de lesão e isso faz com que as veias subcutâneas do que as profundas (maiores calibre e suportam maior quantidade de sangue) o que causa uma sobrecarga no sistema venoso superficial. Quando isso ocorre acaba causando sintomas de edema e estase sanguínea, em casos mais graves pode acabar desencadeando ulcerações. Quando essas válvulas são destruídas uma vez esse déficit se mantem, mas quando a válvula apenas perde sua função essa pode ser recuperada total ou parcialmente. A causa mais comum da insuficiência venosa é trombose venosa, que é quando o tecido do coagulo acaba danificando as válvulas venosas. É importante entender que nem sempre quem tem coagulo de sangue na perna ira desenvolver o quadro de insuficiência venosa mas se a pessoa já teve diversos quadros de coágulos na mesma perna e se esse coagulo for principalmente na região pélvica maior a chance de evoluir para uma insuficiência venosa.

sexta-feira, dezembro 22

ESTEATOSE HEPÁTICA: GORDURA NO FÍGADO, SINTOMAS, DIAGNÓSTICO:

A esteatose pode ocorrer no consumo regular de álcool, de alguns medicamentos (inclusive chás e fitoterápicos), no hipogonadismo e em algumas doenças genéticas. Pode ainda acometer não obesos dislipêmicos e/ou com resistência insulínica.

A doença gordurosa não alcoólica do fígado, chamada NAFLD (Non-Alcoholic Fat Liver Disease), é uma condição comum, cuja principal característica é o depósito de lipídios nos hepatócitos.

A esteatose hepática, sem evidências de sofrimento do fígado, é um sinal de alerta, pois cerca de 10 a 20% destes indivíduos podem desenvolver agressão hepatocelular. Neste caso, passa a ser chamada de esteato-hepatite não alcoólica, ou seja, NASH (Non-Alcoholic Steatohepatitis), que pode evoluir para cirrose e câncer de fígado. Assim, a doença hepática gordurosa não alcoólica é espectral.

A patologia costuma ser a expressão da síndrome metabólica no fígado. Associa-se, portanto, a uma ou mais condições, listei algumas para entendermos melhor:

1 ) Baixos níveis do HDL colesterol

2 ) Elevado LDL colesterol

3 ) Hipertriglideridemia

4 ) Resistência Insulínica ou Diabetes tipo 2

5 ) Hipertensão Arterial

6 ) Sobrepeso corporal, principalmente às custas de obesidade central

Geralmente, o diagnóstico incidental no exame ultrassonográfico alcança 35% da população adulta, mas, destes, não mais do que 20% evoluirão para NASH.

O seu diagnóstico só deve ser firmado face à ausência ou diminuto consumo alcoólico. O volume abdominal, medido pela cintura ou pelo índice cintura/quadril define a obesidade central como fator de risco, contudo o diagnóstico definitivo é histopatológico.

A NFALD tem a sua base fisiopatológica no estresse metabólico do fígado, cuja consequência é o aumento da peroxidação de lipídios. De forma simplificada, o fígado produz gordura acima da sua capacidade de liberação, gerando o acúmulo.

Assim como a NASH, a NFALD habitualmente melhora com o tratamento da causa. Deste modo, caso exista história de ingestão alcoólica em faixa de risco, a mesma deve ser suspensa. No caso da obesidade, a correção lenta e progressiva do peso corporal se faz necessária, pois a rápida perda de peso associa-se ao maior risco de progressão da doença.

A dieta deve ser planejada para reeducação alimentar, além de redução do consumo de frutose. Dietas modistas ou restritivas só atrapalham, enquanto as dietas ‘detox’ não possuem consistência científica.

O uso de medicamentos anabolizantes/outros hormônios para induzir perda de peso é um grave risco à saúde. Essas terapêuticas hormonais podem piorar a doença hepática. Os suplementos proteicos e shakes não são indicados pelo desconhecimento de potencial malefício.

Os chás emagrecedores, fitoterápicos devem ser evitados pelo risco de hepatite tóxica. Os compostos que contêm chá verde, spirulina, erva cavalinha, espinheira santa, óleo de cártamo, centelha asiática, noni e babosa são particularmente perigosos.

Por outro lado, a atividade física aeróbica com moderada musculação têm bons resultados, apesar da escassez de estudos em longo prazo.  Infelizmente, alterar hábitos não é tarefa fácil.

Na maioria dos pacientes, a resolução da obesidade, o controle do diabetes e do colesterol se acompanha de completa resolução da esteatose e, muito provavelmente, da esteato-hepatite. Por outro lado, há um subgrupo minoritário de pacientes no qual a agressão hepática permanece a despeito da correção do suposto fator causal. O mecanismo que perpetua a agressão hepática parece ter base em polimorfismos genéticos.

Uma vez diagnosticada a esteatose, recomenda-se que o paciente faça avaliação das provas bioquímicas hepáticas. Uma investigação invasiva só será necessária, habitualmente, nos pacientes que apresentarem alterações destas provas laboratoriais.

quinta-feira, dezembro 21

GLÂNDULAS SALIVARES: ESTRUTURA PARÓTIDAS, SUBMANDIBULAR, SUBLINGUAL E MENORES:

As glândulas salivares são glândulas exócrinas, que dão suporte ao sistema digestório e produzem saliva. Além das glândulas pequenas dispersas pela cavidade oral existem três pares de glândulas salivares maiores: parótida, submandibular (ou submaxilar) e sublingual. 

Em humanos, as glândulas salivares menores secretam 10% do volume total de saliva, mas são responsáveis por aproximadamente 70% do muco que é secretado.

Saliva:

Como dito, a saliva é sintetizada pelas glândulas salivares e expelida na cavidade oral. Tem como principais objetivos: umidificar e lubrificar a mucosa oral e o alimento ingerido, iniciar a digestão de carboidratos e lipídios (por meio das atividades da amilase e da lipase lingual, respectivamente) e secretar substâncias germicidas protetoras, como a imunoglobulina A (IgA), a lisozima e a lactoferrina. 

A saliva também tem papel crucial na manutenção de um pH neutro na cavidade oral (atua como um tamponamento) e forma uma película sobre os dentes por meio de proteínas salivares ricas em prolina, que se ligam ao cálcio. 

Em algumas espécies, mas não em seres humanos, a secreção de saliva também é importante na regulação da temperatura corporal.

Estrutura das glândulas salivares:

O parênquima das glândulas salivares maiores consiste em terminações secretoras e em um sistema de ductos ramificados que se arranjam em lóbulos, separados entre si por septos de tecido conjuntivo que se originam de uma cápsula de tecido conjuntivo rico em fibras colágenas que circunda e reveste essas glândulas.

As porções secretoras glandulares têm dois tipos de células – serosas ou mucosas, além das células mioepiteliais não secretoras. Essa porção secretora precede um sistema de ductos cujos componentes modificam a saliva à medida que a conduzem para a cavidade oral. 

Células serosas têm, em geral, um formato piramidal, com uma base larga que repousa sobre uma lâmina basal e um ápice com microvilos pequenos e irregulares voltados para o lúmen.

As células secretoras adjacentes estão unidas entre si por complexos juncionais que formam uma massa esférica, denominada ácino, contendo um lúmen central, onde o conteúdo proteico sintetizado pode ser expelido

Células mucosas apresentam, em geral, um formato cuboide ou colunar; seu núcleo é oval e encontra-se pressionado junto à base da célula. Elas exibem características de células secretoras de muco, contendo glicoproteínas importantes para as funções lubrificantes da saliva.

A maioria dessas glicoproteínas pertence à família das mucinas, cuja estrutura contém 70 a 80% de cadeias de carboidratos. Tais células, frequentemente, se organizam e se rearranjam em túbulos, que consistem em uma formação cilíndrica que circundam um lúmen. 

No ser humano, as glândulas submandibulares e sublinguais, organizam-se em um padrão característico. As células mucosas formam túbulos, mas, no término delas, há um grupo de células serosas que constituem as semiluas serosas.

Células mioepiteliais podem ser encontradas junto à lâmina basal de terminações secretoras e a ductos intercalares (em menor extensão), que formam a porção inicial do sistema de ductos.

Geralmente, duas ou três células mioepiteliais envolvem a terminação secretora e, nessa porção, são bem desenvolvidas e ramificadas. Já nos ductos intercalares, elas são mais alongadas e fusiformes, dispondo-se paralelamente ao comprimento do ducto. 

Essas células têm várias características semelhantes às das células musculares, incluindo a contratilidade. Entretanto, elas estabelecem junções (desmossomos) entre si e também com as células secretoras.

Embora a contração das células mioepiteliais acelere a secreção de saliva, sua principal função parece ser a prevenção da distensão excessiva da terminação secretora durante a secreção, devido a um aumento da pressão luminal. 

Paralelamente, a contração das células mioepiteliais localizadas nos ductos intercalares aumenta o diâmetro luminal, contribuindo para diminuição da pressão na terminação secretora e facilitando a secreção. 

No sistema de ductos, as terminações secretoras se continuam com os ductos intercalares, formados por células epiteliais cuboides. Vários desses ductos curtos se unem para formar um ducto estriado.

Os ductos são caracterizados por estriações radiais que se estendem da base das células até a altura dos núcleos. 

Os ductos intercalares e estriados são também denominados ductos intralobulares, devido à sua localização dentro dos lóbulos glandulares.

Dando continuidade ao sistema de transporte da saliva, tem-se que os ductos estriados de cada lóbulo convergem e desembocam em ductos maiores, localizados nos septos de tecido conjuntivo que separam os lóbulos, onde se tornam ductos interlobulares ou excretores

Os ductos interlobulares são inicialmente formados por epitélio cuboide estratificado, mas as porções mais distais dos ductos excretores são revestidas por epitélio colunar estratificado. 

ducto principal de cada glândula salivar maior desemboca na cavidade oral e, no final, é revestido por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. Vasos e nervos penetram as glândulas salivares maiores pelo hilo e gradualmente se ramificam até os lóbulos. 

Um rico plexo vascular e nervoso circunda os componentes secretores e ductais de cada lóbulo. Os capilares que circundam as terminações secretoras são muito importantes para a secreção de saliva, após estímulo pelo sistema nervoso autônomo. 

Com relação ao estímulo nervoso, o estímulo parassimpático, geralmente iniciado pelo gosto ou aroma do alimento, provoca uma secreção abundante de saliva aquosa. Já o estímulo simpático produz uma pequena quantidade de saliva viscosa, rica em material orgânico/proteico.

Parótidas:

Trata-se de uma glândula acinosa composta, cuja porção secretora é constituída exclusivamente por células serosas que contém grânulos de secreção ricos em proteínas e elevada atividade de amilase. 

O conteúdo secretado pelas parótidas é responsável pela hidrólise de boa parte dos carboidratos ingeridos, dando início a digestão. Como em outras glândulas salivares, o tecido conjuntivo contém muitos plasmócitos e linfócitos.

Os plasmócitos secretam IgA, que forma um complexo com um componente secretor sintetizado pelas células acinosas, células dos ductos intercalares e estriados.

O complexo secretor rico em IgA (sIgA) é liberado na saliva, sendo resistente à digestão enzimática e constituindo-se em um mecanismo de defesa imunológica contra patógenos da cavidade oral.

Submandibular:

A glândula submandibular é uma glândula tubuloacinar composta e sua porção secretora contém tanto células serosas quanto células mucosas. As células serosas são o principal componente desta glândula, sendo facilmente diferenciadas das células mucosas pelo seu núcleo arredondado e citoplasma basófilo.

Em humanos, cerca de 90% das terminações secretoras da glândula submandibular são acinares (serosas), enquanto 10% consistem em túbulos mucosos com semiluas serosas.

As células que constituem as semiluas na glândula submandibular secretam a enzima lisozima, cuja atividade principal é hidrolisar as paredes de determinadas bactérias.

Algumas células acinosas e dos ductos intercalares encontradas nas glândulas salivares maiores também secretam lactoferrina, que se liga ao ferro, um nutriente essencial para o crescimento bacteriano.

Os ductos estriados podem ser observados facilmente na glândula submandibular humana, enquanto os ductos intercalares são muito curtos.

Sublingual:

Assim como a submandibular, também é uma glândula tubuloacinar, composta por células serosas e mucosas.

As células mucosas predominam nessa glândula, enquanto as células serosas se apresentam exclusivamente constituindo semiluas serosas na extremidade de túbulos mucosos.

Assim como na glândula submandibular, as células que formam as semiluas serosas na glândula sublingual secretam lisozima.

Glândulas salivares menores:

Consistem em glândulas salivares não encapsuladas, pequenas e que estão distribuídas em toda a mucosa oral e submucosa. A saliva é produzida por pequenas unidades secretoras e é conduzida à cavidade oral em ductos curtos, com pouca modificação de seu conteúdo. 

Embora existam variações, as glândulas salivares menores normalmente produzem muco (sem conteúdo seroso/proteico). Agregados de linfócitos podem ser encontrados nas glândulas salivares menores, associados à secreção de IgA.

quarta-feira, dezembro 20

RELAÇÃO ENTRE PLANTAS E PESSOAS:

A influência da interação das plantas com as pessoas em uma atmosfera calmante e relaxante, como por exemplo, um jardim ou uma estufa tem um efeito positivo sobre todos os Participantes. Em um grupo muitas pessoas podem desfrutar 
os benefícios sociais e agradáveis, onde conversas e alguns risos certamente irão 
surgir, o que é necessário para se fazer novos amigos.

Pode ser usado também com um grupo de pessoas que estão
enfrentando dificuldades semelhantes, pode ser  
encorajador quando se vê como outros enfrentam e se ajustam  
ao problema.Uma pessoa com deficiência ou idosa, que se sente isolado do convívio, pode se 
beneficiar da estimulação mental 
que um trabalho em grupo pode proporcionar. Os indivíduos  
também podem ocupar os seus pensamentos com tarefas, como 
plantio de mudas, enquanto liberta sua mente mesmo que seja por um breve momento. 

As atividades físicas da Horticultura terapêutica estimulam o tônus 
muscular e fortalecem grupos musculares utilizando  
movimentos. Melhorias na coordenação e controle dos dedos das mãos e dos
movimentos em vítimas de AVC e em pessoas com lesões 
cerebrais são conseguidas com técnicas como transplante, 
enchimento de vasos, propagação ou plantio. 

Um sentimento de realização, sabendo que eles são responsáveis 
pelo cuidado e alimentação de uma planta viva é muito 
gratificante para o indivíduo. Sabendo que o subproduto da 
Sua terapeutica pode ter um valor econômico para apoiar os programas, ou até mesmo 
alimentício ou medicinal, dá a sensação de ter dado uma 
valiosa contribuição para a comunidade. 

Melhorar a memória por relembrar memórias do passado 
e encorajar conversas sobre acontecimentos felizes da  família e dos amigos, através 
de tarefas simples como manusear vasos, aprender 
os nomes das plantas e flores ou até mesmo recordar os nomes 
das plantas que plantou em seu jardim no passado. 

À medida que anda pelas estufas ou jardins que estimulam os 
sentidos, o individuo observa atentamente os aromas, textura,
cores e sons. Ouvir a água no lago e imaginar os peixes ao  
sentir o ar úmido circulando pela estufa, sentir o cheiro da terra 
molhada que dá sensação de bem estar e traz lembranças, ouvir os pássaros e os sons ao
ar livre no campo. Sentir o sol no rosto ou o frescor da sombra 
tocar e sentir as diferentes texturas das folhas e 
comparar umas com as outras. 

Qualquer pessoa pode se beneficiar da Horticultura 
Terapêutica este elemento de recuperação pode ser usado para 
melhorar a Vida das pessoas que lutam contra qualquer doença ou deficiência seja ela a pessoa 
que necessita de cuidados ou aquela que cuida. A 
Horticultura terapêutica pode ajudar a recobrar e manter 
funções perdidas devido a doenças e lesões, bem como melhorar a forma 
prescrita por profissional de fisioterapia. 

Doenças ou deficiências específicas incluindo acidentes  
Vasculares cerebrais, lesões cerebrais, paralisia cerebral, grupos de apoio a pacientes 
com câncer, doente mental, geriatria, as pessoas que 
vivem com AIDS, deficientes físicos, visuais, auditivos,  
estresse, angústia emocional, luto, etc. 

Quem precisa de calmaria têm um sentimento de prazer de  
Ocupar um lugar importante no mundo como um membro funcional na
comunidade. Aquele que precisa de incentivo e apoio, num 
momento de incerteza e de medo ou aquele é excluído, há, pelo 
menos, um lugar que pode ir junto com outras pessoas que 
estejam sofrendo dos mesmos receios.

Plantas podem nos dar prazer e podem trazer a reabilitação 
através todos os cinco sentidos, tanto fisicamente ou mais 
indiretamente através de lembranças e sentimentos. Tudo  
está diretamente relacionado à Horticultura Terapêutica porque  
através deste conhecimento que se pode tornar essa terapia ainda mais útil. Os cinco sentidos que
podem ser despertados pelas plantas são: 
visão, audição, olfato, paladar e tato. 

A visão é uma parte muito importante dos nossos sentidos, 
observando a estrutura e forma, a pessoa pode reagir através de 
vários sentimentos. Dependendo do desenho de um jardim, por 
exemplo, o sentimento pode ser de calma ou pode ter efeito 
contrário. As pessoas também podem variar na sua preferência 
pela cor, as pessoas têm diferentes reações sejam elas psicológica, emocional ou 
física, mas existem princípios básicos que podem 
ajudar a pessoa a misturar e combinar as cores para o efeito  
que se deseja. Veja alguns exemplos: 
- Vermelho: estimulante, chama a atenção. 
- Verde: pacífica, sutil, repousante. 
- Amarelo: cor do sol, esperança. 
- Laranja: quente e rico. 
- Azul: sedativa, tristeza. 
- Rosa: suave, repousante, quente. 
- Branco: profundamente calmante.

Mesmo que não se imagine que o som de um jardim pode 
realmente causar algum impacto nos sentimentos, isto pode 
ocorrer com certeza. Desde o ruído de folhas e plantas  
dançando com a brisa, ao tilintar da água como se fosse o som de 
uma cachoeira distante, pode ter um efeito psicológico na cura. 
Também pode servir para isolar a poluição sonora, urbanas e os 
problemas do trabalho. 

Vento: som calmante pode ser produzido pelo ar soprando 
através do bambu ou de gramíneas dando uma sensação 
agradável que causa bem estar. 

Água: cachoeiras e fontes podem trazer uma sensação
refrescante, diminuindo a temperatura do ar e agradando os
ouvidos. 

Insetos e animais: plantas que atraem insetos, como borboletas 
e abelhas vão produzir mais um som agradável ao seu jardim, 
além da beleza e encantamento que estes animais podem trazer. 

Aromas das plantas podem atrair não só os polinizadores, mas 
também os seres humanos. A fragrância é um dos mais fortes 
estimulantes da memória e pode ser um potente antídoto para a 
depressão. 

O gosto é um dos sentidos mais apreciados nas plantas, pois 
grande maioria dos alimentos que consumimos provém de plantas. 

Certas plantas são ótimas para o toque com sua variedade de 
texturas, as folhas têm tecidos diferentes, como a cera suave 
que as protege. Além de textura rendilhada formada pelos vasos 
condutores de seiva. Existem também algumas folhas que
possuem pêlos como se fossem cabelos brancos minúsculos que
lhes dão sensação aveludada (Pelargonium). Também as  
cascas de certas árvores são muito interessantes ao toque, é importante para as pessoas 
interessadas em horticultura terapêutica porque nem 
sempre podem se usar todos os seus outros sentidos para  
apreciar o jardim. Com isto em mente plantas sensíveis 
Precisam ser capazes de resistir ao toque. 

Será que o manejo com jardins e hortas não é um trabalho que 
exige muito de pessoas que estão passando por uma fase de 
recuperação? Pois não é o que acontece com as pessoas que 
participam deste tipo de tratamento. Enquanto a jardinagem é considerada uma 
atividade de lazer, muitas pessoas podem não 
reconhecer os seus benefícios para a saúde física e mental. 
Estudos mostram que profissionais de saúde concordam que a jardinagem é uma excelente maneira de 
aliviar o estresse mental e obter 
um bom exercício ao mesmo tempo. 

Os profissionais de saúde têm percebido que a horticultura não 
é apenas um passatempo gratificante, mas trabalhar com o 
Solo, sementes e plantas pode ser uma experiência enriquecedora que 
ajuda a construir a auto-estima e confiança. Existe algo mágico e
curativo sobre os poderes da natureza, assim como ocorre no 
crescimento de uma planta. As flores perpetuam-se com as suas 
sementes constantemente repetindo o ciclo. A natureza 
perdoa, se uma planta morre, outra pode ser cultivada em 
seu lugar. Se um erro acontecer, a natureza ensina como evitar a 
repeti-lo, porque o ciclo de vida das plantas dá-nos esperança de 
vida renovada e uma oportunidade para começar de 
novo. Vários tipos de pacientes podem ser tratados com essa 
terapia, ajudando as pessoas a lidar com dependências; depressão e ansiedade, 
transtorno de estresse pós-traumático, transtornos
alimentares, transtornos de humor, demências em idosos e 
doenças em longo prazo como a esquizofrenia. 

A Horticultura proporciona excelente estímulo para os 
Sentidos, visão, paladar, tato e olfato. Os pacientes tomam parte em atividades que estimulam o  
pensamento, exercitam o corpo e 
estimulam a conscientização do ambiente em que vivem.

Após a avaliação cognitiva, comportamental, física e 
habilidades sociais dos pacientes, os terapeutas planejam uma variedade de 
tarefas e atividades da horticultura que são significativas
e desafiadoras para o indivíduo, promovem a auto-estima, 
funcionam como lazer e ensinam habilidades que apóiam o 
processo de recuperação. Muitas dessas atividades também 
proporcionam oportunidades de criatividade e imaginação. 

Os pacientes são incentivados a partilhar os seus sentimentos e 
emoções através de interação com o grupo e individuais. Os 
terapeutas constroem relacionamento com os pacientes, enquanto 
trabalham com plantas selecionadas, avaliam a sua capacidade para 
se relacionar socialmente através do grupo de trabalho e 
compreendem um grande número de tarefas. 

É também altamente eficaz com pacientes idosos que precisam 
tanto dos benefícios físicos como psicológicos. O trabalho com as 
plantas e o solo contribui para aumentar a agilidade, a melhorar 
a circulação e desenvolver as musculaturas superiores e inferiores do corpo Atividades 
em grupo aumentam as suas  
Competências sociais e comunicativas. O cheiro, o toque e sentir as plantas ajudam a reduzir a ansiedade e estresse. Depressão e ansiedade são 
atenuadas e atividades especificamente adaptadas às 
necessidadedes do pacientes ajudam a levantar a auto-estima e confiança.

O planejamento é o elemento essencial para o êxito de uma 
Terapia Hortícola, o primeiro passo no processo é o entendimento do diagnostico 
de cada paciente. Depois que for compreendida as 
características da doença, então poderá ser utilizada a  
horticultura como uma intervenção para melhorar a qualidade de vida e dignidade. 
Por exemplo, pessoas idosas que tenham raiva e ansiedade podem 
se beneficiar de atividades como escavar e a poda de galhos que 
irá ajudá-los a liberar a raiva e sentimentos oprimidos. 
Atividades são concebidas para satisfazer as capacidades 
físicas e mentais do indivíduo. Com os idosos, os 
especialistas recomendam uma sessão de não mais do que meia 
hora para garantir o sucesso. 

Horticultura Terapia tem-se revelado benéfica para pacientes 
com outros problemas. Ao entrar em contato e trabalhar com as 
plantas, pacientes que lutam contra o vício, aprendem sobre 
autopromoção, relacionamento inter-pessoal, cooperação, a 
manter o auto controle e aprender a ouvir, habilidades que 
Podem aplicar em suas vidas e suas relações com a família e os amigos. 

Para os pacientes se recuperarem de estresse pós-traumático, o local deve ser 
convidativo e rico com plantas, calor e luz solar natural. 
Fragrâncias, como lavanda, gerânio e neroli ajudar a 
estimular, acalma e diminuir a ansiedade e depressão. Uma 
variedade de plantas oferece atividades, para os pacientes a 
oportunidade de experimentar o mundo da natureza. Através de 
projetos de classe e atividades de jardinagem, os pacientes 
celebram seus pontos fortes e sucessos. Eles aprendem a 
relaxar diminuir as tensões, desenvolver interação social positiva com os outros e se 
divertir sem traumas com as pessoas do seu grupo. 
Diariamente atividades hortícolas ajudam a equilibrar os remédios 
psicoterapêuticos através de sessões com atividades criativas 
e projetos que estimulam a imaginação.

Os pacientes que sofrem de depressão sentem alivio ao  
utilizar a horticultura como um canal para remover as emoções  
nagativas, deixando-as com sentimentos de otimismo, confiança e auto- estima.
No plantio de produtos hortícolas, pacientes com transtornos 
alimentares aprendem sobre nutrição e também a 
importância de fortalecer o organismo. Pacientes esquizofrênicos que trabalham 
com jardinagem se beneficiam com maior fixação na 
realidade e maior controle do seu ambiente. 

Ao tentar entender a relação entre as plantas e as pessoas  
em atividades de horticultura, ocorre um processo chamado  
"mútuo reconhecimento”, que significa que a planta pode 
ajudar as pessoas a compreender a si mesmas. Esta teoria é um modelo para descrever o 
processo entre as plantas e os seres humanos. 

As plantas possuem qualidades e necessidades que as tornam 
muito semelhantes às pessoas, tais como a estabilidade ou 
enraizamento, flexibilidade e elegância, as plantas também 
possuem outras características como a beleza, a força ou  
fraqueza, o repouso ou agitação, só para compor um pouco das 
suas características. 

De acordo com a teoria da Ecologia Humana, nós devemos 
ver a natureza como uma projeção do nosso interior.  
Atraves desta projeção podemos ampliar as qualidades intangíveis 
do " Eu" aqueles conjuntos de relações internas que são mais  
estruturais do a vida turbulenta do desejo, raiva e ansiedade, que 
transcorem através do nosso “ser” como humanos. As qualidades que as pessoas estão 
procurando dependem da sua personalidade, suas experiências 
pessoais e suas projeções. As plantas representam uma 
correspondência entre o mundo natural e a mente.

O benefício do contato com as plantas pode ser usado para 
trabalhar com os pacientes, que estão perturbados ou que se 
sentem limitados, isso poderá ajudá-los a conversar sobre seus 
pensamentos, sentimentos, problemas e outras coisas que  
os ameaçam. Esse caminho torna a comunicação mais fácil para  
os pacientes que têm dificuldade de se expressar verbalmente. A 
natureza e as plantas são exemplos de vida em formas 
diferentes elas fornecem metáforas para as fases da vida, mas de uma forma 
oculta. 

O sofrimento do paciente e suas doenças têm muitas razões,  
Pode ser a falta de adaptação às condições de vida, que deixa os 
pacientes sem saber o que fazer. Mudanças na vida das plantas 
ocorrem de formas diferentes, de forma lenta e muitas vezes em 
vários ciclos. As mudanças na vida dos vegetais têm um  
significado que a maioria das pessoas não é capaz de entender.
As pessoas podem, por exemplo, não aceitar o murchamento de
uma planta que gosta muito, ou a perda da sua beleza ou o seu definhamento, mas isto deve ser 
visto como um processo de mudança e assim o 
ser humano pode aprender a seguir os processos naturais. 

As plantas são companheiras perfeitos, que precedem, 
acompanham ou seguem os seres humanos. Além disso, 
Criam a atmosfera, onde vivemos como seres humanos. Elas 
fornecem a segurança alimentar e dão abrigo. 

A correlação significa uma relação mútua entre duas  
entidades.Como já observado, trabalhando de forma específica  
com as plantas pode levar a certo estado de espírito acompanhado 
os pensamentos e sentimentos. Esse fenômeno acontece quando 
os pacientes estão trabalhando com plantas atentamente e 
conscienciosamente. Essa pode muito bem ser a principal forma 
de ação das plantas para as pessoas com boa saúde.

O QUE É DIVERTICULITE AGUDA? DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO:

Dentre as possíveis causas de abdômen agudo, a diverticulite não pode ser ignorada principalmente diante de pacientes idosos e é preciso verificar fatores como infecções, isquemia, obstrução e perfuração de vísceras diante desse contexto.

A diverticulite representa um quadro emergencial com potencial cirúrgico para sua resolução, principalmente diante de alguma perfuração, pois esta pode evoluir rapidamente para um quadro séptica.

Podemos classificar essa patologia em não complicada, quando há apenas a inflamação; ou complicada, quando está associada a perfuração, obstrução intestinal, abscessos ou fístulas.

Essa pode ser uma causa de condições graves do trato gastrointestinal como abcessos retroperitoneais.

Epidemiologia da Diverticulite:

A diverticulite aguda pode acometer até 15% dos pacientes com doença diverticular. Apesar da sua incidência aumentar com o avançar da idade, houve um aumento, nos últimos anos, de casos associados a pacientes jovens. 

Aproximadamente 25% dos pacientes com diverticulite evoluem com complicações associadas ao quadro, sendo a principal delas a formação de abscesso, que pode chegar até 17% dos casos complicados.

Alguns pacientes podem permanecer assintomáticos, enquanto cerca de até 20% podem desenvolver sintomas. 

Fisiopatologia:

Os divertículos são saculações formadas na parede intestinal, a partir da protrusão da mucosa e submucosa através da camada muscular. O cólon sigmoide é o segmento do intestino grosso mais acometido pela diverticulite. 

Uma série de fatores culminam na formação dessas dilatações saculares anormais, as quais temos o aumento das pressões intraluminais, alteração da motilidade e dieta pobre em fibras, por exemplo.

Esses divertículos do lado esquerdo do cólon, sobretudo no sigmoide, costumam apresentar uma base mais estreita, sendo mais susceptíveis a obstrução por fecalitos. 

Com a persistência do processo obstrutivo, há um comprometimento do fluxo arterial e venoso, favorecendo um processo inflamatório e consequentemente, microperfurações no corpo diverticular.

Os divertículos tendem a se formar no lado mesentérico das tênias cólicas antimesentéricas – região onde a parede na qual os vasos retos penetram. Para ser considerado verdadeiro, o divertículo precisa envolver todas as camadas da parede intestinal.

No contexto patológico, alterações locais percebidas na diverticulite incluem a hipertrofia das camadas musculares e diminuição do diâmetro do lúmen. Essas herniações ocorrem geralmente no cólon sigmoide e no descente.

Quadro clínico da Diverticulite:

O quadro clínico da diverticulite vai depender da extensão do processo inflamatório e das complicações associadas. De um modo geral, o sintoma mais comum é a dor em fossa ilíaca esquerda devido ao maior envolvimento do cólon sigmoide. 

A dor ocorre como resposta a perfuração de um divertículo colônico que provoca uma inflamação ao liberar os fluidos fecaloides que antes ocupavam o divertículo que se rompeu.

Náuseas, vômitos e alteração do ritmo intestinal são sintomas inespecíficos que também podem estar presentes. A ingesta alimentar é um fator que, na grande maioria dos casos, contribui para a exacerbação .

Diverticulite complicada:

Nos casos de diverticulite complicada, a dor abdominal costuma ser mais difusa, com sinais de irritação peritoneal.

Alguns pacientes podem apresentar massa palpável, sugerindo a presença de um abscesso peridiverticular. 

Sinais de instabilidade hemodinâmica:

Sinais de instabilidade hemodinâmica não são muito frequentes, mas podem estar presentes nos quadros mais graves, onde há perfuração com peritonite fecal ou peritonite purulenta difusa. 

A presença de sangramento nas fezes não costuma ter relação com a diverticulite, estando mais associado a doença diverticular do cólon direito.

Sintomas genitourinários:

Sintomas genitourinários, como:

  • Disúria
  • Pneumatúria
  • Flatos vaginais

Podem ser referidos por alguns pacientes. Nesses casos, devemos pensar na presença de fístulas colovesicais, que é uma das complicações da diverticulite aguda.

Exame físico:

Ao exame físico, não é incomum que o paciente apresente distensão abdominal e consiga referir especificamente a localização da dor no contexto de perfuração contida.

Durante a palpação do abdome é possível que seja percebida a presença de uma massa dolorosa. É interessante realizar uma descompressão no local doloroso para verificar se há reflexo de defesa, pois isso pode indicar perfuração intra-abdominal.

Contudo, para realizar um bom exame físico, é preciso dominar a semiologia abdominal. 

Nos exames laboratoriais, não é incomum que ocorra uma leucitose.

Diagnóstico de Diverticulite:

O diagnóstico da diverticulite pode ser dado a partir da anamnese e exame físico, mas o uso de exames complementares de imagem é bem-vindo para confirmar a hipótese diagnóstica. 

A colonoscopia, embora seja um bom exame para o diagnóstico da doença diverticular, está contraindicada na suspeita do quadro agudo da diverticulite devido ao risco de perfuração. 

Nesses casos, a tomografia computadorizada (TC) do abdome deve ser realizada devido a alta sensibilidade e especificidade, além de permitir afastar outros diagnósticos diferenciais, como a apendicite aguda e o câncer colorretal.

A TC permite o profissional de saúde identificar a localização específica, extensão e gravidade da doença. Por meio desse exame é possível ainda verificar se existem complicações como abcessos ou fístulas associadas ao quadro.

A tomografia computadorizada ainda permite classificar a diverticulite em 4 estágios, através da escala de Hinchey, quando estamos diante de uma diverticulite complicada por perfuração: 

  • Estágio I: abscesso pericólico confinado; 
  • Estágio II: abscesso à distância (intra-abdominal ou retroperitoneal); 
  • III: peritonite purulenta difusa. 
  • Estágio IV: peritonite fecal.

Os estágios I e II toleram, geralmente, o uso de antibióticos e drenagem percutânea. Os estágios III e IV, entretanto, estão mais associados a intervenção cirúrgica de urgência devido a possibilidade de sepse e a presença de sinais de peritonite generalizada.

A conduta a ser escolhida para o tratamento considera principalmente se o quadro é compatível com uma diverticulite complicada ou não complicada, por isso realizar um diagnóstico preciso é tão importante.

Tratamento da Diverticulite:

O tratamento da diverticulite é baseado na classificação do quadro em não complicado ou complicado, pois a conduta será distinta em cada um deles. Para isso, deve-se analisar a apresentação inicial do quadro do paciente.

Diverticulite não complicada:

O tratamento da diverticulite não complicada geralmente é conservador e consiste em antibioticoterapia por 7 a 10 dias, visando cobrir germes gram-negativos e anaeróbios, num contexto ambulatorial.

É importante que durante o tratamento seja avaliado se o paciente não evoluiu com febre ou qualquer instabilidade hemodinâmica. Ao sinal de qualquer progressão negativa do quadro, esse paciente deve ser reavaliado.

Os pacientes refratários ao tratamento clínico ou com complicações associadas devem ser submetidos a um tratamento mais invasivo. 

Mesmo que o paciente melhore com o tratamento medicamentoso, é importante saber que existe um percentual significativo de pacientes que terão outros episódios e, em algum momento, a abordagem cirúrgica pode ser necessária.

Diverticulite complicada:

Na diverticulite complicada, há a presença de perfuração, fístula, obstrução ou ainda, abcesso. Nesse contexto, a maioria dos pacientes precisarão ser abordados cirurgicamente conforme a presença de qualquer uma dessas condições.

Obstruções na diverticulite:

A diverticulite aguda raramente está associada a estenoses, mas quando isso ocorre é preciso considerar que há uma inflamação crônica por trás do quadro. 

A obstrução é comumente parcial e tem início insidioso, mas isso não significa que sintomas obstrutivos mais graves estão isentos nesse contexto.

Se a obstrução ocorrer no intestino delgado, a passagem de uma sonda nasogástrica é uma estratégia para descomprimir a região enquanto utiliza-se o tratamento com antibióticos. 

Abcessos na diverticulite:

Na presença de abcesso, geralmente pélvico ou pericólico, o tratamento depende dos achados radiográficos, tamanho e relação anatômica do abcesso com estruturas intra-abdominais adjacentes.

Diante de abcessos com mais de 4 cm, é possível lançar mão de drenagem percutânea guiada por tomografia ou ultrassonografia. Abcessos menores podem ser tratados numa abordagem medicamentosa com antibióticos.

Fístulas na diverticulite:

Diante de fístulas, complicações comuns da diverticulite como resultado de aderência local e comunicação com o intestino, o médico pode utilizar antibióticos de amplo espectro na tentativa de resolver a inflamação.

É necessário excluir a possibilidade de câncer de cólon ou doença de Crohn como causa da fístula antes de prosseguir para a ressecção eletiva do cólon.

terça-feira, dezembro 19

INTESTINO IRRITÁVEL E DOENÇA DE CROHN: QUAIS OS SINTOMAS? QUAIS AS DIFERENÇAS? COMO TRATAR?

Você teve sintomas de diarreia, constipação e dores abdominais? Pode ser a Síndrome do Intestino Irritável (SII), que tem certas semelhanças com a Doença de Crohn. Hora de entender mais sobre o assunto! Há muitas formas de tratamento, lembrando que fitoterápicos podem ajudar no tratamento. 

Desconfortos e dores abdominais são sintomas desagradáveis e muitas vezes subestimados quando pensamos em cuidar da nossa saúde. Afinal, são sintomas nada específicos e podem ocorrer por diversas razões. Porém, não devemos ignorar sinais do nosso corpo e nem esperar por mais dor para buscar ajuda!

Se você tem notado diarréias ou constipação com frequência, dores e mudança na consistência das fezes, é melhor ir atrás de orientação para checar se é a Síndrome do Intestino Irritável (SII), Doença de Crohn ou até mesmo outra coisa.

Vamos ver alguns dados sobre essas duas doenças?

  • A Síndrome do Intestino Irritável é considerada comum, com 2 milhões de casos relatados ao ano no Brasil.

  • O sexo feminino tem mais chance de ter a Síndrome do Intestino Irritável, relatando piora dos sintomas no período menstrual.

  • Já a Doença de Crohn atinge ambos os sexos na mesma proporção.

  • Os casos por ano da Doença de Crohn são 150 mil no Brasil.

  • Pessoas judias asquenazes têm maior tendência a manifestar a Doença de Crohn.

  • Tanto SII quanto a Doença de Crohn não tem cura, embora existam tratamentos!

O que é a Síndrome do Intestino Irritável (SII)?

A Síndrome do Intestino Irritável é um distúrbio que atinge justamente o final do trato digestivo, o intestino, causando dores na área abdominal, gases e diarreia e/ou constipação. Esses sintomas são recorrentes e pioram a qualidade de vida dos pacientes, que sentem dor e constrangimento pelos sintomas. Geralmente, a SII aparece na adolescência, mas pode surgir no começo da idade adulta.

Por se manifestar em intervalos sem regularidade definida, pode demorar um pouco para as pessoas perceberem que não são sintomas isolados e que devem buscar ajuda. Essa demora também é influenciada pela faixa etária mais comum em que se manifesta a SII, já que adolescentes estão entendendo mais sobre o próprio corpo — porém, adolescentes geralmente não têm muita familiaridade ou condições de irem atrás de orientação e ajuda do profissional de saúde sozinhos.

Além das dores e da diarreia e/ou constipação, existem outros sintomas importantes para ficarmos atentos. 

Sintomas da Síndrome de Intestino Irritável:

A SII não é nada silenciosa: pacientes relatam dores e quem sofre de constipação ou diarreia com frequência distingue muito bem os sintomas e sabe quando a frequência de visitas ao banheiro mudou, tanto para mais quanto para menos — afinal, pacientes com SII podem sofrer de Prisão de Ventre ou intestino muito solto.

Veja abaixo todos os sintomas relacionados com a Síndrome de Intestino Irritável:

  • Dores no abdômen
  • Cólicas
  • Constipação (prisão de ventre/intestino preso)
  • Diarreia (intestino solto)
  • Sensação de não esvaziar o intestino
  • Gases
  • Mal-estar
  • Perda de apetite
  • Muco nas fezes
  • Inchaço

Pacientes com SII também sofrem impactos emocionais pelo distúrbio, já que os sintomas causam constrangimento. Embora transtornos psicológicos possam ser anteriores ao surgimento desse distúrbio ou possam simplesmente ocorrer de forma paralela, quem tem Síndrome do Intestino Irritável costuma conviver com o receio de não controlar gases ou a diarreia — pior ainda se não for capaz de encontrar um banheiro logo.

Causas da Síndrome de Intestino Irritável:

Não existe uma causa definida para SII. Até o momento, não foram identificadas causas anatômicas em exames laboratoriais e é provável que seja multifatorial. Ao que se define hoje, a Síndrome de Intestino Irritável é um distúrbio de interação intestino-encéfalo que pode ser agravado por uma série de fatores:

  • Fatores psicológicos e psiquiátricos — Mais comuns são ansiedade e depressão, mas não se descartam outros transtornos e questões psicológicas não resolvidas, que podem envolver até casos de violência/abuso físico e/ou sexual. A piora da ansiedade e/ou depressão agrava os sintomas de SII.
  • Fatores fisiológicos — Sensibilidade intestinal e alteração da motilidade intestinal. O intestino mais sensível tem mais tendência à irritação e inflamação, bem como aumentar suas contrações. Flutuações hormonais também interferem, mas são sutis.

Outros aspectos importantes a serem lembrados nos fatores de agravamento de SII são:

  • Alimentação
  • Estresse
  • Uso de medicamentos

Diagnóstico da Síndrome de Intestino Irritável:

A SII necessita de diagnóstico do profissional de saúde que é feito com base nos sintomas — averiguando frequência e gravidade. Também é importante descartar outras doenças! Mais detalhes são vistos em exames físicos, por exemplo a colonoscopia. Doenças diferentes e mais graves podem ser confundidas com SII, portanto é muito importante buscar acompanhamento do  profissional de saúde até chegar o diagnóstico e também durante o tratamento.

Alguns detalhes verificados pelos profissionais de saúde são:

  • Se o paciente tem intolerância à lactose
  • Se o paciente é celíaco
  • Alterações recentes na dieta
  • Se a diarreia foi induzida por medicamentos ou até abuso de laxantes
  • Ocorrência ou não de gastrite
  • Se é Síndrome pós-colecistectomia
  • Ocorrência ou não de doenças parasitárias e/ou bacterianas

Tratamento da Síndrome de Intestino Irritável:

Todo tratamento deve ser conversado muito bem entre profissionais de saúde e pacientes, já que é necessário manter cuidados efetivos e também que sejam fáceis para incluir na rotina. A SII não tem cura, então boa parte desses cuidados seguirá para a vida inteira — lembrando que, dependendo da remissão ou avanço de sintomas, o tratamento poderá ser adaptado.

É possível minimizar ou evitar os sintomas através de mudanças no estilo de vida, mas há pacientes que precisam de intervenções medicamentosas e terapia também.

Então se você tem dúvidas de como tratar, confira diretrizes básicas de cuidados com SII:

Alimentação:

Quando pacientes recebem o diagnóstico de SII, podem surgir dúvidas sobre o que comer, mas profissionais de saúde também vão esclarecer como será a melhor alimentação durante o diagnóstico. Em geral, evita-se itens como bebidas gaseificadas, bebidas estimulantes, alimentos ricos em gordura, frituras, pimentas e ultraprocessados/embutidos.

Até mesmo alguns alimentos considerados mais saudáveis devem ser consumidos em moderação, dependendo da sensibilidade, mas isso deve ser analisado individualmente.

Em geral, recomenda-se moderar o consumo de alimentos que "fermentam" e produzem muito gás no organismo, potencialmente sensibilizando o trato digestivo — seriam os alimentos com alto teor FODMAPS, como feijão, lentilhas, ervilhas, repolhos, couve-flor, produtos lácteos, adoçantes... Isso depende da gravidade dos sintomas, se é sentido mais constipação ou diarréia e quais são a recomendação do profissional de saúde. 

É favorável manter o alto consumo de líquidos, principalmente água. Ingerir fibras é importante, mas não se esqueça de beber muita água. E também não precisa ser uma dieta exageradamente rica em fibras, principalmente no começo ou se seu principal sintoma for constipação. Acrescente fibras aos poucos.

Pacientes com SII ainda podem ter uma alimentação muito interessante, com alimentos probióticos, ovos, frutas (como morangos, melões, tangerinas), carnes brancas e itens sem lactose ou desnatados, dependendo da sensibilidade.

Atividades físicas:

Exercícios físicos regulares ajudam no combate ao estresse e também auxiliam as funções intestinais, especialmente nos pacientes de SII cujo sintoma principal seja a constipação. Não existem regras muito específicas para decidir qual atividade física é melhor para SII, o importante é que pacientes consigam aderir a uma rotina regular.

Algumas fontes indicam atividades aeróbicas como caminhadas ou danças, além de exercícios de baixo impacto que envolvam mais especificamente a relação entre corpo, mente e espiritualidade, como yoga e Tai Chi. Não existem dados sobre contraindicações para musculação, apenas recomenda-se não exagerar na intensidade de quaisquer exercícios. Há evidências de que atividades físicas regulares contribuem para a microbiota do intestino!

Terapia:

A Síndrome do Intestino Irritável tem grande relação com os estados emocionais dos pacientes. Inclusive, é comum dizer que o intestino é o "segundo cérebro", por produzir grande quantidade de neurotransmissores e ser também um responsável por transformar estímulos psíquicos em respostas físicas no corpo — algo chamado de somatização visceral. Por exemplo, em situações de estresse, ansiedade e depressão, é possível que pessoas desenvolvam sintomas de diarreia ou constipação. Em pacientes com SII, essa relação é bem evidente e merece muita atenção.

Assim, a terapia para quem tem SII é muito indicada para melhorar a qualidade de vida e o lado psíquico, trazendo mais segurança para lidar com desafios da rotina.

Também existem Fitoterápicos específicos para ajudar na Ansiedade.

Intervenção Medicamentosa:

São vários os medicamentos envolvidos no tratamento de SII, principalmente no cuidado com sintomas mais intensos de dor.

Em pacientes cujo principal sintoma seja a constipação, são administrados laxantes. Já quem sente mais diarreia, terá a recomendação de antidiarreicos.

Fármacos antiespasmódicos, do grupo de anticolinérgicos, são recomendados sem grande frequência para interromper as contrações da musculatura visceral. É possível também discutir-se o uso de suplementos e de probióticos em casos de pacientes que sofreram de diarreias muito frequentes.

Antidepressivos podem auxiliar no tratamento também, embora seja necessário discutir-se bem os benefícios e efeitos colaterais esperados.

Não aposte na automedicação, não inicie e/ou interrompa o tratamento recomendado por profissionais antes do prazo determinado.

Glúten e a Síndrome de Intestino Irritável:

Há indícios controversos sobre a relação do glúten e sintomas de SII. Para relembrar, o glúten é um composto de proteínas presente na composição de grãos e cereais, como trigo e aveia. Glúten não faz mal para pessoas que não sejam celíacas ou que não tenham sensibilidade, então não há necessidade de evitar alimentos com glúten se você não for celíaco, intolerante ou se não tiver sintomas negativos associados ao glúten — lembrando sempre que, ao notar prejuízos na saúde, é necessário consultar um profissional de saúde. 

Existem estudos, como o da " Universidade de Palermo " ( Itália)  que avaliam a existência de benefícios na exclusão de glúten em pacientes com SII. No entanto, novos estudos duplo-cego conduzidos pela "Universidade uppsala e a Universidade Chalmers de tecnologia ( Suécia) avaliaram que o glúten não teve impacto significativo nos pacientes com SII.

A Sensibilidade Não-Celíaca ao Glúten apresenta sintomas que se sobrepõem ao SII; deste modo, há a possibilidade de que pacientes diagnosticados com a Síndrome de Intestino Irritável tenham, na realidade, a Sensibilidade Não-Celíaca ao Glúten. Ou é possível que essas duas condições coexistam em alguns pacientes.

E o que fazer?

Primeiramente, você pode buscar atendimento médico para conferir a existência da doença celíaca através de testes alérgicos.

Se você tiver a Doença Celíaca, aí o ideal é evitar glúten mesmo. E se não for isso, você pode começar a monitorar e avaliar sua dieta para conferir sensibilidade ou não ao glúten, mesmo que seja a Sensibilidade Não-Celíaca ao Glúten.

Dietas livres de glúten exigem muita atenção e também investimento em alimentos específicos. Portanto, fazer esse monitoramento trará mais clareza se será necessário ou não eliminar esse item da sua alimentação. Procure entender mais sobre o glúten e leia rótulos antes de comprar comida!

É possível prevenir a Síndrome de Intestino Irritável?

Não existem indícios que seja possível prevenir o surgimento da Síndrome do Intestino Irritável ou detectar o distúrbio antes que os sintomas apareçam. A causa exata é desconhecida e, até o momento, não há cura. Pessoas com rotinas menos estressantes, que mantêm alimentação saudável e atividades físicas regulares, possivelmente podem desenvolver SII mais tarde do que geralmente ocorre na adolescência; mas caso elas já sejam propensas à síndrome, ela tem chance de surgir sem avisos.

 

E qual é a diferença entre a Síndrome de Intestino Irritável e a Doença de Crohn?

Antes de falar qual é a principal diferença entre a SII e a Doença de Crohn, vamos lembrar o que é a Doença de Crohn: é uma doença inflamatória e crônica, que também não tem cura e nem causas ou origens específicas. Porém, ela apresenta mais complicações e pode oferecer mais riscos à saúde de pacientes em caso de sintomas sem tratamento.

A principal diferença entre SII e a Doença de Crohn é que a Doença de Crohn é considerada uma doença autoimune.

A Doença de Crohn afeta o intestino na maior parte dos casos, mesmo que possa afetar qualquer parte do trato gastrointestinal. Tem sintomas semelhantes à SII, como diarreia, flatulências, inchaço e cólica, mas existem diferenças notáveis:

  • Dores nas articulações
  • Febre
  • Náusea e vômito
  • Sangue nas fezes
  • Fadiga e enfraquecimento (devido a perda de nutrientes)
  • Perda de apetite
  • Perda de peso

Nesse caso, são usados medicamentos diferentes no tratamento, como anti-inflamatórios corticosteroides e até mesmo imunossupressores. Também são indicadas vitaminas em caso de perda de nutrientes, mas em geral o tratamento da Doença de Crohn requisita mais atenção porque necessita de exames periódicos para avaliar a presença de câncer colorretal — já que pacientes com Doença de Crohn tem mais chance de desenvolvê-lo.

Se o paciente estiver tomando imunossupressores, também é necessário investigar possíveis interações medicamentosas com quaisquer outros fármacos que sejam necessários tomar, evitar vacinas durante o período de uso do medicamento e até cirurgias.

As recomendações gerais de pacientes com SII servem para Doença de Crohn: Buscar orientações profissionais de saúde para uma alimentação mais adequada (monitorando quais itens não fazem bem), buscar atividades físicas moderadas, tentar evitar estresse e cuidar da saúde emocional. Para pacientes de Crohn, também indica-se avaliar sempre o aspecto das fezes.

6 Fitoterápicos para irritações no Intestino:

E será que existem aliados na natureza para nos ajudar a tratar a irritações no intestino?

Felizmente, sim! Apenas mantenha em mente que há casos em que é necessário manter medicamentos convencionais (alopáticos) com acompanhamento, pelo menos por um tempo. Também é possível usar os fitoterápicos junto dos alopáticos, com o conhecimento e acompanhamento de profissionais da saúde.

1 ) Boswelia — Apesar das inúmeras indicações tradicionais da Boswellia serrata, como febres e tosses, hoje a medicina aposta mais em estudos da eficácia dessa espécie para inflamações. Ela inibe uma enzima que faz parte de processos inflamatórios e pode amenizar inflamações associadas à SII e também Doença de Crohn. Porém, é muito importante que o paciente não tenha sintomas de gastrite! 

2 ) Tanchagem — Essa é uma planta muito versátil. Para Síndrome de SII e Doença de Crohn, pode trazer benefícios por suas ações anti-inflamatórias através de glicosídeos iridóides e ácidos ursólico e oleanólico. Assim, auxilia no alívio de inflamações gastrointestinais. 

3 ) Macela— A Macela serve principalmente para o alívio de dores gástricas, como desconfortos no estômago, e cólicas. Tradicionalmente, ajuda em dores e induz relaxamento, sendo usada de forma semelhante à Camomila, embora sejam plantas diferentes.

4 ) Camomila — A Camomila é sempre lembrada como uma opção de chá que oferece aconchego e ela também vai auxiliar nos sintomas de SII porque, além de favorecer a tranquilidade emocional, ajuda a acalmar o intestino. 

5. Capim limão — Para a surpresa de muita gente, o Capim Limão também é uma opção interessante para amenizar sintomas de SII. Além de ajudar em cólicas, seus efeitos calmantes são indicados para nervosismo e inquietação, que agravam a constipação ou diarreia. 

6 ) Lipia- O uso medicinal associado à Lípia se refere principalmente aos seus efeitos calmantes. Os constituintes do óleo essencial são responsáveis pelos efeitos sedativos e relaxantes, amenizando sintomas de SII quando provocados por estresse. 

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