terça-feira, janeiro 30

CÂNCER DE LARINGE: DEFINIÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

A laringe é um órgão piramidal composto de cartilagem, músculo e membranas. Ele está localizado na região da garganta, entre a traqueia e a base da língua, e é separado da epiglote, que é uma válvula que se fecha ao engolir e se abre ao respirar para permitir que o ar flua.

A laringe pode ser dividida em três compartimentos diferentes: subglote, glote e supraglótico. As cordas vocais estão localizadas na glote, e as pequenas pregas vibram com a passagem do ar e fazem parte do trato vocal.

Os tumores malignos podem aparecer em qualquer parte da laringe, mas 60% deles ocorrem na glote. O tipo mais comum é o carcinoma de células escamosas, que ocorre principalmente entre as idades de 50 e 70 anos.

Epidemiologia do Câncer de Laringe:

O câncer de laringe é um câncer comum de cabeça e pescoço, com mais homens do que mulheres. A maioria dos pacientes com câncer de laringe tem mais de 60 anos. Fumar é o maior fator de risco e mais de 95% das pessoas afetadas são fumantes. O alcoolismo também aumenta o risco. O número de pessoas que sofrem de câncer de laringe está diminuindo, o que provavelmente se deve às mudanças nos hábitos de fumar.

O câncer de cordas vocais geralmente causa sintomas mais cedo, se espalha menos e tem uma taxa de cura mais alta do que os cânceres em outras partes da garganta.

Quadro clínico do Câncer de Laringe:

O câncer de laringe costuma ter sua origem nas cordas vocais e causa rouquidão rapidamente. Se uma pessoa estiver rouca por mais de 2 a 3 semanas, deve procurar atendimento com profisional de saúde urgente. 

Os cânceres que têm origem em outras partes da laringe se desenvolvem mais lentamente primeiro causam outros sintomas que não rouquidão, tais como:

Perda de peso
Dor de garganta
Dor de ouvido
Voz de “ovo na boca” (falando como se estivesse com um ovo quente na boca)
Dificuldade para engolir ou respirar.

Diagnóstico do Câncer da Laringe:

Laringoscopia;
Biópsia;

Exames de imagem para estadiamento:

Para diagnosticar um câncer laríngeo, o médico inicialmente examina a laringe através de um tubo de visualização fino e flexível, utilizado para a visualização direta da laringe (laringoscópio) e colhe uma amostra de tecido para ser examinada ao microscópio (biópsia). Com bastante frequência, é realizada uma biópsia na sala de cirurgia, com o paciente sob anestesia geral . Em caso da presença de câncer, a pessoa também passar por testes de estadiamento para determinar o quanto o câncer se propagou, incluindo:

Radiografia do tórax;

Tomografia computadorizada (TC) do pescoço ou tórax;
Tomografia por emissão de pósitrons (PET).
Prognóstico do Câncer de Laringe
Quanto maior o câncer de laringe, mais ampla é a distribuição e pior é o prognóstico. Se o tumor também invadir músculos, ossos ou cartilagens, é menos provável que seja curado. 

Aproximadamente 85% a 95% dos pacientes com câncer não disseminado (metástase) de pequenas cordas vocais sobrevivem por 5 anos, enquanto menos de 45% dos pacientes com câncer de laringe se espalham para os linfonodos locais. Para pacientes com câncer que se espalharam para além dos nódulos linfáticos locais, a chance de sobreviver por mais de 5 anos é de cerca de 30%.

Tratamento do Câncer de Laringe:

O tratamento do câncer de laringe leva em consideração o estágio da doença e conta com os seguintes recursos: quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maior será a taxa de cura, e a taxa de cura inicial pode chegar a mais de 90%.

A remoção cirúrgica da laringe (laringectomia total) só é adequada para casos avançados que não respondem a outras formas de tratamento, pois envolve afonia e colocação de traqueotomia definitiva. Porém, mesmo nesses casos, uma prótese vocal traqueoesofágica pode ser utilizada para restaurar a voz do paciente, que transfere parte do ar da traquéia para o esôfago ou laringe eletrônica, chamada de voz robótica monotônica.

segunda-feira, janeiro 29

CÂNCER DE PULMÃO: PREVENÇÃO, SINTOMAS DIAGNÓSTICO

No fim do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte. 

PREVENÇÃO:

O consumo de derivados do tabaco está na origem de 90% dos casos de câncer de pulmão, independentemente do tipo.

Não fumar é o primeiro cuidado para prevenir o câncer de pulmão, esta ação permite a redução do número de casos (incidência) e de mortalidade.

Comparados com os não fumantes, os tabagistas têm cerca de 20 a 30 vezes mais riscos de desenvolver câncer de pulmão. Em geral, as taxas de incidência em um determinado país, refletem seu consumo de cigarros.

Manter alto o consumo de frutas e verduras é recomendado. Deve-se evitar, ainda, a exposição a certos agentes químicos (como o arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, urânio, níquel, cádmio, cloreto de vinila e éter de clorometil), encontrados principalmente no ambiente ocupacional.

Exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, deficiência e excesso de vitamina A, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos (que predispõem à ação carcinogênica de compostos inorgânicos de asbesto e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos) e história familiar de câncer de pulmão favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer.

SINTOMAS:

Os sintomas mais comuns do câncer de pulmão são:

Tosse;
Dor no peito;
Rouquidão;
Perda de apetite;
Falta de ar;
Fadiga;
Tosse com expectoração; contendo sangue;
Infecções;
 
Infelizmente, no câncer de pulmão a maioria dos sintomas aparecem nas fases mais avançadas da doença.

Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns para o paciente. Pneumonia de repetição pode, também, ser a manifestação inicial da doença.

DIAGNÓSTICO:

A maneira mais fácil de diagnosticar o câncer de pulmão é através de raio-X do tórax, complementado por tomografia computadorizada. A broncoscopia (endoscopia respiratória) deve ser realizada para avaliar a árvore traquebrônquica e, eventualmente, permitir a biópsia. É fundamental obter um diagnóstico certeiro, seja pela citologia ou patologia.

Uma vez obtida a confirmação da doença, é feito o estadiamento, que avalia o estádio de evolução, ou seja, verifica se a doença está restrita ao pulmão ou disseminada por outros órgãos. O estadiamento é feito através de vários exames de sangue e radiológicos, como dosagens enzimáticas, tomografias e PET Scan/CT.

Do ponto de vista anatomo-patológico, o câncer de pulmão é classificado em dois tipos principais: pequenas células e não-pequenas células (85%). O tumor de não-pequenas células corresponde a um grupo heterogêneo composto de três tipos histológicos principais e distintos: carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células.

A expressão tumor oat cell , que corresponde aos tumores do grupo de pequenas células, ganhou importância na linguagem médica por ser um subtipo especial de câncer pulmonar. As principais características são: rápido crescimento, grande capacidade de disseminação e invasão cerebral frequente.

domingo, janeiro 28

FISIOPATOLOGIA SINTOMAS E TRATAMENTO DO CÂNCER DE TIREÓIDE:

A tireoide é uma glândula localizada na região anterior do pescoço, responsável pela produção dos hormônios triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), os quais estão envolvidos com diversos processos relacionados, principalmente, ao metabolismo do organismo. O carcinoma de tireoide classifica-se em subtipos, levando-se em consideração as características histológicas que ele apresenta, bem como o curso clínico da doença. Dentre os vários tipos de neoplasias malignas que podem acometer a glândula, o câncer papilífero se apresenta como o subtipo mais comum.

No carcinoma papilar, as alterações genéticas ocorridas em células foliculares, por exemplo, caracterizam um cenário ideal para a multiplicação celular descontrolada e a instauração do processo cancerígeno. Dentre as mutações envolvidas no surgimento do câncer de tireoide, as ocorridas no gene responsável pelos receptores de tirosina-quinase e no gene BRAF da via da MAPK (MAP quinase), figuram entre as principais quando se trata do carcinoma papilar.

O segundo subtipo mais comum de câncer de tireoide é o carcinoma folicular, e a sua gênese está relacionada a mutações pontuais no gene RAS e na via de sinalização da fosfatidilinositol 3-quinase (PI3K/AKT). Além disso, mutação no gene supressor de tumor PTEN, pode levar a sua inativação e o desencadeamento do câncer. Já o terceiro e menos comum subtipo de câncer de tireoide é o carcinoma medular, o qual está relacionado as alterações ocorridas nas células parafoliculares da glândula.

EPIDEMIOLOGIA:

Dentre os cânceres de cabeça e pescoço, o carcinoma de tireoide é o mais comum no Brasil. Além disso, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) dos 500000 casos de câncer estimados para o ano de 2016, 6960 deles seriam de tireoide. Levando-se em consideração o sexo do paciente, as mulheres são mais afetadas do que os homens, e no país a região com maior incidência de carcinoma de tireoide é o Sul.

FATORES DE RISCO:

O maior fator de risco para o surgimento do câncer de tireoide é a exposição à radiação ionizante, principalmente, durantes as duas primeiras décadas de vida. A deficiência de iodo na alimentação pode contribuir para o desencadeamento do carcinoma folicular.

QUADRO CLÍNICO:

Em geral, o carcinoma papilar se apresenta como um nódulo assintomático, podendo também ser identificado a presença de massa em um ou mais linfonodos da região cervical, o que indica um possível processo de metástase. Ademais, em sua grande maioria os nódulos se apresentam de forma isolada e se movimentam livremente com a tireoide, o que dificulta a sua diferenciação com um nódulo benigno durante o exame físico. Porém, com o avançar da doença alguns problemas podem surgir, tais como a rouquidão, tosse e dispneia. Já os pacientes acometidos pelo carcinoma folicular apresentam um nódulo indolor e de crescimento lento. Assim como o carcinoma papilar, o carcinoma medular caracteriza-se por uma massa no pescoço, a qual pode estar associada a rouquidão ou disfagia. Além disso, dentre os sintomas iniciais associados ao carcinoma medular, pode-se citar quadros de diarreia decorrentes da produção do hormônio peptídeo vasoativo intestinal (VIP), o qual pode ser secretado pelas células tumorais.

DIAGNÓSTICO:

Durante o exame físico, a percepção de tireoide com pouca mobilidade e nódulo com aspecto endurecido pode apontar indício de malignidade. Além disso, a presença de linfonodomegalia na região cervical, associada ao quadro anteriormente descrito, levanta indícios de metástase.

A pulsão aspirativa por agulha fina (PAAF) é utilizada como método diagnóstico para o carcinoma papilífero e o folicular, podendo-se identificar inclusões e até calcificações nas papilas no primeiro e infiltração da cápsula que envolve os folículos no segundo. Durante a realização da PAAF, a agulha deve ser direcionada para a parte sólida do nódulo. Além disso, através da Ultrassonografia (USG) da região cervical no carcinoma papilar, pode-se identificar focos de metástase. No carcinoma medular, além da realização da PAAF, a dosagem de calcitonina também pode auxiliar no diagnóstico.

ESTADIAMENTO:

O estadiamento da American Joint Committee on Cancer (AJJC) 8ª edição (2017) é recomendado para os carcinomas diferenciados de tireoide, tais como o carcinoma papilar, o folicular e o medular. Por meio dele, em associação com a classificação TNM – T: tamanho do tumor primário; N: o número e onde estão localizados os linfonodos metastáticos; M: a presença ou não de metástase à distância, pode-se, levando-se em consideração a idade do paciente, predizer o risco de mortalidade e o tratamento a ser adotado.

TRATAMENTO:

Pacientes que apresentam carcinoma papilar unifocal, sob a forma de microcarcinomas, sem disseminação linfonodal, indica-se a realização de uma lobectomia – retirada do lobo da tireoide onde está instalado o processo cancerígeno.

Para carcinoma folicular altamente invasivo, carcinoma papilar maior que 1 cm ou de qualquer tamanho que seja invasivo ou que já esteja em processo de metástase, recomenda-se a Tireoidectomia total (TT), onde se faz a retirada completa da glândula. Após a TT, o paciente deve fazer uso de levotiroxina (LT4), uma vez que a sua administração irá suprimir o TSH produzido pela adenohipófise, uma que ele pode estimular o crescimento de células neoplásicas remanescentes.

EM CASO DE CARCINOMA MEDULAR RECOMENDA-SE A TT:

Em pacientes com diagnostico de disseminação linfonodal ou com tumores maiores que 4 cm, realiza-se a linfadenectomia, que consiste na retirada de um ou mais linfonodos que estejam envolvidos na drenagem do tumor.

Na tireoide em que foi retirado um tumor ou na qual não é possível fazer a retirada do nódulo, pode-se lançar mão da Radioiodoterapia, a qual consiste na administração de iodo radioativo (I-131) na glândula.

sábado, janeiro 27

FISIOPATOLOGIA DO CÂNCER DE PRÓSTATA: SINTOMAS E TRATAMENTO

O câncer da próstata é a malignidade não cutânea mais comum nos homens. O câncer de próstata é a única doença histológica cuja acentuada heterogeneidade clínica varia desde uma doença indolente, clinicamente irrelevante, até um fenótipo agressivo, rapidamente fatal. A incidência de câncer de próstata clinicamente diagnosticado reflete os efeitos do rastreamento usando a dosagem do teste do antígeno prostático específico (PSA).

FISIOLOPATOLOGIA:

A testosterona é necessária para a manutenção de um epitélio prostático normal e sadio, mas é também um pré-requisito para o desenvolvimento de câncer de próstata. Os cânceres de próstata expressam níveis altos de receptores androgênicos, e a sinalização através do receptor androgênico resulta em crescimento, progressão e invasão pelo câncer de próstata. A inibição da sinalização, pela redução cirúrgica ou farmacológica das concentrações de testosterona, resulta em apoptose e involução do câncer de próstata. Os eventos biológicos que cercam o desenvolvimento clínico do câncer de próstata androgênio-resistente não estão bem descritos, mas a amplificação do receptor androgênico, que é um evento comum nesses pacientes, presumivelmente torna o câncer sensível a concentrações diminutas de androgênio ou outros ligantes do receptor androgênico. A identificação das variantes de encaixe de receptores de androgênio que são constitutivamente ativas e independentes de ligantes as mantém como um mecanismo potencial pela qual a verdadeira resistência ao hormônio se desenvolve.

PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PRÓSTATA:

Atualmente, muitas organizações recomendam o rastreamento com PSA, mas o U.S. Preventive Services Task Force recomenda o rastreamento para homens com mais de 70 anos e não é nem a favor nem contra o rastreamento em homens mais jovens. De dois grandes estudos randomizados de rastreamento utilizando os níveis de PSA, um relatou uma redução na mortalidade específica por câncer de próstata, mas não foi encontrada uma redução global da mortalidade.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICA:

A maioria dos pacientes com doença no estágio inicial, restrita ao órgão, é assintomática. 

SINTOMAS MICCIONAIS OBSTRUTIVO:

Hesitação Fluxo urinário intermitente  
Perda de força do fluxo;
Os tumores localmente avançados também podem resultar em hematúria e hematospermia. 

O câncer de próstata com disseminação para os linfonodos pélvicos ocasionalmente causa edema dos membros inferiores ou desconforto nas áreas pélvicas e perineais. 

DIAGNÓSTICO:

Mais de 60% dos pacientes portadores de câncer de próstata são assintomáticos, e o diagnóstico só é estabelecido devido a um alto nível de PSA nos testes de rastreamento.

Embora o toque retal apresente baixas sensibilidade e especificidade para diagnosticar o câncer prostático, a biópsia de um nódulo ou de uma área de enduração revela um câncer em torno de 50% das vezes, sugerindo que a biópsia de próstata deve ser realizada em todos os homens com nódulos palpáveis.

O nível do PSA apresenta uma sensibilidade bem melhor, mas uma baixa especificidade porque patologias benignas como hipertrofia prostática benigna e prostatite podem causar níveis falso-positivos do PSA sérico.

A cintilografia óssea só deve ser feita nos pacientes com níveis de PSA superiores a 10 ng/mL, e a tomografia computadorizada (TC) abdominal e pélvica ou a ressonância nuclear magnética geralmente não são bons métodos para pacientes com níveis de PSA inferiores a 20 ng/mL.

Mais de 95% dos tumores da próstata são adenocarcinomas, e é frequente haver lesões multifocais.

ADENOCARCINOMA PROSTÁTICA:

O adenocarcinoma da próstata é a forma mais comum de câncer em homens. O câncer de próstata está junto ao câncer colorretal em termos de mortalidade por câncer.

Os carcinomas da próstata surgem mais comumente na glândula periférica externa e podem ser palpáveis pelo toque retal.

Microscopicamente, eles são adenocarcinomas com diferenciação variável. As glândulas neoplásicas são revestidas por uma única camada de células.

A gradação do adenocarcinoma de próstata pelo sistema Gleason correlaciona com o estágio patológico e prognóstico.

ESTADIAMENTO ESTÁGIO T1:

É o câncer de próstata não palpável detectado apenas em exame patológico, observado por acaso após a ressecção transuretral de hipertrofia benigna (T1a e T1b) ou em uma amostra de biópsia obtida graças a um nível elevado de PSA (T1c, a fase clínica mais comum no momento do diagnóstico). 

ESTÁGIO T2:

É um tumor palpável que parece estar restrito à glândula prostática (T2a se envolver um único lobo, T2b se envolver dois lobos). 

ESTÁGIO T3:

Se o tumor apresentar extensão além da cápsula prostática (T3a se for focal, T3b se houver comprometimento das vesículas seminais). 

ESTÁGIO T4:

São aqueles com invasão das estruturas adjacentes, como o colo da bexiga, o esfíncter urinário externo, o reto, os músculos elevadores ou as paredes pélvicas laterais.

METÁSTASES NODAIS:

Podem ser microscópicas e detectáveis apenas por biópsia ou linfadenectomia, ou podem ser visíveis em estudos de imagem. As metástases à distância ocorrem predominantemente para os ossos, mas, ocasionalmente, pode haver metástases viscerais.

TRATAMENTO:

O câncer da próstata é tratado por cirurgia, radioterapia e manipulações hormonais. Mais de 90% dos pacientes que recebem essas terapias podem esperar viver por mais de 15 anos. Atualmente, o tratamento mais comum para câncer de próstata clinicamente localizado é a prostatectomia radical. O prognóstico após a prostatectomia radical é baseado no estágio patológico.

sexta-feira, janeiro 26

COMO O CÂNCER AFETA A QUALIDADE DO SONO:

A falta de sono é capaz de comprometer seriamente nossa saúde. Dormir bem fortalece nosso sistema imunológico e nos ajuda na prevenção de várias doenças, entre elas o câncer. Só que a conexão entre os dois não se resume a uma questão de defesa do nosso organismo. Sono e câncer tem uma relação que pode seguir por uma vida inteira.

Neste artigo vamos entender quais os principais pontos dessa influência mútua. É importante destacar que a ciência segue estudando essa relação. Mas conhecer o que já se sabe sobre ela é necessário para cuidarmos cada vez melhor da nossa saúde.  

Qualidade do sono e câncer:

Não ter um horário regular para dormir ou acordar todos os dias, dormir rápido demais ou levar muito tempo para dormir ou ainda sofrer de algum distúrbio do sono que impeça uma noite de descanso de qualidade. Todas essas situações prejudicam a qualidade do sono! Quando não melhoramos o que está atrapalhando nossas noites, corremos o risco de desenvolver câncer.

E não existe quem escape das consequências de um sono ruim. Homens e mulheres podem ser prejudicados. Se elas dormem mal, aumentam o risco de desenvolver câncer de mama. Se eles dormem mal, aumentam o risco de desenvolver câncer de próstata.

Na China, uma análise de mais de 415 mil casos de câncer de mama encontrou correlação entre a duração do sono e o desenvolvimento de tumores na mama. Acontece que quanto mais a mulher dormia, mais cresciam as chances de um tumor surgir. O que mostra a necessidade do cuidado com as horas de sono.

Em Taiwan, uma investigação foi feita com o histórico médico de mais de 80 mil homens. O objetivo era ver a relação entre sono e câncer de próstata. E os cientistas encontraram. De cada 10 mil homens, 9,6 tinham algum distúrbio do sono e foram diagnosticados com câncer de próstata nos anos seguintes. Quando eles não tinham distúrbios, a taxa de diagnóstico caiu para 6,4 por 10 mil.

Como o câncer afeta a qualidade do sono:

Dormir bem ajuda a prevenir, mas no caso de pessoas que já realizam tratamento, a relação entre sono e câncer se dá de outra forma. A doença pode atrapalhar a hora do descanso. As pessoas podem sentir ou ter: 

Dores ou desconfortos 
Problemas gastrointestinais ou urinários;
Estresse, ansiedade e depressão
Infecção e febre;
Tosse ou dificuldade em respirar;
Ondas de calor e suores noturnos;
Efeitos colaterais de medicamentos;
Além disso, o horário de sono pode ser interrompido como resultado da fadiga diurna e cochilos. O tratamento ou o câncer em si podem também induzir sintomas de distúrbios do sono. É importante sempre conversar com um profissional de saúde para saber como lidar com essas questões de uma forma que o sono não seja tão prejudicado.

Alterações no ciclo circadiano e o câncer:

O ciclo circadiano é o nosso famoso “relógio biológico”. Ele é o responsável por regular uma série de funções que acontecem no nosso organismo em um período de 24 horas, entre elas o sono. Quando não respeitamos este ciclo, estamos causando uma alteração que é capaz de prejudicar a saúde.

E como acontece uma disrupção do ciclo circadiano? Quando, por exemplo, ficamos:

Expostos à luz depois que o dia anoitece;
Mudamos constantemente de fuso horário, o que causa jet lag ;
Trabalhamos trocando de turnos; 
Temos problemas com o sono. 
Assim que o sol se põe, o cérebro entende que é hora de começar a produzir melatonina, o hormônio do sono. Na sociedade moderna, nós acabamos atrapalhando esse ciclo natural ao nos expor às telas. É por este motivo que é recomendável não mexer no celular antes de dormir.

Acontece que as disrupções no ciclo circadiano podem levar as pessoas a desenvolverem câncer. Entre os tipos de tumores que podem surgir por conta dessa alteração estão os de mama, cólon, ovário, próstata, fígado, pâncreas e pulmão.

Pessoas que trabalham mudando de turno podem ser as mais propensas a desenvolver a doença.

Como melhorar o sono?

Em relação ao sono, o que podemos fazer para evitar o câncer é dormir bem. Se você não consegue descansar a noite, procure um profissional de saúde Ele vai descobrir se você está enfrentando algum distúrbio do sono e indicará o tratamento adequado. 

Procure praticar também uma rotina de higiene do sono. Evite usar o celular antes de dormir, se alimente bem, pratique exercícios, tome um banho morno antes de ir para a cama, não beba café antes de dormir.  

Não tome medicamentos para dormir sem orientação de um  profissional de saúde.

quinta-feira, janeiro 25

FISIOPATOLOGIA DO CÂNCER DE MAMA; SINTOMAS E TRATAMENTO

O câncer de mama representa a principal causa de morte por câncer em mulheres brasileiras, e em nível mundial cede o lugar apenas para o câncer de pulmão, representando um grande problema de saúde pública em todo o mundo.

Uma vez estabelecido o diagnóstico de câncer de mama, é importante definir com precisão a extensão inicial da doença, uma vez que essas informações afetarão as recomendações de tratamento. Este tópico revisará as manifestações clínicas, o diagnóstico diferencial e o estadiamento após o diagnóstico.

Epidemiologia do câncer de mama: 

O câncer da mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil, excluindo o câncer de pele não melanoma. Globalmente, o câncer de mama é a segunda neoplasia maligna mais frequentemente diagnosticada, atrás apenas do câncer de pulmão, sendo responsável por mais de dois milhões de casos a cada ano. 

As taxas de incidência são mais altas na América do Norte, Austrália / Nova Zelândia e no oeste e norte da Europa e mais baixas na Ásia e na África Subsaariana. Essas diferenças internacionais provavelmente estão relacionadas a mudanças sociais como resultado da industrialização (por exemplo, mudanças na ingestão de gordura, peso corporal, idade da menarca e / ou lactação e padrões reprodutivos, como menos gravidezes e idade posterior ao primeiro nascimento). 

O Brasil tem acompanhado as altas taxas de incidência e mortalidade de câncer de mama dos países desenvolvidos, porém as medidas necessárias à prevenção, ao diagnóstico e ao controle da doença não têm sofrido o mesmo crescimento. Foi estimado, para o ano de 2010, aproximadamente 49.240 novos casos de câncer de mama, com risco de 49 casos a cada 100 mil mulheres, e uma sobrevida mundial de 61% após cinco anos.  

Os fatores de risco estão relacionados à vida reprodutiva da mulher, como menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 anos, anticoncepcionais orais, menopausa tardia e terapia de reposição hormonal.

Além desses, a idade continua sendo um dos mais importantes fatores de risco. O câncer de mama é raro antes dos 35 anos, crescendo rápida e progressivamente com a idade, sendo descoberto, principalmente, entre 40 e 60 anos. Há referência de que a doença vem atingindo um maior número de mulheres jovens.

Em relação a hereditariedade, são fatores de risco bem estabelecidos a presença de um ou mais parentes de primeiro grau com câncer de mama antes dos 50 anos, um ou mais parentes de primeiro grau com câncer bilateral ou câncer ovariano em qualquer idade, parente com câncer de mama masculino, câncer e/ou doença mamária benigna prévios. 

Fisiopatologia:

O câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve nos seios. Todo câncer é caracterizado por um crescimento rápido e desordenado de células, quando as células adquirem características anormais, células dos lobos mamários, células produtoras de leite ou dos ductos por onde é drenado o leite, podem causar uma ou mais mutações no material genético da célula. 

Fisiopatologia do câncer de mama:

É através do DNA que os cromossomas passam todas as informações relativas a organização, forma, atividade e reprodução celular. Podem ocorrer alterações nos genes que passam a receber informações erradas para suas atividades. Essas alterações podem ocorrer em genes especiais, chamados protooncogenes, inativos em células normais, transformando-os em oncogenes, responsáveis pela cancerização de células normais. As células cancerizadas multiplicam-se de maneira descontrolada, acumulam-se formando tumor, e invadem o tecido vizinho. 

Além disso, os tumores malignos adquirem capacidade de se desprender do tumor e migrar, chegando a orgãos distantes, constituindo as metástases; perdem sua função especializada e, a medida que substituem as células normais, comprometem a função do órgão afetado. 

Sítios de metástase do câncer de mama:

O processo de carcinogênese, ou seja, de formação de câncer, é em geral lento, podendo levar vários anos para que uma célula prolifere e dê origem a um tumor palpável. Esse processo é composto de vários estágios, quais sejam: estágio de iniciação, onde os genes sofrem ação de fatores cancerígenos; estágio de promoção, onde os agentes oncopromotores atuam na célula já alterada; e estágio de progressão, caracterizada pela multiplicação descontrolada e irreversível da célula. 

O tempo médio para ocorrer a duplicação celular, no câncer de mama, é de 100 dias. O tumor pode ser palpável quando atinge 1 centímetro de diâmetro. Uma esfera de 1cm contém aproximadamente 1 bilhão de células que é o resultado de 30 duplicações celulares. Portanto, uma célula maligna levará 10 anos para se tornar um tumor de 1cm. 

Quadro clínico do câncer de mama:

Oitenta porcento dos cânceres se manifestam como um tumor indolor. Apenas 10% das pacientes queixam-se de dor, sem a percepção do tumor. Quando presente, os principais sinais e sintomas de câncer de mama são nódulo na mama e/ou axila, dor mamária e alterações da pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações com aspecto semelhante à casca de laranja. Os cânceres de mama localizam-se, principalmente, no quadrante superior externo, e em geral, as lesões são indolores, fixas e com bordas irregulares, acompanhadas- de alterações da pele quando em estádio avançado.  

Diagnóstico e rastreamento do câncer de mama:   

Programas de prevenção primária evitam o aparecimento de doenças, mas não são utilizados em relação ao câncer de mama devido às suas características biológicas e recursos tecnológicos disponíveis.

O controle dessa doença se dá através da detecção precoce, na qual a lesão se restringe ao parênquima mamário, com um tamanho de no máximo três centímetros, permitindo o uso de recursos terapêuticos menos mutiladores e maior possibilidade de cura.

Os meios mais eficazes para a detecção precoce de câncer de mama são o exame clínico de mamas (ECM) e a mamografia, pois o autoexame de mamas (AEM) detecta a doença geralmente em estádio avançado, sendo responsável por cerca de 80% das descobertas de cânceres de mama. 

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) preconiza a realização do ECM anualmente, a partir dos 40 anos de idade. É indicado o rastreamento com mamografia, com intervalo máximo de dois anos, após os 50 anos, da combinação dos dois exames anualmente, a partir dos 35 anos, para os grupos com risco elevado, e a garantia de acesso ao diagnóstico, tratamento e seguimento para todas as mulheres com alteração nos exames realizados. 

Paciente de 55 anos de idade, sem antecedentes de câncer da mama. Foi detectada uma densidade assimétrica na mama esquerda no ano de 2011, tendo esta aumentado de dimensões recentemente. Realizou mamografia de rastreio, na qual foi detectada a alteração ao nível do tecido mamário anteriormente referida. 
Mamografia de rastreio com alteração ao nível do tecido mamário. Nódulo irregular, hiperdenso e de contornos espiculados no quadrante superior externo, classificado em BI-RADS 4c. No estudo ecográfico (b) é demonstrada uma área hipodensa, irregular, de contornos indistintos, causando um cone de sombra acústica, classificada como BI-RADS 4c. A elastografia (c) identificou uma lesão com ausência de elasticidade, totalmente sombreada a azul, correspondendo ao nível 4 da escala de Ueno. O resultado histopatológico revelou a presença de um carcinoma ductal invasivo. 
Em casos de alterações nos exames de imagem, a biópsia está indicada. O diagnóstico é definido pela presença de células epiteliais malignas (carcinoma) apresentando evidências de invasão estromal.

A maioria das doenças malignas da mama são carcinomas que surgem de elementos epiteliais. No entanto, existem vários tipos histológicos de carcinomas mamários, como os sarcomas, que diferem na aparência microscópica e no comportamento biológico.  

Tratamento do câncer de mama:

O câncer de mama deve ser abordado por uma equipe multidisciplinar visando o tratamento integral da paciente. As modalidades terapêuticas disponíveis atualmente são a cirúrgica e a radioterápica para o tratamento locorregional, e a hormonioterapia e a quimioterapia para o tratamento sistêmico. 

Para fins de tratamento, é caracterizado usando o sistema Tumor, Nó, Metástase (TNM). O câncer de mama não metastático é amplamente considerado em duas categorias:

Estágio inicial – Inclui pacientes com estágio I, IIA ou um subconjunto de doença em estágio IIB (T2N1).

Localmente avançado – Inclui um subconjunto de pacientes com doença em estágio IIB (T3N0) e pacientes com doença em estágio IIIA a IIIC.

A maioria dos pacientes com câncer de mama em estágio inicial será tratada inicialmente com cirurgia. A abordagem cirúrgica do tumor primário depende do tamanho do tumor, da presença ou não de doença multifocal e do tamanho da mama. As opções incluem terapia conservadora da mama (cirurgia conservadora da mama mais radioterapia [RT]) ou mastectomia (com ou sem RT). 

Para pacientes que apresentam nódulos axilares clinicamente suspeitos, uma investigação pré-operatória, incluindo ultrassom e biópsia de linfonodo, pode ajudar a determinar a melhor abordagem cirúrgica. Se a biópsia do linfonodo for positiva e o paciente prosseguir diretamente para a cirurgia, deverá ser realizada uma dissecção do linfonodo axilar.  

A maioria dos pacientes com câncer localmente avançado e alguns com em estágio inicial (particularmente se HER2 positivo ou triplo negativo) são tratados com terapia sistêmica neoadjuvante em vez de prosseguir com a cirurgia primária. Essas pacientes geralmente não são candidatas à conservação da mama em sua apresentação inicial. O tratamento neoadjuvante melhora a taxa de conservação da mama sem comprometer os resultados de sobrevivência.

quarta-feira, janeiro 24

FISIOPATOLOGIA DO CÂNCER COLORRETAL:

O câncer colorretal (CCR) compreende uma gama de tumores malignos que afetam o intestino grosso e o reto. No Brasil, de acordo com informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), o CCR é a terceira maior causa de câncer, sendo o terceiro tumor maligno mais frequente em homens e o segundo em mulheres.

Em relação a mortalidade, no Brasil, o CCR é a quarta causa de morte por câncer em homens, e a terceira causa em mulheres. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, a incidência do CCR varia conforme a região analisada, com maior proporção nas regiões sul e sudeste, com incidência de 19-21 casos/100.000 indivíduos, e menor nas regiões centro-oeste, nordeste e norte. Sabe-se que a incidência de CCR aumenta com a idade, sobretudo em maiores de 50 anos, sendo 90% dos casos ocorrendo acima dessa faixa etária.

É possível dividir este câncer em três tipos:

esporádico, que representa 75% dos casos;

origem familiar, que corresponde a 20% dos casos;

e os demais estão relacionados com síndromes hereditárias e doença inflamatória intestinal.
Nos casos esporádicos, o CCR costuma se manifestar como lesão colônica ou retal isolada. A principal etiologia, nesses casos, está relacionada aos pólipos adenomatosos, que apesar de ser uma doença benigna, podem se tornar malignos com o decorrer do tempo.

Outros fatores de risco também estão implicados na gênese do CCR, como hábitos de alimentação, nutrição e atividade física. As síndromes hereditárias mais frequentes no CCR são a Síndrome de Lynch (HNPCC) e a Polipose Adenomatosa Familiar, além do histórico familiar.

Nesses casos, esses tumores geralmente acometem indivíduos mais jovens e frequentemente se associam a outros tipos de tumores. O tipo histopatológico mais comum é o adenocarcinoma, chegando a ocupar, de acordo com algumas literaturas, 90 a 95% dos casos de CCR. Esse tipo de câncer pode ser classificado de acordo com o seu grau de diferenciação em bem diferenciado (grau I), moderadamente diferenciado (grau II) e mal diferenciado (grau III).

O CCR tem cura se detectado em estágios precoces da doença. Inicialmente, a maioria dos CCRs são assintomáticos, retardando o diagnóstico e tratamento.

Por isso, o rastreio em pessoas maiores de 50 anos tem grande importância na detecção e remoção de lesões precursoras ou até na detecção do câncer em uma fase precoce, sendo que, quanto mais precoce o diagnóstico e tratamento, melhor a sobrevida do CCR.

Fisiopatologia do Câncer Colorretal:

Uma série de estudos apontam que a junção de vários eventos moleculares está implicada na gênese do carcinoma colorretal. Duas teorias estão relacionadas na fisiopatologia desses cânceres.

A primeira é a sequência adenoma-carcinoma que explica os casos de adenocarcinoma, e a segunda é a via de instabilidade de microssatélites, relacionada com a síndrome de câncer colorretal hereditário não polipose.

Sequência adenoma-carcinoma
Essa via corresponde a 80% dos CCR esporádicos. Nós temos duas cópias do gene supressor de tumor Polipose adenomatosa coli (APC), que é um regulador negativo de uma proteína multifuncional, componente da via de sinalização, chamado b-catenina. Algumas pessoas já nascem com uma cópia do gene APC mutada ou inativada.

No entanto, os adenomas só se desenvolvem quando há a mutação ou ativação das duas cópias do gene. A fisiopatologia do CCR se inicia quando ocorre uma mutação da APC, fazendo com ele perca a sua função. Normalmente, esse gene promove a degradação da b-catenina, entretanto, como o APC está inativo, ocorre acumulo da b-catenina. Esse componente da via de sinalização em grande quantidade se transloca para o núcleo celular e ativa a transcrição de genes, como os que codificam Myc e Ciclina, responsáveis pela proliferação celular.

Esse processo pode ser acompanhado por mutações adicionais, como mutações de ativação do gene KRAS, que também promovem o crescimento celular e evita a sua apoptose; mutações que codificam os genes SMAD2 e SMAD4, efetores da sinalização do fator TGF-β, que está envolvido na inibição do ciclo celular; e em outros genes, como DCC e caderina-E.

Mutações de TP53 também ocorrem em fases tardias da progressão do tumor, sendo este um gene supressor de tumor que está mutado em 70-80% dos cânceres do cólon. Em suma, fatores que levam a mutação em genes que regulam a proliferação celular estão alterados, fazendo surgir os adenomas com displasias celulares.

Via de instabilidade de microssatélites: 

Essa via está associada ao aparecimento do câncer colorretal hereditário não polipose. Em pacientes que tem perdas de genes relacionados ao reparo do DNA, existem mutações que se acumulam em repetições microssatélites, uma condição chamada de instabilidade microssatélite.

Essas mutações geram irregularidades em genes envolvidos na regulação do crescimento celular, como TGF-β tipo II e a proteína pró-apoptótica BAX. Mutações no oncogene BRAF e silenciamento de alguns genes devido a hipermetilação da ilha CpG também são comuns.

Assim, ocorre o crescimento celular descontrolado e a sobrevivência de células geneticamente anormais.

Fatores de risco e síndromes hereditárias:

Como já foi dito, o CCR pode se diferenciar em três tipos de acordo com a sua etiologia. Dessa forma, as síndromes de polipose adenomatosa familiar e a síndrome de câncer colorretal hereditário não polipose (síndrome de Lynch) são fatores de risco importantes.

No entanto, o CCR esporádico, que corresponde a maioria de todos os canceres colorretais, além de estar intimamente relacionado ao pólipo adenomatoso esporádico, também tem outros fatores relacionados com a sua gênese.

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