sexta-feira, abril 5

CARBO ACTIVATUS: CARVÃO VEGETAL O QUE É? QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS?

O carvão vegetal é resultante da queima controlada das partes lenhosas de angiospermas não resinosas. Tal substância, dentre outras aplicações, é utilizada na medicina natural para tratamento de intoxicações, envenenamentos, problemas gastrointestinais, dentre outros.

O carvão vegetal ativado pode ser utilizado, ou não, em cápsulas
O carvão vegetal ativado, cujo nome botânico é Carbo activatus, é preparado a partir da queima controlada, com baixo teor de oxigênio, das partes lenhosas de angiospermas não resinosas.

Tal substância é bastante porosa, e possui grande capacidade de captar e reter, em seu interior, substâncias tóxicas, impurezas, micro-organismos e gases oriundos da decomposição alimentar intestinal; de forma rápida. Assim, dentre suas diversas aplicações, o carvão vegetal ativado é bastante utilizado na medicina natural, com o intuito de prevenir ou tratar diversos males, como envenenamento, intoxicações por medicamentos ou alimentos, problemas relacionados ao sistema gastrointestinal (tais como diarreia, desconfortos abdominais, gases, mau hálito, aftas e dores de estômago) e icterícia (por adsorver¹ a bilirrubina). Algumas fontes indicam, ainda, que o carvão mineral ativado pode auxiliar na restauração óssea em casos de fraturas e osteoporose, na redução da estafa e estresse, e tratamento de tumores e úlceras.

Seu uso é feito, geralmente, a partir da ingestão de cápsulas, ou de seu conteúdo granulado juntamente com água ou outros líquidos. Nesses casos, as substâncias tóxicas, assim como o carvão, são expulsas do organismo juntamente com as fezes. Em outras situações, ele é utilizado externamente, por exemplo, no tratamento de feridas; infecções superficiais, como furúnculos, hordéolos e úlceras provocadas pela varíola; e para adsorver veneno ou outras substâncias tóxicas oriundas de animais como serpentes, escorpiões, aranhas, vespas, abelhas e águas-vivas.

Alguns registros apontam que a utilização dessa substância já era adotada no Antigo Egito, tanto para fins medicinais quanto para purificação de óleos.

quinta-feira, abril 4

HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR: O QUE É? QUAIS AS CAUSAS? QUAIS OS SINTOMAS?

A hipertensão arterial pulmonar (HAP), como o próprio nome já diz, caracteriza-se por pressão arterial elevada na circulação pulmonar. A HAP é uma doença que afeta pessoas de todas as idades e grupos étnicos, embora a maior prevalência seja observada em mulheres adultas.
A função da artéria pulmonar é transportar o sangue pobre em oxigênio do lado direito do coração para os pulmões, onde o dióxido de carbono é removido e substituído por oxigênio. O sangue rico em oxigênio retorna para o lado esquerdo do coração pelas veias pulmonares e é distribuído para o resto do corpo. Na HAP, a pressão no sistema vascular pulmonar é elevada por causa das anormalidades nos vasos pulmonares. Como consequência da HAP, a longo prazo, a sobrecarga do lado direito do coração o torna dilatado e disfuncional. Em termos médicos específicos, a HAP é definida como um aumento da média da pressão arterial pulmonar.
Há vários tipos de hipertensão pulmonar:

HAP Idiopática, anteriormente conhecida como HAP primária. A palavra idiopática quer dizer de causa desconhecida.
HAP Familiar.
HAP Associada, desenvolvida em decorrência de outras doenças, como esclerose sistêmica, doenças cardíacas congênitas, AIDS, esquistossomose, Doença de Gaucher e outras. Concentra a maior parte dos casos.
Ainda não existe causa conhecida para a HAP. Segundo estudos científicos, algumas pessoas possuem pré-disposição genética, mas este fator não explica todos os casos. Pesquisas complementares são necessárias para responder adequadamente a esta questão. Os sintomas nos estágios precoces da HAP não são muito específicos. O mais comum é a dispnéia ou falta de ar, que pode ser tanto leve como grave a ponto dos pacientes se tornarem incapazes de executar até mesmo as tarefas mais simples da rotina diária, como tomar banho e escovar os dentes.
Outros sintomas podem incluir desmaio (síncope), vertigem, pele azulada (cianose), dor torácica, tosse (às vezes, com sangue), veias do pescoço distendidas, fígado aumentado, inchaço (edema) nos tornozelos ou pés, abdômen dilatado e fadiga.

quarta-feira, abril 3

ÍODO: PRINCIPAIS FUNÇÕES E SUAS CONSEQUÊNCIAS POR DEFICIÊNCIA

Portanto vários estudos indicam que cerca de um terço da população mundial apresenta risco de deficiência de iodo. 

Tal dado preocupa cientistas, visto que a sua escassez é nociva à saúde. O mineral é reconhecido por regular os hormônios, contribuir no desenvolvimento fetal e diversas outras funções importantes para o organismo. 

PARA QUE SERVE O ÍODO?

O iodo é um não metal, do grupo dos halogênios da classificação periódica dos elementos.

Por mais que ele esteja amplamente relacionado à glândula tireoide, são diversas as atividades que o mineral desempenha em nosso organismo.

O iodo serve como uma matéria prima para o organismo produzir duas moléculas fundamentais em nosso corpo, que são a Tiroxina – T4 e também a Tri-iodotironina – T3.

Não é possível produzir tais substâncias sem o aporte adequado de iodo. No entanto, como o estilo de vida moderna impossibilita a absorção dos níveis adequados do mineral, verificamos muitas pessoas com distúrbios de tireoide, cistos, nódulos e diversas outras questões que são consequência da intoxicação crônica por halogênios.

Tendo isso em vista, percebemos que o iodo é necessário para diversas funções em nosso organismo, como por exemplo a prevenção de problemas na tireoide.

Como consequência, a ingestão adequada de iodo colabora para a prevenção da infertilidade em mulheres, visto que ele mantém a produção adequada de hormônios da tireoide.

O mineral também é reconhecido por prevenir diabetes, problemas cardíacos e infartos. Pesquisadores indicam que a deficiência de iodo colaborou para um aumento no risco de eventos de doença coronariana entre adultos saudáveis ​​de baixo risco.

Outra importante função do iodo é o neurodesenvolvimento durante a gravidez.

A sua ingestão durante a gestação está relacionada ao desenvolvimento do cérebro nos fetos. Um estudo realizado em 2016 e publicado no The Lancet verificou que bebês cujas mães biológicas tinham deficiência de iodo durante a gravidez tinham maior probabilidade de crescer com QIs mais baixos e outros atrasos intelectuais.

A suplementação de iodo pode ser necessária nesse período, bem como na amamentação, visto que o iodo que a mãe biológica absorve é transferido através do leite materno para o seu bebê. Este é um momento crucial de desenvolvimento do cérebro, portanto, é importante estar atento aos níveis de iodo.

SEPAREI 13 ALIMENTOS RICOS EM ÍODO:

Existem muitos alimentos que contribuem para a ingestão de iodo. No entanto, como veremos na sequência, o estilo de vida moderno impossibilita que níveis ótimos de iodo possam ser obtidos exclusivamente através da dieta.

Ainda assim, uma alimentação balanceada é essencial para a manutenção dos níveis de iodo e de diversos outros elementos vitais à saúde humana. 

ALGUNS ALIMENTOS RICOS EM ÍODO:

Cavala (peixe);
Mexilhão;
Bacalhau;
Salmão;
Merluza;
Berbigão;
Pescada;
Ovo;
Camarão;
Arenque;
Wakame (alga japonesa );
Kombu (alga japonesa);
Sal iodado;

QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS DO EXCESSO DE ÍODO NO ORGANISMO?

Tendo em vista todos os dados elencados até aqui, acreditamos que a preocupação da população não deve ser direcionada para as consequências do excesso de iodo ao organismo, mas sim sobre a sua escassez.

A toxicidade por iodo é raríssima e pode acontecer através da suplementação de altas doses sem supervisão de um profissional de saúde. 

O excesso de iodo, assim como a deficiência de iodo, podem induzir disfunção tireoidiana. 

No entanto, como apontam estudos, a prevenção da deficiência de iodo geralmente supera os riscos do excesso de iodo. 

Falta de iodo pode desencadear doenças
Sabemos que o iodo é encontrado naturalmente no solo terrestre e nas águas do oceano.  Ao mesmo tempo, como vimos anteriormente, um terço da população em todo o mundo sofre com as consequências relacionadas à carência do mineral. 

O iodo sofre em seu sistema de captação intracelular uma competição entre os elementos chamados halogênios, como o Cloro, Bromo e o Flúor, os quais penetram pelo mesmo sistema co-transportador e, assim, as células trabalham captando os elementos em maior concentração.

O nosso estilo de vida moderno impossibilita a absorção dos níveis adequados de iodo, pois estamos amplamente expostos aos halogênios listados. 

O banho que tomamos diariamente é repleto de Cloro, a higiene oral realizada três vezes ao dia está atrelada ao Flúor e os farináceos, amplamente utilizados pela população, possuem Bromo em sua composição. 

Podemos entender que, tais condutas impossibilitam a absorção da quantidade ideal de iodo e, dessa forma, verificamos muitas pessoas com distúrbios de tireoides, cistos, nódulos e diversas outras questões que são consequência da intoxicação crônica por halogênios.

Baixos níveis de iodo merecem uma conduta proativa por parte dos profissionais da saúde, onde a suplementação diária apresenta-se como uma atitude de base para a manutenção da qualidade de vida. 

terça-feira, abril 2

GLUTAMINA: O QUE É, COMO FUNCIONA, QUANDO É INDICADO O USO

A glutamina tem se tornado uma suplementação cada vez mais discutida na atualidade. Considerando seus benefícios, é importante que o profissional de saúde esteja familiarizado com os benefícios e indicações desse suplemento para o bem-estar do seu paciente.

O QUE É GLUTAMINA?

Trata-se de um aminoácido de grande abundância no organismo humano, podendo ser sintetizado por ele e, por isso, um aminoácido não-essencial.

Esse aminoácido está diretamente envolvido em diversas funções, como a proliferação e desenvolvimento de células. Ainda, devido à sua relação com o sistema imunológico e à recuperação muscular, a glutamina tem tomado espaço no universo da atividade física.

Por esse motivo, entender quando ela está indicada é de suma importância. Em indivíduos de 70kg, a glutamina se apresenta em cerca de 70-80g, distribuída por diversos tecidos corporais.

Tecidos considerados consumidores de glutaminase costumam ser o sistema imune, rins e intestino. Assim, o tecido com maior atividade de sua síntese é o tecido muscular esquelético.

PARA QUE SERVE A GLUTAMINA?

A glutamina, como vimos está envolvida em diversas atividades orgânicas.

Ela possui atuação no aumento da reserva de glicogênio muscular, o que favorece a manutenção da massa muscular e geração de energia. Ainda, é observada uma redução na taxa de oxidação do aminoácido L-leucina, favorecendo a síntese muscular.

Somado à isso, ela ainda evita a produção excessiva de amônia (NH3). Esse composto está diretamente associado à fadiga. Ainda, evitam uma resposta inflamatória exacerbada à exercícios físicos prolongados.

Aspectos moleculares: o que temos de evidências científicas?
A síntese de glutamina é feita a partir do glutamato, com ação das enzimas sintetase e a glutaminase.

Por meio da catálise de conversão de glutamato em glutamina, é utilizada como fonte de nitrogênio a amônia (NH3). Esse é um processo que exige consumo de ATP, a fim de regular o metabolismo celular do nitrogênio.

A regulação da atividade da glutamina sintetase é feita por diversos fatores. Dentre eles, glicocorticoides, hormônios tireoidionos, homônio do crescimento e insulina.

Pensando nisso, pacientes com problemas intestinais podem se beneficiar grandemente com essa suplementação. Isso porque se trata de um ótima fonte energética para a microbiota intestinal. Como consequência, tem-se o alívio de prisão de ventre e diarreia.

Pacientes com ritmo atlético de treino costumam consumir esse aminoácido como estratégia de recuperação muscular. Como comentamos, o potencial de recuperação muscular é intrínseco ao consumo da glutamina. Assim, associado à resposta inflamatória controlada também favorece o desempenho do atleta.

Embora a glutamina não seja recomendada para pacientes enfermos graves, as evidências quanto à outros grupos é feita.

Em ambiente hospitalar, pacientes com queimaduras graves, além dos que sofreram uma perda de massa muscular importante, merecem a indicação de glutamina. Ainda, a fim de diminuir o REMIT, pacientes pós-cirúrgicos também recebem indicação.

COMO CONSUMIR GLUTAMINA?

O horário de consumo da glutamina pode favorecer efeitos orgânicos distintos. Pensando em atletas, o consumo da glutamina antes do treino pode prevenir a fadiga e ainda aumentar o desempenho. Por outro lado, se ela for consumida após o treino, a recuperação muscular poderá ser otimizada.

A suplementação desse aminoácido varia de acordo com a necessidade nutricional e prática de atividade física do indivíduo. Assim, a recomendação geral é de 8-15g diárias, juntamente com água.

Apesar disso, a sua suplementação não é recomendada no contexto de pacientes internados. Alguns estudos relatam até mesmo aumento de dano potencial, podendo levar à encefalopatia.

QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS DA GLUTAMINA SINTETASE?

A ação não apenas da glutamina, mas da glutamina sintetase são relevantes para a homeostase orgânica.

No cérebro, essa enzima é utilizada como um agente na redução de concentração de amônia. Como consequência dessa ação, ocorre a desintoxicação e síntese de glutamina para uma nova síntese de glutamato.

No pulmão, a concentração de glutamina plasmática se regula, sendo essencial em situações patológicas ou de estresse. Ainda, nos rins a a enzima é fundamental no metabolismo do nitrogênio e manutenção do pH no organismo.

Possíveis efeitos colaterais do uso excessivo desse aminoácido
Como o consumo de qualquer substância exógena em excesso, o consumo prolongado do aminoácido gera efeitos colaterais.

Assim, com um uso excessivo e a longo prazo, é possível levar a alterações no transporte de aminoácidos. Embora a sua via de síntese seja própria, ela também compartilha com transportadores com outros aminoácidos.

Com isso, a ingestão aumentada pode prejudicar a distribuição de aminoácidos entre tecidos e sua absorção no intestino e rins. Devido a suplementação excessiva, o aumento da produção de glutamato e amônia pode prejudicar o metabolismo endógeno.

segunda-feira, abril 1

FENÔMENO DE REYNAUD: O QUE É? QUAIS SÃO OS SINTOMAS E COMO TRATAR?

O Fenómeno de Raynaud é uma doença microcirculatória que resulta da ocorrência de crises vasoespásticas frequentes nas extremidades do corpo, como nos dedos das mãos e dos pés. Manifesta-se através de mudanças de cor destas zonas do corpo, podendo variar entre o branco, azul ou vermelho consoante os doentes estejam perante uma fase de isquémia, cianose ou reperfusão, respetivamente. Estas crises ocorrem habitualmente em resposta a estímulos específicos como o frio, o stress emocional ou até mesmo o tabaco, sendo que algumas vezes poderão ser desencadeadas por uma doença subjacente.Existem dois tipos de Fenómeno de Raynaud reportados: o primário e o secundário que diferem entre si consoante a causa e os sintomas. Atualmente, a fisiopatologia da doença ainda é mal compreendida mas têm sido testados alguns tratamentos para avaliar o impacto destes na frequência, duração e severidade das crises de vasoespasmo.O tratamento pode passar pela terapêutica convencional, onde os Bloqueadores dos Canais de Cálcio, Antagonistas dos Recetores da Angiotensina II ou Inibidores da Fosfodiesterase 5 têm um papel preponderante, ou até mesmo pela terapêutica não convencional onde algumas plantas como a Ginkgo biloba, a Onagra, o Alecrim e até técnicas da Medicina Tradicional Chinesa como acupuntura e moxabustão demonstram resultados positivos.No entanto, a efetividade das terapêuticas poderá depender de pessoa para pessoa e dos estímulos a que esta está sujeita no seu dia-a-dia, sendo desejável uma terapêutica individualizada, " A DOENÇA OU A SAÚDE VEM DO NOSSO EQUILÍBRIO INTESTINAL ".

domingo, março 31

A RELAÇÃO ENTRE EMBRIOLOGIA E FILOGÊNESE:

Para que possamos entender o início do sistema nervoso, precisamos considerar duas dimensões de tempo complementares: o tempo das espécies e o tempo do indivíduo. A filogênese explica como o aparato nervoso surgiu dentro das diferentes espécies e foi se transformando e aprimorando até atingir o nível de complexidade do sistema nervoso central humano. Já a embriologia nos mostra como essa herança evolutiva se desenvolve através das fases pré-natais, caracterizando o início do desenvolvimento neural no indivíduo.

PORQUE SURGIU O SISTEMA NERVOSO?

Os primeiros seres vivos no nosso mundo eram organismos unicelulares. E para sobreviver e se adaptar ao meio, essa célula primitiva precisava de três propriedades básicas:

Irritabilidade: a propriedade de ser sensível a um estímulo e, assim, detectar as modificações do meio ambiente.

Condutibilidade: que permite determinar uma resposta em outra parte da célula, através da condução de uma mensagem.

Contratilidade: caracterizada como um resposta do organismo para as informações que recebeu do meio externo por meio do encurtamento da célula para fugir de um estímulo nocivo.
Um exemplo de ser vivo unicelular que possui todas essas funções é a ameba. Podemos observar isso quando a tocamos com uma agulha de um micromanipulador, ela irá sentir o estímulo através da irritabilidade, conduzir essa informação até outras partes da célula por meio da condutibilidade e, por fim, contrair de um lado e emitir pseudópodes do outro, a fim de fugir desse estímulo nocivo por meio da contratilidade celular. Apesar de apresentar todas as funções do protoplasma, a ameba não se especializou em nenhuma delas e suas reações ainda são muito primitivas.

Conforme os seres foram evoluindo, novas células foram formadas e acabaram se especializando em cada uma dessas propriedades. Os músculos foram os que se especializaram na contração e acabaram ocupando uma posição mais interna do corpo. Então eram necessárias células que conseguissem receber os estímulos do meio ambiente (irritabilidade) e passá-los para as células musculares internas (condutibilidade), foram os neurônios que se especializaram nessas duas funções.

Na verdade, especula-se que os neurônios recebem esse nome vindo de uma palavra Grega antiga traduzida como tendão ou corda, exatamente pela característica de “condutibilidade”, por parecerem fios que ligam as diversas estruturas do corpo.

O aparecimento e desenvolvimento do Sistema Nervoso nos filos animais
As redes de neurônios surgiram há 700 milhões de anos atrás, em seres marinhos ainda invertebrados, os celenterados (alguns exemplos desse grupo seriam as hidras e medulas). Eles apresentavam um sistema nervoso difuso (várias células nervosas espalhadas pelo corpo do animal), então os neurônios eram interconectados e formavam uma rede nervosa difusa.

Nos equinodermos, por exemplo, a estrela-do-mar, ocorre a formação dos nervos, um agrupamento de axônios dos neurônios rodeados por uma estrutura fibrosa. Isso ajudou na organização e condução das informações ao longo de rotas específicas.

Nos platelmintos, como as planárias, elementos do sistema nervoso começam a se agrupar na extremidade anterior e central do corpo, iniciando um processo de cafalização. Nesse momento, um pequeno cérebro e cordões nervosos longitudinais constituem o mais simples sistema nervoso central bem definido.

Esse sistema nervoso vai sendo mais aperfeiçoado em animais como anelídeos, artrópodes e moluscos cefalópodes.

Já nos vertebrados, o sistema nervoso central e a medula passam a formar o sistema nervoso central, enquanto que os nervos e os gânglios passam a formar o sistema nervoso periférico. Também observamos neste grupo especializações regionais de ambos os sistemas.

EMBRIOGÊNESE:

Durante a evolução, os primeiros neurônios surgiram na superfície do corpo, como uma forma de relacionar o animal ao meio externo. Seguindo esse raciocínio, se levarmos em consideração os três folhetos embrionários (ectoderma, mesoderma e endoderma), o folheto que está em contato com o meio externo é o ectoderma, e será dele que surgirá o Sistema Nervoso.

A partir do vigésimo (20º) dia de gestação, início da terceira semana, o ectoderma sofre um espaçamento por influência indutora da notocorda, virando a Placa Neural. Essa placa irá crescer e se curvar para dentro, formando o Sulco Neural e, posteriormente, a Goteira Neural, com formato semelhante a uma gota.

Durante essa dobradura, acaba sendo formada uma aba da ectoderme, a Crista Neural. Essa estrutura será a responsável por dar origem aos elementos do Sistema Nervoso Periférico.

Após formada, a goteira neural irá se fechar no polo superior e formar uma espécie de tubo, o Tubo Neural, que percorre todo o eixo ântero-posterior do embrião, processo conhecido como Neurulação. Essa estrutura dará origem ao Sistema Nervoso Central.

CRISTA NEURAL:

Inicialmente, a crista neural é uma estrutura contínua, sofrendo pequenas fragmentações posteriormente. Essas divisões da crista migram para muitas regiões do embrião, formando uma variedade de tecidos, como os neurônios periféricos, gânglios sensitivos e viscerais, meninges Dura-máter e Aracnóide, células de Schwann, dentre outros. As fragmentações da Crista Neural são as responsáveis pela formação do Sistema Nervoso Periférico, mas também de outras estruturas fora desse sistema, como partes dos dentes e ossos cranianos.

TUBO NEURAL:

O processo de fechamento da gota neural não ocorre simultaneamente em todo o embrião. A gota vai se fechar mais rapidamente nas regiões centrais e mais devagar nas extremidades. As últimas partes do Sistema Nervoso a se fechar são o Neuróporo Rostral e o Neuróporo Caudal, dois orifícios presentes respectivamente na extremidade cranial e caudal do embrião. O fechamento completo do tubo vai ocorrer na quarta semana, quando o Neuróporo Caudal finalmente se fecha por completo. Todo sistema nervoso central se desenvolve das paredes do tubo neural, enquanto que seu lúmen dará origem às cavidades ventriculares e ao canal central da medula.

PODEMOS CONCLUIR QUE:

Parafraseando Ernest Haeckel, a rápida e breve embriologia, parte da ontogenia, é uma sinopse condensada da longa e lenta história da filogênese. Sendo o conhecimento dessa evolução filogenética útil no estudo do aparecimento, desenvolvimento e embricamento do Sistema Nervoso, permitindo correlações entre as diferentes espécies e o próprio ser humano. Notamos por meio dessas correlações como o desenvolvimento embrionário e fetal humano refaz grosseiramente este mesmo curso evolutivo, não através de adições terminais de novas estruturas, mas por meio de fatores, principalmente, ambientais que influenciaram e selecionaram todos esses seres vivos." A DOENÇA OU A SAÚDE VEM DO NOSSO EQUILÍBRIO INTESTINAL ".

sábado, março 30

MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DA FUNÇÃO ENDOTELIAL: DESCRIÇÃO E SUAS APLICAÇÕES

O endotélio é a monocamada celular que reveste o interior dos vasos sanguíneos, incluindo artérias, veias e as câmaras do coração, atuando como uma camada protetora entre os demais tecidos e o sangue circulante. Essas células são denominadas células endoteliais. O endotélio exerce função determinante no controle da homeostase vascular, participando da regulação de sinais intracelulares, permeabilidade e tônus vascular, cascata de coagulação e angiogênese, entre outros. Uma das principais funções do endotélio é a liberação de substâncias frente a estímulos, que atuam de forma autócrina e/ou parácrina. Dessa forma, agressões ao endotélio geram uma resposta inflamatória, com atuação de diversos tipos celulares (linfócitos, monócitos, plaquetas e células musculares lisas), levando a um quadro de disfunção da célula endotelial, enrijecimento da parede vascular e formação da placa de aterosclerose.

A disfunção endotelial é uma característica precoce chave no desenvolvimento e progressão da placa aterogênica e suas respectivas complicações. Essa condição é caracterizada por uma redução na biodisponibilidade de vasodilatadores derivados do endotélio, tais como o óxido nítrico (NO), e um aumento, relativo ou absoluto, da biodisponibilidade de vasoconstritores. Este desequilíbrio prejudica a vasodilatação dependente endotélio, marca funcional que caracteriza a disfunção endotelial." UM CORPO INFLAMADO É UMA PORTA ABERTA PARA DOENÇAS CRÔNICAS E DEGENERATIVAS ".

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?