terça-feira, maio 21

MARCADORES DA FUNÇÃO TIREOIDIANA:

HORMÔNIO ESTIMULANTE DA TIREOIDE (TSH)

TIROXINA TOTAL (T4)

TIROXINA LIVRE (T4L)

TRIIODOTIRONINA TOTAL (T3)

TRIIODOTIRONINA LIVRE (T3L)

DEFINIÇÃO:

HORMÔNIOS ESTIMULANTES DA TIREÓIDE:

O TSH é uma glicoproteína secretada pela adenohipófise, tendo como principal efeito o de estimular a liberação de T3 e T4 pela tireoide. A secreção e os níveis séricos de TSH são controlados pelos níveis de T3 e T4 e pelo Hormônio Hipotalâmico Estimulador de Tireotrofina (TRH).

TIROXINA TOTAL T4:

A T4 é oprincipal produto secretado pela glândula tireoide. Liga-se à globulina ligadora de tiroxina (TBG), pré-albumina e albumina no sangue. A concentração de T4 geralmente reflete a atividade secretória da glândula Tireoide. Nos tecidos, sofre desiodação a T3, que produz ação hormonal e é responsável pela ação do hormônio.

TIROXINA LIVRE T4-LIVRE:

O T4 livre corresponde a uma pequena fração (0,02-0,04%) da tiroxina total (T4) que se encontra não ligada a proteínas. Na fração metabolicamente ativa é precursora do T3 (triiodotironina). É este nível de hormônio não ligado ou livre que se correlaciona com o estado funcional da tireoide na maioria dos indivíduos.

TRIIODOTIRONINA TOTAL-T3:

A T3 é produzida tanto na Tireoide como nos tecidos periféricos por desiodação de T4, sendo transportada, no soro, pela TBG, pela albumina e pela pré-albumina. Comparativamente à T4, o T3 tem maior atividade metabólica, meia- vida mais curta e menor afinidade pela TBG.

TRIIODOTIRONINA LIVRE- T3 L:

A maior parte do T3 circulante é ligada as proteínas; somente 0,3% existe na forma livre, não ligada. Em geral, as dosagens de T3 total e T3 livre apresentam boa correlação, só divergindo quando existem alterações significativas das proteínas carregadoras (gravidez, uso de anticoncepcionais e estrógenos e diminuição de TBG). Nessas circunstâncias, a fração livre retrata mais fielmente a condição tiroidiana.

INDICAÇÃO CLÍNICA:  

TSH: A dosagem do TSH é importante no diagnóstico de hipertireoidismo primário, sendo o primeiro hormônio a se alterar nessa condição.

T4: Reflete a atividade secretora. É útil no diagnóstico de hipo e hipertireoidismo;

T4 LIVRE: Exame útil na avaliação da função tireoidiana, particularmente em pacientes com suspeita de alteração na concentração de TBG;

T3: Exame útil na avaliação da função tireoidiana, particularmente em pacientes com suspeita de alteração na concentração de TBG; Útil no diagnóstico e no seguimento de indivíduos com hipertireoidismo;

T3 LIVRE: A medida do T3 e utilizada para diagnóstico e monitoramento do tratamento do hipertireoidismo.

PREPARO DO PACIENTE:

Jejum não obrigatório.

Em caso de uso de hormônio tiroidiano, colher o material antes da próxima dose ou no mínimo, quatro horas após a ingestão do medicamento.

OBSERVAÇÕES:

No hipotiroidismo primário, a concentração sérica de TSH está muito elevada. No hipotiroidismo secundário ou terciário, situação em que a produção dos hormônios da Tireoide é baixa devido à presença de lesões pituitárias ou hipotalâmicas, a concentração sérica de TSH é geralmente baixa.

Uma das causas mais comuns de hipertireoidismo subclínico, definido pela supressão das concentrações de TSH com níveis de T4 e T3 dentro da faixa de referência, é o tratamento com hormônio tireoidiano em doses excessivas.

A prevalência de hipotireoidismo na população idosa é elevada, superior a 14%, sendo necessária a triagem para a doença nesta faixa etária, usando a dosagem de TSH.

O hipotireoidismo subclínico, caracterizado pela elevação do TSH, com concentração sérica de T4 normal, tem sido reconhecido como fator de risco independente para aterosclerose e infarto agudo do miocárdio.

A determinação dos níveis de T4 livre é um teste sensível da função tireoidiana, não sofrendo influência da concentração de globulina carreadora de tiroxina (TBG).

No hipertireoidismo subclínico, por sua vez, tem-se redução do TSH e valores normais de T4L. A doença representa risco para fibrilação, osteoporose e progressão para hipertireoidismo franco.

A dosagem do T4 livre pode ser inadequada na presença de autoanticorpos antitoxina, fator reumatoide ou tratamento com heparina.

A determinação dos níveis séricos de T3 está indicada em indivíduos com TSH diminuído e T4 total ou livre dentro da faixa de referência. O teste é útil, portanto, na avaliação do hipertireodismo, particularmente da tireotoxicose.

Variações na concentração da globulina ligadora de tiroxina (TBG) e outras proteínas podem afetar os níveis de T3.

Podemos lembrar que o uso de drogas antitiroidianas, de bloqueadores de conversão periférica de T4 e de hormônios tiroidianos e presença no soro de anticorpos anti-T3 ou anti-IgG de camundongo podem alterar significativamente os níveis dessa fração.   

MARCADORES DO METABOLISMO LIPÍDICO:


1 ) DOSAGEM DO COLESTEROL TOTAL E FRAÇÃO:

DEFINIÇÃO:

O colesterol é um lipídeo, esteroide transportado na corrente sanguínea como lipoproteína. As lipoproteínas são divididas, de acordo com a sua densidade, em cinco classes: quilomícrons, lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL), lipoproteínas de baixa densidade (LDL), lipoproteínas de densidade intermediária (IDL) e lipoproteínas de alta densidade (HDL). A HDL é conhecida como “colesterol bom” e a LDL é conhecida como “colesterol ruim”. O colesterol é utilizado na produção de hormônios esteroides, na constituição das membranas celulares e como precursor dos ácidos biliares, progesterona, vitamina D, estrogênios, glicocorticoides e mineralocorticoides.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

Avaliar risco de doença cardíaca, doença arterial coronariana (DAC) e aterosclerose;

A identificação de pacientes assintomáticos que estão mais predispostos a estas patologias é importante para a prevenção;

Traçar perfil lipídico quando solicitado em combinação HDL, LDL e triglicerídeos.

PREPARO DO PACIENTE:

Jejum não obrigatório;

Evitar ingestão de álcool 72 horas antes do teste;

Manter o uso de drogas que não possam ser interrompidos, mas, em pacientes em uso de Nacetilcisteína (NAC) ou Metamizol (Dipirona), a punção venosa deve ser realizada antes de sua administração devido à possibilidade de ocorrerem resultados falsamente reduzidos;

Executar o teste nas primeiras 24 horas após um evento isquêmico (IAM), pois os valores correspondem efetivamente ao perfil lipídico do paciente.

INTERPRETAÇÃO:

A interpretação clínica dos resultados deverá levar em consideração o motivo da indicação do exame, o estado metabólico do paciente e estratificação do risco para estabelecimento das metas terapêuticas. Realizar consulta de enfermagem, iniciando com a anamnese direcionada à alimentação, estilo de vida, realização de exercício físico, tabagismo, alcoolismo, incluindo todos os fatores de risco para doenças cardiovasculares, além da ocorrência de doenças cardiovasculares anteriormente. Em seguida realizar exame físico atentado, para o Índice de Massa Corporal (IMC), formato do abdome.

VALORES DE REFERÊNCIA:

É recomendado que na avaliação do perfil lipídico de um indivíduo, seja considerada a média de duas dosagens de colesterol, obtidas em intervalos de 1 semana e máximo de 2 meses após a coleta da primeira amostra. Deve-se estar atento ás condições pré-analíticas do paciente e a preferência pela mesma metodologia e laboratório.

VALORES ELEVADOS:

Idade;

Gravidez;

FARMÁCOS: betabloqueadores, esteroides anabolizantes, vitamina D, anovulatórios orais e epinefrina;

Obesidade;

Tabagismo;

Álcool;

Alimentação com alto teor de colesterol e gorduras;

Falta de exercícios físicos;

Insuficiência renal;

Hipotireoidismo;

Doença de armazenamento do glicogênio (doenças de Gierke e Werner);

Hipercolesterolemia familiar;

Diabetes Mellitus;

Hipertensão Arterial.

VALORES DIMINUÍDOS:

Desnutrição;

Doença hepática;

Anemias crônicas;

Infecção;

Hipertireoidismo;

Estresse.

CONDUTAS:

Quando o resultado for acima do esperado, o colesterol alto e o HDL baixo, o enfermeiro deverá explicar ao paciente os riscos e indicar algumas maneiras para reduzir o valor, como:

Encaminhamento ao cardiologista e nutricionista;

Realizar atividades físicas (indicação de acordo com a idade) como caminhada;

Reduzir o consumo de alimentos gordurosos;

Reduzir o consumo de álcool;

Reduzir o consumo de carboidratos;

Consumir em maior quantidade alimentos que possuam gordura boa;

Consumir alimentos ricos em fibras.

OBSERVAÇÕES:

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apresentou as Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, que abrange uma avaliação dos riscos de desenvolvimento de aterosclerose, controle dos lipídeos, tratamento com drogas, atividades físicas e redução do tabagismo.   

DOSAGEM DE TRIGLICERÍDEOS:

DEFINIÇÃO:

Os triglicerídeos constituem uma importante fonte de energia para o corpo. São armazenados no tecido adiposo como glicerol, monoglicerol e ácidos graxos, convertidos pelo fígado em triglicerídeos.

INDICAÇÃO CLÍNICA: 

Avaliar risco de doença cardiovascular e arteriosclerose;

Associado à dosagem de colesterol e frações, é útil na avaliação de dislipidemias.

PREPARO DO PACIENTE:

Jejum não obrigatório;

Evitar ingestão de álcool 72 horas antes do teste;

Realizar o teste nas primeiras 24 horas, após infarto agudo do miocárdio (IAM), pois os valores correspondem efetivamente ao perfil lipídico do paciente.

INTERPRETAÇÃO:

ALTERAÇÕES:

Níveis inferiores a 150 mg/dL não estão associados a qualquer doença;

Entre 250 a 500 mg/dL, podem ter relação com doença vascular periférica, constituindo um marcador para pacientes predisposições genéticas para hiperlipoproteinemias;

Acima de 500 mg/dL, alto risco de o paciente desenvolver pancreatite;

Acima de 1.000 mg/dL, relação com hiperlipidemia, especialmente do tipo I ou tipo V;

Níveis superiores a 5.000 mg/dL estão associados a xantoma eruptivo, arco corneano, lipemia retiniana, hipertrofia hepática e/ou esplênica.

Além das dislipidemias primárias, algumas condições ou doenças estão associadas a elevação de triglicerídeos como obesidade, intolerância à glicose ou diabetes mellitus II, hiperuricemia, hepatites virais, alcoolismo, tabagismo, cirrose biliar, obstrução biliar extra hepática, síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, síndrome de Cushing, gravidez, infecção, doenças inflamatórias, algumas doenças do estoque do glicogênio e uso de algumas drogas (estrogênios, contraceptivos orais, prednisona).

Níveis baixos de triglicerídeos podem ser encontrados na abetalipoproteinemia, hipobetalipoproteinemia, má absorção, desnutrição e hipertireoidismo.

CONDUTAS:

Resultado acima dos valores de referência, o enfermeiro deverá orientar o paciente.

Encaminhar ao cardiologista e nutricionista;

Aconselhar a realização de atividades físicas (indicação de acordo com a idade);

Reduzir o consumo de alimentos gordurosos;

Reduzir o consumo de álcool;

Reduzir o consumo de carboidratos;

Consumir em maior quantidade alimentos que possuam gordura boa;

Consumir alimentos ricos em fibras.

OBSERVAÇÕES:

A variação diurna faz com que os triglicerídeos sejam mais baixos pela manhã e mais altos depois do meio dia.     

MARCADORES DO METABOLISMO DA GLICOSE:


1 ) GLICEMIA:

DEFINIÇÃO:

A dosagem de glicose no sangue pode ser usada para triagem de pessoas saudáveis e assintomáticas, porque diabetes é uma doença comum que começa com poucos sintomas.

A GLICEMIA POS-PRANDIAL:

Corresponde a avaliação da glicose no sangue em 1 a 2 horas após a alimentação. Vale ressaltar que as concentrações de glicose no sangue aumentam, aproximadamente 10 minutos após o início da alimentação.

Para as gestantes a dosagem de glicemia em jejum deve ser solicitada na primeira consulta do pré-natal, a fim de detectar a presença de diabetes. A partir da 20ª semana de gravidez, realiza-se outra medida de dosagem de glicose em jejum, com ponto de corte de 85mg/L, visando a detecção de diabetes gestacional. Sinônimos são dosagem de glicose; glicemia em jejum.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

Diagnóstico e monitoramento do diabetes mellitus e dos distúrbios da homeostase glicêmica. Rastreamento do diabetes gestacional.

PREPARO DO PACIENTE:

Na dosagem de glicose o jejum é obrigatório:

Adulto: entre 8 e 12 horas;

Crianças de 1 a 5 anos: 6 horas;

Criança menores que 1 ano: 3 horas;

Na glicose pós-prandial a amostra deverá ser coletada após 2 horas do início do almoço, não se deve alterar o hábito alimentar;

Não utilizar laxantes na véspera dos exames;

Não exercer nenhum esforço físico antes do exame.

INTERPRETAÇÃOE CONDUTA:

Realizar consulta de enfermagem, iniciando com a anamnese sobre as queixas direcionadas a hipoglicemia como: tremedeira, nervosismo, ansiedade, sudorese, calafrios, irritabilidade e impaciência, confusão mental e delírio, taquicardia, coração batendo mais rápido que o normal, tontura ou vertigem, fome e náusea, sonolência, visão embaçada, sensação de formigamento ou dormência nos lábios e na língua, dor de cabeça, fraqueza e fadiga, falta de coordenação motora ou a hiperglicemia: visão turva, xerostomia (sensação de boca seca),cansaço, sudorese excessiva, polidipsia, polifagia, poliúria. Em seguida realizar exame físico verificando a pressão arterial, cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), frequência cardíaca e respiratória, realizar a avaliação cuidadosa da pele dos membros inferiores e superiores, avaliação da neuropatia periférica (sensibilidade tátil, térmica e dolorosa).

VALORES DE REFERÊNCIA:

Glicemia Jejum: 60 a 99 mg/dL

Crianças (de 2 a 18 anos) em jejum: 60 a 100 mg/dL

Crianças (de 0 a 2 anos) em jejum: 60 a 110 mg/dL

Recém nascidos prematuros: 40 a 65 mg/dL

Glicemia pós-prandial: < 140 mg/dL

Gestantes (Diabetes Mellitus Gestacional)

Glicose plasmática em jejum > 95 mg/dL (> 5,3 mmol/L)

1 hora > 180 mg/dL (> 10,0 mmol/L)

2 horas > 155 mg/dL (> 8,6 mmol/L)

3 horas > 140 mg/dL (> 7,8 mmol/L).



OBSERVAÇÕES:

Na maioria dos casos, a elevação significativa dos níveis plasmáticos de glicose em jejum, diagnostica a diabetes mellitus. Entretanto, casos leves (limítrofes) podem apresentar-se com glicemia de jejum normal. Se houver suspeita de diabetes mellitus, o teste de tolerância à glicose pode confirmar o diagnóstico.

Mulheres grávidas que não apresentavam diabetes antes da gestação recebem o diagnóstico de diabetes gestacional quando o resultado do exame de glicemia em jejum for 92 mg/dl ou superior.

O paciente diabético, principalmente em insulinoterapia ou em uso de sulfonilureia, deve ser orientado sobre o risco de hipoglicemia, como reconhecer os sintomas e como proceder na crise.  

2 ) HEMOGLOBINA GLICADA:

DEFINIÇÃO:

O termo hemoglobina glicada (A1C) é utilizado para designar a hemoglobina conjugada à glicose. É o parâmetro de escolha para o controle glicêmico a longo prazo. Deve ser solicitada a todos pacientes com diabetes mellitus (DM) (solicitado em média a cada 3 meses), a partir da consulta inicial, para determinar o controle da glicemia por parte do paciente. Quanto maior o nível de glicose na circulação, maior será a ligação da glicose com a hemoglobina. O resultado do teste é dado em porcentagem de hemoglobina ligada à glicose. Sinônimos: Hemoglobina glicosilada; Hba1c.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

A dosagem deverá ser realizada regularmente em todos os pacientes com diabetes mellitus para monitoramento do grau de controle glicêmico. Recomenda-se:

Duas dosagens ao ano para todos os pacientes diabéticos;

Quatro dosagens ao ano (a cada três meses) para pacientes que se submeterem a alterações do esquema terapêutico ou que não estejam atingindo os objetivos recomendados com o tratamento vigente.

PREPARO DO PACIENTE:

Não é obrigatório jejum;

Medicamentos de uso continuo deve ser informado.

INTERPRETAÇÃO E CONDUTA:

Realizar consulta de enfermagem, iniciando com a anamnese sobre as queixas como visão turva, xerostomia (sensação de boca seca), cansaço, sudorese excessiva, polidipsia, polifagia, poliúria. Em seguida realizar exame físico verificando a pressão arterial, cálculo do IMC, frequência cardíaca e respiratória, realizar a avaliação cuidadosa da pele dos membros inferiores e superiores, avaliação da neuropatia periférica (sensibilidade tátil, térmica e dolorosa).

VALORES DE REFERÊNCIA:

Valores de referência: menor que 5,7%;

Diabetes mellitus: pré-diabetes - 5,7% a 6,4%;

Diagnóstico – igual ou maior que 6,5%.

Bom controle: menor que 7%

OBSERVAÇÕES:

A dosagem da hemoglobina glicada deve ser realizada regularmente em todos os pacientes com diabetes mellitus para monitoramento do grau de controle glicêmico.

Quando utilizado para a avaliação do controle glicêmico de pessoas com diabetes, o teste de A1C deve ser repetido a cada três meses nos casos de diabetes mal controlado ou a cada seis meses, nos casos de diabetes estável e sob controle dos níveis glicêmicos.

Há variações das contribuições da glicemia de jejum e pós-prandial de acordo com o nível da HbA1c. Em pacientes com HbA1c próxima ao limite da normalidade, a contribuição da glicemia pós-prandial é mais significativa. Para níveis mais elevados de HbA1c (≥ 8,5%), a contribuição da glicemia de jejum é preponderante.

NORADRENALINA: O QUE É? QUAL É A SUA FUNÇÃO?

A noradrenalina é uma catecolamina produzida pela medula suprarrenal e também pelo sistema nervoso, atuando nesse último caso como neurotransmissor.

A noradrenalina é uma catecolamina, ou seja, faz parte de um grupo de hormônios amina sintetizados a partir do aminoácido tirosina. É produzida pela medula suprarrenal e atua em situações de estresse de curta duração. Também é sintetizada no sistema nervoso e, nesse caso, atua como um neurotransmissor, exercendo papel excitatório no sistema nervoso autônomo.

Vale destacar que a noradrenalina, junto com outros neurotransmissores, parece estar associada com problemas como a depressão e a mania. A depressão está ligada a um deficit desses neurotransmissores, e a mania, com seu excesso.

O QUE É A NORADRENALINA?

A noradrenalina, também chamada de norepinefrina, é um hormônio da família das catecolaminas e precursor da adrenalina. Ela é sintetizada na medula suprarrenal em resposta ao estresse de curta duração, como uma situação de perigo ou prazer. Vale destacar ainda que a noradrenalina é também produzida no sistema nervoso, sendo, nesse caso, um neurotransmissor.

QUAL É A FUNÇÃO DA NORADRENALINA?

A noradrenalina apresenta diferentes funções, atuando, por exemplo:

no aumento da disponibilidade de energia para uso imediato pelo corpo;
na quebra de glicogênio no fígado e músculo esquelético;
na liberação de ácidos graxos pelas células adiposas.
Tanto a glicose quanto os ácidos graxos podem ser usados pelas células na produção de energia.


A noradrenalina é produzida pela medula suprarrenal e também pelo sistema nervoso.
A noradrenalina atua ainda promovendo uma maior taxa de fornecimento de oxigênio para as células, uma vez que atua na dilação do bronquíolos e aumento dos batimentos cardíacos. Possui também a capacidade de elevar a pressão sanguínea por meio da vasoconstrição periférica generalizada. Ela está também relacionada com a memória.

QUAL É A RELAÇÃO ENTRE NORADRENALINA E ADRENALINA?

A noradrenalina é o precursor da adrenalina, sendo ambas catecolaminas. Em resposta ao estresse de curta duração, tanto a adrenalina como a noradrenalina são sintetizadas pela medula suprarrenal. Nessas situações, esses hormônios atuam, por exemplo, promovendo a quebra do glicogênio em glicose, aumentando a taxa de respiração, elevando a pressão sanguínea e também a taxa metabólica.

A noradrenalina possui efeito primário no controle da pressão arterial, enquanto a adrenalina possui um efeito mais forte nas taxas metabólicas e no coração. Tanto a noradrenalina quanto a adrenalina são também produzidas no sistema nervoso, atuando nesse local como neurotransmissores. Vale lembrar ainda que a adrenalina e a noradrenalina possuem uso terapêutico. A adrenalina é usada, por exemplo, como estimulante cardíaco, e a noradrenalina, no tratamento de choque séptico.

PARA QUE SERVE A NORADRENALINA NA UTI?

A noradrenalina atua como hormônio e como neurotransmissor em nosso organismo.
A noradrenalina é uma substância que apresenta várias indicações terapêuticas. Graças ao seu efeito vasopressor (promove a constrição da musculatura dos vasos sanguíneos, o que aumenta a pressão sanguínea), ela é usada, por exemplo, no tratamento de choque séptico, uma condição de saúde grave que ocorre em decorrência da sepse e que pode levar o paciente à morte. Nessas situações, a noradrenalina atua elevando a pressão em pacientes hipotensos. Essa substância é também utilizada em manobras de ressuscitação cardiopulmonar em virtude de seu papel vasoconstritor.

QUAL É A RELAÇÃO ENTRE NORADRENALINA E A DEPRESSÃO?

A depressão é um problema de saúde extremamente grave que apresenta como alguns de seus sintomas o humor depressivo, falta de motivação, pessimismo e diminuição do prazer em atividades que anteriormente causavam alegria. A depressão está relacionada, entre outros fatores, com alterações nos nossos neurotransmissores, como serotonina, dopamina e noradrenalina. Nos pacientes com sintomas depressivos, observa-se uma diminuição desses hormônios na fenda sináptica.

Vale destacar que não só a redução dos níveis de neurotransmissores é prejudicial. O aumento da noradrenalina, por exemplo, também pode causar problemas. Uma das hipóteses para o desenvolvimento da mania seria um excesso de neurotransmissores como a serotonina, dopamina e noradrenalina. Na mania, diferentemente da depressão, o paciente apresenta humor expansivo ou eufórico, tem elevação de energia, inquietação e aumento da realização de atividades, como o início de vários projetos. A mania é uma das formas típicas do transtorno bipolar.

É importante deixar claro que a depressão e a mania são problemas que necessitam de ajuda do profissional de saúde, Não hesite em procurar auxílio profissional nesses casos.

segunda-feira, maio 20

INTERPRETAÇÃO DOS MARCADORES HEMATOLÓGICOS:


HEMOGRAMA:

DEFINIÇÃO:

Exame que expressa as condições do sangue periférico de um indivíduo. Importante diagnóstico para alterações hematológicas e sistêmicas. O hemograma é constituído de três partes: eritograma (série vermelha), leucograma (série branca) e plaquetas (série plaquetária).

ERITROGRAMA:

O eritrograma avalia a série eritrocítica e compõe-se da contagem de hemácias, dosagem de hemoglobina, determinação do hematócrito e índices hematimétricos (Volume Corpuscular Médio- VCM, Hemoglobina Corpuscular Média- HCM, Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média- CHCM e Índice de Anisocitose Eritrocitária-RDW).

HEMÁCIAS:

São células pequenas, circulares e sem núcleo. São os mais numerosos tipos celulares no sangue.

HEMOGLOBINA:

É uma substância pigmentada, formada por duas partes: (1) heme, que contém um átomo de ferro que se combina reversivelmente com uma molécula de oxigênio e (2) globina. A principal função da hemoglobina é o transporte de oxigênio e gás carbônico, permitindo as trocas gasosas para o metabolismo orgânico. Ela é útil no diagnóstico de anemia e deve ser o primeiro valor observado.

HEMATRÓCITOS: 

Constitui a proporção dos eritrócitos totais no sangue entre o volume de hemácias presentes no plasma. É útil na indicação para transfusão e papa de hemácias.

INDICE HEMATRIMETRICOS:

HCM:

Hemoglobina corpuscular média Conteúdo de hemoglobina em cada hemácia. Fornece a informação do tipo de anemia, se é com pouca hemoglobina (hipocrômica) ou hemoglobina aumentada (hipercromica).

VCM:

Volume corpuscular médio reflete o volume médio das hemácias (tamanho da hemácia) é importante para definir se a anemia é de eritrócitos de pequeno volume ou de grande volume.

CHCM:

Concentração de hemoglobina corpuscular média, concentração de hemoglobina para determinado hematócrito. É expressa em porcentagem.

RDW:

Índice de anisocitose eritrocitária indica o grau de variação no tamanho dos eritrócitos.

LEUCOGRAMA:

LEUCÓCITOS:

São elementos figurados do sangue que estão envolvidos no sistema de defesa do organismo contra doenças e infecções. Alguns leucócitos são capazes de passar através da parede intacta dos vasos, processo denominado diapedese, agindo principalmente no tecido conjuntivo frouxo.

NEUTRÓFILOS OU SEQUIMENTADOS:

São capazes de deixar os vasos sanguíneos e entrar nos tecidos, onde protegem o corpo e fagocitam bactérias e substâncias estranhas ao organismo.

BASTONETES:

Células precursoras do neutrófilo. Em infecções bacterianas agudas pode-se encontrar um desvio a esquerda, ou seja, uma elevação do número de bastonetes.

EOSINÓFILOS:

O número de eosinófilos circulantes aumenta de forma muito acentuada no sangue circulante durante as reações alérgicas, e durantes as infestações parasitárias. Os eosinófilos são mais seletivos e atuam no sistema digestório, respiratório e na pele. 

BASÓFILOS: 

Possuem grânulos relativamente grandes, liberam histamina (contribui para as respostas alérgicas dilatando e permeabilizando os vasos sanguíneos) e heparina (previne a coagulação do sangue). Desempenham papel importante nas reações alérgicas e anafiláticas.

LINFÓCITOS: 

São o segundo tipo mais abundante de leucócitos (após os neutrófilos), são importantes nas respostas imunes específicas do corpo, incluindo a produção de anticorpos.

MONÓCITOS: 

Atuam nos processos inflamatórios restaurando tecidos (são um marcador de cicatrização).

PLAQUETAS:

São fragmentos de células presentes no sangue que é formado na medula óssea. A sua principal função é a formação de coágulos, participando, do processo de coagulação sanguínea. Liberam fatores destinados a aumentar a vasoconstrição e a iniciar a reconstituição da parede vascular.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

Avaliação de anemias, neoplasias hematológicas, reações infecciosas e inflamatórias, acompanhamento de terapias medicamentosas, avaliação de distúrbios plaquetários;

Fornece dados para classificação das anemias de acordo com alterações na forma, tamanho, cor e estrutura das hemácias e consequente direcionamento diagnóstico e terapêutico;

Orienta na diferenciação entre infecções viróticas e bacterianas, parasitoses, inflamações, intoxicações e neoplasias através das contagens global e diferencial dos leucócitos e avaliação morfológica dos mesmos;

Através de avaliação quantitativa e morfológica das plaquetas sugere o diagnóstico de patologias congênitas e adquiridas.

PREPARO DO PACIENTE:

Jejum desejável de 4 horas (Atentar para a orientação do laboratório)5.

INTERPRETAÇÃO:

A interpretação clínica dos resultados deverá levar em consideração o motivo da indicação do exame, o estado metabólico do paciente e estratificação do risco para estabelecimento das metas terapêuticas.

VALORES DE REFERÊNCIAS:

Os valores de referência podem variar em função do método e reagente utilizado, portanto, esses valores devem estar claramente citados nos laudos de resultados de exames laboratoriais.

VALORES CRÍTICOS:

Hematócrito < 18% ou > 54%

Hemoglobina < 6,0 g/dL ou > 18,0 g/dL

Leucócitos < 2.500/mm3 ou > 30.000/mm3

Plaquetas < 5.000/mm3 ou > 1.000.000/mm3

ALTERAÇÕES:

2 ) DOSAGEM DO FERRO:

DEFINIÇÃO:

O ferro é um dos componentes presentes na hemoglobina e encontra-se distribuído no organismo em diferentes formas, para captação de oxigênio e nutrição corporal. A determinação do ferro sérico (FS) é usada no diagnostico diferencial para anemias, hemocromatose e hemossiderose. Sinônimo: Ferro sérico.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

A dosagem de ferro está indicada na avaliação de normalidade e diagnóstico de alterações como anemias, especialmente naquelas hipocrômicas e microcíticas.

PREPARO DO PACIENTE:

JEJUM DE 8 HORAS 

INTERPRETAÇÃO E CONDUTA:

Deve realizar anamnese, abordando aspectos direcionados ao exame de ferro sérico, como antecedentes familiares, hábitos alimentares, uso de álcool, drogas e tabaco, perda de sangue recorrente. Em caso de mulheres, perguntar sobre a data da última menstruação, fluxo menstrual, em seguida realizar o exame físico avaliando o nível de consciência, a função cardíaca e pulmonar, a avaliação da pele, dos membros inferiores e superiores.

VALORES DE REFERÊNCIA:

Recém-nascidos: de 100 A 250 mcg/dL;

Crianças menores de 1 ano: entre 40 a 100 mcg/dL;

Crianças de 1 a 12 anos: entre 50 a 120 mcg/dL;

Adultos - Homens: entre 65 A 175 mcg/dL;

Mulheres: entre 50 A 170 mcg/dL.

VALORES DIMINUÍDOS:

Anemia ferropriva;

Perda de sangue crônica;

Doenças crônicas (p. ex., lúpus, artrite reumatoide, infecções crônicas);

Terceiro trimestre da gravidez e pílulas anticoncepcionais contendo progesterona;

Remissão de anemia perniciosa;

Absorção inadequada de ferro;

Anemia hemolítica (HPN).

VALORES AUMENTADOS:

Anemias hemolíticas, principalmente talassemia, anemia perniciosa em recidiva (anemias não hemolíticas);

Intoxicação aguda por ferro (crianças);

Síndromes de sobrecarga de ferro;

Hemocromatose, sobrecarga de ferro;

Transfusões (múltiplas), ferro intramuscular, tratamento impróprio com ferro;

Hepatite aguda, lesão hepática;

Deficiência de vitamina B6;

Intoxicação por chumbo;

Leucemia aguda;

Nefrite.

OBSERVAÇÕES:

O diagnóstico da deficiência de ferro pode levar ainda a detecção de adenocarcinoma gastrointestinal, um fato extremamente importante. Uma minoria significativa de clientes com anemia megaloblástica (20% a 40%) tem deficiência de ferro concomitante. A anemia megaloblástica pode interferir na interpretação da avaliação do ferro, portanto os exames devem ser repetidos 1 a 3 meses após a reposição de folato ou vitamina B12.

No período pré-menstrual pode elevar os níveis de ferro em 10% a 30% que caem no período da menstruação. Na gravidez há possibilidade de elevação inicial do ferro devido a progesterona e queda do ferro por aumento da sua necessidade. Uso de anticoncepcional oral pode elevar o ferro acima de 200mcg/dL.

Níveis aumentados são encontrados na hemossiderose, hemocromatose, talassemias e na hemólise da amostra.  

3 ) GRUPO SANGUÍNEO E FATOR RH:

DEFINIÇÃO:

O sistema ABO são classificações do sangue humano nos quatro tipos existentes: A, B, AB e O. O fator Rh, também chamado de antígeno D, pode ou não estar presente nas membranas das hemácias. Se estiver presente, o paciente é classificado como Rh+. Pacientes Rh+ não têm anticorpos contra o antígeno Rh. Por outro lado, se o paciente não expressar o antígeno Rh nas membranas das hemácias, ele é classificado como Rh-. Pacientes Rh- também não possuem anticorpos contra o antígeno Rh, mas podem vir a desenvolvê-los, caso sejam expostos a sangue Rh+1.

DOENÇA HEMÓLITICA PERINATAL: 

(DHPN), também conhecida como eritroblastose fetal caracteriza-se por destruição das hemácias do feto ou recém-nascido (RN) por anticorpos maternos que atravessam a placenta, levando à anemia fetal. É causada por incompatibilidade entre os grupos sanguíneos da mãe e do feto, sendo, na maioria dos casos, responsabilidade dos antígenos eritrocitários dos grupos Rh e ABO. Sinônimos: Rh; Fator de classificação de grupos sanguíneos; Fator Rhesus.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

Transfusões, pré-operatórios, transplantes e exame pré-natal.

INTERPRETAÇÃO E CONDUTA: 

Deve realizar anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual.

OBSERVAÇÕES:

Todas as gestantes devem ter o grupo ABO e o fator Rh determinados no período pré-gestacional ou na primeira consulta de pré-natal;

Se parceiro Rh negativo, não é necessário acompanhar o Coombs indireto materno;

A determinação do grupo sanguíneo é feita rotineiramente no pré-natal, como parte da investigação da possibilidade de incompatibilidade materno-fetal. Após o nascimento, é feita a determinação rotineira na criança e, em casos com suspeita de incompatibilidade é feito o teste de Coombs direto, para pesquisar a presença de anticorpos ligados às hemácias da criança;

A incompatibilidade sanguínea do Fator Rh materna e do bebê pode ocasionar eritroblastose fetal.   

4 ) TESTE DE COOMBS INDIRETO:

DEFINIÇÃO:

A pesquisa de anticorpos irregulares (RAI) é um exame indispensável no contexto da segurança imunológica das transfusões, das gravidezes e da exploração dos estados autoimunitários antieritrocitários. Esta pesquisa tem por meta concluir pela presença ou ausência de anticorpos irregulares séricos. No caso de positividade, é realizada uma identificação da especificidade e a titulação dos anticorpos.

Esse exame deve ser realizado rotineiramente em amostras de gestantes Rh negativo no primeiro trimestre da gravidez. Sinônimos: Coombs indireto; Teste de antiglobulina indireto.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

O teste de Coombs indireto detecta a presença de anticorpos anti Rh em indivíduos Rh-, sendo útil na doença hemolítica do recém-nascido e na investigação de anemias hemolíticas autoimunes. É rotineiramente utilizado na triagem pré-transfusional.

INTERPRETAÇÃO E CONDUTA:

Deve realizar anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual.

OBSERVAÇÕES:

O exame de Coombs indireto é positivo nas seguintes situações:

Incompatibilidade do sangue;

Anemia hemolítica autoimune ou induzida por medicamentos;

Doença hemolítica da eritroblastose fetal;

Todas as mulheres com Rh- não sensibilizadas (Coombs indireto negativo) devem receber 300mcg de imunoglobulina anti-D nas primeiras 72 horas, pós o parto de um recém-nascido com Rh+ e Coombs direto negativo.

• Informar se gestante, história de transfusão de sangue ou uso de medicamentos.

DOPAMINA: CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES

O QUE É DOPAMINA?

A dopamina é um neurotransmissor, formado com base na tirosina, que está relacionado com diversas funções do nosso organismo, incluindo a sensação de prazer e o humor.

A dopamina é um importante neurotransmissor. A dopamina 
é um mensageiro químico (neurotransmissor) que atua no sistema nervoso central dos mamíferos, incluindo os seres humanos. Esse neurotransmissor está relacionado com diferentes funções, nas quais consta a regulação de algumas emoções, e é capaz de aliviar a dor.

QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DA DOPAMINA?

A dopamina é um neurotransmissor pertencente à família das catecolaminas. Assim como a dopamina, a noradrenalina e a adrenalina são catecolaminas, e essas três substâncias destacam-se por possuírem a mesma rota biossintética.

A dopamina é uma catecolamina, ou seja, é formada por um catecol unido a uma amina por uma ponte etil.

A dopamina é produzida nos chamados neurônios dopaminérgicos. No citoplasma desses neurônios, a dopamina é sintetizada com base na tirosina, um aminoácido. A tirosina é obtida, em grande parte, por meio da dieta, entretanto, uma porção é produzida no fígado.

Inicialmente, a tirosina é convertida em L-dopa (1-3,4-di-hidroxifenilalanina), sendo essa reação catalizada pela tirosina hidroxidade. A L-dopa é então convertida em dopamina por meio da ação do L-aminoácido aromático descarboxilase. Após a síntese de dopamina, esta é liberada para fora das células. Esse processo envolve a liberação da substância para o meio extracelular por meio de vesículas que se fundem com a membrana plasmática (excitose) e liberam a dopamina para o meio externo.

Após ser liberada na sinapse (região de proximidade entre a terminação de um neurônio e outro neurônio ou outra célula), a dopamina é rapidamente capturada por receptores localizados na membrana pós-sináptica. Além disso, ela pode ser captada novamente pelo neurônio pré-sináptico e reincorporada em vesículas. A dopamina pode ser também degradada.

QUAL É A FUNÇÃO DA DOPAMINA?

A dopamina é liberada em várias partes do cérebro e atua em diferentes funções, estando relacionada com atividades neuronais e também fisiológicas. Entre os processos realizados pelo nosso corpo em que há a participação da dopamina, podemos citar: controle motor, compensação, prazer, humor, atenção, cognição e algumas funções endócrinas.

Além dessas funções mais conhecidas, esse neurotransmissor está relacionado ainda com outras atividades como a excreção renal do sódio, o retardamento do esvaziamento gástrico, a dilatação das artérias renais, o impedimento da liberação de aldosterona, entre outras.

A dopamina apresenta também relação com a doença de Parkinson, sendo esta associada a uma baixa quantidade desse neurotransmissor no cérebro. Além da doença de Parkinson, a esquizofrenia parece apresentar relação com a dopamina. A hipótese da dopamina para o desenvolvimento desse transtorno indica que a esquizofrenia pode ser causada por níveis elevados ou desregulados de dopamina.

A dopamina é um neurotransmissor relacionado a alguns problemas de saúde, como a esquizofrenia.

DIFERENÇA ENTRE DOPAMINA E SEROTONINA:

A serotonina é, assim como a dopamina, um neurotransmissor que está relacionado com sono, atenção, emoções e aprendizado. A serotonina, no entanto, é formada com base no triptofano, enquanto a dopamina é sintetizada com base na tirosina.

RELAÇÃO ENTRE DOENÇA DE PARKINSON E DOPAMINA:

A doença de Parkinson é um problema progressivo que causa tremores musculares, afeta o equilíbrio, limita a capacidade de modificar as expressões faciais e compromete a postura e o andar. Além disso, essa doença neurológica causa uma série de sintomas não motores, como distúrbios no solo, alterações de humor, ansiedade, depressão, problemas cognitivos e até mesmo demência.

A relação existente entre a dopamina e a doença de Parkinson está no fato de que, durante o desenvolvimento desse problema, ocorre a morte de neurônios dopaminérgicos — os neurônios responsáveis por liberarem a dopamina. Acredita-se que a perda desses neurônios comece cerca de 10 anos antes do surgimento dos sintomas.

A doença de Parkinson não possui cura, porém possui tratamento que pode aliviar os sintomas. Entre as formas de tratamento, está incluída a administração de L-dopa, que é convertida pelo próprio organismo em dopamina.

Na grande maioria dos pacientes, a doença de Parkinson surge a partir dos 55, 60 anos, e sua prevalência aumenta a partir dos 70, 75 anos.

RELAÇÃO ENTRE ESQUIZOFRENIA E DOPAMINA:

A esquizofrenia é um transtorno que desencadeia no paciente ilusões, alucinações e outros sintomas importantes. Geralmente, esse transtorno afeta indivíduos no final da adolescência e no inicio da segunda década de vida e pode acometer pessoa de qualquer sexo. Estima-se que cerca de 1% da população do planeta sofre com esse transtorno.

A relação entre esquizofrenia e dopamina está no fato de que esse transtorno pode ser causado por níveis altos ou então desregulados de dopamina no cérebro. Essa hipótese foi sugerida após observar-se que alguns indivíduos, quando faziam uso de substâncias que aumentavam os níveis de dopamina ou então ativavam os receptores desse neurotransmissor, desenvolviam sintomas esquizofrênicos.

SISTEMA DE RECOMPENSA E A DOPAMINA:

Possuímos em nosso cérebro um circuito neuronal conhecido como sistema de recompensa. É esse sistema que promove motivação para a realização das atividades do nosso dia a dia que garantem nossa sobrevivência e reprodução. É ele, por exemplo, que garante a sensação prazerosa quando bebemos água ao sentir sede.

A dopamina apresenta relação direta com esse sistema. Os neurônios encontrados na base do cérebro, em uma região chamada área tegmental ventral, recebem estímulos do sistema de recompensa e são ativados. Ao serem ativados, esses neurônios liberam dopamina, que atingirá determinadas áreas do cérebro, como o nucleus accumbens, importante estrutura relacionada com a percepção do prazer.

RELAÇÃO DO USO DE DROGAS E A DOPAMINA:

O uso de drogas está relacionado com alterações no sistema de recompensa. Cada droga terá sua forma de ação, porém, geralmente elas atuam nos neurônios dopaminérgicos, levando a um aumento rápido de dopamina e, consequentemente, a uma sensação de prazer. Na medida em que a dependência estabelece-se, mudanças acontecem no sistema de recompensa de longa duração. Isso faz com que o usuário sinta cada vez mais vontade de fazer uso de drogas.

domingo, maio 19

GABA: O QUE É? QUAL A SUA FUNÇÃO NO ORGANISMO?

Como podemos ver a aceleração do ritmo de vida é uma realidade dos dias atuais. Cada vez mais, temos que lidar com excesso de informação e tentamos, de alguma forma, ser multitarefa. Em todo esse cenário é muito comum que tenhamos dificuldade de nos concentrarmos nas ações do nosso dia a dia. Para isso, o ideal é baixar a agitação e direcionar a energia mental para as questões mais importantes.

O importante é que o próprio cérebro tem ferramentas que podem ajudar a conseguir esse estado. Uma delas é o neurotransmissor Gaba, que é produzido pelo nosso organismo. Ele é reconhecido pela ciência como indutor de relaxamento e facilitador de concentração.

O QUE É GABA?

O ácido gama-aminobutírico, conhecido pela sigla inglesa Gaba (Gamma-AminoButyric Acid), é um neurotransmissor, ou seja, um mensageiro químico que transmite informações de um neurônio para outro, regulando o sistema nervoso. Ele é produzido naturalmente pelo organismo.  

QUAL É A FUNÇÃO DO GABA?

O Gaba é considerado o principal neurotransmissor inibidor no sistema nervoso central dos mamíferos adultos. Ele é liberado por neurônios chamados Gabaérgicos e se conecta a receptores específicos dos outros neurônios. Esses neurônios receptores passam então por uma diminuição na condução neuronal, provocando a inibição do sistema nervoso. Como consequência, a pessoa pode ter sensação de:

Relaxamento;
Concentração;
Sono.

Por outro lado, a baixa liberação de Gaba pode resultar em distúrbios neurológicos e doenças mentais, incluindo epilepsia, ansiedade e insônia.

Por esse motivo, alguns medicamentos de uso controlado têm como função potencializar a ação do Gaba no sistema nervoso. Entre eles estão os benzodiazepínicos, como o clonazepam, e os barbitúricos, como o fenobarbital. Mas essa não é a única forma de impulsionar a ação do Gaba, que pode ser estimulada por alimentos ou suplementos alimentares.

ALIMENTOS QUE ESTIMULAM O GABA:

Existem, no entanto, alimentos que podem estimular naturalmente a ação do Gaba no sistema nervoso, facilitando o relaxamento e a concentração. Um deles é o chá verde, que é muito valorizado no Japão, sendo consumido ao longo do dia e oferecido às visitas.

Ambas as bebidas têm cafeína, porém apenas o chá verde tem em sua composição o aminoácido L-teanina. Segundo estudos, a L-teanina potencializa a ação do Gaba e estimula a produção de serotonina, promovendo sensação de bem-estar e facilitando o foco e a concentração. Normalmente, esse efeito atinge seu pico 50 minutos após a ingestão do chá. 

Outro alimento que potencializa a ação do Gaba é o maracujá (gênero Passiflora), que é popularmente conhecido por sua ação relaxante. Os polifenóis presentes na fruta atuam ativando os receptores do Gaba no sistema nervoso. 

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?