1 ) TOXOPLASMOSE:
DEFINIÇÃO:
A toxoplasmose é uma zoonose que adquire especial relevância para a saúde pública quando a mulher se infecta, pela primeira vez, durante a gestação pelo risco elevado de transmissão vertical e acometimento fetal.
A presença de anticorpos IgG indica imunidade ou exposição prévia ao Toxoplasma gondii. A presença de anticorpos da classe IgM é útil no diagnóstico da toxoplasmose aguda ou recente. Para diferenciar entre infecções adquiridas recentes e infecções passadas, as amostras positivas para anticorpos IgG e IgM devem ser testadas para avidez de IgG. Um alto índice de avidez para anticorpos IgG é um forte indicador de que a infecção ocorreu há mais de 4 meses.
Em gestantes, há o risco de infecção fetal, pois, na fase aguda, os parasitas permanecem três semanas em circulação, aproximadamente, o que facilita a transmissão transplacentária. O teste sorológico é útil para o diagnóstico da toxoplasmose ou, então, para saber se o indivíduo já teve a infecção provocada pelo toxoplasma no passado. Sinônimo são Anticorpos anti-toxoplasma gondii.
INDICAÇÃO CLÍNICA:
ANTICORPOS ANTI-TOXOPLASMOSE GONGII- IGM:
Exame de triagem para a Toxoplasmose de pessoas assintomáticas, sendo de indicação formal na rotina laboratorial da gestante juntamente com a IgG. É usado também para o diagnóstico de infecção aguda e congênita pelo Toxoplasma gondii.
ANTICORPOS ANTI-TOXOPLASMOSE GONDII-IGM:
Exame aplicado no diagnóstico de infecção pelo Toxoplasma gondii; na triagem de pessoas assintomáticas, e como marcador epidemiológico de contato prévio com o agente infeccioso da Toxoplasmose.
AVIDEZ- IgG
Exame aplicado quando IgG e IgM são reagentes realiza-se o teste de avidez, que avalia o tempo de infecção.
PREPARO DO PACIENTE:
Necessário jejum mínimo de 4 horas.
INTERPRETAÇÃO E CONDUTA:
Deve realizar anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual.
VALOR DE REFERÊNCIA:
TOXOPLASMOSE IgM:
Não reagente: índice inferior a 0,50
Indeterminado: índice de 0,50 a 0,59
Reagente: índice superior a 0,59
• Toxoplasmose IgG:
Não reagente.
• AVIDEZ IgG:
Fraca avidez: Índice menor que 0,200
Inconclusivo: Índice entre 0,200 e 0,300
Forte avidez: Índice maior que 0,300
Observações
Todo recém-nascido cuja mãe teve diagnóstico de certeza ou suspeita de toxoplasmose adquirida na gestação deve ser submetido à investigação completa para o diagnóstico da toxoplasmose congênita, incluindo exame clínico e neurológico, exame oftalmológico completo com fundoscopia, exame de imagem cerebral (ecografia ou tomografia computadorizada), exames hematológicos e de função hepática.
Na presença de alta avidez, deve-se considerar como diagnóstico de infecção antiga, não havendo necessidade de tratamento nem de testes adicionais. Se a avidez for baixa, deve-se iniciar imediatamente o uso de espiramicina, pois pode ser uma infecção recente.
A infecção fetal pelo T. gondii pode provocar abortamento, crescimento intrauterino restrito (CIUR), morte fetal, prematuridade e a síndrome da toxoplasmose congênita: retardo mental, calcificações cerebrais, microcefalia, hidrocefalia, retinocoroidite, hepatoesplenomegalia.
Quanto mais precoce a idade gestacional, na qual a mulher apresenta a primoinfecção, mais grave será o acometimento fetal, entretanto o risco da transmissão para o feto é maior nas idades gestacionais mais avançadas.
A IgG anti- T. gondii surge ao final da segunda semana de infecção (aproximadamente 7 a 10 dias após o surgimento da IgM); apresenta um pico dos títulos entre seis e oito semanas seguido de decréscimo gradual e manutenção de níveis séricos baixos e detectáveis por toda a vida.
Se no primeiro exame solicitado na primeira consulta detecta-se anticorpos IgM, caso a gestação tenha menos de 16 semanas, deve ser feito imediatamente o teste de avidez de IgG, na mesma amostra de soro.
Noticiar à Vigilância Epidemiológica os casos de toxoplasmose aguda na gestação.
2 ) RUBÉOLA:
DEFINIÇÃO:
A rubéola é uma doença aguda, de alta contagiosidade, que é transmitida pelo vírus do gênero Rubivirus, da família Togaviridae.
A infecção por rubéola na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe, como aborto e natimorto (feto expulso morto) e para os recém-nascidos, como malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e outras). Para o diagnóstico da rubéola são feitos exames laboratoriais, disponíveis na rede pública em todos os estados, para confirmação ou descarte de casos, como titulação de anticorpos IgM e IgG para rubéola. Sinônimo: Anti-Rubéola – IgM, sorologia para Rubéola.
INDICAÇÃO CLÍNICA:
ANTICORPOS ANTI- RUBÉOLA IgG:
Exame de triagem para a Rubéola de pessoas assintomáticas, sendo de indicação formal na rotina laboratorial da gestante juntamente com a IgG.
É usado também para o diagnóstico de infecção aguda e da Rubéola congênita.
ANTICORPOS ANTI-RUBÉOLA IgG:
Exame aplicado no diagnóstico de infecção pelo Toxoplasma gondii; na triagem de pessoas assintomáticas, e como marcador epidemiológico de contato prévio com o vírus da rubéola.
AVIDEZ IgG:
Este exame pode confirmar se a IgM detectada no teste sorológico é indicativa de doença aguda ou não.
PREPARO DO PACIENTE:
Jejum mínimo de 4 horas
Interpretação e condutas
Deve realizar anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual.
VALOR DE REFERÊNCIA:
RUBÉOLA IgM:
Não reagente: índice inferior a 0,80
Indeterminado: índice de 0,80 a 1,19
Reagente: índice superior ou igual a 1,20
Rubéola IgG:
Não reagente.
Avidez IgG:
Baixa avidez: inferior a 30% -infecção aguda
Indeterminado: 30 a 60% - não permite definir o provável período
Alta avidez: superior a 60% - infecção pregressa.
A gestante com IgG antivírus da rubéola positivo significa contato prévio com esse vírus. Nessa situação, o risco de transmissão vertical é mínimo. A gestante com IgG antivírus da rubéola não reagente ou negativo indica que ela é suscetível, ou seja, não entrou em contato com o vírus da rubéola. Portanto a mesma deverá ser vacinada contra a rubéola (tríplice ou dupla viral) logo após o parto, preferencialmente ainda na maternidade.
Um resultado positivo de anticorpo IgM indica infecção congênita ou recente.
A dosagem de anticorpos da classe IgM para determinação de infecção na fase aguda é recomendada para todas as faixas etárias.
A determinação de anticorpos IgM contra rubéola geralmente não é recomendada quando o cliente tem mais de 6 meses de idade.
A gestante com IgG antivírus da rubéola positivo, significa contato prévio com esse vírus. Nessa situação, o risco de transmissão vertical é mínimo.
OBSERVAÇÕES:
A rubéola adquirida nas primeiras 12 semanas de gestação está associada com risco de 95% de más-formações no bebê. A presença de IgM no soro de um neonato é considerada como a confirmação da rubéola congênita 3.
A presença de IgM no soro da gestante sugere infecção aguda ou recente. Entretanto, estes anticorpos podem estar presentes por vários meses após infecção natural, vacinação ou reinfecção assintomática, situações onde a transmissão fetal é menos provável.
A IgG anti-Rubéola surge ao final da terceira semana de infecção (aproximadamente 7 a 10 dias após o surgimento da IgM); apresenta um pico dos títulos entre seis e oito semanas seguido de decréscimo gradual e manutenção de níveis séricos baixos e detectáveis por toda a vida