sábado, julho 6

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?

Entre os micronutrientes mais importante para à vida é o ferro,  se destaca como um dos mais relevantes, estando envolvido na estrutura de diversos componentes orgânicos. Praticamente todos os seres vivos dependem de ferro para as boas reações metabólicas.

O metabolismo do ferro envolve a absorção, transporte, armazenamento e uso do ferro no organismo, mas é controlado principalmente através da absorção e não pela excreção do íon. O ferro é perdido apenas através de hemorragias ou da eliminação de células velhas e/ou defeituosas.

Mulheres (que não menstruam) e homens perdem cerca de 1 mg de ferro por dia, quantidade que deve ser reposta por meio da alimentação ou da suplementação medicamentosa da substância.

QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DO FERRO NO ORGANISMO?

Nas partes biológicas que contêm ferro, ele se encontra inserido em estruturas conhecidas como grupo heme e centros ferro-enxofre, para citar só as de maior importância. O ferro é essencial para a formação de hemoglobina, uma proteína presente nos glóbulos vermelhos, responsável por transportar oxigênio pelos vasos sanguíneos e pela distribuição dele por todo o organismo. A presença do ferro também é importante nos grupos heme das mioglobinas (proteínas musculares), propiciando um armazenamento de oxigênio nos músculos. Entretanto, a atividade biológica de maior importância do ferro está relacionada à sua alta efetivada em reações de oxirredução que ocorrem na cadeia respiratória mitocondrial.

O corpo humano tem mecanismos para regular a absorção de ferro, a fim de evitar a acumulação excessiva e para garantir que haja quantidade suficiente disponível para as necessidades do corpo.

O consumo de ferro é essencial para que as células mantenham um aporte energético adequado à vida. No entanto, muitos seres vivos não conseguem aproveitar diretamente a abundância do ferro existente na Terra, pois a atmosfera terrestre é muito oxidante e a maior parte do ferro está na forma de óxidos de ferro, que não são absorvidos pelas células, e os íons de ferro estão frequentemente na forma oxidada Fe3+, que necessitam de tratamento enzimático para serem utilizados, sendo também menos solúveis devido ao equilíbrio químico que estabelecem com a hidroxila da água, formando-se hidróxido de ferro.

Então, deve-se considerar apenas o ferro biodisponível, o qual está comumente associado a moléculas orgânicas ingeridas na alimentação, como as mioglobinas da carne e as proteínas da cadeia respiratória mitocondrial, dentre outras.

COMO O ORGANISMO OBTÉM FERRO?

O ferro utilizado pelo organismo é obtido de duas fontes principais: (1) da dieta e (2) da reciclagem de hemácias senescentes. Quanto à dieta, os principais alimentos ricos em ferro são as carnes (carnes vermelhas, frango, peixes e crustáceos), gema de ovo, feijão e outras leguminosas e os vegetais verde-escuros. No que se refere às frutas, as mais ricas em ferro são, em ordem decrescente, o damasco seco, a uva-passa e o coco seco. Ele também pode ser encontrado em pistaches, nozes, amendoins, amêndoas, castanhas do Pará, ameixas e outros alimentos.

As hemácias são destruídas pelo baço a cada 90 dias (sendo substituídas pelo sistema hematopoiético), liberando o seu conteúdo em ferro.

No que diz respeito aos remédios, existem várias medicações contendo ferro, alguns exemplos dos quais incluem sulfato ferroso, fumaratos ferrosos, gluconato ferroso e polimaltose ferroso. A absorção do ferro ingerido se dá principalmente pelo epitélio duodenal e no jejuno.

Uma vez introduzido no organismo humano, o transporte e o armazenamento do ferro são feitos principalmente pela transferrina e ferritina. A função da transferrina é transportar os átomos de ferro ao longo das vias circulatórias e entregá-los aos tecidos, sobretudo à medula óssea. Certa quantidade de ferro é armazenada como ferritina e hemossiderina, mas em quantidades muito variáveis, conforme a situação das reservas desse elemento no organismo humano.

A ferritina é um complexo proteico hidrossolúvel, contendo cerca de 20% da sua massa em ferro. A hemossiderina é um complexo proteico insolúvel de ferro, contendo até 37% em massa de ferro. Esse elemento químico também está presente na musculatura do organismo humano, sob a forma de mioglobina. 

QUAIS SÃO AS REPERCUSSÕES ORGÂNICAS DA FALTA OU EXCESSO FERRO?

A quantidade diária necessária de ferro varia com a idade e o sexo e é sensivelmente maior na gravidez. Os níveis normais de ferro no sangue de um homem adulto geralmente ficam entre 60 a 160 mcg/dL (microgramas por decilitro) e entre 40 a 150 mcg/dL para mulheres. A deficiência de ferro é uma condição comum que pode levar à anemia.

Como quase todo o ferro do organismo está localizado na hemoglobina dos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias), os sangramentos crônicos e reiterados tornam-se a causa principal das deficiências de ferro. Em adultos, a deficiência de ferro geralmente resulta da perda de sangue (incluindo sangramento da menstruação), mas em crianças e gestantes pode resultar de uma dieta inadequada.

Com a deficiência de ferro, desenvolve-se a anemia, uma condição em que o corpo não tem glóbulos vermelhos saudáveis suficientes para transportar oxigênio para os tecidos, fazendo com que a pessoa se sinta fraca e cansada. Os sintomas da deficiência de ferro, incluindo a anemia, são:

fadiga;
fraqueza;
palidez;
dificuldade de concentração;
dificuldade de respiração;
dor de cabeça;
tontura;
sensação de formigamento ou dor nos braços e pernas;
dor no peito;
batimento cardíaco rápido;
unhas quebradiças;
e infecções frequentes.

Já o excesso de ferro no organismo pode causar danos aos órgãos e aumentar o risco de doenças crônicas. Sua forma mais conhecida é chamada hiperferritinemia, que pode ser causada por várias condições, incluindo doenças genéticas como a síndrome de hemocromatose, ou por outras condições, como o uso prolongado de suplementos de ferro. Os sintomas de excesso de ferro podem incluir:

dor abdominal;
náusea;
vômitos;
diarreia;
perda de apetite;
cansaço;
fraqueza;
dores de cabeça;
pele amarelada (icterícia);
e alterações na cor da urina.
A hiperferritinemia pode levar a complicações graves, incluindo danos no fígado, cérebro e coração. O tratamento envolve a redução da ingestão de ferro e, em casos graves, a remoção do ferro do corpo.

terça-feira, junho 11

ANEMIA: ALGUNS SUCOS QUE PODEM SER TOMADOS PARA COMBATER OS SINTOMAS DA ANEMIA

Os sucos de frutas cítricas e vegetais folhosos de cor verde escura são excelentes para curar a anemia ferropriva porque são ricos em ferro e vitamina C, nutrientes que ajudam a absorver melhor o ferro. Ao consumir qualquer um desses sucos, os sintomas de anemia, como tontura, fraqueza e palidez, tendem a desaparecer.

Estes sucos podem ser ingeridos diariamente mas não devem ser a única forma de tratamento, sendo importante também o consumo diário de alimentos ricos em ferro como bife de fígado, carne de vaca e gema de ovo.

Caso os sintomas da anemia permaneçam mesmo após a alimentação adequada, é importante consultar um médico para investigar o tipo de anemia e indicar tratamento mais adequado que pode incluir o uso de suplementos ou medicamentos. 

Alguns sucos que podem ser tomados para combater os sintomas de anemia são:

1 ) ABACAXI E SALSINHA:

O suco de abacaxi e salsinha é ótimo para anemia, já que é rico em ferro e vitamina C, que é essencial para a absorção do ferro, aliviando e combatendo os sintomas de anemia.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 3 rodelas de abacaxi, 1/2 xícara de salsinha e 1/2 copo de água. Em seguida, beber assim que ficar pronto para evitar que a vitamina C seja oxidada e o suco perca suas propriedades.

2 ) LARANJA E ESPINAFRE:

O suco de laranja e espinafre , além de conter ferro e vitamina C, também possui vitaminas do complexo B, vitamina A, magnésio, potássio, antioxidantes e outros oligoelementos, sendo uma ótima opção para tratar a anemia.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 1 xícara de suco de laranja e 1/2 xícara de folhas de espinafre e beber em seguida.

3 ) LARANJA, AGRIÃO E MORANGO:

O suco de laranja, agrião e morango é rico em vitaminas e minerais que ajudam a fortalecer o sistema imune e a melhorar o cansaço, combatendo os sintomas da anemia. É possível também acrescentar sementes de abóbora, garantindo assim outros nutrientes, como a vitamina K, zinco e magnésio.


MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 1 xícara de agrião, 1 copo de suco de laranja e 6 morangos e beber logo depois. No caso de se desejar adicionar as sementes de abóbora, é indicado acrescentar 2 colheres de sopa antes de bater o suco no liquidificador.

4) LIMÃO, COUVE E BRÓCOLIS:

Esse suco é ótimo para combater a anemia, pois o brócolis é rico em vitamina C e carotenoides, além de conter ferro. Já a couve, é rica em ferro, vitamina C, vitamina A, magnésio e clorofila, ajudando a aumentar o nível de oxigênio e a quantidade de hemácias circulantes no sangue.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador o suco de 1 limão, 2 folhas de couve e 1 ramo de brócolis e beber depois.

5 ) ABACAXI, CENOURA, ABACATE E ESPINAFRE:

O suco de abacaxi, cenoura e espinafre ajudam a aumentar a quantidade de ferro no sangue e, assim, aumentar a hemoglobina e a quantidade de oxigênio circulantes no sangue, sendo muito eficaz no combate e prevenção da anemia. Já o abacate ajuda a melhorar o cansaço, a fraqueza e a indisposição devido a sua quantidade de vitaminas e minerais.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 7 folhas de espinafre, 3 cenouras, 1/4 de abacaxi e 1 copo de água e beber logo depois de pronto para que o suco não perca suas propriedades.

6 ) VITAMINA DE LARANJA, PÊSSEGO E TANCHAGEM:

O pêssego é uma fruta rica em ferro, betacarotenos, vitamina C e potássio. A tanchagem é uma planta natural que contém ferro e flavonoides e quando consumida juntamente com a laranja pode ajudar no tratamento da anemia.

MODO DE PREPARO: Bater 6 pêssegos, 1 laranja e 1 talo de tanchagem no liquidificador e beber em seguida. 

7 ) MARACUJÁ E SALSINHA:

O suco de maracujá e salsinha é ótimo para diminuir os sintomas da anemia, principalmente pelo fato da salsinha ser rica em ferro e ácido fólico, sendo muito eficaz no tratamento contra a anemia.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 1 maracujá grande, 1 copo de água e 2 colheres de salsinha e beber em seguida.

8 ) LARANJA, CENOURA E BETERRABA:

A beterraba é um poderoso depurativo e excelente fonte de vitamina B6, colina, ferro, sódio e potássio, favorecendo a formação dos glóbulos vermelhos do sangue. A cenoura é rica em vitamina A e outras vitaminas, como B, C, D, E e K, que são importantes para o bom funcionamento do organismo.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 6 laranjas, 1 beterraba e 1 cenoura e beber logo em seguida.

9 ) ACEROLA E COUVE:

O suco de acerola e couve é rico em vitamina A, vitaminas do complexo B, cálcio e ferro, sendo ótimo para tratar a anemia e combater os sintomas.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 10 acerolas, 1 folha de couve e 1/2 copo de água e beber em seguida.

10 ) CLORELA, MAÇÃ VERDE E LIMÃO:

A clorela é uma microalga muito rica em ferro e outros nutrientes e, juntamente com a maçã verde e limão, fornece vitaminas e minerais, sendo um excelente suco para a ajudar a tratar a anemia.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificados 2 colheres de sopa de clorela em pó, 1 maçã verde cortada em cubos, 1/2 limão espremido, 1 copo de água de coco, 1 pitada de gengibre e, se desejar, 2 cubos de gelo, e beber em seguida.

11 ) SPIRULINA, MIRTILO E BANANA:

A spirulina é uma microalga de cor azul muito rica em nutrientes, incluindo ferro, e, juntamente com os mirtilos e a banana, que são  frutas ricas em vitaminas e minerais, é possível obter um suco excelente para combater a anemia.

MODO DE PREPARO: Misturar no liquidificador 1 banana madura cortada, 100 gramas de mirtilos, 1 copo e meio de bebida vegetal, 1 colher de sopa de spirulina em pó e beber logo em seguida.

12 ) BETERRABA, MANGA E GERGELIM:

A beterraba, juntamente com as sementes de gergelim e a manga fornecem excelentes nutrientes para o corpo, como ferro, vitamina C e vitaminas do complexo B, sendo uma ótima opção para combater ou prevenir a anemia.

MODO DE PREPARO: Misturar no liquidificador 1 beterraba crua, 2 laranjas, 50 gramas de polpa de manga e 1 colher de chá de sementes de gergelim, e beber a seguir.

13 ) ACELGA, MELÃO E LARANJA:

A acelga é um vegetal muito rico em ferro e ácido fólico, e o melão e a laranja são frutas ricas em vitamina C e outros minerais importantes para aumentar a absorção intestinal do ferro e melhorar as defesas do organismo, sendo um excelente suco para anemia.

MODO DE PREPARO: Bater no liquidificador 2 a 3 rodelas de melão, 1 xícara de acelga picada, suco de 1 laranja e 1/2 xícara de água ou leite de coco, e beber em seguida.

14 ) MORINGA, KIWI E MARACUJÁ:

A moringa é uma planta com grande teor de nutrientes, incluindo o ferro e vitamina C, que juntamente com o kiwi e o maracujá compõe uma excelente vitamina para prevenir e tratar a anemia.

MODO DE PREPARO: Misturar no liquidificador 1 colher de chá de moringa em pó, 1 kiwi, 1 maracujá e 1 copo de água de coco, e beber logo depois.

 " DEIXAS QUE O TEU ALIMENTO SEJA TUA MEDICINA".

sábado, junho 1

ANATOMIA DO FÍGADO

Sendo o fígado e as vias biliares locais frequentes de patologias que acometem uma grande parcela da população e causam grande morbimortalidade, é essencial conhecer a anatomia normal destas estruturas bem como sua inervação, drenagem linfática e irrigação  sanguínea, a fim de compreender melhor os sinais e sintomas dos pacientes e também para fornecer dados essenciais de interesse para os cirurgiões que atuam nessa região, caso haja a necessidade de realizar uma intervenção cirúrgica.

FÍGADO O QUE É?

O fígado é um órgão intraperitoneal e também é a maior glândula do corpo. Está localizado majoritariamente no quadrante superior direito, ocupando o hipocôndrio direito, o epigástrio e o hipocôndrio esquerdo. O fígado em condições normais apresenta-se inferiormente ao diafragma e profundamente a sétima e a décima primeira costelas no lado direito. A posição do fígado é mantida por diversos ligamentos, como o redondo do fígado, o falciforme, os coronários, os triangulares e o omento menor (o qual é formado pelos ligamentos hepatoduodenal e hepatogástrico). O omento menor tem grande importância já que contém a tríade portal (composta pelo ducto biliar, artéria hepática e veia porta hepática).

Externamente, o fígado é dividido anatomicamente em lobos direito e esquerdo e dois lobos acessórios (o quadrado e o caudado) segundo as reflexões do peritônio e os vasos que irrigam o fígado e a vesícula biliar. Além dessa divisão, ainda existe a divisão funcional do fígado, dividindo-o em parte direita e parte esquerda (lobos portais), cujos tamanhos são mais proporcionais do que os dos lobos anatômicos. Cada parte recebe seu próprio ramo primário da artéria hepática e veia porta, e é drenada por seu próprio ducto hepático. O fígado pode ser ainda subdividido em quatro divisões e depois em oito segmentos cirurgicamente ressecáveis, sendo cada um deles provido de um ramo da tríade portal.

VIAS BILIARES:

Os hepatócitos secretam a bile para os canalículos biliares, os quais drenam para os ductos biliares interlobulares e em seguida, para os ductos biliares coletores da tríade portal intra-hepática, que se fundem para formar os ductos hepáticos direito e esquerdo. Estes ductos se unem, originando o ducto hepático comum. Seguindo o caminho, o ducto cístico une a vesícula biliar ao hepático comum, formando assim o ducto colédoco (parte da tríade portal extra-hepática, do omento menor).

Após sua junção com o ducto pancreático no lado esquerdo da parte descendente do duodeno, o colédoco deságua no duodeno pela ampola de Vater (ou hepatopancreática). O músculo da porção distal do ducto colédoco é mais espesso, formando o esfíncter, que ao contrair impede a bile de seguir para o duodeno, refluindo até a vesícula biliar, onde é concentrada e armazenada.

A vesícula biliar (com sete a dez centímetros de comprimento), situa-se na porção ínfero-anterior do fígado na junção de seus lobos direito e esquerdo, na fossa da vesícula biliar. A vesícula é divida em três partes: o fundo, o corpo e o colo. No colo, pode ocorrer uma variação anatômica denominada de infundíbulo ou bolsa de Hartmann, uma dilatação que pode predispor à formação de cálculos.

INERVAÇÃO E DRENAGEM LINFÁTICA:

Os nervos do fígado têm origem no plexo hepático, o qual segue os ramos da artéria hepática e da veia porta até o fígado. Esse plexo é formado por fibras simpáticas (plexo celíaco) e parassimpáticas (tronco vagal), que tem como principal função a vasoconstrição. Os nervos para a vesícula biliar e para o ducto cístico acompanham a artéria cística, com origem no plexo nervoso celíaco (inervação simpática e fibras aferentes viscerais) e do nervo vago (parassimpático). O estímulo parassimpático ocasiona a contração da vesícula e também o relaxamento do esfíncter da ampola hepatopancreática. Esse estímulo é gerado pelo hormônio colecistocinina, produzido pela mucosa duodenal (após a ingestão de alimentos gordurosos). Por fim, o nervo frênico direito (fibras aferentes somáticas) leva impulsos de dor causados por distúrbios na vesícula biliar.

O fígado é um importante órgão produtor de linfa, dispondo de vasos linfáticos superficiais e profundos, os quais convergem em direção à porta do fígado. Os vasos linfáticos superficiais posteriores drenam a linfa para os ductos torácico e o linfático direito. Já os linfáticos superficiais anteriores e os linfáticos profundos drenam para a cisterna do quilo. A drenagem linfática da vesícula e das vias biliares segue para os linfonodos hepáticos, através dos linfonodos císticos dispostos próximos ao colo da vesícula biliar. Os vasos linfáticos eferentes desses linfonodos seguem até os linfonodos celíacos.

SUPRIMENTO VASCULAR:

A irrigação arterial da vesícula biliar, do ducto cístico e do colédoco provém principalmente da artéria cística (que tem origem na artéria hepática direita), enquanto a drenagem venosa geralmente entra diretamente no fígado ou na veia pancreaticoduodenal superior. O fígado, por sua vez, tem irrigação dupla aferente (como os pulmões), com um suprimento venoso dominante e um arterial menos expressivo. A veia porta (formada pela união das veias mesentérica superior e esplênica) conduz os nutrientes do sistema digestório  aos hepatócitos. O sangue da artéria hepática (ramo do tronco celíaco) representa apenas um quarto do sangue recebido pelo fígado, sendo distribuído principalmente para os ductos biliares intra-hepáticos. As veias hepáticas são formadas pela união das veias coletoras, as quais drenam as veias centrais do parênquima hepático, e encontram-se com a veia cava inferior, abaixo do diafragma. A ligação dessas veias à veia cava inferior ajuda a manter o fígado em sua posição.

A veia porta se comunica com o sistema venoso sistêmico através das anastomoses portossistêmicas. As anastomoses se formam entre o fígado, esôfago, região periumbilical, veias retroperitoneais e canal anal. 

Essa via alternativa fornece uma circulação colateral caso haja obstrução do fígado (por doença hepática) ou da veia porta (causada por um tumor, por exemplo), permitindo que o sangue do sistema digestório chegue ao coração pela veia cava inferior. Essa comunicação só é possível pela ausência de válvulas na veia porta e suas tributárias, permitindo o refluxo de sangue para a veia cava. No entanto, quando o volume de sangue nessas vias é excessivo, há a formação de varizes.

CONCLUSÃO:

O fígado, além de suas inúmeras atividades metabólicas, também tem importante papel na formação e secreção da bile que, através das vias biliares, chega ao duodeno e auxilia na emulsificação das gorduras. A produção de bile é contínua, e entre as refeições se acumula e é armazenada na vesícula biliar. O conhecimento da anatomia desses órgãos é essencial para o entendimento e a correlação entre a apresentação clínica dos pacientes e as estruturas anatômicas acometidas.

quinta-feira, maio 30

INTOLERÂNCIA A HISTAMINA: QUAL É A RELAÇÃO COM O PADRÃO ALIMENTAR

Na intolerância à histamina os sintomas envolvem queixas gastrointestinais funcionais, inespecíficas não alérgicas e até alterações extraintestinais. Esse quadro pode ser decorrente da alta ingestão de alimentos contendo histamina e da redução da capacidade da enzima responsável por metaboliza-la e degrada-la, denominada diamina oxidase (DAO). Para o diagnóstico definitivo são necessários avaliações padronizadas e/ou exames laboratoriais. A intervenção nutricional com redução de histamina e/ou suplementação oral com DAO pode auxiliar no tratamento e na melhora do quadro clínico.

HISTAMINA, ORIGEM, FUNÇÃO E FONTES ALIMENTARES:

A descarboxilação do aminoácido histidina resulta em histamina, estando a mesma presente no grupo de aminas biogênicas com putrescina, cadaverina e tiramina; as quais são produzidas através de fermentação bacteriana. No organismo, é sintetizada por mastócitos, plaquetas, basófilos e neurônios histaminérgicos a partir da hidrodinâmica.

Em níveis fisiológicos, a histamina está relacionada, principalmente, com a resposta imunológica no combate de patógenos, mas também está envolvida com regulação do ácido clorídrico (HCL), função intestinal, contração muscular e ainda é um neurotransmissor.

Suspeita-se que o excesso de histamina seja decorrente do consumo exagerado de alimentos e bebidas contendo a substância, pois os processos de fabricação e limpeza dos materiais; assim como a composição microbiana e a fermentação influenciam na quantidade de histamina contida.

Queijos maturados, carnes processadas e vinhos contêm quantidades exacerbadas de histamina. Além deles, pode-se listar mamão papaia, morango, abacaxi, berinjela, amendoim, tomate, espinafre, soja, lentilha, chá verde, chocolate, cacau, peixe, crustáceo, clara de ovo e carne de porco; além de vinagre, canela, cravo e pimenta.

PAPEL ENZIMÁTICO DA DAO:

A enzima DAO é sintetizada pelos enterócitos e é liberada na mucosa para o intestino, bem como para a circulação sanguínea durante a digestão. No trato gastrintestinal, DAO é a principal enzima responsável pela degradação da histamina ingerida e/ou gerada pela microbiota.

DIAGNÓSTICO DE INTOLERÂNCIA À HISTAMINA:

Apesar de comum, o diagnóstico clínico ainda é desafiador devido a falta de testes padronizados. A base é feita por meio de anamnese de todas as queixas relacionadas à intolerância, incluindo gastrointestinais, cardiovasculares, respiratórias e cutâneas.

O sintoma mais comum indicado pelos pacientes dos estudos foi o inchaço (acomete mais de 90% dos indivíduos), seguido de plenitude pós-prandial e diarreia (ambos em >70%), dor abdominal (>65%) e constipação (55%). Aqui os autores disponibilizam o questionário utilizado em muitos estudos analisados.

Outro ponto importante é que o diagnóstico pode ser apoiado por valores séricos de DAO inferiores a 10U/ml (normal >10U/ml); além da melhora dos sintomas ao seguir uma dieta com redução de histamina. Embora os níveis circulantes da enzima não estejam diretamente relacionados com sua atividade no intestino, a ciência aponta que existem evidências sugerindo o aumento dos níveis enzimáticos devido a uma dieta rigorosa com redução de histamina e/ou suplementação oral de DAO em pacientes com intolerância.

terça-feira, maio 28

MEMÓRIA: QUAIS SÃO OS TIPOS DE MEMÓRIAS E A UTILIZAÇÃO DE CADA UMA

A memória é o armazenamento de informações e fatos obtidos através de experiências ouvidas ou vividas. Relaciona-se fortemente à aprendizagem que é a obtenção de novos conhecimentos, pois utiliza a memória para reter tais informações no cérebro. Existem duas formas de adquirir e armazenar informações:

MEMÓRIA DE PROCEDIMENTO:

Utilizada para armazenar e verificar informações não verbalizadas como habilidades motoras, sensitivas ou intelectuais.

MEMÓRIA DECLARATIVA:

Utilizada para armazenar e relembrar fatos e/ou dados recebidos pelos sentidos, criação de idéias, raciocínios que se subdividem em:

MEMÓRIA IMEDIATA:

Sua duração é de poucos segundos, pois ao utilizá-la é descartada pelo cérebro. Pode ocorrer armazenamento de tais dados inconscientemente.

MEMÓRIA DE CURTO PRAZO:

Sua duração é de poucas horas e por este fato pode haver perda de suas informações se caso ocorrer algum tipo de agressão ao cérebro.

MEMÓRIA DE LONGO PRAZO:

Sua duração pode chegar a anos de forma definitiva onde se encontra toda nossa autobiografia e conhecimento adquirido ao longo da vida. Para isso, o cérebro utiliza mecanismos de repetições, recordações e idéias associativas.

O sistema de memorização envolve o lobo temporal, o neocórtex temporal, hipocampo, amígdala, tálamo, hipotálamo e córtex pré-frontal. Tais regiões cerebrais atuam como armazenadores que classificam fatos e eventos, estímulos sensoriais, respostas emocionais, resolução de problemas e comportamento.

A memória pode ser desenvolvida e estimulada com técnicas mentais, uma boa alimentação, cuidados com a ingestão de medicamentos e técnicas de relaxamento, exercícios físicos.

segunda-feira, maio 27

O QUE É PLASTICIDADE CEREBRAL?


O QUE É PLASTICIDADE CEREBRAL?

Plasticidade foi introduzido por volta de 1930, por um fisiologista alemão? Treinos de exercício para nosso cérebro já aparecem em relatos do século XVIII, porém, esse termo nunca foi tão usado como hoje. Quando falamos em plasticidade, estamos indicando a capacidade de nosso organismo adaptar-se às mudanças ambientais (externas e internas) com o auxílio de diferentes órgãos comandados pelo nosso SNC (sistema nervoso central). Graças à essa incrível capacidade, crianças que sofreram acidentes graves que, muitas vezes, resultaram em perda de massa encefálica ou perdas na capacidade de movimentarem-se, falarem ou ouvirem, por exemplo, podem se recuperar, chegando bem à idade adulta, de forma semelhante àquelas que não passaram pelo mesmo sofrimento.

Uma vez que nosso cérebro tem a incrível capacidade de se  (autorreorganizar ), sendo mediado pelo meio em que vivemos, a cada nova experiência temos possibilidade de estimular novas conexões ou ( sinapses ). 

Quando estimulados, aprendemos e nosso cérebro se modifica no formato e na função. Por isso, é importante conhecermos sobre plasticidade cerebral e sobre o quanto atividades que nos estimulam  são importantes para nosso desenvolvimento.

Assim como as experiências de sofrimento podem impactar o funcionamento de nosso sistema nervoso, mudanças significativas em neuroplasticidade cerebral ocorrem como consequência de processo terapêuticos. Há quase um século, pesquisadores já afirmava que tanto os comportamentos observáveis quanto aqueles que acontecem (sob a pele do organismo que não são vistos, mas sentidos) são regidos pelos mesmos princípios. Pensar, sentir e agir tem funções específicas na forma como cada um interage com o meio.  Assim, entendemos que sendo dotados de flexibilidade seremos sempre, cada um dentro de seus limites, capazes de reabilitação ou adaptação.

Alterações de comportamento provocadas pela psicoterapia têm sido evidenciadas em estudos com utilização de neuroimagem, demonstrando restauração de caminhos neurais, que estavam com seu funcionamento alterado. 

Em diferentes transtornos, como ocorre no caso do TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), Transtornos Depressivos ou de Ansiedade, como os de Pânico e Agorafobia, a literatura científica aponta a capacidade de neuromodulação (normalização da ativação cerebral ), por meio das mudanças nos mecanismos do medo. De forma oposta, ocorre a intensificação ou ( cronificação ) de alguns quadros, quando não há tratamento efetivo. Por meio do processo psicoterapêutico, terapeuta e cliente vão manejando possibilidades de forma a estimularem mudanças funcionais, a depender das necessidades apresentadas.  

Este é um caminho que precisamos percorrer, não somente pelas possibilidades alcançadas, mas sobretudo por cada etapa construída no processo, que pode ser tanto sentida como observada.

domingo, maio 26

NEUROCIÊNCIA DO COMPORTAMENTO HUMANO

O comportamento humano é um terreno fértil para a exploração da neurociência moderna. O estudo do cérebro e sua relação com as ações e reações humanas é fascinante, e suas implicações são profundas. À medida que nos aprofundamos nesse campo, descobrimos novas maneiras de entender e até mesmo moldar o comportamento humano.

A REVOLUÇÃO DA ANÁLISE COMPORTAMENTAL BASEADA NO CÉREBRO:

Em um mundo onde os questionários autorrespondentes muitas vezes deixam lacunas, a análise do comportamento com base na neurociência promete uma abordagem mais precisa e objetiva. O comportamento humano é complexo, e a neurociência oferece ferramentas poderosas para decifrar seus segredos.

Os avanços tecnológicos estão nos aproximando da capacidade de analisar o comportamento com base no funcionamento cerebral. Áreas específicas do cérebro já estão sendo associadas a traços de personalidade e habilidades emocionais. Funções como atenção e disciplina podem ser avaliadas por meio de exames funcionais do cérebro.

PROMESSA PARA ESTIMULAÇÃO CÉREBRAL:

O futuro parece promissor com a incorporação de tecnologia na estimulação cerebral para moldar comportamentos desejados. Estamos caminhando para implantes de chips, estimulação magnética e medicamentos desenvolvidos especificamente para esse propósito. A conexão direta entre cérebros e máquinas também é uma possibilidade empolgante.

NEUROFEEDBACK: O QUE VAI MOLDAR O CÉREBRO PARA O SUCESSO:

Uma estratégia promissora é o neurofeedback, que utiliza eletroencefalogramas para monitorar a atividade cerebral. Protocolos de estimulação por imagens e sons podem reprogramar a forma como nosso cérebro lida com situações específicas. Embora seja uma ferramenta poderosa, deve ser usada com cuidado e orientação profissional.

FAZENDO USO DE ACELERADORES CONGNITIVOS:

Outra abordagem que está ganhando destaque é o uso de medicamentos originalmente destinados ao tratamento do déficit de atenção. Pessoas que precisam de um impulso extra de atenção e concentração estão recorrendo a esses “aceleradores cognitivos”. No entanto, seu uso é controverso, e seus efeitos a longo prazo ainda são desconhecidos.

DESCOBRINDO OS MISTÉRIOS DO COMPORTAMENTO HUMANO:

A neurociência revelou que nossos cérebros são incrivelmente maleáveis, moldando-se em resposta à interação entre nossa genética e o ambiente que nos rodeia. O autoconhecimento torna-se essencial à medida que buscamos atingir todo o potencial de nosso cérebro.

À medida que exploramos as complexidades do comportamento humano com base na neurociência, estamos abrindo novos horizontes. Essas descobertas têm o potencial de transformar como recrutamos, treinamos e desenvolvemos pessoas. Embora enfrentemos desafios éticos e científicos, o poder da neurociência está moldando o futuro do comportamento humano de maneiras emocionantes e inovadoras.

sábado, maio 25

OCITOCINA: O QUE É, PARA QUE SERVE, E QUAL É A SUA FUNÇÃO

Entre tantos hormônios que atuam no organismo, a ocitocina é muito valorizada por regular nossas reações e sentimentos para com outras pessoas.

Esse hormônio exerce importantes funções no organismo e nas sensações de prazer e afeto. Por isso, tem o título que conhecemos como “hormônio do amor”.

No entanto, suas funções vão muito além disso.  

PARA QUE SERVE A OCITOCINA?

Estudos mostram que a ocitocina é um hormônio que serve para regular o funcionamento de diversos processos no organismo. 

Ela é produzida pelo hipotálamo uma área do cérebro, e armazenada na glândula pituitária, um órgão do tamanho de uma ervilha, localizado na base do crânio. 

Quando liberada, ela atua como um neurotransmissor, ou seja, permite a ligação entre neurônios, ativando ou desativando processos do sistema nervoso. 

A ocitocina forma, junto com a serotonina, a dopamina, a noradrenalina e a endorfina, um grupo conhecido como “hormônios da felicidade”, por sua capacidade de regular as sensações humanas. 

A ocitocina é conhecida como o “hormônio do amor” devido ao seu papel nos comportamentos afetivos humanos. 

Ela aumenta a confiança interpessoal e regula alguns aspectos da cognição, como o olhar “olhos nos olhos” e o amor entre pares. 

Promove ainda, a sensação de segurança, uma vez que os efeitos dela modelam a capacidade de uma pessoa perceber emocionalmente a proximidade de outra pessoa, sendo esse um efeito característico das relações amorosas. 

A ocitocina também tem influência nas relações sexuais. Vários estudos evidenciaram que ela é crucial para o prazer subjetivo durante as relações, tanto para homens quanto para mulheres. 

Seus receptores estão presentes em vários órgãos, particularmente nos órgãos genitais masculino e feminino. Isso indica que a ocitocina pode facilitar a atividade sexual, principalmente a ejaculação e o orgasmo, induzindo as contrações musculares necessárias para facilitar o transporte de espermatozoides e o efeito da lubrificação. 

A estimulação mamária é uma das formas de promover a liberação da ocitocina no organismo. É a partir do estímulo feito pelo bebê que o organismo feminino entende que deve liberar o fluxo de leite. 

Nesse campo materno, ela participa ainda do parto natural, estimulando as contrações uterinas. Mas, além do amor entre pares e materno, esse hormônio atua também em outros processos do sistema nervoso.

Estudos científicos indicam que a oxitocina inibe o centro de medo no cérebro, facilitando a diminuição dos seus estímulos. O estudo indica que, quando administrada pelo nariz, esse hormônio ativa um circuito dentro da amídala, inibindo as respostas do medo. Outra pesquisa mostra que ela pode ajudar na recuperação de pessoas com estresse pós-traumático. 

A ocitocina reduz a liberação do hormônio ACTH, que estimula a produção do cortisol. Assim, a ocitocina pode interferir na produção do hormônio que está ligado aos efeitos do estresse no organismo. 

Diante disso, não podemos negar que a ocitocina é essencial para os processos do nosso organismo e para a nossa própria existência. 

QUAIS SÃO OS RISCOS DA FALTA DE OCITOCINA?

E muito importante entender que a ocitocina é um hormônio que se faz presente em todos os aspectos das nossas vidas. 

Não é difícil imaginar os efeitos que a falta do hormônio teria no organismo humano. 

A pessoa que produz quantidades insuficientes de ocitocina apresenta instabilidades mentais e físicas. 
Entre elas estão.

Palidez;
Falta de expressões emocionais;
Estresse;
Diminuição da libido;
Diminuição da função cognitiva, memória e atenção;
Distúrbio do sono;
Falta de lubrificação durante o sexo;
Diminuição da capacidade de chegar ao orgasmo;
Tensão e dores musculares;
Maior sensibilidade à dor;
Dificuldade de amamentar; 
Ansiedade e medo excessivos.

Como esses sintomas também são relacionados a outras doenças, é importante consultar um profissional de saúde para diagnóstico e tratamento adequados. 

Para evitar tais sintomas e estimular a produção de ocitocina pode-se tomar algumas atitudes como ter uma alimentação completa e balanceada, rica em aminoácidos, passar tempo com entes queridos, ter relações sexuais e praticar ações que levam ao relaxamento tais como yoga. 

Além de alimentos e ações que estimulem sua produção, a ocitocina também pode ser ingerida diretamente. 

Ela pode ser manipulada por farmácias de manipulação, sob prescrição de profissional habilitado, e pode ser disponibilizada em cápsulas, comprimidos sublinguais ou ainda em spray nasal, para melhores absorção e ação. 

Um estudo da Universidade de Zurique mostrou que as pessoas que recebem apoio social, ou ingerem ocitocina, registram aumento da calma e diminuição dos índices de ansiedade. 

sexta-feira, maio 24

EXAME PARASITOLÓGICO


EXAME PARASITOLÓGICO: 

DEFINIÇÃO:

Utilizado para identificação das diversas infestações parasitárias (ovos e larvas de helmintos e cistos de protozoários) e na triagem das infecções intestinais. A intensidade do parasitismo influi no número de formas parasitárias eliminadas. Conhecido também por Exame Parasitológico de Fezes (EPF).

INDICAÇÃO CLÍNICA: 

Exame útil na investigação de helmintíases e protozooses intestinais.

PREPARO DO PACIENTE:

Evacuar/defecar em recipiente limpo e seco. Evitar que se misture com urina;

Obter um pouco de amostra do início, meio e fim das fezes; se tiver muco, pus ou sangue, preferir;

Colocar a amostra em frasco bem vedado;

Se coletado com conservante, observar as orientações contidas no frasco;

O número de amostras a serem coletadas e a periodicidade dependem da orientação médica;

É recomendável o exame de fezes em 03 amostras colhidas em dias diferentes, pois a ausência de parasitas em uma amostra de fezes não elimina a possibilidade da presença do mesmo no organismo;

Identificar o frasco com nome completo sem abreviaturas.

VALORES DE REFERÊNCIA:

Resultado negativo:

“Não foram encontrados ovos ou larvas de helmintos na amostra analisada”.

“Não foram encontrados cistos ou trofozoítos de protozoários na amostra analisada”.

INTERPRETAÇÃO E CONDUTA:

Realizar consulta de enfermagem, iniciando com a anamnese para queixas de diarreia, vômitos, prurido anal, anemia, perda de peso e apetite. Em seguida proceder ao exame físico por meio da palpação abdominal e avaliação das mucosas.

MARCADORES DO ANTICORPOS ESPECÍFICOS


1 ) TOXOPLASMOSE:

DEFINIÇÃO:

A toxoplasmose é uma zoonose que adquire especial relevância para a saúde pública quando a mulher se infecta, pela primeira vez, durante a gestação pelo risco elevado de transmissão vertical e acometimento fetal.

A presença de anticorpos IgG indica imunidade ou exposição prévia ao Toxoplasma gondii. A presença de anticorpos da classe IgM é útil no diagnóstico da toxoplasmose aguda ou recente. Para diferenciar entre infecções adquiridas recentes e infecções passadas, as amostras positivas para anticorpos IgG e IgM devem ser testadas para avidez de IgG. Um alto índice de avidez para anticorpos IgG é um forte indicador de que a infecção ocorreu há mais de 4 meses.

Em gestantes, há o risco de infecção fetal, pois, na fase aguda, os parasitas permanecem três semanas em circulação, aproximadamente, o que facilita a transmissão transplacentária. O teste sorológico é útil para o diagnóstico da toxoplasmose ou, então, para saber se o indivíduo já teve a infecção provocada pelo toxoplasma no passado. Sinônimo são Anticorpos anti-toxoplasma gondii.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

ANTICORPOS ANTI-TOXOPLASMOSE GONGII- IGM:

Exame de triagem para a Toxoplasmose de pessoas assintomáticas, sendo de indicação formal na rotina laboratorial da gestante juntamente com a IgG. É usado também para o diagnóstico de infecção aguda e congênita pelo Toxoplasma gondii.

ANTICORPOS ANTI-TOXOPLASMOSE GONDII-IGM:

Exame aplicado no diagnóstico de infecção pelo Toxoplasma gondii; na triagem de pessoas assintomáticas, e como marcador epidemiológico de contato prévio com o agente infeccioso da Toxoplasmose.

AVIDEZ- IgG

Exame aplicado quando IgG e IgM são reagentes realiza-se o teste de avidez, que avalia o tempo de infecção.

PREPARO DO PACIENTE:

Necessário jejum mínimo de 4 horas.

INTERPRETAÇÃO E CONDUTA:

Deve realizar anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual.

VALOR DE REFERÊNCIA:

TOXOPLASMOSE IgM:

Não reagente: índice inferior a 0,50

Indeterminado: índice de 0,50 a 0,59

Reagente: índice superior a 0,59

• Toxoplasmose IgG:

Não reagente.

• AVIDEZ IgG:

Fraca avidez: Índice menor que 0,200

Inconclusivo: Índice entre 0,200 e 0,300

Forte avidez: Índice maior que 0,300

Observações 

Todo recém-nascido cuja mãe teve diagnóstico de certeza ou suspeita de toxoplasmose adquirida na gestação deve ser submetido à investigação completa para o diagnóstico da toxoplasmose congênita, incluindo exame clínico e neurológico, exame oftalmológico completo com fundoscopia, exame de imagem cerebral (ecografia ou tomografia computadorizada), exames hematológicos e de função hepática.

Na presença de alta avidez, deve-se considerar como diagnóstico de infecção antiga, não havendo necessidade de tratamento nem de testes adicionais. Se a avidez for baixa, deve-se iniciar imediatamente o uso de espiramicina, pois pode ser uma infecção recente.

A infecção fetal pelo T. gondii pode provocar abortamento, crescimento intrauterino restrito (CIUR), morte fetal, prematuridade e a síndrome da toxoplasmose congênita: retardo mental, calcificações cerebrais, microcefalia, hidrocefalia, retinocoroidite, hepatoesplenomegalia.

Quanto mais precoce a idade gestacional, na qual a mulher apresenta a primoinfecção, mais grave será o acometimento fetal, entretanto o risco da transmissão para o feto é maior nas idades gestacionais mais avançadas.

A IgG anti- T. gondii surge ao final da segunda semana de infecção (aproximadamente 7 a 10 dias após o surgimento da IgM); apresenta um pico dos títulos entre seis e oito semanas seguido de decréscimo gradual e manutenção de níveis séricos baixos e detectáveis por toda a vida.

Se no primeiro exame solicitado na primeira consulta detecta-se anticorpos IgM, caso a gestação tenha menos de 16 semanas, deve ser feito imediatamente o teste de avidez de IgG, na mesma amostra de soro.

Noticiar à Vigilância Epidemiológica os casos de toxoplasmose aguda na gestação.

2 ) RUBÉOLA:

DEFINIÇÃO:

A rubéola é uma doença aguda, de alta contagiosidade, que é transmitida pelo vírus do gênero Rubivirus, da família Togaviridae.

A infecção por rubéola na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe, como aborto e natimorto (feto expulso morto) e para os recém-nascidos, como malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e outras). Para o diagnóstico da rubéola são feitos exames laboratoriais, disponíveis na rede pública em todos os estados, para confirmação ou descarte de casos, como titulação de anticorpos IgM e IgG para rubéola. Sinônimo: Anti-Rubéola – IgM, sorologia para Rubéola.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

ANTICORPOS ANTI- RUBÉOLA IgG:

Exame de triagem para a Rubéola de pessoas assintomáticas, sendo de indicação formal na rotina laboratorial da gestante juntamente com a IgG.

É usado também para o diagnóstico de infecção aguda e da Rubéola congênita.

ANTICORPOS ANTI-RUBÉOLA IgG:

Exame aplicado no diagnóstico de infecção pelo Toxoplasma gondii; na triagem de pessoas assintomáticas, e como marcador epidemiológico de contato prévio com o vírus da rubéola.

AVIDEZ IgG:

Este exame pode confirmar se a IgM detectada no teste sorológico é indicativa de doença aguda ou não.

PREPARO DO PACIENTE:

Jejum mínimo de 4 horas

Interpretação e condutas

Deve realizar anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual.

VALOR DE REFERÊNCIA:

RUBÉOLA IgM:

Não reagente: índice inferior a 0,80

Indeterminado: índice de 0,80 a 1,19

Reagente: índice superior ou igual a 1,20

Rubéola IgG:

Não reagente.

Avidez IgG:

Baixa avidez: inferior a 30% -infecção aguda

Indeterminado: 30 a 60% - não permite definir o provável período

Alta avidez: superior a 60% - infecção pregressa. 

A gestante com IgG antivírus da rubéola positivo significa contato prévio com esse vírus. Nessa situação, o risco de transmissão vertical é mínimo. A gestante com IgG antivírus da rubéola não reagente ou negativo indica que ela é suscetível, ou seja, não entrou em contato com o vírus da rubéola. Portanto a mesma deverá ser vacinada contra a rubéola (tríplice ou dupla viral) logo após o parto, preferencialmente ainda na maternidade.

Um resultado positivo de anticorpo IgM indica infecção congênita ou recente.

A dosagem de anticorpos da classe IgM para determinação de infecção na fase aguda é recomendada para todas as faixas etárias.

A determinação de anticorpos IgM contra rubéola geralmente não é recomendada quando o cliente tem mais de 6 meses de idade.

A gestante com IgG antivírus da rubéola positivo, significa contato prévio com esse vírus. Nessa situação, o risco de transmissão vertical é mínimo.

OBSERVAÇÕES:

A rubéola adquirida nas primeiras 12 semanas de gestação está associada com risco de 95% de más-formações no bebê. A presença de IgM no soro de um neonato é considerada como a confirmação da rubéola congênita 3.

A presença de IgM no soro da gestante sugere infecção aguda ou recente. Entretanto, estes anticorpos podem estar presentes por vários meses após infecção natural, vacinação ou reinfecção assintomática, situações onde a transmissão fetal é menos provável.

A IgG anti-Rubéola surge ao final da terceira semana de infecção (aproximadamente 7 a 10 dias após o surgimento da IgM); apresenta um pico dos títulos entre seis e oito semanas seguido de decréscimo gradual e manutenção de níveis séricos baixos e detectáveis por toda a vida

quinta-feira, maio 23

HEMATOSPERMIA OU HEMOSPERMIA E DEFINIDA COMO SANGUE NO ESPERMA

O sangue no ejaculado pode causar grande preocupação para alguns homens.A hemospermia pode ser o primeiro indicador de outras doenças urológicas. Hematospermia foi escrita há séculos. Hipócrates, Galeno, Morgagni e Fournier descreveram essa condição. 

FISIOPATOLOGIA:
 
semen-specimen Para uma compreensão das causas da hemospermia, um conhecimento prático da anatomia do complexo ejaculatório é útil. As vesículas seminais têm a função de produzir e armazenar fluido seminal, que é essencial para a fertilidade masculina. Estas são bem estudadas pela ultrassonografia. As vesículas seminais são estruturas pares que se encontram cefálicas à próstata por trás da bexiga . Elas são simétricas, bem definidas, saculares, alongadas. Em um ultrassom transretal, as dimensões são estimados em 30 ± 5 mm de comprimento, 15 ± 4 mm de largura, e 13,7 ± 3,7 mL, em volume médio. A idade do paciente e do grau de crescimento da próstata pode causar a variação no tamanho das vesículas seminais.

SANGUE-NO-ESPERMA:

Os achados de uma ressonância magnética também podem ajudar a delinear a anatomia normal da vesícula seminal: a intensidade do sinal das vesículas seminais pode ser comparada com os tecidos ao redor (ou seja, muscular, esquelético, gordura, urina). As vesículas seminais e ampolas dos vasos deferentes se unem para formar o duto ejaculatório. O ducto ejaculatório entra na próstata ao nível da uretra,( ao nível do verumontanum).

HISTÓRIA CLÍNICA:

 A história do paciente se concentra em trauma, infecção e distúrbios hemorrágicos.
A maioria dos homens com hemospermia são jovens (idade média, menores que 40 anos) e têm os sintomas que variam em duração de 1 a 24 meses.
A maioria dos pacientes tem mais de um episódio, que ocorrem ao longo de semanas a meses. Hemospermia crônica tem sido determinada quando o sangue no ejaculado que persiste por mais de 10 ejaculações: quando requer avaliação mais aprofundada.
 
EXAME FÍSICO:

O exame físico deve incluir a medição da pressão arterial do paciente porque a hipertensão pode estar associada com hemospermia. Essa associação é bem reconhecida, porém, o mecanismo exato pelo qual isso ocorre é desconhecido. Pode ter uma base semelhante à associação da hipertensão com hemorragias nasais.
O pênis deve ser cuidadosamente inspecionado para descartar todas as lesões que podem sangrar.

Os vasos deferentes devem ser palpados ao longo de seu curso inteiro para garantir a sua presença e para afastar qualquer endurecimento ou nódulos. 

Qualquer nodularidade na ausência dos vasos deferentes, antes de alguma cirurgia (incluindo vasectomia) deve aumentar a preocupação de uma infecção tuberculosa. Quando presentes, os nódulos raramente representam extensão de neoplasias malignas da próstata ou da bexiga.

Ao exame retal digital, atenção especial deve ser dada às vesículas seminais e da presença de massas medianas. As vesículas seminais são estruturas normalmente não palpáveis. Se eles são palpáveis, isto geralmente indica patologia subjacente significativa. Em homens mais velhos (mais de 50 anos), a atenção especial deve ser dada à próstata porque a hemospermia pode ocasionalmente ser um prenúncio de câncer de próstata.
 
QUAIS SÃO AS CAUSAS:

Hematospermia é geralmente associada a condições inflamatórias das vesículas seminais ou da próstata. A condição é muitas vezes auto-limitada e resolve dentro de 1 a 2 meses. Se a hemospermia persistir para além de 2 meses, uma investigação adicional é recomendada para determinar a causa. Em aproximadamente metade dos casos, a etiologia é idiopática. No entanto, isto pode refletir uma avaliação incompleta.

CONDIÇÕES DA PRÓSTATA:

A etiologia mais comum é a biópsia da próstata, que produz hemospermia auto-limitada a alguns dias. Em uma série de casos, a prostatite foi citada como a etiologia em 30% dos pacientes. Outros autores têm reconhecido o câncer de próstata como um fator etiológico. 

Neoplasias malignas são responsáveis por 2% dos casos. Em um estudo de longo prazo de seguimento de 150 pacientes com hemospermia, apenas 6 pacientes evoluíram para carcinoma de próstata, e nenhum tinha carcinoma de próstata diagnosticado no momento da avaliação inicial.

No entanto, um estudo recente realizado por Han et al relataram um aumento significativo do risco de câncer de próstata entre os homens com hemospermia. De 139 homens com hemospermia, 19 (13,7%) foram diagnosticados com câncer de próstata. Na coorte total de 26.126 pacientes, a taxa de detecção do câncer de próstata foi de 6,5%. Na análise de regressão logística, a presença de hemospermia foi um preditor significativo do diagnóstico de câncer de próstata. Esta ainda é uma área controversa da investigação. 

Mais recentemente, Prando (2008) relatou uma série de 86 homens com hemospermia e descobriu o câncer de próstata em apenas um paciente.

Hemospermia também pode ser causada por telangiectasia da próstata e varizes locais. Para diagnosticar essa condição, pode ser necessária uma cistoscopia realizada após uma ereção por indução farmacológica.

A hemospermia não é um sintoma da síndrome reconhecida como prostatite crônica.

Pode haver um número significativo de pacientes com cálculos da próstata.
É possível uma dilatação cística do utrículo prostático, em associação com hemospermia
Outras causas: braquiterapia, biópsia da próstata, resseção endoscópica da próstata.
 
CONDIÇÕES DA URETRA:

 Uretrite tem sido reconhecida como uma causa da hemospermia, especialmente em homens mais jovens.
Outras lesões da uretra levando a hemospermia incluem cistos, pólipos, condilomas, estenoses, pólipos benignos da uretra.
 
VESÍCULAS SEMINAIS:

CISTOS ADQUIRIDOS DA VERSICULAS SEMINAIS:

Cisto congênito resultado de um erro no desenvolvimento embrionário e estão associados com a agenesia renal ipsilateral e / ou da ausência congênita ipsilateral dos vasos deferentes.  

Cistos adquiridos geralmente resultam de processos infecciosos, neoplasias das vesículas seminais e são uma causa rara de hemospermia.
Mais recentemente, amiloidose das vesículas seminais foi descrito estar relacionado com hemospermia.

Lesões hemorrágicas ou cistos da vesícula seminal e ducto ejaculatório são as causas mais identificáveis de hemospermia.
 
INFECÇÕES:

 Infecções e doenças inflamatórias correspondem a 40% dos casos. 

CAUSAS INFECCIOSAS INCLUEM:

Tuberculose, esquistossomose, hidatidose, infecções por citomegalovírus, herpes, Chlamyia trachomatis, Enterococcus faecalis e Ureaplasma urealyticum.
 
TRAUMA:

Injeção esclerosante hemorroidária, instrumentação uretral, e testicular, trauma contuso perineal e biópsia prostática trans retal também devem ser incluídos nesta categoria.
 
DOENÇAS SISTEMÁTICAS:

Hipertensão, doença hepática crônica, amiloidose, linfoma e diáteses hemorrágicas.
 
DIAGNÓSTICO:
 
A história do paciente é típica. Raramente chega-se ao ponto de fazer um exame do conteúdo do esperma. Na avaliação do paciente devemos descartar o uso de ácido acetilsalicílico o qual altera a coagulação. Todo o paciente deve ser examinado do ponto de vista urológico principalmente os que apresentam sintomas paralelos.

EXAME DE URINA, UROCULTURA COM ANTIBIOGRAMA FAZEM PARTE DA ROTINA DO DIAGNÓSTICO:

URETROCISTOSCOPIA:

As vesículas seminais são bem estudadas pela ultrassonografia. 

As vesículas seminais são estruturas pares que se encontram cefálicas à próstata por trás da bexiga e tem uma aparência de gravata borboleta em uma imagem transversal. 

Elas são simétricas, bem definidas, saculares, alongadas. Caudalmente, as vesículas seminais se divergem lateralmente.                                

As dimensões das vesículas seminais variam com a idade, mas não com o estado ejaculatório. Em um ultrassom transretal, as dimensões são estimadas em 30 ± 5 mm de comprimento, 15 ± 4 mm de largura, e 13,7 ± 3,7 mL, em volume médio. A idade do paciente e do grau de crescimento da próstata pode causar a variação no tamanho das vesículas seminais. Cálculos prostáticos ou de ductos ejaculadores, obstrução dos ductos deferentes e vesículas seminais, cistos prostáticos ou de condutos deferentes poderão aparecer como causa da hemospermia.

UMA URETROCISTOSCOPIA PODE MOSTRAR ALTERAÇÕES DA MUCOSA UROTELIAL:

Os achados de uma ressonância magnética também podem ajudar a delinear a anatomia normal da vesícula seminal: a intensidade do sinal das vesículas seminais pode ser comparada com os tecidos ao redor (ou seja, muscular, esquelético, gordura, urina). As vesículas seminais e ampolas dos vasos deferentes se unem para formar o duto ejaculatório. O ducto ejaculatório viaja através da próstata e entram na uretra, ao nível do verumontanum. A junção entre a vesícula seminal e ducto ejaculatório está dentro da próstata e é difícil de ver em um sistema saudável desobstruído.

TRATAMENTO:
 
TRATAMENTO-HEMATOSPERMIA:

O tratamento pode ser conservador com interrupção da atividade sexual por um breve período, evitar traumatismos sobre a próstata (períneo) como andar de bicicleta, moto ou fazer hipismo. Drogas antiinflamatórias podem ser usadas com um efeito questionável. Inibidores do crescimento prostático têm sido usados ultimamente com relativo sucesso como a finasterida. Em casos selecionados o uso de Destilbenol pode ajudar na hiperplasia da vesícula seminal. Quando uma causa objetiva for encontrada deve ser tratada. Por exemplo, uma prostatite bacteriana pode ser causa de hemospermia.                        

Nessa situação, antibióticos devem ser instituídos.

PODEMOS CONCLUIR QUE:

A hematospermia é uma condição benigna e auto-limitada na maioria dos casos, porém que acarreta grande desconforto e ansiedade ao paciente.

ENDORFINA: O QUE É, PARA QUE SERVE E COMO PODEMOS AUMENTAR

A endorfina é um hormônio produzido naturalmente pela glândula hipófise no cérebro, e quando é liberado na circulação sanguínea age estimulando a sensação de prazer, bem estar, bom humor, motivação e felicidade. Além disso, a endorfina também age como um analgésico opioide, reduzindo a dor física e o estresse, sendo por isso, conhecida como “opioide endógeno”, ou seja, “opioide do próprio corpo”.

Os baixos níveis de endorfina no corpo podem causar irritação, tristeza ou irritabilidade, e podem aumentar o risco de desenvolver problemas de saúde como depressão, ansiedade, fibromialgia ou enxaqueca crônica, por exemplo. 

No entanto, existem algumas formas de estimular a produção de endorfinas, como praticar atividades físicas, ter contato íntimo, comer chocolate ou estar entre amigos, que são atividades que levam à liberação de endorfina no sangue, aumentando a sensação de bem estar e prazer.

PARA QUE SERVE A ENDORFINA?

A endorfina é muito importante para diversas funções do organismo, por isso, é importante que os seus níveis se encontrem em concentrações saudáveis. As principais funções da endorfina são:

1 ) MELHORA DO HUMOR:

A endorfina atua no cérebro regulando a ansiedade, aumentando a felicidade e melhorando o humor e, por isso, baixos níveis desse neurotransmissor podem causar ansiedade e levar à depressão.

2 ) AUMENTAR A AUTO-ESTIMA:

A liberação de endorfina pelo corpo aumenta a sensação de bem estar, felicidade e prazer, o que ajuda a aumentar a autoconfiança, melhorando a auto-estima.

3 ) REDUZ A DOR:

A endorfina possui ação analgésica, semelhante aos remédios opioides como a morfina, sendo liberada naturalmente pelo corpo nos momentos de dor, como ao fazer esforços físicos extremos, quebrar um osso ou após cirurgias, por exemplo. 

Apesar de ter ação semelhante aos opioides, a endorfina não causa dependência ou vício como os remédios opioides.

4 ) REDUZ O ESTRESSE:

Além da diminuição da sensação da dor, a endorfina também ajuda a reduzir o estresse pois age regulando a liberação de hormônios relacionados ao estresse.

Além disso, a endorfina aumenta a sensação de bem estar e prazer, o que ajuda a reduzir o estresse.  

5 ) MELHORA A MEMÓRIA E A ATENÇÃO:

A endorfina também ajuda a melhorar a memória e a atenção, pois quando é liberada aumenta a sensação de bem estar, o que facilita a atenção aos estímulos externos, além permitir que estímulos externos sejam percebidos de forma mais clara.

6 ) FORTALECE O SISTEMA IMUNOLÓGICO:

A liberação de endorfina ajuda a fortalecer o sistema imunológico, por reduzir o estresse emocional. Isto porque em situações de estresse crônico ou depressão, o sistema imunológico pode ficar enfraquecido, diminuindo sua capacidade de combater microorganismos e aumentando o risco de doenças. 

7 ) AUMENTAR O DESEJO POR CONTATO ÍNTIMO:

A endorfina influencia na sexualidade, pois induz a síntese e liberação de outros hormônios, como a ocitocina, por exemplo, também conhecida como o hormônio do amor, o que leva a um aumento do desejo pelo contato íntimo, além de facilitar o vínculo amoroso, por causar sensação de felicidade e bem estar. 

DOENÇAS RELACIONADAS A ENDORFINA BAIXA:

Os baixos níveis de endorfina no corpo têm sido relacionados ao maior risco de desenvolvimento de algumas condições, como:

Depressão;
Ansiedade;
Fibromialgia;
Enxaqueca crônica;
Problemas de sono e vigília.
Além disso, a pessoa pode ainda sentir-se constantemente cansada, triste, irritada e ficar sem paciência facilmente, o que pode indicar que o corpo precisa de mais endorfina na corrente sanguínea.

COMO AUMENTAR AS ENDORFINAS?

Algumas formas de aumentar a liberação de endorfinas na corrente sanguínea são:


1 ) FAZER EXERCÍCIO FÍSICO:

Uma das melhores formas de aumentar a liberação de endorfinas é fazer uma corrida, pelo menos 1 vez por semana. No entanto, para pessoas que não gostam desse tipo de exercício, pode-se optar por praticar aulas de grupo numa academia ou algo mais tranquilo como uma aula de pilates ou yoga, por exemplo.

Além disso, pode-se fazer uma atividade que dê prazer e ao mesmo tempo ajude a exercitar o corpo, como andar de bicicleta, caminhar, surfar ou praticar uma modalidade de dança de que se goste, por exemplo.

O importante é encontrar algum momento durante a semana para se dedicar a esta prática. 

1 ) COMER CHOCOLATE:

O chocolate estimula a liberação de neurotransmissores relacionados com o bem-estar, pois contém uma endorfina chamada anandamida,que faz com que a pessoa se sinta mais feliz e satisfeita.

Para usufruir dos benefícios do chocolate, basta comer um quadradinho por dia, e o ideal é que seja chocolate negro com 70% de cacau, no mínimo, porque tem menos gordura e açúcar na composição, reduzindo assim o impacto negativo na balança.

3 ) DAR GARGALHADAS:

Estar com os amigos contando histórias, relembrar momentos felizes ou até mesmo assistir filmes com cenas divertidas ou espetáculos de comediantes, podem garantir momentos de grande alegria e por isso devem ser realizados com frequência.

O riso é benéfico e, por isso, pode ser usado até mesmo como forma de terapia alternativa, chamada de terapia do riso ou risoterapia, que tem como objetivo promover o bem-estar mental e emocional por meio do riso. 

4 ) TER CONTATO ÍNTIMO:

O prazer do contato íntimo libera endorfinas que promovem a felicidade e, por isso, é importante manter um relacionamento amoroso em que o contato íntimo seja satisfatório e regular.

Para se usufruir ao máximo do contacto íntimo, o ideal é que a pessoa se sinta à vontade com o parceiro, e que todo o envolvimento afetivo contribua para a satisfação do casal, de forma a promover a felicidade e a fortalecer o relacionamento.

5 ) SER GRATO 

A gratidão pela vida, pelo que se tem ou conquistou, pela presença dos amigos ou da família também libera endorfinas, deixando as pessoas mais felizes, por isso, é sempre bom tirar um tempo para refletir e encontrar motivos para agradecer.

Assim, para manter o hábito de agradecer pelas coisas boas da vida, mesmo as pequenas coisas, pode-se fazer uma lista de motivos de gratidão. Para isso, pode-se tentar colocar pelo menos 1 item nessa lista todos os dias, e meditar nela, fazendo isso como um exercício.

6 ) RELEMBRAR OS BONS MOMENTOS:

Quanto mais se pensa em situações tristes, mas abatida a pessoa pode ficar. Por outro lado, quanto mais frequentes forem os bons pensamentos e a lembrança de bons momentos, maiores serão as chances de a pessoa se sentir feliz.

As pessoas que têm o hábito de passar a vida reclamando, devem tentar identificar todas as vezes em que tiveram um pensamento ruim ou fizeram um comentário negativo, e focar a sua atenção na substituição desses pensamentos maus pelos bons. Além disso, também é muito importante para a felicidade ter a capacidade de ver o lado positivo de cada acontecimento ou pensamento aparentemente mau.

7 ) FAZER PLANOS PARA O FUTURO:

A chave para o sucesso está no equilíbrio entre o sonho e a realidade. Sonhar com o que se deseja é uma boa forma de ajudar a alcançá-lo, no entanto, deve-se manter os pés no chão para evitar decepções. Por isso, a pessoa pode sonhar mas ao mesmo tempo deve construir formas para tornar esse sonho realidade. Quando isso acontecer, haverá mais um motivo de gratidão, o que também traz felicidade.

Uma outra forma de alcançar a felicidade é investir no consumo de alimentos que contêm ou estimulam a produção de serotonina, como tomate, castanha do pará, por exemplo.

Já as drogas ilícitas como a maconha, cocaína e remédios como anfetaminas podem aparentemente trazer felicidade, mas apenas de forma momentânea, prejudicando o funcionamento do cérebro e a saúde.                              

quarta-feira, maio 22

MARCADORES DO EQUILÍBRIO HIDROELETROLITICO

1. DOSAGEM DE SÓDIO

Definição

Os sais de sódio são determinantes da osmolaridade celular. Relacionados a aldosterona e hormônio antidiurético. Sinônimo: Natremia; Dosagem de Na+1.

Indicação clínica

Avaliação dos distúrbios hidroeletrolíticos.

Preparo do paciente  

Jejum mínimo de 4 horas – recomendável;

Evitar atividades físicas vigorosas 24 horas antes do teste;

Manter o uso de drogas que não possam ser interrompidas;

Não fazer esforço físico durante a coleta;

O cliente deve manter sua rotina diária.

Valores de referência  

Adultos: 135 a 145 mmol/L (ou meq/L)

Valores críticos:

Menor ou igual a 120 mmol/L (hiponatremia)

Maior ou igual a 160 mmol/L (hipernatremia)

Interpretação e Conduta

Realizar consulta de enfermagem, iniciando com a anamnese para ingestão e eliminação, falta de ar e alteração na pressão sanguínea. Em seguida proceder ao exame físico por meio da avaliação de sinais de desidratação e aferição da pressão arterial.

6.2 DOSAGEM DE POTÁSSIO

Definição

O potássio participa de vários processos, como equilíbrio interno (passagem entre o meio intracelular e extracelular) e externo (ingestão, transporte gastrointestinal e reabsorção e eliminação renal). Na urina ou no soro é responsável por controlar os níveis de aldosterona, a reabsorção de sódio e no equilíbrio ácido-base. Sinônimos: Calemia; Dosagem de K.

Indicação clínica

Avaliação do equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico;

Acompanhamento de pacientes em terapia com diuréticos;

Monitorização em casos de nefropatias, principalmente com insuficiência renal, na cetoacidose diabética, no manejo da hidratação parenteral e na insuficiência hepática;

Avaliação de quadros de hiper e hipoaldosteronismo.

Preparo do paciente

Jejum mínimo de 4 horas – recomendável;

Evitar atividades físicas vigorosas 24 horas antes do teste;

Manter o uso de drogas que não possam ser interrompidos;

Valores de referência

Adultos: 3,5 a 5,1 mmol/L (ou meq/L)

Valores críticos

Menor ou igual a 2,5 mmol/L (hipocalemia)

Maior ou igual a 6,5 mmol/L (hipercalemia)

Interpretação e Conduta

Realizar consulta de enfermagem, iniciando com a anamnese para queixas de fraqueza da musculatura dos membros, histórico de ingestão de potássio nos alimentos e/ou por medicamentos. Em seguida proceder ao exame físico.

6.3 DOSAGEM DE ÁCIDO ÚRICO

Definição

O ácido úrico em níveis elevados (hiperuricemia) é sugestivo para doenças reumáticas como gota, insuficiência renal, etilismo, cetoacidose diabética, psoríase, pré-eclâmpsia, dieta rica em purinas, neoplasias, pós-quimioterapia e radioterapia, uso de paracetamol, ampicilina, aspirina (doses baixas), didanosina, diuréticos, beta-bloqueadores, dentre outras drogas. A redução dos seus níveis sanguíneos está associada a defeitos dos túbulos renais, uso de tetraciclina, alopurinol, aspirina, corticoides, indometacina, metotrexato, metildopa, verapamil, intoxicação por metais pesados e nas modificações do clearance renal. Sinônimos: Urato; Uricemia.

Indicação clínica

Exame importante no auxílio diagnóstico de condições clínico-patológicas, doenças reumáticas, renais, hepáticas.

Preparo do paciente

O paciente poderá manter sua rotina diária;

Evitar esforço físico no dia da coleta;

Não é necessário aumentar a ingestão de líquidos, exceto sob orientação médica.

Valores de referência

Sexo feminino: 2,8 – 6,5 mg/dL (143 – 357 μmol/L)

Sexo masculino: 3,7 – 7,8 mg/dL (202 – 416 μmol/L)

Criança: 1,5 a 6,0 mg/dL

Interpretação e Conduta

Realizar consulta de enfermagem, iniciando com a anamnese para queixas, em seguida proceder ao exame físico. Avaliar dor à palpação, calor e limitação da amplitude de movimento das articulações. Avaliar manifestações extra articulares, como pele, mucosas e aparelho gênito urinário.         

SEROTONINA: O QUE É? SINTOMAS E PRINCIPAIS FUNÇÕES

A serotonina é um neurotransmissor que atua no cérebro, estabelecendo comunicação entre as células nervosas, podendo também ser encontrada no sistema digestivo e nas plaquetas do sangue. Esta molécula, também conhecida por "hormônio da felicidade" é produzida a partir do aminoácido triptofano, que é obtido através dos alimentos. 

A serotonina atua regulando o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade e funções cognitivas e, por isso, quando se encontra numa baixa concentração, pode causar mau humor, dificuldade para dormir, ansiedade ou mesmo depressão.

Uma das formas de aumentar a concentração de serotonina na corrente sanguínea é consumindo alimentos ricos em triptofano, praticar exercícios físicos com regularidade e, em casos mais severos, tomar remédios de acordo com a orientação do neurologista. 

AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DA SEROTONINA É:

1 ) REGULAR O HUMOR:
A serotonina atua no cérebro regulando a ansiedade, aumentando a felicidade e melhorando o humor e, por isso, baixos níveis desta molécula podem causar ansiedade e levar à depressão.

2 ) REGULA O SONO:
A serotonina um neurotransmissor que também estimula as regiões no cérebro que controlam o sono e o despertar.

3 ) ATUA NOS MOVIMENTOS DO INTESTINO:
A serotonina encontra-se em grande quantidade no estômago e no intestino, ajudando no controle da função e dos movimentos do intestino.

4 ) REGULA AS NÁUSEAS:
A produção de serotonina aumenta quando o organismo necessita eliminar substâncias tóxicas do intestino, como, por exemplo, em casos de diarreia. Esse aumento estimula também uma região do cérebro que controla a náusea.

5 ) COAGULAÇÃO SANGUÍNEA:
As plaquetas do sangue liberam serotonina para ajudar a cicatrizar feridas. A serotonina leva à vasoconstrição, facilitando assim a coagulação do sangue.

6 ) ATUA NA SAÚDE ÓSSEA:
A serotonina desempenha um papel na saúde dos ossos, sendo que o seu desequilíbrio pode ter um impacto negativo. Níveis significativamente altos de serotonina nos ossos podem tornar os ossos mais fracos, aumentando o risco de sofrer de osteoporose.

7 ) ATUA NA FUNÇÃO SEXUAL:
A serotonina é uma substância que está relacionada com a libido e, por isso, alterações dos seus níveis, podem alterar o desejo sexual.

ALIMENTOS PARA AUMENTAR A SEROTONINA:

Alguns alimentos ricos em triptofano, que servem para aumentar a produção de serotonina no organismo, são:

Chocolate preto;
Ovo;
Banana;
Abacaxi;
Tomate;
Carnes magras e baixas em gordura;
Leite;
Cereais integrais;
Legumes;
Espinafres;
Aspargos.
Além desses, os alimentos ricos em ômega-3, como o salmão, sardinha, truta e frutos secos, são boas fontes de serotonina. É recomendado que esses alimentos seja incluídos na alimentação do dia a dia em pequenas porções e várias vezes ao dia.

Uma boa opção é tomar uma vitamina de banana no café da manhã, comer um peito de frango grelhado com salada de tomate, no almoço.

SINTOMAS DE SEROTONINA BAIXA:

A baixa concentração de serotonina no organismo pode levar ao aparecimento de sinais e sintomas, como:

Mau humor pela manhã;
Sonolência durante o dia;
Alteração do desejo sexual;
Vontade de comer a toda a hora, especialmente doces;
Dificuldade no aprendizado;
Distúrbios de memória e de concentração;
Irritabilidade.
Além disso, a pessoa pode ainda sentir-se cansada e ficar sem paciência facilmente, o que pode indicar que o corpo precisa de mais serotonina na corrente sanguínea.

Na presença desses sintomas, é importante que o médico seja consultado para que seja iniciado o tratamento mais adequado, que costuma envolver uma melhora na alimentação e uso de suplementos de triptofano, em alguns casos.

Em casos mais graves, em que a insuficiência de serotonina tenha um grande impacto na vida da pessoa, causando depressão ou excesso de ansiedade por exemplo, pode ser necessário tomar remédios mais específicos.

SEROTONINA É DOPAMINA:

A serotonina e a dopamina são neurotransmissores que atuam como mensageiros químicos que transportam, impulsionam e equilibram os sinais entre os neurônios e as células do organismo.

Esses neurotransmissores são diferenciados a partir do aminoácido de origem. A serotonina é produzida a partir do aminoácido triptofano, enquanto a dopamina é produzida a partir da tirosina.

Além disso, a dopamina está relacionada com algumas emoções, como aumento da libido e euforia, enquanto que a serotonina está relacionada com a calma e o descanso.

terça-feira, maio 21

MARCADORES DA FUNÇÃO RENAL:

1 ) EXAME DE URINA DE ROTINA:

DEFINIÇÃO:

Exame que avalia a função renal e afecções do trato urinário da população, por meio do rastreio de bacteriúria, hematúria e/ou proteinúria. Compreende três etapas: características gerais (propriedades físicas); avalia elementos anormais (pesquisa química); sedimentoscopia (exame microscópico da urina). Sinônimos: Urinálise; EAS (elementos anormais e sedimento).

INDICAÇÃO CLÍNICA:

DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DE:

Doenças renais e do trato urinário;

Doenças sistêmicas ou metabólicas;

Doenças hepáticas e biliares;

Desordens hemolíticas.

PREPARO DO PACIENTE:

Antes da coleta o paciente deverá realizar a higienização da genitália com água e sabão e secar;

Colher preferencialmente a 1ª urina da manhã ou com intervalo de 4 horas entre as micções;

No momento da coleta, deve-se desprezar o 1º jato de urina e coletar o jato do meio (cerca de 30 mL);

Para coletas realizadas em casa, o cliente deve entregar a urina no laboratório em no máximo 1 hora após a coleta, em temperatura ambiente ou refrigerada.

VALORES DE REFERÊNCIA:

CARACTERÍSTICAS GERAIS: 

COR: Amarelo citrino

ODOR: Característico

ASPECTO: Claro

DENSIDADE: 1,015 – 1,025

PH:  4,5 – 7,8

ELEMENTOS ANORMAIS:

Proteínas: negativo

Glicose: negativo

Corpos cetônicos: negativo

Hemoglobina: negativo

Leucócitos: negativo

Nitrito: negativo

Bilirrubina: negativo

Urobilinogênio: até 1 mg/dL

SEDIMENTOSCOPIA:

Piócitos: < ou = a 4 piócitos p/c

Epitélios vias altas: raras células p/c

Epitélios vias baixas: < ou = a 2 células p/c

Hemácias: < ou = a 2 hemácias p/c

Muco: não se aplica

Cilindros hialinos: < ou = a 2 cilindros p/c

Cilindros patológicos: ausentes

Cristais: ausentes

Flora bacteriana: ausente/escassa

INTERPRETAÇÃO E CONDUTA:

Realizar consulta de enfermagem, iniciando com a anamnese para queixas de disúria, polaciúria, urgência miccional, hematúria leve ou oligúria. Em seguida proceder ao exame físico por meio da palpação abdominal, punho percussão lateral (Sinal Giordano).   

5-2 ) DOSAGEM DE UREIA:

DEFINIÇÃO:

A ureia é a principal fonte de excreção do nitrogênio, excretada pelos rins. Relacionada à função metabólica hepática e excretória renal. Sua concentração pode variar com a dieta, hidratação e função renal.

INDICAÇÃO CLÍNICA: 

Avaliação e monitoramento da função excretora renal.

PREPARO DO PACIENTE:

Jejum mínimo de 4 horas – desejável.

Valores de referência

Adultos: de 19,0 a 49,0 mg/dL

Recém-nascidos: de 8,4 a 25,8 mg/dL

Crianças: de 10,8 a 38,4 mg/dL

INTERPRETAÇÃO E CONDUTA:

A consulta de enfermagem deverá iniciar pela anamnese para avaliar queixas de disúria, polaciúria, urgência miccional, hematúria leve ou oligúria. Em seguida proceder ao exame físico, por meio da palpação abdominal, punho percussão lateral (Sinal Giordano).

5-3 ) DOSAGEM DE CREATINA:

DEFINIÇÃO:

A creatinina é o produto de degradação das proteínas, eliminado pelos rins. A concentração sérica depende da capacidade renal e da massa muscular. É um exame responsável por analisar o funcionamento cardíaco e renal, através do clearence renal.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

Avaliação e monitoramento da função excretora renal, e pacientes em tratamento medicamentoso de salicilatos, cimetidina, trimetropina, probenecide.

PREPARO DO PACIENTE:

Jejum mínimo de 4 horas – recomendável.

INTERPRETAÇÃO E CONDUTA:

VALORES DE REFERÊNCIA: 

Masculino: 0,7 a 1,3 mg/ dL

Feminino: 0,6 a 1,1 mg/ dL

Criança: 0,7 a 1,3 mg/dL

5-4 ) UROCULTURA:

DEFINIÇÃO:

Amostras de urina podem ser submetidas à cultura quando existe suspeita de infecção do trato urinário, para o controle de tratamento dos pacientes. Os agentes etiológicos que mais frequentemente causam esse tipo de infecção são: Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus sp., Enterobacter sp., Staphylococus sp. Enterococcus faecalis. Sinônimos: Urocultura; Cultura de urina qualitativa e quantitativa.

INDICAÇÃO CLÍNICA:

Exame utilizado no diagnóstico de infecção do trato urinário (ITU).

PREPARO DO PACIENTE:

Antes da coleta o paciente deverá realizar a higienização da genitália com água e sabão e secar;

Colher preferencialmente a 1ª urina da manhã ou com intervalo de 4 horas entre as micções;

No momento da coleta, deve-se desprezar o 1º jato de urina e coletar o jato do meio (cerca de 30 mL);

Para coletas realizadas em casa, o cliente deve entregar a urina no laboratório em no máximo 1 hora após a coleta, em temperatura ambiente ou refrigerada.

VALORES DE REFERÊNCIA:

Definição de bacteriúria significativa

> 102 UFC (coliformes) /ml em mulher sintomática

> 103 UFC/mL em homem sintomático

> 105 UFC/mL em indivíduos assintomáticos em duas amostras consecutiva

> 102 UFC/mL em pacientes cateterizados

Qualquer crescimento bacteriano em material obtido por punção supra púbica.

INTERPRETAÇÃO E CONDUTA:

A consulta de enfermagem deverá iniciar pela anamnese para queixas de disúria, polaciúria, urgência miccional, hematúria leve ou oligúria. Em seguida proceder ao exame físico por meio da palpação abdominal, punho percussão lateral (Sinal Giordano).  

O QUE É O METABOLISMO DO FERRO?